terça-feira, janeiro 31
Empire Falls
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Estreia hoje no Canal 1 da RTP a adaptação da obra «Empire Falls» do escritor Richard Russo. A série promete ser um épico do género familiar centrada na figura de Miles Roby. Este vive ancorado na esperança de salvar o restaurante Empire Grill, porém, este é mais um escolho à deriva na cidade de Empire Falls, algures no Estado do Maine, e arquétipo de uma América que ainda vê com bonomia a figura dos working classes heroes. O centro da acção é o dinner de Empire Falls cuja adaptação cinéfila faz dele um decalque dos quadros do artista hyperrealista Ralph Goings, mais concretamente, do quadro Empire Diner.
A série produzida pela notabilíssima HBO ( a mesma da saudosa série Six Feet Under ) promete num estilo tragicómico mostrar as vidas de uma cidadezinha que já viveu melhores dias e que durante décadas tem ido de mal a pior.
O casting é de primeira categoria e recupera alguns nomes que andavam arredados do pequeno ecrã, ou até mesmo do cinema (por ex. Theresa Russel). Nos principiais papéis inscrevem-se nomes como Ed Harris; Paul Newman; Joanne Woodward; Dennis Farina; Philip Seymour Hoffman; Helen Hunt; Aidan Quinn, e a belíssima Robin Wright Penn.
A não perder pelas 21 horas e 30 minutos ( local time ) no Canal 1 da RTP.
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Estreia hoje no Canal 1 da RTP a adaptação da obra «Empire Falls» do escritor Richard Russo. A série promete ser um épico do género familiar centrada na figura de Miles Roby. Este vive ancorado na esperança de salvar o restaurante Empire Grill, porém, este é mais um escolho à deriva na cidade de Empire Falls, algures no Estado do Maine, e arquétipo de uma América que ainda vê com bonomia a figura dos working classes heroes. O centro da acção é o dinner de Empire Falls cuja adaptação cinéfila faz dele um decalque dos quadros do artista hyperrealista Ralph Goings, mais concretamente, do quadro Empire Diner.
A série produzida pela notabilíssima HBO ( a mesma da saudosa série Six Feet Under ) promete num estilo tragicómico mostrar as vidas de uma cidadezinha que já viveu melhores dias e que durante décadas tem ido de mal a pior.
O casting é de primeira categoria e recupera alguns nomes que andavam arredados do pequeno ecrã, ou até mesmo do cinema (por ex. Theresa Russel). Nos principiais papéis inscrevem-se nomes como Ed Harris; Paul Newman; Joanne Woodward; Dennis Farina; Philip Seymour Hoffman; Helen Hunt; Aidan Quinn, e a belíssima Robin Wright Penn.
A não perder pelas 21 horas e 30 minutos ( local time ) no Canal 1 da RTP.
APONTAMENTO
3 de Fevereiro - 21h30 Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada
4 de Fevereiro - 21h30 Centro Cultural de Angra do Heroísmo
projecção do documentário "O Arquitecto e a Cidade Velha" de Catarina Alves Costa
a que se seguirá uma mesa redonda moderada pelo arquitecto Francisco Keil do Amaral
organização: IAC e delegação dos Açores da Ordem dos Arquitectos
O Arquitecto e a Cidade Velha
Catarina Alves Costa 2003 72'
[Sinopse]
Um arquitecto, Álvaro Siza, e a sua equipa, são chamados a coordenar o projecto de recuperação da Cidade Velha, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. O objectivo final é a candidatura desta cidade a Património Mundial da UNESCO. A Cidade Velha é um local histórico: anteriormente chamada Ribeira Grande, foi a primeira cidade fundada pelos portugueses em Cabo Verde (1462). Todo este processo suscita na população local grandes expectativas quanto à melhoria das suas condições de vida. Este filme conta a história do encontro entre estes dois mundos, o do arquitecto e o da população, acompanhando ao longo de três anos algumas das histórias que aconteceram?
4 de Fevereiro - 21h30 Centro Cultural de Angra do Heroísmo
projecção do documentário "O Arquitecto e a Cidade Velha" de Catarina Alves Costa
a que se seguirá uma mesa redonda moderada pelo arquitecto Francisco Keil do Amaral
organização: IAC e delegação dos Açores da Ordem dos Arquitectos
O Arquitecto e a Cidade Velha
Catarina Alves Costa 2003 72'
[Sinopse]
Um arquitecto, Álvaro Siza, e a sua equipa, são chamados a coordenar o projecto de recuperação da Cidade Velha, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. O objectivo final é a candidatura desta cidade a Património Mundial da UNESCO. A Cidade Velha é um local histórico: anteriormente chamada Ribeira Grande, foi a primeira cidade fundada pelos portugueses em Cabo Verde (1462). Todo este processo suscita na população local grandes expectativas quanto à melhoria das suas condições de vida. Este filme conta a história do encontro entre estes dois mundos, o do arquitecto e o da população, acompanhando ao longo de três anos algumas das histórias que aconteceram?
Tomemos a sério a Cidadania
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O estatuto de cidadão, na era Moderna, é em certa medida o de «súbdito» da República. Esta mesma República, que em Portugal irá comemorar o seu centenário sob a égide de Cavaco Silva, teve no acto da eleição recente do seu Presidente a expressão popular de um acto de cidadania que quis arredar a divisão partidária dos corredores de Belém. Não é por acaso que emergiram duas candidaturas que apostaram numa imagem supra-partidária, e também, não foi por obra da providência que o povo votou esmagadoramente nas candidaturas de Cavaco e Alegre, penalizando assim a lógica dos «partidos». Cavaco Silva foi eleito e Manuel Alegre lançou o «Movimento Intervenção e Cidadania», que pretende vir a ser «um movimento aberto, plural e transversal de cidadãos orientado para a discussão de grandes temas». Contudo, Alegre asseverou que o seu movimento de cidadania não é «convertível num partido político».
Seja como for o «Poeta Sem Medo» ficará para a história desta República por ter, mais do que nenhum outro candidato, exercido a sua cidadania sem peias ou cangas partidárias. Dúvidas não há que estas eleições foram também uma clara censura aos partidos e, nessa admoestação, o povo mostrou que os partidos políticos não esgotam a cidadania e devem partilhar este espaço de intervenção política, no sentido mais lato e nobre possível, com outras «forças vivas» da sociedade.
Ao nível local e comunitário a denominada «sociedade civil» pode e deve ser um parceiro de pleno direito dos poderes instituídos. A propósito recordo a recente intervenção da Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, no acto de instalação do nosso Conselho Municipal de Cidadania: «A participação na vida política, a discussão dos temas que no plano local interessem à comunidade ou às comunidades não são tarefas ou incumbências que devam ficar reservadas a uns quantos mas devem ser entendidas como exigências que convocam o interesse e o melhor de todos nós.». Este compromisso de Berta Cabral foi tomado perante um órgão Municipal, criado pela própria autarquia, que congregou na sua composição uma lista de notáveis Conselheiros que farão deste Conselho Municipal um importante fórum local de cidadania. Criado em 2005, e instalado este ano, o Conselho Municipal de Cidadania de Ponta Delgada é uma iniciativa pioneira, sem precedentes a nível Regional, que ambiciona uma melhor e mais eficaz participação dos cidadãos, nomeadamente, nos processos de decisão do Município.
Esta abertura à «sociedade civil» nem de propósito está em sintonia com a voz dos cidadãos que vivem legitimamente sob o credo de que a cidadania e o espaço desta não se esgota nos partidos. Há muito mais no mundo do que a partidarização das ideologias arregimentadas sob as cúpulas partidárias...quer sejam de Esquerda quer sejam de Direita. Razão tinha Sócrates, o filósofo entenda-se, quando afirmava «nem Grego, nem Ateniense, mas cidadão do Mundo.». De um Conselho Municipal de Cidadania só se pode esperar que traga mais «Mundo» à nossa realidade local cujas fronteiras estão já hoje nas cercanias da «Aldeia Global». Nessa megapólis da globalização tomemos a sério a cidadania exercendo-a como um imperativo moral e de consciência.
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Post-Scriptum: porque a cidadania tem sempre um rosto e um nome é de inteira justiça referir que integram o Conselho Municipal de Ponta Delgada os seguintes cidadãos: Fátima Sequeira Dias; Manuel Sá Couto; Luísa Mota Vieira; Fátima Moreira; Maria Teresa Medeiros; Maria Amélia Meireles; Paulo Mendes; Maria José Raposo; Gustavo Moura; Jorge Baptista; Fernando Sousa; Ana Cymbron ; Fátima Costa Dias; Rubens Pavão; Weber Machado; Pedro Nascimento Cabral; Marco Silva; Suzete Frias, e ainda, Conceição Monteiro e Pedro Furtado na qualidade de Vereadores designados pela Câmara Municipal.
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João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de Hoje , 31 de Janeiro, do Jornal dos Açores
O estatuto de cidadão, na era Moderna, é em certa medida o de «súbdito» da República. Esta mesma República, que em Portugal irá comemorar o seu centenário sob a égide de Cavaco Silva, teve no acto da eleição recente do seu Presidente a expressão popular de um acto de cidadania que quis arredar a divisão partidária dos corredores de Belém. Não é por acaso que emergiram duas candidaturas que apostaram numa imagem supra-partidária, e também, não foi por obra da providência que o povo votou esmagadoramente nas candidaturas de Cavaco e Alegre, penalizando assim a lógica dos «partidos». Cavaco Silva foi eleito e Manuel Alegre lançou o «Movimento Intervenção e Cidadania», que pretende vir a ser «um movimento aberto, plural e transversal de cidadãos orientado para a discussão de grandes temas». Contudo, Alegre asseverou que o seu movimento de cidadania não é «convertível num partido político».
Seja como for o «Poeta Sem Medo» ficará para a história desta República por ter, mais do que nenhum outro candidato, exercido a sua cidadania sem peias ou cangas partidárias. Dúvidas não há que estas eleições foram também uma clara censura aos partidos e, nessa admoestação, o povo mostrou que os partidos políticos não esgotam a cidadania e devem partilhar este espaço de intervenção política, no sentido mais lato e nobre possível, com outras «forças vivas» da sociedade.
Ao nível local e comunitário a denominada «sociedade civil» pode e deve ser um parceiro de pleno direito dos poderes instituídos. A propósito recordo a recente intervenção da Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, no acto de instalação do nosso Conselho Municipal de Cidadania: «A participação na vida política, a discussão dos temas que no plano local interessem à comunidade ou às comunidades não são tarefas ou incumbências que devam ficar reservadas a uns quantos mas devem ser entendidas como exigências que convocam o interesse e o melhor de todos nós.». Este compromisso de Berta Cabral foi tomado perante um órgão Municipal, criado pela própria autarquia, que congregou na sua composição uma lista de notáveis Conselheiros que farão deste Conselho Municipal um importante fórum local de cidadania. Criado em 2005, e instalado este ano, o Conselho Municipal de Cidadania de Ponta Delgada é uma iniciativa pioneira, sem precedentes a nível Regional, que ambiciona uma melhor e mais eficaz participação dos cidadãos, nomeadamente, nos processos de decisão do Município.
Esta abertura à «sociedade civil» nem de propósito está em sintonia com a voz dos cidadãos que vivem legitimamente sob o credo de que a cidadania e o espaço desta não se esgota nos partidos. Há muito mais no mundo do que a partidarização das ideologias arregimentadas sob as cúpulas partidárias...quer sejam de Esquerda quer sejam de Direita. Razão tinha Sócrates, o filósofo entenda-se, quando afirmava «nem Grego, nem Ateniense, mas cidadão do Mundo.». De um Conselho Municipal de Cidadania só se pode esperar que traga mais «Mundo» à nossa realidade local cujas fronteiras estão já hoje nas cercanias da «Aldeia Global». Nessa megapólis da globalização tomemos a sério a cidadania exercendo-a como um imperativo moral e de consciência.
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Post-Scriptum: porque a cidadania tem sempre um rosto e um nome é de inteira justiça referir que integram o Conselho Municipal de Ponta Delgada os seguintes cidadãos: Fátima Sequeira Dias; Manuel Sá Couto; Luísa Mota Vieira; Fátima Moreira; Maria Teresa Medeiros; Maria Amélia Meireles; Paulo Mendes; Maria José Raposo; Gustavo Moura; Jorge Baptista; Fernando Sousa; Ana Cymbron ; Fátima Costa Dias; Rubens Pavão; Weber Machado; Pedro Nascimento Cabral; Marco Silva; Suzete Frias, e ainda, Conceição Monteiro e Pedro Furtado na qualidade de Vereadores designados pela Câmara Municipal.
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João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de Hoje , 31 de Janeiro, do Jornal dos Açores
I'm a friend of NCS, and I like it, hã, hã...
Disclaimer
A propósito disto, que deu origem a isto e mais isto e mais isto, devo dizer que sou amigo do Nuno Costa Santos e que gostei muito do livro dele. Recomendei-o a semana passada publicamente e continuarei a fazê-lo, não por ser amigo dele mas porque é um bom livro. Mas, em jeito de provocação, porque motivo, agora que tanto se fala da pátria e patriotismo, haveríamos nós de acabar com essa coisa tão portuguesa das pádinhas, dos grupos de amigos ou, até mesmo, da palmadinha nas costas?
A propósito disto, que deu origem a isto e mais isto e mais isto, devo dizer que sou amigo do Nuno Costa Santos e que gostei muito do livro dele. Recomendei-o a semana passada publicamente e continuarei a fazê-lo, não por ser amigo dele mas porque é um bom livro. Mas, em jeito de provocação, porque motivo, agora que tanto se fala da pátria e patriotismo, haveríamos nós de acabar com essa coisa tão portuguesa das pádinhas, dos grupos de amigos ou, até mesmo, da palmadinha nas costas?
pequenas considerações sobre o futuro do País
"Logo se vê"
O Presidente da República, Jorge Sampaio, recebeu hoje em Belém o seu sucessor no cargo, um encontro de quase três horas que poderá repetir-se até à tomada de posse de Cavaco Silva, a 9 de Março.
(...)
Cavaco Silva, que na saída foi acompanhado à Sala das Bicas do Palácio de Belém por Jorge Sampaio, saiu em silêncio, tal como tinha entrado.
SIC Online
segunda-feira, janeiro 30
domingo, janeiro 29
no Solmar
O Fiel Jardineiro À partida é a mais estranha das conjugações: Fernando Meirelles, o realizador de "A Cidade de Deus", ao leme de uma "intriga internacional" de John Le Carré, com produção britânica e elenco maioritariamente da mesma nacionalidade. (...) "O Fiel Jardineiro" é marcado por uma impressão de melancolia bastante curiosa, uma espécie de tristeza fatalista no seu olhar sobre África. Faz questão de frisar que se trata de dois mundos diferentes: a cor dominante nas sequencias londrinas é um cinzento metalizado e azulado, contraposto a uma paleta mais rica e mais luminosa para as sequências africanas (procedimento que é bastante óbvio, mas acaba por ter o seu efeito e a sua coerência). Mas Meirelles tem, sobretudo, uma maneira de inscrever a história e as personagens em África que é bastante interessante: é como se não conseguisse limitar a filmar a narrativa e os actores e precisasse de estar sempre a olhar para o lado, a mostrar a ficção a desenvolver-se num cenário real feito de pessoas reais (por Luís Miguel Oliveira/PÚBLICO). Broken Flowers - Flores Partidas A revisão do passado (...) é o princípio narrativo do filme, é sobretudo o "set up" para a figura essencial de "Flores Partidas", a ideia da "viagem", tanto num sentido metafórico, interior e introspectivo, como em sentido literal, físico e territorial. A "viagem" é uma figura cara a Jarmusch, mesmo quando não se cumpre, mesmo quando existe apenas em desejo e mesmo quando não passa duma errância em circuito fechado (por Luís Miguel Oliveira/PÚBLICO). 2 propostas imperdíveis, esta semana, em Ponta Delgada.
ALTA FIDELIDADE *
Yonderboi - Splendid Isolation (2005) O início de Splendid Isolation é dúbio e anuncia incertezas - o medo intrínseco em não falhar ao 2º disco. Yonderboi lançou no final de 2005 o sucessor de Shallow and Profound (2000) - o disco que lhe deu notoriedade para além da sua Hungria natal, onde era já uma "celebridade". Neste Splendid Isolation mantém o recorte downtempo, muito embora se denote o recurso ao retro(electro) e a algumas flutuações pop, cuja justificação se prenda, provavelmente, com as circunstâncias do mercado ou no alinhamento das tendências estéticas da electrónica contemporânea. Aliás, o compromisso comercial levou-o a ficar associado (malogradamente, talvez!) a múltiplas compilações chillout, o que se depreende facilmente numa primeira audição de Splendid Isolation. Mas, e apesar disso, isso não significou o refrear da composição que demonstra querer inovar (arriscando pouco, é certo!) - um factor omnipresente na virtuosidade de alguns temas: Badly Broken Butterflies, Amor, Love Hides e People Always Talk About The Weather. Estão presentes sonoridades que nos reportam para (p)referências comuns e óbvias - Tosca, New Order ou Depeche Mode, são apenas alguns dos nomes perceptíveis no universo a que Yonderboi se socorre para criar canções novas que soam a algo reconhecível mas que apetece ouvir. Splendid Isolation reflecte a maturação pelo tempo e a experimentação sonora - um processo artístico em curso. Não fica para a história, mas marca o momento. E reflecte o mal do inevitável 2º disco - como ultrapassar a excelência do 1º!?...
* in SARL/Jornal dos Açores edição de 27.01.06
* in SARL/Jornal dos Açores edição de 27.01.06
PRÉMIOS MACAQUINS
Os prémios Macaquins entregues hoje na sessão de encerramento foram atribuídos a:
Prémio do Público - no valor de 250 euros
patrocinado pelo Modelo - Insular Hipermercados
Apocalipse Right Now
de Celso Raposo, Francisco Pimentel, Joana Borges, Luís ferreira e Rui Câmara da Escola Secundária Antero de Quental
Prémio Realizador dos Açores - no valor de 500 euros
patrocinado pelo Anima - Câmara Municipal de Ponta Delgada
Endocranium de Paulo Neves do Faial
Prémio Escola dos Açores - no valor de 1.000 euros em equipamento informático ou vídeo patrocinado pelo Anima - Câmara Municipal de Ponta Delgada
Escola Secundária Manuel de Arriga
pelo filme Amor de Mãe de Cláudia Pito, Luís Carlos Vargas e Marlene Luna
O Prémio do Público foi eleito pelos 487 espectadores das 3 sessões "Concurso Macaquins"
Os prémios " Escolas dos Açores" e Realizadores dos Açores" foram atribuídos pelo júri composto por:
Carlos Decq Mota - Director do Anima
Osvaldo Cabral - Director da RTP-Açores
Bernardo Cabral - Realizador
Carlos Miranda - Director do Cine-Solmar
João Pedro Vaz de Medeiros - Professor e membro da MUU - Produções Culturais
A todos o nosso MUUUUUITO Obrigado
Até 2007!
Prémio do Público - no valor de 250 euros
patrocinado pelo Modelo - Insular Hipermercados
Apocalipse Right Now
de Celso Raposo, Francisco Pimentel, Joana Borges, Luís ferreira e Rui Câmara da Escola Secundária Antero de Quental
Prémio Realizador dos Açores - no valor de 500 euros
patrocinado pelo Anima - Câmara Municipal de Ponta Delgada
Endocranium de Paulo Neves do Faial
Prémio Escola dos Açores - no valor de 1.000 euros em equipamento informático ou vídeo patrocinado pelo Anima - Câmara Municipal de Ponta Delgada
Escola Secundária Manuel de Arriga
pelo filme Amor de Mãe de Cláudia Pito, Luís Carlos Vargas e Marlene Luna
O Prémio do Público foi eleito pelos 487 espectadores das 3 sessões "Concurso Macaquins"
Os prémios " Escolas dos Açores" e Realizadores dos Açores" foram atribuídos pelo júri composto por:
Carlos Decq Mota - Director do Anima
Osvaldo Cabral - Director da RTP-Açores
Bernardo Cabral - Realizador
Carlos Miranda - Director do Cine-Solmar
João Pedro Vaz de Medeiros - Professor e membro da MUU - Produções Culturais
A todos o nosso MUUUUUITO Obrigado
Até 2007!
sábado, janeiro 28
MACAQUINS 4 - ÚLTIMO DIA
Último dia do MACAQUINS com 2 sessões às 15h e 17h + a sessão de encerramento&distribuição de prémios marcada para as 21h30. Até já...e que ganhe o melhor!...
sexta-feira, janeiro 27
quinta-feira, janeiro 26
Convite
Esta sexta-feira dia 27 de Janeiro, pelas 19:00, na Livraria SolMar em Ponta Delgada, sessão LIVROS DO ANO 2005. Com a presença de Leonor Sampaio, Guilherme Figueiredo, Paulo Simões, eu próprio e com grande infelicidade nossa sem essa grandiosa figura da historiografia açórica que dá pelo nome de Carlos Riley porque ele teve coisas mais importantes para fazer no contenente. Fica aqui o convite para todos, amigos, inimigos, anónimos, anónimos inimigos (para esses particularmente...), enfim todos os que gostarem de livros apareçam para um fim do dia com literatura, que como todos sabemos é a única coisa que pode salvar o mundo...
pequenas considerações sobre o futuro do País
Parabéns Sr. Prof. Cavaco Silva, Sr. Presidente.
(...)
Pedia-lhe ainda, humildemente e traumatizada, que a sua mulher não temesse ataques de alunos na faculdade para tanto fazendo-se acompanhar de dois guarda-costas e uma senhora tipo armário até à porta de cada uma das salas onde lecciona. E que deixasse de tanto falar em si, na vossa casa (ou em Belém...), nos vossos filhos.... É que isso em nada contribui para o ensino da lingua e literatura portuguesa.
Para a posição que a senhora ocupa, e para os eventos em que terá de participar, parece-me que seriam úteis aulas de etiqueta e de postura, para que não colocasse o pé na parede quando se encosta a esta (como talvez certamente não fará na sua casa), para que deixasse de beber água pela garrafa, para que deixasse de massajar as ancas, e para que se sentasse convenientemente.
(...)1ª Dama
Nota: como não consegui uma foto que fizesse justiça à Sra Dona Maria Cavaco Silva, tomei a liberdade de usar este excerto de um post da (Indis)Pensável Ana Teresa. Às vezes as palavras valem mais que muitas imagens.
quarta-feira, janeiro 25
terça-feira, janeiro 24
MACAQUINS 4 - SESSÕES 5 e 6
Amanhã, 4ª feira, exibição às 10h45 do BEST OF EMAGICIENS 2004 - uma selecção da melhor produção europeia de cinema de animação (uma pequena amostra). Pelas 15h00 tempo para a produção dos múltiplos ateliers realizados no âmbito da acção dinamizadora desenvolvida pela Casa da Animação. A ANIMAÇÃO termina a 28/01.
VOX POPULI
...
«Todos os porcos capitalistas votam Cavaco porque são fascistas.».
faixa de propaganda anti-Cavaco ,alegadamente da autoria da Juventude do BE, quarta-feira 18 de Janeiro em Coimbra.
KISS II
Roy Fox Lichtenstein ...
...
«Soares é fixe e o povo que se lixe!»...pregão popular de campanha algures num Mercado do continente !
...
«A vida está a complicar-se para todos. Complica-se, antes de mais, para o bolso dos portugueses automobolizados, com um dos maiores aumentos de combustíveis dos últimos anos.».
Carlos Romero, quinta-feira 19 de Janeiro, no Público.
«Onde a vitória de Cavaco Silva terá repercussões imediatas é na oposição, colocando-a de novo no primeiro plano da conflitualidade política com o Governo.».
Pacheco Pereira, quinta-feira 19 de Janeiro, no Público.
«Se a moral representa a forma como as pessoas gostariam que o mundo funcionasse, a economia mostra como ele, na verdade, funciona.».
Steven Levitt, autor de «Freakonomics», Sábado, 21 de Janeiro no Mil-Folhas.
«Invocar a esperança utilizando para tal um lugar representativo da falta dela é mesmo de quem pensa pagar a letra que vence amanhã com o euromilhões que não saiu ontem.».
Nuno Barata, Sábado 21 de Janeiro, na Caixa de Comments do Ilhas
...
«De qualquer maneira continuamos a preferir o verso ao cifrão.».
Vasco Pereira da Costa, mandatário regional de Manuel Alegre e ainda Director Regional da Cultura, Domingo 22 de Janeiro na RTP-Açores.
...
...«já há sinais do que está para vir, a começar pelo Partido Socialista, que sofreu um golpe profundo ao obter apenas 14 por cento dos votos. Não há memória de um resultado tão magro na história do maior partido da esquerda em Portugal e actualmente no poder.Mário Soares sai pela porta pequena, sem necessidade, e o PS, desde que é governo, perde pela segunda vez consecutiva : primeiro nas autárquicas e agora nas presidenciais.».
Paulo Simões, segunda-feira, 23 de Janeiro no Açoriano Oriental.
...
posted by João Nuno Almeida e Sousa
«Todos os porcos capitalistas votam Cavaco porque são fascistas.».
faixa de propaganda anti-Cavaco ,alegadamente da autoria da Juventude do BE, quarta-feira 18 de Janeiro em Coimbra.
KISS II
Roy Fox Lichtenstein ...
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«Soares é fixe e o povo que se lixe!»...pregão popular de campanha algures num Mercado do continente !
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«A vida está a complicar-se para todos. Complica-se, antes de mais, para o bolso dos portugueses automobolizados, com um dos maiores aumentos de combustíveis dos últimos anos.».
Carlos Romero, quinta-feira 19 de Janeiro, no Público.
«Onde a vitória de Cavaco Silva terá repercussões imediatas é na oposição, colocando-a de novo no primeiro plano da conflitualidade política com o Governo.».
Pacheco Pereira, quinta-feira 19 de Janeiro, no Público.
«Se a moral representa a forma como as pessoas gostariam que o mundo funcionasse, a economia mostra como ele, na verdade, funciona.».
Steven Levitt, autor de «Freakonomics», Sábado, 21 de Janeiro no Mil-Folhas.
«Invocar a esperança utilizando para tal um lugar representativo da falta dela é mesmo de quem pensa pagar a letra que vence amanhã com o euromilhões que não saiu ontem.».
Nuno Barata, Sábado 21 de Janeiro, na Caixa de Comments do Ilhas
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«De qualquer maneira continuamos a preferir o verso ao cifrão.».
Vasco Pereira da Costa, mandatário regional de Manuel Alegre e ainda Director Regional da Cultura, Domingo 22 de Janeiro na RTP-Açores.
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...«já há sinais do que está para vir, a começar pelo Partido Socialista, que sofreu um golpe profundo ao obter apenas 14 por cento dos votos. Não há memória de um resultado tão magro na história do maior partido da esquerda em Portugal e actualmente no poder.Mário Soares sai pela porta pequena, sem necessidade, e o PS, desde que é governo, perde pela segunda vez consecutiva : primeiro nas autárquicas e agora nas presidenciais.».
Paulo Simões, segunda-feira, 23 de Janeiro no Açoriano Oriental.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
Para que conste....
Nada tenho contra, aliás sou tremendamente a favor, da criação de Arquivo de Imagens dos Açores e dos dois programas Mediat II e Cinanima*.
Porque consideram este assunto de grande importância e urgência um grupo de cidadãos tem vindo à cerca de ano e meio a trabalhar, nos poucos tempos livres, num projecto em que os objectivos são na sua maioria idênticos.
O CIMA que se constituirá associação muito em breve,
tem como objectivos, para além dos domínios património e arquivos, o desenvolvimento de programas expositivos, em itinerância regional e nacional de forma a promover autores regionais e oferecer ao público em geral a fruição de obras significativas da fotografia, a elaboração de programas de formação (quer na área da produção fotográfica, quer na de conservação e restauro de colecções ou ainda da história e da teoria da fotografia) e de uma forte política de edição.
A estes propósitos, deliniados em 2004, foram adicionados em finais de 2005, idênticos objectivos para a imagem em movimento.
Como será obvio um projecto desta envergadura, sem prazo de acção, só será viavél com o apoio de diversas entidades públicas - chamam-lhe subsídio que eu não me importo - e de mecenas privados, para quem tem sido, prioritariamente, direccionado o projecto.
Sem querer, como poderão pensar algumas cabecinhas, discutir quem nasceu primeiro, se foi o ovo se a galinha - sou mais apologista do que se faça não interessa quem - só tenho a esperar, caso os dois projectos se concretizem, uma total cooperação e interação.
Força, já ontem era tarde.
* aqui só ponho em causa a escolha do nome
Porque consideram este assunto de grande importância e urgência um grupo de cidadãos tem vindo à cerca de ano e meio a trabalhar, nos poucos tempos livres, num projecto em que os objectivos são na sua maioria idênticos.
O CIMA que se constituirá associação muito em breve,
tem como objectivos, para além dos domínios património e arquivos, o desenvolvimento de programas expositivos, em itinerância regional e nacional de forma a promover autores regionais e oferecer ao público em geral a fruição de obras significativas da fotografia, a elaboração de programas de formação (quer na área da produção fotográfica, quer na de conservação e restauro de colecções ou ainda da história e da teoria da fotografia) e de uma forte política de edição.
A estes propósitos, deliniados em 2004, foram adicionados em finais de 2005, idênticos objectivos para a imagem em movimento.
Como será obvio um projecto desta envergadura, sem prazo de acção, só será viavél com o apoio de diversas entidades públicas - chamam-lhe subsídio que eu não me importo - e de mecenas privados, para quem tem sido, prioritariamente, direccionado o projecto.
Sem querer, como poderão pensar algumas cabecinhas, discutir quem nasceu primeiro, se foi o ovo se a galinha - sou mais apologista do que se faça não interessa quem - só tenho a esperar, caso os dois projectos se concretizem, uma total cooperação e interação.
Força, já ontem era tarde.
* aqui só ponho em causa a escolha do nome
segunda-feira, janeiro 23
Muitas, mas mesmo muitas dúvidas.
O Conselho do Governo Regional, reunido hoje em Ponta Delgada, aprovou ....
O Conselho deliberou, igualmente:
1. Aprovar uma Resolução que cria uma estrutura de missão na dependência do director regional da Cultura, designada ?Arquivo de Imagens dos Açores? e que ficará responsável pela coordenação do Mediat II e Cinanima, com a duração de três anos.
Esta estrutura de missão tem como objectivos:
a) Reunir e sistematizar toda a informação fotográfica e cinematográfica sobre a Região Autónoma dos Açores, de privados e da Cinemateca Nacional;
b) Facilitar o conhecimento do Arquipélago, privilegiando o livre acesso ao arquivo, através do Centro de Conhecimento dos Açores;
c) Estimular a pesquisa e a investigação sobre os Açores;
d) Dotar a Região Autónoma dos Açores de mecanismos inovadores, dinâmicos e fundamentais para o património fotográfico e cinematográfico dos Açores, acompanhando as novas tecnologias de conservação e difusão da imagem;
e) Garantir o envolvimento dos organismos periféricos da Direcção Regional da Cultura;
f) Absorver o arquivo de imagens do Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo;
g) Divulgar a fotografia e o cinema da Região Autónoma dos Açores, com a organização de exposições temporárias.
--------------------------------------------------------
Porquê só agora?
O "espírito santo de ouvido", não ouviu mais nada?
Formação? não?
Cinanima?
Porquê só "com a duração de 3 anos"?
...
...
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1. Aprovar uma Resolução que cria uma estrutura de missão na dependência do director regional da Cultura, designada ?Arquivo de Imagens dos Açores? e que ficará responsável pela coordenação do Mediat II e Cinanima, com a duração de três anos.
Esta estrutura de missão tem como objectivos:
a) Reunir e sistematizar toda a informação fotográfica e cinematográfica sobre a Região Autónoma dos Açores, de privados e da Cinemateca Nacional;
b) Facilitar o conhecimento do Arquipélago, privilegiando o livre acesso ao arquivo, através do Centro de Conhecimento dos Açores;
c) Estimular a pesquisa e a investigação sobre os Açores;
d) Dotar a Região Autónoma dos Açores de mecanismos inovadores, dinâmicos e fundamentais para o património fotográfico e cinematográfico dos Açores, acompanhando as novas tecnologias de conservação e difusão da imagem;
e) Garantir o envolvimento dos organismos periféricos da Direcção Regional da Cultura;
f) Absorver o arquivo de imagens do Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo;
g) Divulgar a fotografia e o cinema da Região Autónoma dos Açores, com a organização de exposições temporárias.
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Porquê só agora?
O "espírito santo de ouvido", não ouviu mais nada?
Formação? não?
Cinanima?
Porquê só "com a duração de 3 anos"?
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grandes considerações sobre os resultados de ontem
Pronto, está feito. Agora temos três anos seguidos sem campanhas, sem eleições, sem votos. Agora é deixá-los governar que o Presidente já está eleito e o governo tem maioria.
Cavaco Silva, o Tutankhamon de Boliqueime, foi então escolhido Presidente desta República. Para a história pouco interessa se por margem mínima, ou tangente, ou o que seja, o facto é que dez anos depois o Professor Cavaco lá conseguiu o que queria e o País apresta-se para mais uma década de cavaquismo. Olhando para o que se passou ao longo destes meses e para os resultados de ontem há umas quantas elações que se podem tirar.
Em primeiro lugar a direita, que ao contrário do que se diz por aí, é para mim, uma das grandes derrotadas de ontem. O caso é que o Professor Cavaco não é um homem de direita. O Professor Cavaco odeia os partidos e como tal nutre um verdadeiro desprezo pelas ideologias. A forma como o Professor Cavaco tratou os dois partidos da direita portuguesa nesta campanha é sintomático do desprezo com que o Professor olha para essa coisa das ideologias. Há mesmo na defesa que o Professor fez do pensamento único uma perigosa tendência para menosprezar os partidos e as ideologias que lhes estão apensas, com tudo o que isso traz de negativo para a nossa democracia. Os líderes do PSD e do CDS, que cumpriram à risca a ordem superior de se manterem afastados do Professor, terão agora uma duríssima tarefa para se afirmarem no panorama político nacional ensombrados que vão estar pela magnânima figura de Cavaco. Todos vimos como foram tratados, naquela que seria a grande noite de vitória daquilo que supostamente seria o campo político do Professor. Marques Mendes e as cúpulas do PSD sozinhos num corredor deserto e Ribeiro e Castro que passou pela vergonha de ver o novo Presidente da República fazer passar para o lado uma garrafa de espumante que lhe tinha acabado de oferecer, nem um cumprimento, nada, apenas o constante sorriso seráfico e passar em frente. Veremos que futuro para a direita depois de umas eleições que claramente foram ganhas ao centro.
Quanto ao Professor Cavaco pouco mais há a dizer, eu não posso com o personagem e apenas me resta resignar à ideia de o ter como Presidente, mas o espectáculo voyeuristico a que assistimos ontem pelas televisões - o Professor a calcorrear a marquise olhando pela janela para o aparato mediático - é bem representativo do que é esta figura. Incapaz de se emocionar, de se relacionar. Escondido do mundo na noite que deveria ser da sua exultação, refugiado na Travessa do Possolo incapaz de estar com os seus. Porém o pior, para Cavaco, ainda está para vir. Quando daqui a uns meses a crise continuar e o deficit for ainda um pesadelo diário e o País prosseguir na sua sina de perene depressão melancólica e quando o Professor perceber que não há optimismo, nem confiança, nem futuro, nem sequer nevoeiro, que possa ser enfiado à força num povo que não o quer receber, aí o próprio Cavaco vai olhar para o País e compreender a profundidade da desgraça. Nessa altura a única coisa que poderá fazer Portugal Maior é uma eventual recuperação de Olivença.
Depois a esquerda. A esquerda, no seu todo, ou nas suas múltiplas partes, foi vítima da sua própria natureza. A esquerda não se entende, a esquerda vive a máxima de Groucho Marx de nunca pertencer a nenhum clube que me aceitasse a mim como membro. A esquerda não gosta de pertencer, não gosta de maiorias, não gosta de grandes grupos, de acordos, de entendimentos, de desígnios, a esquerda é o que cada um dos elementos da esquerda quiser, por isso é que a esquerda nunca se entende. A extrema-esquerda culpa o PS pela eleição de Cavaco, mas não é só o PS que têm culpa. O PS têm muita culpa mas não a têm toda. Foram os partidos da extrema-esquerda quem mais culpabilizou o governo de Sócrates pelo estado das coisas e ao fazê-lo abriram a porta para o arregimentar do descontentamento popular pelas medidas que foram tomadas pelo governo. E o centro que foi quem ganhou estas eleições votou claramente em protesto contra o governo de Sócrates. A esquerda não soube ganhar o centro e perdeu a presidência pela primeira vez em 20 anos.
O PS. O PS finalmente desmoronou. Ironia das ironias, numa altura em que governa com maioria absoluta no parlamento, um velho sonho dos seus sucessivos líderes. No fundo o PS cai vítima das suas cúpulas. No PS aglutinaram-se nestes trinta anos de democracia a maioria dos mais inteligentes e hábeis políticos deste País, infelizmente são também dos mais vaidosos e calculistas, tudo qualidades. O facto é que o PS chega a 2005 sem candidatos à Presidência. Todos recusaram, uns por vergonha, outros por soberba, alguns por autocrítica, por ganância, por preguiça. O PS não soube ser partido. O PS foi personalidades, VIPs, interesses, vinganças, tudo menos o partido que tinha a responsabilidade de se apresentar ao País com uma visão e um propósito para os próximos 5 anos. O PS não perdeu estas eleições o PS abdicou de as ganhar e com isso sai deste resultado completamente esfrangalhado.
Manuel Alegre é o agente deste espatifanço. Levado por rancorosas sibilas abriu uma caixa que se pode revelar mais destrutiva do que a de Pandora. A vaidade não é um defeito per si, mas há momentos em que também não é qualidade. Pior ainda foi a constante maxima de Alegre, igual a Cavaco, de ser independente dos partidos. Como se fosse possível democracias sem partidos...
Mário Soares. Soares foi aviltado nesta campanha e no resultado. A confusão e a incultura que aumentam neste País em combinação com os ódios revanchistas que foram estrategicamente fomentados, levaram a que se instalasse a ideia de que o mais ridículo, que o mais inconveniente, que o inimigo destas eleições era o Dr. Soares e não o Professor Cavaco. Ninguém quis entender os perigos da eleição de Cavaco e jogou-se uma partida de desforra com um passado incompreendido e em que o Dr. Soares foi eleito inquisidor-mor. Soares sofre uma enorme derrota pessoal, dizem que por culpa do tempo em que vivemos, talvez, mas se assim for é porque este é um tempo de ignorância, de falta de cultura, de falência da história. Soares fez o que achava que devia ser feito e merece ser elogiado por isso.
E isto leva-me ao centro, esse grande centrão que elegeu Cavaco à primeira, e deu a maioria a José Sócrates, e nos Açores a Carlos César, e a Berta Cabral, e a Rui Melo, e a José Pedro Cardoso. Ou no continente a Fátima Felgueiras, e a Valentim Loureiro, e a Isaltino Morais. Este Centrão não se importa com a política, despreza os partidos e não entende as ideologias. Este Centrão vota por obrigação e por capricho, ou por birra, ou então por inúmeras razões do foro íntimo, emocional, racional, e quem sabe até intestinal. Este Centrão que não têm mais política do que as contas no final do mês manda hoje no País.
Bom, e agora? Agora o que é que se faz?
Resignamo-nos! Vamos passar de um adorável bébé chorão que fala bem inglês para um sorridente/sisudo sempre em pé que não bebe vinho e que não escolhe um escritor preferido para não ofender os de que não gosta...
À direita não me interessa nada, amanhem-se com o cavaco que escolheram.
À esquerda, principalmente no PS, há um enorme e importante esforço a fazer no arregimentar do partido e dos seus simpatizantes naquilo que realmente importa, nos valores e princípios da esquerda. José Sócrates tem agora a enorme responsabilidade de demonstrar que o PS é um partido que não busca ganhar eleições, que não procura perpetuar-se no poder a qualquer custo. O PS é um partido que pugna pelos princípios e valores da esquerda democrática. Que sabe amparar os seus. Que luta pelos valores humanistas que são a matriz e a herança cultural e histórica da Europa de ontem, de hoje, e de sempre.
Cavaco Silva, o Tutankhamon de Boliqueime, foi então escolhido Presidente desta República. Para a história pouco interessa se por margem mínima, ou tangente, ou o que seja, o facto é que dez anos depois o Professor Cavaco lá conseguiu o que queria e o País apresta-se para mais uma década de cavaquismo. Olhando para o que se passou ao longo destes meses e para os resultados de ontem há umas quantas elações que se podem tirar.
Em primeiro lugar a direita, que ao contrário do que se diz por aí, é para mim, uma das grandes derrotadas de ontem. O caso é que o Professor Cavaco não é um homem de direita. O Professor Cavaco odeia os partidos e como tal nutre um verdadeiro desprezo pelas ideologias. A forma como o Professor Cavaco tratou os dois partidos da direita portuguesa nesta campanha é sintomático do desprezo com que o Professor olha para essa coisa das ideologias. Há mesmo na defesa que o Professor fez do pensamento único uma perigosa tendência para menosprezar os partidos e as ideologias que lhes estão apensas, com tudo o que isso traz de negativo para a nossa democracia. Os líderes do PSD e do CDS, que cumpriram à risca a ordem superior de se manterem afastados do Professor, terão agora uma duríssima tarefa para se afirmarem no panorama político nacional ensombrados que vão estar pela magnânima figura de Cavaco. Todos vimos como foram tratados, naquela que seria a grande noite de vitória daquilo que supostamente seria o campo político do Professor. Marques Mendes e as cúpulas do PSD sozinhos num corredor deserto e Ribeiro e Castro que passou pela vergonha de ver o novo Presidente da República fazer passar para o lado uma garrafa de espumante que lhe tinha acabado de oferecer, nem um cumprimento, nada, apenas o constante sorriso seráfico e passar em frente. Veremos que futuro para a direita depois de umas eleições que claramente foram ganhas ao centro.
Quanto ao Professor Cavaco pouco mais há a dizer, eu não posso com o personagem e apenas me resta resignar à ideia de o ter como Presidente, mas o espectáculo voyeuristico a que assistimos ontem pelas televisões - o Professor a calcorrear a marquise olhando pela janela para o aparato mediático - é bem representativo do que é esta figura. Incapaz de se emocionar, de se relacionar. Escondido do mundo na noite que deveria ser da sua exultação, refugiado na Travessa do Possolo incapaz de estar com os seus. Porém o pior, para Cavaco, ainda está para vir. Quando daqui a uns meses a crise continuar e o deficit for ainda um pesadelo diário e o País prosseguir na sua sina de perene depressão melancólica e quando o Professor perceber que não há optimismo, nem confiança, nem futuro, nem sequer nevoeiro, que possa ser enfiado à força num povo que não o quer receber, aí o próprio Cavaco vai olhar para o País e compreender a profundidade da desgraça. Nessa altura a única coisa que poderá fazer Portugal Maior é uma eventual recuperação de Olivença.
Depois a esquerda. A esquerda, no seu todo, ou nas suas múltiplas partes, foi vítima da sua própria natureza. A esquerda não se entende, a esquerda vive a máxima de Groucho Marx de nunca pertencer a nenhum clube que me aceitasse a mim como membro. A esquerda não gosta de pertencer, não gosta de maiorias, não gosta de grandes grupos, de acordos, de entendimentos, de desígnios, a esquerda é o que cada um dos elementos da esquerda quiser, por isso é que a esquerda nunca se entende. A extrema-esquerda culpa o PS pela eleição de Cavaco, mas não é só o PS que têm culpa. O PS têm muita culpa mas não a têm toda. Foram os partidos da extrema-esquerda quem mais culpabilizou o governo de Sócrates pelo estado das coisas e ao fazê-lo abriram a porta para o arregimentar do descontentamento popular pelas medidas que foram tomadas pelo governo. E o centro que foi quem ganhou estas eleições votou claramente em protesto contra o governo de Sócrates. A esquerda não soube ganhar o centro e perdeu a presidência pela primeira vez em 20 anos.
O PS. O PS finalmente desmoronou. Ironia das ironias, numa altura em que governa com maioria absoluta no parlamento, um velho sonho dos seus sucessivos líderes. No fundo o PS cai vítima das suas cúpulas. No PS aglutinaram-se nestes trinta anos de democracia a maioria dos mais inteligentes e hábeis políticos deste País, infelizmente são também dos mais vaidosos e calculistas, tudo qualidades. O facto é que o PS chega a 2005 sem candidatos à Presidência. Todos recusaram, uns por vergonha, outros por soberba, alguns por autocrítica, por ganância, por preguiça. O PS não soube ser partido. O PS foi personalidades, VIPs, interesses, vinganças, tudo menos o partido que tinha a responsabilidade de se apresentar ao País com uma visão e um propósito para os próximos 5 anos. O PS não perdeu estas eleições o PS abdicou de as ganhar e com isso sai deste resultado completamente esfrangalhado.
Manuel Alegre é o agente deste espatifanço. Levado por rancorosas sibilas abriu uma caixa que se pode revelar mais destrutiva do que a de Pandora. A vaidade não é um defeito per si, mas há momentos em que também não é qualidade. Pior ainda foi a constante maxima de Alegre, igual a Cavaco, de ser independente dos partidos. Como se fosse possível democracias sem partidos...
Mário Soares. Soares foi aviltado nesta campanha e no resultado. A confusão e a incultura que aumentam neste País em combinação com os ódios revanchistas que foram estrategicamente fomentados, levaram a que se instalasse a ideia de que o mais ridículo, que o mais inconveniente, que o inimigo destas eleições era o Dr. Soares e não o Professor Cavaco. Ninguém quis entender os perigos da eleição de Cavaco e jogou-se uma partida de desforra com um passado incompreendido e em que o Dr. Soares foi eleito inquisidor-mor. Soares sofre uma enorme derrota pessoal, dizem que por culpa do tempo em que vivemos, talvez, mas se assim for é porque este é um tempo de ignorância, de falta de cultura, de falência da história. Soares fez o que achava que devia ser feito e merece ser elogiado por isso.
E isto leva-me ao centro, esse grande centrão que elegeu Cavaco à primeira, e deu a maioria a José Sócrates, e nos Açores a Carlos César, e a Berta Cabral, e a Rui Melo, e a José Pedro Cardoso. Ou no continente a Fátima Felgueiras, e a Valentim Loureiro, e a Isaltino Morais. Este Centrão não se importa com a política, despreza os partidos e não entende as ideologias. Este Centrão vota por obrigação e por capricho, ou por birra, ou então por inúmeras razões do foro íntimo, emocional, racional, e quem sabe até intestinal. Este Centrão que não têm mais política do que as contas no final do mês manda hoje no País.
Bom, e agora? Agora o que é que se faz?
Resignamo-nos! Vamos passar de um adorável bébé chorão que fala bem inglês para um sorridente/sisudo sempre em pé que não bebe vinho e que não escolhe um escritor preferido para não ofender os de que não gosta...
À direita não me interessa nada, amanhem-se com o cavaco que escolheram.
À esquerda, principalmente no PS, há um enorme e importante esforço a fazer no arregimentar do partido e dos seus simpatizantes naquilo que realmente importa, nos valores e princípios da esquerda. José Sócrates tem agora a enorme responsabilidade de demonstrar que o PS é um partido que não busca ganhar eleições, que não procura perpetuar-se no poder a qualquer custo. O PS é um partido que pugna pelos princípios e valores da esquerda democrática. Que sabe amparar os seus. Que luta pelos valores humanistas que são a matriz e a herança cultural e histórica da Europa de ontem, de hoje, e de sempre.
Os desafios de Cavaco
...O austero e espartano Cavaco Silva terá que gerir com parcimónia e sapiência o tangencial superávit de votos que mereceu a sua candidatura. Na urna, a favor de Cavaco Silva, a distribuição de votos penalizou o candidato do partido do Governo e, paradoxalmente, apostou em quem terá a árdua tarefa de caucionar a governabilidade do País!
Os trabalhos de Cavaco não serão por certo de dimensão Hercúlea, mas não deixam de constituir um gigantesco desafio, especialmente, na demanda da retoma do caminho certo para a saída do labirinto pantanoso da crise na qual mergulhou o Estado Português. Efectivamente, além do deficit financeiro, cuja etiologia o Professor Cavaco domina, Portugal está corroído por um deficit de credibilidade e de autoridade que o Presidencial Cavaco terá que combater. Foi para esse trabalho que foi eleito e nunca para o condicionamento das opções de política económica do Governo. Aliás, consciente desta realidade contida pelo actual enquadramento Constitucional do regime semi-Presidencialista, Sócrates não teve qualquer pejo de, na última semana de campanha, avalizar um dos maiores aumentos do preço dos combustíveis dos últimos anos.
Logo, o verdadeiro desafio de Cavaco Silva será o de correr a maratona da credibilidade e da autoridade. A corrida que Jorge Sampaio não quis disputar. Na verdade, Sampaio foi um dos principais responsáveis pelo rumo titubeante que Portugal tem trilhado nos últimos anos. Não soube exercer a sua «magistratura de influência» e pontuou o seu consulado com exercícios de retórica capazes de exasperar o mais paciente dos cidadãos. Como se isso não fosse suficiente, guardou sempre junto do coração o cartão de militante Socialista, sucumbindo à tentação de fazer uso do mesmo para dissolver uma Assembleia da República eleita em eleições livres, democráticas e com resultados inequívocos. Todavia, em momento algum Sampaio percebeu que ele próprio não era parte da solução, mas sim do problema. Contra este status quo o povo Português votou em Cavaco Silva, porventura, por julgar que este será parte da solução.
Cavaco Silva possui agora uma musculada legitimação eleitoral tendo alcançado, no primeiro «round», o topo da hierarquia do Estado Português contra uma espécie de «frente popular» que congregou um naipe de notáveis da Esquerda Portuguesa. Esta, como se sabe, não teve a lucidez de arregimentar as suas tropas sob o comando de um só «Comandante», pelo que, pouco valor terão os seus queixumes contra a «moeda» que entrou em circulação a partir de 23 de Janeiro. Habituem-se, pois a dita «moeda», boa ou má conforme o gasto que dá, estará por aí tendo curso legal por largos anos! Valorizar essa moeda será um dos desafios de Cavaco Silva, mas o maior desafio de Cavaco será o de ser, efectivamente, o Presidente de todos os Portugueses...incluindo os Açorianos, especialmente porque nos Açores Cavaco venceu com uma percentagem superior à nacional!
...
Post-Scriptum : Honrosamente Manuel Alegre liderou a Esquerda nestas eleições e paradoxalmente contribuiu para uma retumbante derrota do Partido Socialista e da sua direcção que perdeu, sem apelo nem agravo, não merecendo sequer o benefício da dúvida de uma 2ª volta. Este resultado foi também um enxovalho para Mário Soares e um cartão amarelo ao Eng.º José Sócrates. Este contudo ainda teve a deselegância de «censurar» em directo o discurso de Manuel Alegre. O homem que o boneco da contra informação parodiava com o pregão «a mim ninguém me cala», foi silenciado em directo por José Sócrates, que dolosamente não quis esperar que Manuel Alegre terminasse a sua intervenção. Escandalosamente Sócrates atropelou-o mediaticamente revelando um carácter impróprio de um verdadeiro democrata. Como não há duas sem três resta saber o que Sócrates fará nos próximos tempos a Manuel Alegre.
...
João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de 24 de Janeiro do Jornal dos Açores
Os trabalhos de Cavaco não serão por certo de dimensão Hercúlea, mas não deixam de constituir um gigantesco desafio, especialmente, na demanda da retoma do caminho certo para a saída do labirinto pantanoso da crise na qual mergulhou o Estado Português. Efectivamente, além do deficit financeiro, cuja etiologia o Professor Cavaco domina, Portugal está corroído por um deficit de credibilidade e de autoridade que o Presidencial Cavaco terá que combater. Foi para esse trabalho que foi eleito e nunca para o condicionamento das opções de política económica do Governo. Aliás, consciente desta realidade contida pelo actual enquadramento Constitucional do regime semi-Presidencialista, Sócrates não teve qualquer pejo de, na última semana de campanha, avalizar um dos maiores aumentos do preço dos combustíveis dos últimos anos.
Logo, o verdadeiro desafio de Cavaco Silva será o de correr a maratona da credibilidade e da autoridade. A corrida que Jorge Sampaio não quis disputar. Na verdade, Sampaio foi um dos principais responsáveis pelo rumo titubeante que Portugal tem trilhado nos últimos anos. Não soube exercer a sua «magistratura de influência» e pontuou o seu consulado com exercícios de retórica capazes de exasperar o mais paciente dos cidadãos. Como se isso não fosse suficiente, guardou sempre junto do coração o cartão de militante Socialista, sucumbindo à tentação de fazer uso do mesmo para dissolver uma Assembleia da República eleita em eleições livres, democráticas e com resultados inequívocos. Todavia, em momento algum Sampaio percebeu que ele próprio não era parte da solução, mas sim do problema. Contra este status quo o povo Português votou em Cavaco Silva, porventura, por julgar que este será parte da solução.
Cavaco Silva possui agora uma musculada legitimação eleitoral tendo alcançado, no primeiro «round», o topo da hierarquia do Estado Português contra uma espécie de «frente popular» que congregou um naipe de notáveis da Esquerda Portuguesa. Esta, como se sabe, não teve a lucidez de arregimentar as suas tropas sob o comando de um só «Comandante», pelo que, pouco valor terão os seus queixumes contra a «moeda» que entrou em circulação a partir de 23 de Janeiro. Habituem-se, pois a dita «moeda», boa ou má conforme o gasto que dá, estará por aí tendo curso legal por largos anos! Valorizar essa moeda será um dos desafios de Cavaco Silva, mas o maior desafio de Cavaco será o de ser, efectivamente, o Presidente de todos os Portugueses...incluindo os Açorianos, especialmente porque nos Açores Cavaco venceu com uma percentagem superior à nacional!
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Post-Scriptum : Honrosamente Manuel Alegre liderou a Esquerda nestas eleições e paradoxalmente contribuiu para uma retumbante derrota do Partido Socialista e da sua direcção que perdeu, sem apelo nem agravo, não merecendo sequer o benefício da dúvida de uma 2ª volta. Este resultado foi também um enxovalho para Mário Soares e um cartão amarelo ao Eng.º José Sócrates. Este contudo ainda teve a deselegância de «censurar» em directo o discurso de Manuel Alegre. O homem que o boneco da contra informação parodiava com o pregão «a mim ninguém me cala», foi silenciado em directo por José Sócrates, que dolosamente não quis esperar que Manuel Alegre terminasse a sua intervenção. Escandalosamente Sócrates atropelou-o mediaticamente revelando um carácter impróprio de um verdadeiro democrata. Como não há duas sem três resta saber o que Sócrates fará nos próximos tempos a Manuel Alegre.
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João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de 24 de Janeiro do Jornal dos Açores
domingo, janeiro 22
(...)
A Esquerda perdeu. Perdeu porque quis. E porque Errou. Errou ao depositar na falsa vitalidade de um candidato os imprescindíveis propósitos geradores de consensos. E que sabia serem, à partida, impossíveis de germinar.
Num fim-de-semana de fezadas milionárias, que permitiram alimentar milhões de sonhos irrealizáveis, os portugueses decidiram entregar os destinos do país aos auto-proclamados e propagandeados milagres sebastianistas do sonho, do progresso e da prosperidade económica - como forma de ilusão para a Crise.
Mas a Crise que perpassa este país ultrapassa em muito o valor económico sendo, designadamente, de valores - ao converter a Democracia no seu principal visado.
A noite televisiva disputou as eleições em torno de quem detinha a projecção dos resultados mais fiáveis na previsibilidade da alternância - naquele que se antevê ser um enorme teste a esta imberbe democracia portuguesa.
Convém, igualmente, não esquecer, uma vez mais, que a abstenção nos Açores se cifrou por entre uma das maiores do país em que mais de 50% dos eleitores nem se deu ao trabalho de se expressar constitucionalmente.
Agudizam-se os sintomas de desfasamento entre o eleitorado e os candidatos/partidos/política/orgãos de soberania. Será este o momento oportuno para questionarmos a nossa Democracia!? Ou o formato deste modelo de participação democrática? Será esta uma prioridade do Presidente da República!?
Houve um poeta que me disse que o mundo, tal como está, pode matar.(...) * Esse Poeta foi Manuel Alegre!...
* Cão como Nós (Manuel Alegre/Ed. Círculo de Leitores, 2003)
Num fim-de-semana de fezadas milionárias, que permitiram alimentar milhões de sonhos irrealizáveis, os portugueses decidiram entregar os destinos do país aos auto-proclamados e propagandeados milagres sebastianistas do sonho, do progresso e da prosperidade económica - como forma de ilusão para a Crise.
Mas a Crise que perpassa este país ultrapassa em muito o valor económico sendo, designadamente, de valores - ao converter a Democracia no seu principal visado.
A noite televisiva disputou as eleições em torno de quem detinha a projecção dos resultados mais fiáveis na previsibilidade da alternância - naquele que se antevê ser um enorme teste a esta imberbe democracia portuguesa.
Convém, igualmente, não esquecer, uma vez mais, que a abstenção nos Açores se cifrou por entre uma das maiores do país em que mais de 50% dos eleitores nem se deu ao trabalho de se expressar constitucionalmente.
Agudizam-se os sintomas de desfasamento entre o eleitorado e os candidatos/partidos/política/orgãos de soberania. Será este o momento oportuno para questionarmos a nossa Democracia!? Ou o formato deste modelo de participação democrática? Será esta uma prioridade do Presidente da República!?
Houve um poeta que me disse que o mundo, tal como está, pode matar.(...) * Esse Poeta foi Manuel Alegre!...
* Cão como Nós (Manuel Alegre/Ed. Círculo de Leitores, 2003)
MACAQUINS 4 - 2ª SEMANA
sábado, janeiro 21
ÍCONES DO SEC XX - # 6
«All animals are equal but some animals are more equal than others»
...
George Orwell foi o nome literário, ou pen name como lhe chamam nas terras de sua Majestade, de Eric Arthur Blair nascido na Indía, Jóia da Coroa Britânica, e que viveu os verdes anos da sua juventude na não menos verdejante Inglaterra. A adopção do seu pseudónimo resultou da conjugação do nome George, em tributo ao Santo Patrono da Inglaterra, com o apelido Orwell referente ao rio de Suffolk inscrito no mapa da geografia sentimental do escritor. Em suma: George Orwell foi um verdadeiro e genuíno Inglês.
Educado no prestigiado Eton College carregou, para o resto da sua vida, o lastro civilizacional da «lower-upper-middle class» típico de uma geração apanhada no meio das convulsões do Sec. XX.
Em 1921 parte para a colónia de Burma para servir no corpo da Indian Imperial Police. Regressa à Europa em 1927 tendo sido contagiado por uma virulenta repulsa do Imperialismo. Esse asco é bem retratado em «Burma Days», uma novela editada em 1934, e que é uma mordaz e impiedosa crítica ao Imperialismo Britânico. Contudo, bem ao estilo de Orwell, a crítica faz-se pelo retrato da corrupção moral de um indígena que, com as armas da burocracia do Império, ascende a magistrado local com total domínio dos podres da colónia.
Antes dessa novela Orwell faz a sua estreia literária em 1933 com o livro «Down and Out in Paris and London». Este é um relato «jornalístico» da pobreza urbana, que o próprio Orwell sentiu na pele, e que reflecte indubitavelmente a influência literária de Jack London que, como se sabe, publicou o notável «Povo do Abismo» retratando o quotidiano lupanar dos indigentes na cidade de Londres no início do Sec. XX. Entre nós o referido Livro de Jack London está traduzido pela mão da Antígona e merece uma leitura em paralelo com «The Road to Wigan Pier» (também traduzido recentemente pela Antígona e absolutamente indispensável em qualquer Biblioteca!), outra grande obra de Orwell que relata cruamente o dia-a-dia dos mineiros. Esta obra causou polémica entre a esquerda Britânica, especialmente no interior do seu partido, o Independent Labour Party, pois a obra encomendada para reportar as condições de vida das classes trabalhadoras do norte de Inglaterra tinha ido além do desejado. Em «Wigan Pier» Orwell deixa exposta uma radiografia desapiedada do real socialismo, porquanto, «maioria dos socialistas de classe média, embora em teoria concordem com uma sociedade sem classes, agarram-se com unhas e dentes aos seus miseráveis restos de prestígio social.»
Mais tarde, em 1936, George Orwell encontra-se nas «trincheiras» Republicanas tomando assim partido na Guerra Civil Espanhola até que, gravemente ferido no pescoço, é obrigado a abandonar a sua militância «republicana» em terras ibéricas. Desses dias fica mais um registo autobiográfico em «Homenagem à Catalunha» e um processo de perseguição política perpetrado pelos comunistas alegando a conduta desviante e supostamente anarco-trotskysta do antigo camarada de armas.
Durante a II Grande Guerra, George Orwell, foi um activista convicto da sua Pátria o que se percebe bem no ensaio «My Country Right or Left» pois, afinal de contas, «Patriotism has nothing to do with conservatism. It is devotion to something that is changing but is felt to be mystically the same.». Ao proferir estas sábias palavras por certo que Orwell tinha em mente a tradição Democrática, Liberal e Parlamentar da sua Pátria.Efectivamente, Orwell foi um socialista que sempre repudiou os quatro ismos: Imperialismo-Fascismo-Comunismo-Capitalismo!
A sua obra é, consequentemente, uma reflexão sobre a condição humana e um hino à Liberdade. Daí que tenha produzido «Animal Farm» (1946) e «1984» (1949), duas notáveis e seminais obras literárias amplamente divulgadas Mundo fora (pelo menos no Mundo Livre).
«All animals are equal but some animals are more equal than others» é um axioma deOrwell que, infelizmente, não perdeu o prazo de validade. A obra e a vida de George Orwell são, ainda hoje, uma notável declaração de princípios contra o totalitarismo, e o adjectivo Orwelliano ainda serve para resumir o sentido de um governo inimigo da Liberdade.
Orwell sempre quis ser um «escritor» e é como tal que será recordado entre os melhores do seu tempo. Em «Why I Write» o escritor Orwell mergulha nas razões da sua circunstância pessoal para perceber a motivação da pulsão que sentia pela escrita desde a infância. Em conclusão arriscou afirmar que o que faz correr a pena de qualquer escritor resume-se a «puro egoísmo», «entusiasmo estético», «impulso histórico», e «um objectivo político», o.s. «desire to push the world in a certain direction, to alter other people´s idea of the kind of society that they should strive after. No book is genuinely free from political bias. The opinion that art should have nothing to do with politics is itself a political atitude.».
Pena é que os seus livros sejam escassamente traduzidos entre nós, contribuindo para o caudal de uma geração «analfabruta» que até arriscaria afirmar que o autor da celebérrima advertência «Big Brother is watching you» é também o criador do «Big Brother», o globalizado TV-Show que usurpou e descontextualizou as palavras de Orwell.
George Orwell morreu em 21 de Janeiro de 1950 vítima de tuberculose contraída nos seus tempos de indigência .
...
posted by João Nuno Almeida e Sousa
sexta-feira, janeiro 20
3 em 1 - shampoo+amaciador+anti-caspa
1 - Como os filmes do Fantasporto editados pelo Público teimam em não chegar aos Açores, os amantes de cinema fantástico tem já disponível no mercado regional o Vencedor do Grande Prémio Fantasporto 2005, "Nothing" de Vicenzo Natali.
2 - E por falar em Fantasporto e festivais, anda também por aí o nº 2 da Fest a revista de todos os festivais, cinema, música, teatro, artes plásticas e muito, muito mais...
3 - E por falar em cinema, o Macaquins atingiu hoje o simpático número de 700 espectadores. A próxima semana promete ser ainda mais animada, com todas as sessões praticamente esgotadas e a exigir a programação de sessões extra para o penúltimo dia da mostra para o qual já estão reservados mais de 500 lugares.
2 - E por falar em Fantasporto e festivais, anda também por aí o nº 2 da Fest a revista de todos os festivais, cinema, música, teatro, artes plásticas e muito, muito mais...
3 - E por falar em cinema, o Macaquins atingiu hoje o simpático número de 700 espectadores. A próxima semana promete ser ainda mais animada, com todas as sessões praticamente esgotadas e a exigir a programação de sessões extra para o penúltimo dia da mostra para o qual já estão reservados mais de 500 lugares.
arte pública
Podem gostar ou odiar, podem elogiar ou criticar, podem mesmo votar à total indiferença, mas o que é inaceitável é o desrespeito com que uma cidade, no seu todo, trata uma obra de arte. E quando é a própria Câmara Municipal de Ponta Delgada que não é capaz de dar o exemplo então é que está mesmo tudo perdido. Desde que estas peças do escultor Ricardo Lalanda foram colocadas no lado norte da Igreja Matriz de Ponta Delgada que, pobres coitadas, têm sido alvo das mais inimagináveis barbaridades - elas são cinzeiros, são caixotes de lixo, são bancos para trolhas em hora de almoço, são baias de estacionamento, são até espaço para estacionamento de aspiradores públicos...
A forma como nos relacionamos com o espaço público é revelador da nossa cultura, é revelador daquilo que somos. Podem gostar ou não das esculturas mas respeitem-nas.
UNS PERCEBERÃO..., OUTROS NÃO.
"EUROPART é uma exposição de arte pública que reúne 75 artistas de todos os países membros da União Europeia (UE), bem como dos países candidatos, e assinala a passagem da presidência da UE para a Áustria. As peças estão dispostas em cerca de 400 painéis publicitários pela cidade de Viena e podem ser vistas até ao final de Janeiro.
A ideia central do projecto é representar uma diversidade de visões artísticas sobre a noção de território, presente e futuro, tendo como pano de fundo o espaço europeu na sua heterogeneidade social e histórica. O projecto pretende ser uma reflexão alargada sobre a Europa como palco de transformações políticas e sociais e a consequente criação de espaços geográficos, mentais, públicos ou privados. A dimensão pública dos trabalhos, que são apresentados no contexto urbano, pretende ter uma vocação interventiva, interpelando directamente a atenção dos transeuntes.
As artistas portuguesas Inês Botelho, Maria Lusitano e Margarida Gouveia integram a exposição ao lado de nomes como Esra Ersen, Valie Export ou o colectivo 0100101110101101.org.
Está prevista a edição de um catálogo sobre o projecto que conta com textos de Marina Grzinic, Raimundas Malasauskas, e dos comissários da mostra Ursula Maria Probst & Walter Seidl."
É certo que o número não era tão grande, nem os nomes tão sonantes, mas os Açores também não iam assumir nenhuma presidência...
A ideia central do projecto é representar uma diversidade de visões artísticas sobre a noção de território, presente e futuro, tendo como pano de fundo o espaço europeu na sua heterogeneidade social e histórica. O projecto pretende ser uma reflexão alargada sobre a Europa como palco de transformações políticas e sociais e a consequente criação de espaços geográficos, mentais, públicos ou privados. A dimensão pública dos trabalhos, que são apresentados no contexto urbano, pretende ter uma vocação interventiva, interpelando directamente a atenção dos transeuntes.
As artistas portuguesas Inês Botelho, Maria Lusitano e Margarida Gouveia integram a exposição ao lado de nomes como Esra Ersen, Valie Export ou o colectivo 0100101110101101.org.
Está prevista a edição de um catálogo sobre o projecto que conta com textos de Marina Grzinic, Raimundas Malasauskas, e dos comissários da mostra Ursula Maria Probst & Walter Seidl."
É certo que o número não era tão grande, nem os nomes tão sonantes, mas os Açores também não iam assumir nenhuma presidência...
quinta-feira, janeiro 19
CURTAS e RÁPIDAS # 5
Ontem, um tal de José Tavares, ex-coordenador do Plano Tecnológico, lembrou-se de confrontar o primeiro-ministro numa sessão pública acerca do acordo que o Governo estará prestes a assinar com o M.I.T. de Cambridge, Massachusetts. Fiquei estarrecido com o topete. Hoje, ao ouvir o Ministro Mariano Gago na Sic-Notícias, já passei o serão mais descansado, porque um Estado que quer ser respeitado tem de saber dar-se ao respeito. Espero que o senhor Ministro e o seu Secretário de Estado, Manuel Heitor, façam uma viagem proveitosa a Boston nos finais deste mês. Se há dossiê que deve ser tratado sem ruído, é este.
E também espero que lá para o segundo ou terceiro landing em Logan, já vá alguém do Governo Regional integrado na comitiva ministerial.
BLOGUE DE NOTAS
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O jornal Expresso das Nove passará a ter uma nova rubrica (a partir do próximo mês de Fevereiro) intitulada «Blogue de Notas», na qual facultará aos seus leitores uma selecção de textos veiculados através da blogosfera regional, nacional e internacional.
Segundo o seu director, Luís Sousa Bastos, «esta é uma forma de o Expresso das Nove reconhecer, sem complexos, o importante significado e a projecção que, no mundo global da comunicação, alguns blogues e seus autores têm vindo merecidamente a conquistar».
O Expresso das Nove, único semanário de âmbito regional que se publica nos Açores, tem, nos últimos meses, vindo a renovar-se, quer ao nível de conteúdos globais, quer de colaboradores.
...
O estilo, a afabilidade, e «modernidade» do Luís Bastos fariam dele um excelente coordenador do «Blogue de Notas» / em suma uma interessante iniciativa (que já foi aplicada com êxito no malogrado jornal «A Capital») e que nos deixa suspensos na expectativa da edição inaugural do 1º BN...entretanto vou ler as argoladas e o resto da edição de amanhã
O jornal Expresso das Nove passará a ter uma nova rubrica (a partir do próximo mês de Fevereiro) intitulada «Blogue de Notas», na qual facultará aos seus leitores uma selecção de textos veiculados através da blogosfera regional, nacional e internacional.
Segundo o seu director, Luís Sousa Bastos, «esta é uma forma de o Expresso das Nove reconhecer, sem complexos, o importante significado e a projecção que, no mundo global da comunicação, alguns blogues e seus autores têm vindo merecidamente a conquistar».
O Expresso das Nove, único semanário de âmbito regional que se publica nos Açores, tem, nos últimos meses, vindo a renovar-se, quer ao nível de conteúdos globais, quer de colaboradores.
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O estilo, a afabilidade, e «modernidade» do Luís Bastos fariam dele um excelente coordenador do «Blogue de Notas» / em suma uma interessante iniciativa (que já foi aplicada com êxito no malogrado jornal «A Capital») e que nos deixa suspensos na expectativa da edição inaugural do 1º BN...entretanto vou ler as argoladas e o resto da edição de amanhã
Os Anónimos
O grande vírus actual da blogoesfera, vírus pior que a gripe das aves, são os anónimos. A epidemia é tão grande, é uma verdadeira blogopandemia, que é inevitável escrever sobre eles. Os anónimos são um fenómeno engraçado, primeiro porque um anónimo nunca se reconhece como tal, para si o anónimo não o é, ainda para mais porque o anónimo tem sempre a esperança de deixar de o ser, de ser reconhecido. Depois há uma questão essencial que é o facto do anónimo ser um carente, o anónimo precisa de nós para viver, precisa dos nossos posts, dos nossos comentários, dos nossos blogues, sozinho o anónimo não existe. Há vários tipos de anónimos. Há o anónimo tímido, que só é anónimo por fraqueza, ou por vergonha. Esse é o mais benigno dos anónimos e é aquele que mais rapidamente deixa de o ser. Há o anónimo irritante, aquele que só o é para chatear, para massacrar o juízo até à exaustão. Esse é o mais maligno dos anónimos. Pelo meio há um imenso rol de outros anónimos. O vaidoso, que não se revela por se achar muito melhor do que nós todos. O Falso, que é conhecido de todos mas que assume temporariamente a condição de anónimo para bem da ironia e do humor. O masoquista, que lança farpas anónimas só para ser insultado. O dissimulado, que recorre a identidades falsas só para ser descoberto. O cobarde, que só é capaz de dizer as coisas enquanto anónimo e que nos encontra na rua e cumprimenta e sorri e se calhar até fala connosco e baba-se por dentro, este aliás está muito próximo de outro que é o sádico que insulta anonimamente para ver outros concordarem com ele. O esquizofrénico, que tem alucinações e inventa questões sem que ninguém tenha sequer tocado em algo próximo do que ele diz. E há o anónimo estúpido, que tudo o que diz só o afecta e diminui a ele. Enfim, são muitos os tipos de anónimos assim como são muitas as maneiras de lidar com eles. A melhor de todas é ignorar, outra é rezar. Abrimos as caixas de comentários e enquanto lemos os disparates dos anónimos trauteamos internamente uma Ave Maria cheia de graça. Outra ainda é ser o anónimo do anónimo, responder na mesma moeda, ora concordando ora discordando do anónimo, dando corda até ao fim. Mas no fundo no fundo todos os anónimos são burros, porque que valor pode ter a opinião de quem nem sequer o nome é capaz de dar para sustentar essa opinião.
Este post foi inspirado pela crónica O Chato É Antes De Tudo Um Forte de Arnaldo Jabor do livro Amor é Prosa Sexo é Poesia.
Este post foi inspirado pela crónica O Chato É Antes De Tudo Um Forte de Arnaldo Jabor do livro Amor é Prosa Sexo é Poesia.
Piano Blues-Clint Eastwood
Piano Blues integra uma série de 8 programas, produzidos por Martin Scorcese, com o título de «The Blues» e dirigidos cada um por um realizador diferente.
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Este «Piano Blues» coube a Clint Eastwood que, para quem não sabe, também toca piano, embora não conste que fale francês...Um filme-documentário com gravações históricas de um rol de estrelas, designadamente, Count Basie & His band ; Fats Domino ; Art Tatum ; Ray Charles ; Duke Ellington, Charles Mingus & Max Roach ; Thelonious Monk ; e Dave Brubeck.
ABSOLUTAMENTE INDISPENSÁVEL pelas 23 h e 15 minutos (hora de Lisboa)...22h15 LOCAL TIME na RTP-2
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Este «Piano Blues» coube a Clint Eastwood que, para quem não sabe, também toca piano, embora não conste que fale francês...Um filme-documentário com gravações históricas de um rol de estrelas, designadamente, Count Basie & His band ; Fats Domino ; Art Tatum ; Ray Charles ; Duke Ellington, Charles Mingus & Max Roach ; Thelonious Monk ; e Dave Brubeck.
ABSOLUTAMENTE INDISPENSÁVEL pelas 23 h e 15 minutos (hora de Lisboa)...22h15 LOCAL TIME na RTP-2
quarta-feira, janeiro 18
VOX POPULI
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«fumar cigarros é o acto mais anti-cultural que existe: calculem quantos livros poderiam ser feitos com todo o papel que se queima!»
Paulo Cunha Porto, terça-feira, 17 de Janeiro no Misantropo Enjaulado.
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supermarket art by DANA WYSE
Jesus Had A Sister Productions 1996-2003
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«As travessias do deserto de dez anos, como a que fez Cavaco Silva, já são de outro tempo. Não havia net...»
Pedro Santana Lopes, terça-feira 10 de Janeiro na Sic Notícias.
«Era sabido que Cavaco Silva teria um score destacado em qualquer sondagem. O suicídio político de Santana Lopes em versão PM, a orfandade da direita política sem o seu Paulinho das feiras, a conveniência do PSD do surfista Marques Mendes em alinhar na onda, o oportunismo táctico do PP e a agenda de interesses da maioria das nossas elites empresariais, sempre interessadas em vender aos espanhóis e a refugiar-se no imobiliário com a cumplicidade da Banca, acabariam sempre por gerar e financiar a mais previsível solução política do Portugal pós 25 de Abril: o avanço do esfíngico Cavaco para Belém.»
José San-Bento, Sábado 14 de Janeiro no Jornal dos Açores.
«Não serão duas muletas, nem nenhuma lesão desportiva que impedirão nenhum Socialista de fazer o que deve: apoiar Mário Soares.»
José Sócrates, Sábado 14 de Janeiro, no comício do Porto do «MASP III»
«Portugal é o país mais desigual e mais pobre da União Europeia.»
Título do Público baseado nos dados do Eurostat, Domingo de 16 Janeiro
«Tal como o bofetão, a tortura, a prisão sem acusação e o interrogatório agressivo, também, numa sociedade decente, a escuta telefónica deve ser abolida.»
António Barreto, Domingo 16 de Janeiro no Público.
«Pergunta o suplemento Fugas do Público a todos os candidatos: «Qual o seu vinho favorito?» Resposta do mui respeitado e respeitoso Senhor professor: «Não costumo beber vinhos». Os seus hábitos de leitura ou cinéfilos, não podemos saber. Nem, evidentemente, as opiniões políticas. Mutismo integrante da campanha direitinha. Mas perder a oportunidade para passar a imagem de rigoroso, poupado e humilde é que não. Cavaco Silva não bebe, portanto. Mas sabe, como acrescenta à resposta ao Fugas, que os vinhos portugueses é que são os bons vinhos...» (*)
Joana Amaral Dias, Sábado 14 de Janeiro, no Bicho Carpinteiro.
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(* - pessoalmente e porque gosto muito de vinho não posso deixar de registar que a melhor escolha foi a de Manuel Alegre com um portentoso e Lusitano tinto que dá pelo nome de Quinta de Foz de Arouce -)
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
«fumar cigarros é o acto mais anti-cultural que existe: calculem quantos livros poderiam ser feitos com todo o papel que se queima!»
Paulo Cunha Porto, terça-feira, 17 de Janeiro no Misantropo Enjaulado.
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supermarket art by DANA WYSE
Jesus Had A Sister Productions 1996-2003
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«As travessias do deserto de dez anos, como a que fez Cavaco Silva, já são de outro tempo. Não havia net...»
Pedro Santana Lopes, terça-feira 10 de Janeiro na Sic Notícias.
«Era sabido que Cavaco Silva teria um score destacado em qualquer sondagem. O suicídio político de Santana Lopes em versão PM, a orfandade da direita política sem o seu Paulinho das feiras, a conveniência do PSD do surfista Marques Mendes em alinhar na onda, o oportunismo táctico do PP e a agenda de interesses da maioria das nossas elites empresariais, sempre interessadas em vender aos espanhóis e a refugiar-se no imobiliário com a cumplicidade da Banca, acabariam sempre por gerar e financiar a mais previsível solução política do Portugal pós 25 de Abril: o avanço do esfíngico Cavaco para Belém.»
José San-Bento, Sábado 14 de Janeiro no Jornal dos Açores.
«Não serão duas muletas, nem nenhuma lesão desportiva que impedirão nenhum Socialista de fazer o que deve: apoiar Mário Soares.»
José Sócrates, Sábado 14 de Janeiro, no comício do Porto do «MASP III»
«Portugal é o país mais desigual e mais pobre da União Europeia.»
Título do Público baseado nos dados do Eurostat, Domingo de 16 Janeiro
«Tal como o bofetão, a tortura, a prisão sem acusação e o interrogatório agressivo, também, numa sociedade decente, a escuta telefónica deve ser abolida.»
António Barreto, Domingo 16 de Janeiro no Público.
«Pergunta o suplemento Fugas do Público a todos os candidatos: «Qual o seu vinho favorito?» Resposta do mui respeitado e respeitoso Senhor professor: «Não costumo beber vinhos». Os seus hábitos de leitura ou cinéfilos, não podemos saber. Nem, evidentemente, as opiniões políticas. Mutismo integrante da campanha direitinha. Mas perder a oportunidade para passar a imagem de rigoroso, poupado e humilde é que não. Cavaco Silva não bebe, portanto. Mas sabe, como acrescenta à resposta ao Fugas, que os vinhos portugueses é que são os bons vinhos...» (*)
Joana Amaral Dias, Sábado 14 de Janeiro, no Bicho Carpinteiro.
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(* - pessoalmente e porque gosto muito de vinho não posso deixar de registar que a melhor escolha foi a de Manuel Alegre com um portentoso e Lusitano tinto que dá pelo nome de Quinta de Foz de Arouce -)
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
BTL
Mais uma vez a Bolsa de Turismo de Lisboa toma de assalto o centro das atenções mediáticas e da inteligência regional. Estes dias de Janeiro transformam-se num imenso oceano de teorias, intenções e projectos mais ou menos relacionados com turismo e com isso uma catrafada de jornalistas, políticos e outros satélites vai de férias a Lisboa. Neste momento a única coisa que tenho a dizer sobre este assunto está num post meu de Janeiro de 2004:
Turismo
Por estes dias as ilhas ficam vazias de governantes. Autarcas, assessores de autarcas, Directores Regionais, assessores de directores regionais, Secretários Regionais, assessores de secretários regionais. Está tudo para Lisboa, quais salteadores, intrépidos, em busca do novo Graal açoriano, elixir da eterna riqueza, vaca do leite de ouro: o Turismo. Por alturas da BTL os Açores ficam, em suma, mais aprazíveis, ausentes de políticos. (Se bem que por cá ainda ficam alguns Presidentes de Junta...) Criou-se nos Açores o mito de que este nosso simpático arquipélago é um paradisíaco destino turístico e que essa industria vai salvar o futuro económico da Região. Só que no meio da euforia ainda ninguém explicou que tipo de turismo querem para os Açores. Isso faz toda a diferença.
terça-feira, janeiro 17
ÍCONES DO SEC.XX - # 5
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ALI - THE GREATEST
Nascido como Cassius Marcelus Clay (em honra de um abolicionista com o mesmo nome) foi na têmpera de uma personalidade forte, e de um estilo flamboyant de Boxer, resumida na célebre fórmula: «Float like a butterfly, sting like a bee», que se forjou Muhammad Ali.
Carismático como poucos, «The Greatest» para muitos, Ali foi nos anos 60 e 70 uma celebridade internacional e seguramente um dos maiores atletas do Sec. XX, vencendo o título de campeão do mundo de pesos pesados de boxe em 1964, 1974, and 1978.
Nado e criado em Louisville, no Estado de Kentucky, cedo sentiu na pele a injustiça de uma ordem social estruturada na diferença de pigmentação epidérmica dos cidadãos. Contudo, não teve a inteligência emocional para se esquivar do racismo militante da Nação do Islão. Logo, o seu activismo político ficou colado ao radicalismo dos Black Muslims que proclamavam a superioridade da raça negra com a consequente apologia de uma ética de separação racial. A sua amizade com Malcom X e a presença deste no primeiro combate que lhe concedeu o título de campeão do Mundo em 1964, no qual derrotou Sonny Liston, bafejaram-no com o suficiente entusiasmo para anunciar a sua fé e renegar o seu nome de «escravo». Aí nascia Muhammad Ali. Nesse combate, o Campeão em título, ao 7º Round atirou a toalha ao tapete e no ano seguinte não teve hipótese de desforra pois, logo no 1º Round, «beijou» o tapete por KO. Ali, tinha razão em 64 quando se auto proclamou «King of the World».
Depois de bater Liston, Muhammad Ali defendeu consecutivamente o título de Campeão até que o perdeu num 1º Round disputado contra a Justiça. Efectivamente, em 1967 Cassius Clay recusou ser incorporado no Exército, porventura, pelo facto de o Estado ter-se recusado a aceitar o seu nome, pelo que, chamado «às sortes» como Cassius Clay desobedeceu civilmente enquanto Muhammad Ali. Consequentemente, com o País em guerra, a Federação de Boxe retirou-lhe o título e a licença para combater e, na primeira instância Judicial, foi condenado a cinco anos de prisão efectiva. Durante 4 anos esteve privado de lutar até que em 1971 o Supremo Tribunal, com base no estatuto de objector de consciência e por «motivos religiosos» revogou a Sentença inicial. Ali era novamente um homem livre e um ícone contra a Guerra do Vietname. O Estado pela mão do Supremo Tribunal de Justiça tutelou a sua defesa na qual Ali afirmara com pompa mediática: «I ain't got no quarrel with the Vietcong.».
No regresso ao ringue perdeu para Joe Frazier mas, no ano seguinte, derrotou-o desafiando de seguida o titânico George Foreman num combate que teve lugar no Zaire e que ficou conhecido por «Rumble in the Jungle» !
Em 1978 derrotou Leon Spinks reconquistando o título de campeão e em 1979 retirou-se da competição. Na sua carreira contam-se um total de 61 combates dos quais venceu 56, sendo 37 deles por K.O. ! Foi tri-campeão do Mundo de Pesos Pesados.
Após a sua reforma da arena do Boxe revelou em 1984 sofrer de encefalopatia crónica por desgaste do cerebellum e do tecido cerebral em geral. Padecia do que no millieu do Boxe dá pelo nome de «dementia pugilistica», que cedo lhe privou de movimentos, e lhe tolheu a língua afiada e temperamental que durante anos fez correr hectolitros de tinta nos jornais.
Muhammad Ali é um ícone na galeria de celebridades do Sec. XX pois na sua pessoa congregou a excelência de um dos mais exigentes desportos do Mundo com a mediatização da sua carreira e a controvérsia das suas atitudes. Entre tantas e variadas consta que depois de ter sido impedido de comer num «whites-only» restaurant atirou ao Rio Ohio a Medalha de Ouro de Campeão Olímpico, ganha em 1960 nas Olimpíadas de Roma.Após a aparição surpresa na cerimónia de abertura das Olimpíadas de Atlanta 1996 foi-lhe oferecida uma réplica da renegada Medalha de Ouro de 1960. Recentemente em 2005 foi agraciado com a Medalha Presidencial da Liberdade.
O sangue do lutador corre agora nas veias da sua filha Laila Ali. Muhammad Ali, no passado, sem saber o que o futuro lhe reservava, tinha opinião pouco meritória do boxe feminino, pela simples razão de que entendia que as mulheres não tinham sido feitas para serem esmurradas no peito e no rosto.
Cassius Muhammad Ali nasceu a 17 de Janeiro de 1942. Longe vão os dias de campeão e ídolo de uma geração que com ele irmanava no grito: «I'm young, I'm pretty, I'm fast, and no one can beat me.»
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
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ALI - THE GREATEST
Nascido como Cassius Marcelus Clay (em honra de um abolicionista com o mesmo nome) foi na têmpera de uma personalidade forte, e de um estilo flamboyant de Boxer, resumida na célebre fórmula: «Float like a butterfly, sting like a bee», que se forjou Muhammad Ali.
Carismático como poucos, «The Greatest» para muitos, Ali foi nos anos 60 e 70 uma celebridade internacional e seguramente um dos maiores atletas do Sec. XX, vencendo o título de campeão do mundo de pesos pesados de boxe em 1964, 1974, and 1978.
Nado e criado em Louisville, no Estado de Kentucky, cedo sentiu na pele a injustiça de uma ordem social estruturada na diferença de pigmentação epidérmica dos cidadãos. Contudo, não teve a inteligência emocional para se esquivar do racismo militante da Nação do Islão. Logo, o seu activismo político ficou colado ao radicalismo dos Black Muslims que proclamavam a superioridade da raça negra com a consequente apologia de uma ética de separação racial. A sua amizade com Malcom X e a presença deste no primeiro combate que lhe concedeu o título de campeão do Mundo em 1964, no qual derrotou Sonny Liston, bafejaram-no com o suficiente entusiasmo para anunciar a sua fé e renegar o seu nome de «escravo». Aí nascia Muhammad Ali. Nesse combate, o Campeão em título, ao 7º Round atirou a toalha ao tapete e no ano seguinte não teve hipótese de desforra pois, logo no 1º Round, «beijou» o tapete por KO. Ali, tinha razão em 64 quando se auto proclamou «King of the World».
Depois de bater Liston, Muhammad Ali defendeu consecutivamente o título de Campeão até que o perdeu num 1º Round disputado contra a Justiça. Efectivamente, em 1967 Cassius Clay recusou ser incorporado no Exército, porventura, pelo facto de o Estado ter-se recusado a aceitar o seu nome, pelo que, chamado «às sortes» como Cassius Clay desobedeceu civilmente enquanto Muhammad Ali. Consequentemente, com o País em guerra, a Federação de Boxe retirou-lhe o título e a licença para combater e, na primeira instância Judicial, foi condenado a cinco anos de prisão efectiva. Durante 4 anos esteve privado de lutar até que em 1971 o Supremo Tribunal, com base no estatuto de objector de consciência e por «motivos religiosos» revogou a Sentença inicial. Ali era novamente um homem livre e um ícone contra a Guerra do Vietname. O Estado pela mão do Supremo Tribunal de Justiça tutelou a sua defesa na qual Ali afirmara com pompa mediática: «I ain't got no quarrel with the Vietcong.».
No regresso ao ringue perdeu para Joe Frazier mas, no ano seguinte, derrotou-o desafiando de seguida o titânico George Foreman num combate que teve lugar no Zaire e que ficou conhecido por «Rumble in the Jungle» !
Em 1978 derrotou Leon Spinks reconquistando o título de campeão e em 1979 retirou-se da competição. Na sua carreira contam-se um total de 61 combates dos quais venceu 56, sendo 37 deles por K.O. ! Foi tri-campeão do Mundo de Pesos Pesados.
Após a sua reforma da arena do Boxe revelou em 1984 sofrer de encefalopatia crónica por desgaste do cerebellum e do tecido cerebral em geral. Padecia do que no millieu do Boxe dá pelo nome de «dementia pugilistica», que cedo lhe privou de movimentos, e lhe tolheu a língua afiada e temperamental que durante anos fez correr hectolitros de tinta nos jornais.
Muhammad Ali é um ícone na galeria de celebridades do Sec. XX pois na sua pessoa congregou a excelência de um dos mais exigentes desportos do Mundo com a mediatização da sua carreira e a controvérsia das suas atitudes. Entre tantas e variadas consta que depois de ter sido impedido de comer num «whites-only» restaurant atirou ao Rio Ohio a Medalha de Ouro de Campeão Olímpico, ganha em 1960 nas Olimpíadas de Roma.Após a aparição surpresa na cerimónia de abertura das Olimpíadas de Atlanta 1996 foi-lhe oferecida uma réplica da renegada Medalha de Ouro de 1960. Recentemente em 2005 foi agraciado com a Medalha Presidencial da Liberdade.
O sangue do lutador corre agora nas veias da sua filha Laila Ali. Muhammad Ali, no passado, sem saber o que o futuro lhe reservava, tinha opinião pouco meritória do boxe feminino, pela simples razão de que entendia que as mulheres não tinham sido feitas para serem esmurradas no peito e no rosto.
Cassius Muhammad Ali nasceu a 17 de Janeiro de 1942. Longe vão os dias de campeão e ídolo de uma geração que com ele irmanava no grito: «I'm young, I'm pretty, I'm fast, and no one can beat me.»
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
um Mário Soares vitorioso
Grassa por aí o tremendo equívoco de que Mário Soares se prepara para ser imolado no cepo do pelourinho democrático. Algumas cabeças bem pensantes esforçam-se por nos convencer que uma possível derrota de Soares, catastrófica então se for na cauda de Alegre, constitui a maior e mais triste derrota de um político que devia ter tido o bom senso de, qual prima-dona em reforma dourada, se manter longe dos palcos eleitorais. Há neste pensamento algo que não joga. Eu percebo a estratégia, mas, meus amigos, isto manifestamente não cola. É que a democracia não tem faixa etária, nem cátedra, nem jubilação. A democracia é um vivencia diária aberta a todos os escalões etários, acima dos 18 anos e que eu saiba até hoje sem nenhuma lei que imponha o abaixo dos 81. Seja qual for o resultado das eleições de 22 deste mês Mário Soares sairá sempre triunfante. Ganhou a batalha pelo debate democrático, ganhou a batalha pela república, pelo parlamentarismo, pelo sistema partidário, pela política feita de gente, gente com alma, com defeitos, com emoções, gente que come bolo-rei em público sem medo, gente humana. O que Mário Soares veio a terreiro demonstrar é que a verdadeira democracia é feita por pessoas e não por santos de pau oco imbuídos de falsos poderes mágicos. Soares, ao contrário de outros, mais novos, talvez com maiores obrigações neste confronto do que ele, não se absteve de entrar no confronto, expondo-se de forma aberta e enormemente corajosa, numa batalha pela democracia de 1974. Esse, seja qual for o resultado de 22, será sempre o seu grande legado. Soares levanta-se contra um candidato que não bebe, que nem sequer um livro preferido é capaz de nomear, um candidato que não discute, que não debate, que acredita no pensamento único, um candidato que fugiu da arena desde 1995 para agora vir enganar as pessoas com uma falsa imitação de Roque Santeiro de Boliqueime. Aconteça o que acontecer no dia 22, Soares é vitorioso porque não se absteve de fazer o que precisava de ser feito - lutar pelos valores da democracia.
via Arioplano
Domingo e em directo será a apoteose da consagração do vencedor desta corrida à Portuguesa...os restantes concorrentes estão condenados a apascentar na aridez da travessia do deserto que, como se sabe, é o habitual destino dos vencidos nestas lides.
segunda-feira, janeiro 16
Curto exercício de contraditório
...assim, há que exortar as virtudes salvificas do professor. Do grande especialista em finanças e conhecedor de dossiers que irá em passes de mágica incutir confiança no povo português. Efectivamente, e numa mitomania que não convence ninguém, Cavaco Silva engendrou um discurso de campanha centrado no seu umbigo e na delirante visão de que ele é o grande arquitecto de todas as reformas do Portugal Moderno e que só ele poderá, porque é filho de famílias pobres e muito trabalhador, levar Portugal para o Futuro. Sabendo que é apenas parte da história omite os episódios negros dos anos em que teve na mão o leme do país e aparece apostado em fazer passar a imagem de um homem de consensos coisa que nunca foi. A obsessão permanente em recusar o diálogo, a fuga ao debate político, que vai equilibrando com uma esperança mítica no futuro do país, mostra o deserto de ideias da campanha de Cavaco Silva, deixando no ar a triste miragem de que afinal o grande Salvador da República Portuguesa é um mero joguete nas mãos dos caciques do poder capitalista... um apparatchik laranja igual a tantos outros.
OS DIAS DO FIM
Finalmente José Sócrates veio dar o braço a Mário Soares. No Porto, apelando à mobilização de todos, o Primeiro Ministro entrou de muletas na campanha para decretar que «um Presidente da República não é eleito em função das conveniências do Governo. Apoiamos Soares porque isso convém a Portugal».
Claro está que nesta doutrina há um grosseiro lapsus linguae pois o apoio da candidatura a Mário Soares convém sobremaneira ao Partido Socialista. É uma dupla conveniência, porquanto, a eventual eleição de Mário Soares a par de revestir a jubilação de uma carreira seria também uma caução para a rédea livre das políticas do Governo de José Sócrates. Dito de outro modo: há um regresso ao passado que garante a sobrevivência do presente avalizando o futuro imediato.
Mas o certo é que Mário Soares não simboliza o futuro! Para contornar a realidade geriátrica da candidatura do Partido Socialista, Mário Soares remeteu-se à evocação de um passado nostálgico cujas virtudes atribui a si próprio. Nesse mesmo álbum de memórias o «mafarrico» é Cavaco, pai infausto de todas as iniquidades que se abateram sobre Portugal e, em contraponto, a família Soarista é a mãe de todas as prebendas que nos foram outorgadas.
Assim, há que reforçar o curriculum do paterfamilias que além de ex-Primeiro-Ministro, ex-Presidente da República, e até ex-Eurodeputado, foi o querido líder que nos salvou do comunismo terceiro-mundista e nos lançou rumo aos alvores gloriosos da União com a Europa. Efectivamente, numa mitomania que não convence ninguém, Mário Soares engendrou um discurso de campanha centrado no seu umbigo e na delirante visão de que ele é o grande arquitecto de todas as reformas do Portugal Moderno. Sabendo que é apenas parte da história omite os episódios negros dos anos em que teve na mão o leme do país, mas aparece apostado em demonizar o passado de Cavaco Silva. A obsessão permanente com Cavaco Silva, que vai equilibrando com uma birra com a comunicação social, mostra o deserto de ideias da campanha de Mário Soares, deixando no ar a triste miragem de que afinal o grande Senador da República Portuguesa é um mero joguete nas mãos dos caciques do poder Socialista... um apparatchik cor-de-rosa igual a tantos outros.
Todavia, os efeitos perversos da diabolização do malévolo Cavaco que, para Mário Soares encarna o retrocesso da Pátria, já dispararam nas sondagens colocando o candidato do Governo atrás de son ami Manuel Alegre! A confirmarem-se os valores proféticos das sondagens não havia necessidade de os dias do fim de Mário Soares serem tão inglórios.
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João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de 17 de Janeiro do Jornal dos Açores
MACAQUINS 4 - SESSÃO DE ABERTURA
Hoje dá-se início às hostilidades da animação cinematográfica na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada com a 4ª edição do MACAQUINS - de 16 a 28 de Janeiro. Sessões diárias de 2ª a 6ª às 10h45 e 15h00 (para o público escolar infantil/juvenil). Todo o programa para conhecer em pormenor na MUU. Para o indispensável suporte em papel com toda a programação, sinopses e horários - está disponível um suplemento MACAQUINS com a edição de hoje do Jornal dos Açores.
sábado, janeiro 14
[Mozez - So Still] A voz dos Zero7 é a minha mais recente adição ao ZEN. Enquanto compilo um pedido muito especial do amigo ZB - From @ with Love (all my greatest love songs ever...now!), actualizo as novidades musicais que chegam às ilhas pelo éter da rede.
here she comes
...pela revisitação deste septuagenário. Are u aware of your effect on men!?... Ela sabe. Estreia em Portugal dia 19/01.
sexta-feira, janeiro 13
Nomeações...
O jornal Correio dos Açores [link indisponível], do qual Américo Natalino Viveiros é o Director, lançou uma votação aos seus leitores para eleger as personalidades açorianas do ano de 2005. Na categoria revelação os candidatos são: Américo Viveiros e Luís Bastos! Bom, ou este Américo Viveiros é um jovem goleador do Rabo de Peixe ou a nomeação é para lá de surrealista. Quer dizer, o próprio director do jornal, que é uma figura pública há mais de trinta anos, faz-se nomear revelação do ano??!! Isto realmente anda tudo doido. Mas para entrar no espírito carnavalesco antecipado do Correio dos Açores, eu gostava de propor aos nossos leitores uma votação para eleger os melhores bloggers açorianos do Ano de 2005 e os nomeados são: Alexandre Pascoal, Carlos Guilherme Riley, João Nuno Almeida e Sousa, Pedro de Mendoza e Vítor Marques. Podem votar aqui na caixa de comentários e que ganhe o melhor.
quinta-feira, janeiro 12
BOCAGE
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento
Inimigo de hipócritas, e frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia, em que se achou cagando ao vento.
Auto Retrato du Bocage
...
Nado e criado em Setúbal, no dia 15 de Setembro de 1765, Manuel Maria Barbosa du Bocage é um dos mais notáveis sadinos. Bocage é o poeta popular e licencioso que deixou vasta obra de poesia vernácula e de má fama. Viveu no turbilhão dos ecos da Revolução Francesa que lhe terão particularmente tocado pelo desejo de Liberdade e pela costela francófona herdada de seu avô.
Correu as agruras do Império tendo iniciado a sua breve carreira marcial como oficial em Goa, para onde embarcara em 1786 a bordo da nau «Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena» ! De caminho aportou ao Rio de Janeiro, pelo que, depois de ter passado pelo «eldorado» ultramarino teve como deplorável o posto de Goa. Nomeado para Damão...naturalmente desertou. Consequentemente, andou aos caídos pelo Oriente e embarcado em torna viagem regressa à Capital em 1790.
Como assegura a iconografia do «Café Nicola», Bocage foi um habitué da boémia lisboeta e dos lupanares da capital. Mas, foi também um associado revolucionário do grémio literário que dava pelo nome de «A Nova Arcádia».
Em 10 de Agosto de 1797, por ordem de Pina Manique, celebérrimo Intendente Geral das Polícias de então, e efectivo poder em Portugal dada a inépcia de D. Maria I , foi preso e acusado de ser «autor de papéis ímpios e sediciosos», e de alinhar com os desmandos da Revolução Francesa que ambicionava importar para Portugal pois, como se dizia, era um dos «fautores da subversão». Pavorosa Ilusão da Eternidade (também conhecido por Epístola a Marília) foi o poema que constitui a prova principal do auto de acusação.
Encarcerado no Limoeiro (cujo célebre postal de Bocage na Prisão evoca um cárcere idealizado) é posteriormente depositado ao cuidado da Santa Inquisição. Para ser reeducado, recolhe ao Convento de S. Bento e, mais tarde, ao Hospício das Necessidades.
«Liberdade, onde estás? Quem te demora?», terá por certo sido a divisa da sua vida. Volvidas as agruras do cárcere, do convento, e do hospício - (qual delas a pior?) - regressou à vida desregrada, até que um aneurisma o condenou a uma miserenta existência, já que o pouco pão que metia à boca provinha da venda de rua dos seus poemas.
A sua saúde sempre frágil, ficou cada vez mais debilitada, e em 21 de Dezembro de 1805, com apenas 40 anos de idade, foi sepultado na Igreja das Mercês.
Ficou o mito e a obra de um dos mais populares poetas Portugueses, a que se associa a irreverência como arma contra o despotismo e a indigência hipócrita. Bocage foi em vida perseguido e censurado, pelo que, muitos dos seus poemas só postumamente viram a luz do dia. Para um bosquejo do calibre dos ditos poemas eróticos, e se for maior de idade, clique aqui.
«Manuel Maria Barbosa du Bocage, controverso, sedutor, ousado, mulherengo e acima de tudo, o primeiro dos poetas românticos». É esta a apresentação da séria que amanhã, sexta-feira 13, pelas 22 horas e 15 estreia no Canal 1 da RTP.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
quarta-feira, janeiro 11
analogias
Ontem o tempo de antena do Língua Afiada (4ªs à noite na RTP-A)foi dominado por um autêntico Lobo, cujas vitimas formaram um simpático rebanho de Cordeiros, neste caso, os habituais comentadores de serviço - que se mantiveram mansos e algo desfocados. Um programa de entretenimento (como este) não se coaduna com tomadas de posição partidárias nem como arma de arremesso - sistemática (e/ou sistémica) - contra o Governo (a cura e o culpado para todos os males!). A ingenuidade paga-se caro e ontem, isso, foi, infelizmente, por demais notório!...
La sensation de noir est une impression positiveJoão Decq na Fonseca Macedo [inaugura amanhã].
ce n´est pas l´absence de toute sensation. Goethe
09.01.2006
Obrigado ao Pedro&Carlos pela "ideia", aos EA+ (Alfredo e Paulo) pela cedência do "espaço" e ao Mário pelo "registo". A noite de 2ª feira foi, na minha modesta opinião, profícua e quiçá "histórica"!...
VOX POPULI
«Quem percorre os jornais de cada manhã fá-lo para esquecer ou para a conversa casual dessa tarde.»
Jorge Luís Borges, in «O encontro».
RALPH GOINGS
Original Hot Sauce, 1988
Oil on Canvas
...
«O povo português tem 50 anos de ditadura e sabe o que é ler a contrasenso. Quando a propaganda é demais, o povo rejeita-a.»
Mário Soares, Sábado, 31 de Dezembro à Agência Lusa.
«A Europa representou para a iniciativa privada a abertura de mercados. Mas para os trabalhadores, a promessa de salários europeus e a garantia de uma vida digna na terceira idade continua por cumprir.»
Miguel Portas, Domingo, 1 de Janeiro no Açoriano Oriental.
«O candidato Cavaco Silva passeia-se pelas sondagens já com a vitória na mão, perante os sorrisos alarves de uns tantos paspalhos insulares que foram vítimas da sua postura neocolonialista. Por comodismo, julgam ser bom delegar num sujeito que lhes aqueceu as costas durante dez anos.»
Jorge do Nascimento Cabral, quarta-feira, 4 de Janeiro no Correio dos Açores.
«a campanha começou, o carisma do poeta dissipou-se e a patetice do Manuel Alegre emergiu com a ferocidade de um vulcão enraivecido.»
Ezequiel Moreira da Silva, segunda-feira, 9 de Janeiro na Caixa de Comments do Foguetabraze.
AND FINALLY BUT NOT LEAST:
«Massagens, brasileira, primeira vez em P.Delgada, apartamento privado! Cont. 964107936, 968767012.»
Anúncios Classificados do Açoriano Oriental, sexta-feira 6 de Janeiro
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
Jorge Luís Borges, in «O encontro».
RALPH GOINGS
Original Hot Sauce, 1988
Oil on Canvas
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«O povo português tem 50 anos de ditadura e sabe o que é ler a contrasenso. Quando a propaganda é demais, o povo rejeita-a.»
Mário Soares, Sábado, 31 de Dezembro à Agência Lusa.
«A Europa representou para a iniciativa privada a abertura de mercados. Mas para os trabalhadores, a promessa de salários europeus e a garantia de uma vida digna na terceira idade continua por cumprir.»
Miguel Portas, Domingo, 1 de Janeiro no Açoriano Oriental.
«O candidato Cavaco Silva passeia-se pelas sondagens já com a vitória na mão, perante os sorrisos alarves de uns tantos paspalhos insulares que foram vítimas da sua postura neocolonialista. Por comodismo, julgam ser bom delegar num sujeito que lhes aqueceu as costas durante dez anos.»
Jorge do Nascimento Cabral, quarta-feira, 4 de Janeiro no Correio dos Açores.
«a campanha começou, o carisma do poeta dissipou-se e a patetice do Manuel Alegre emergiu com a ferocidade de um vulcão enraivecido.»
Ezequiel Moreira da Silva, segunda-feira, 9 de Janeiro na Caixa de Comments do Foguetabraze.
AND FINALLY BUT NOT LEAST:
«Massagens, brasileira, primeira vez em P.Delgada, apartamento privado! Cont. 964107936, 968767012.»
Anúncios Classificados do Açoriano Oriental, sexta-feira 6 de Janeiro
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posted by João Nuno Almeida e Sousa
terça-feira, janeiro 10
Coisas de que às vezes nos lembramos
segunda-feira, janeiro 9
A novela do Padre Melo
O embaraço satírico da novela do Padre Duarte Melo é mais um versículo Socialista na revelação de que a tradição já não é o que era. Não falo da tradição Católica, mas sim da moderna trindade Socialista, Republicana e Laica!
À luz deste evangelho o «saneamento» do anterior Director do Museu Carlos Machado encarna e realiza a moral que renega a existência de assentos vitalícios. Esse cânone republicano remonta à nossa I República e irmanava com outro ditame ético que determinava a absoluta separação entre os assuntos de Estado e as celestiais estrelas da Igreja. Assim, numa República, por nada ser eterno ou vitalício, o Dr.º António Manuel de Oliveira, após 20 anos de notável serviço à Cultura e à cidade de Ponta Delgada, foi naturalmente dispensado das funções de Director do Museu Carlos Machado. Motivo? Abrir alas a um surpreendente sucessor cuja revelação, anunciada antes do tempo, é uma mácula indelével no dogma Socialista da separação entre o Estado e a Igreja.
A fazer fé nas notícias publicadas neste Jornal, bem como no Diário Insular e no Correio dos Açores, urdir um labirinto de justificações e procedimentos destinados a prover um cura num lugar tão secular como o de Director de um Museu é uma «deriva» clerical que deveria ser censurada por Católicos e por Socialistas. Todavia, todo este processo que parece engendrado no segredo dos Deuses, causando a acrimónia do Padre Duarte Melo à RDP-Açores por esta ter cometido o atrevimento de revelar esta estória que era suposto ser «ultra-secreta», tem merecido um voto de silêncio indiciador do estado a que esta Região chegou.
Desde logo, é bizarra a quietude dos «agentes culturais» do costume sempre atentos e lestos na crítica implacável a quem detêm o poder e responsabilidade no domínio da Cultura. Quem não se recorda da querela recente com o Director Regional da Cultura a propósito de um relatório do Tribunal de Contas?
Por outro lado, conhecida a escassez de vigários nas nossas paróquias, com os consequentes sacrifícios dos sacerdotes que se desdobram e acumulam entre funções próprias do seu ministério, não deixa de causar assomo que se desvie um jovem e vigoroso Padre das suas funções para exercer o secular cargo de Director de um Museu ! Para o efeito, o Padre Duarte Melo, Formado em História e Teologia, para envergar o hábito de Director do Museu Carlos Machado iniciou a peregrinação pessoal e curricular que passa por uma pós graduação em Museologia. Na verdade, o hábito nunca fez o monge, pelo que, o entrosamento com as forças vivas da Cultura e do regime não se basta com a ostentação das griffes da moda passando, nomeadamente, pelo cliché de que defende a dinâmica do Museu porquanto «o conceito de museu já não é o mesmo.»!
É preciso mais. Muito mais! Desde logo foi noticiada, e nunca desmentida, a exigibilidade de um concurso ad hoc cujo figurino é talhado à medida da nova lei orgânica da Direcção Regional da Cultura, entretanto, remetida ao gabinete do Ministro da República. Claro está que o escolhido já veio a público mostrar-se «ofendido e magoado» com estes aleives que diz não possuírem qualquer sentido. Mas, à cautela, já endossou a quem de direito o seu currículo.
Por outro lado, atentos os votos clericais do profetizado Director, é manifesto que o mesmo carece de autorização do Bispo para acumular o sacerdócio com o cargo de Director de Museu. Com a habitual sapiência Portuguesa este dilema seria resolvido com astúcia salomónica possibilitando o dito Padre de rezar missa no Convento de Santo André que, como se sabe, está geminado com o Museu Carlos Machado.
O certo é que mesmo no mais triste cenário ninguém resiste e ninguém diz não a esta novela. Por um lado, os Católicos aguardam em silêncio a palavra da Sé de Angra sobre estas terrenas e vulgares notícias mas, por outro lado, não se compreende o silêncio cumplíce das hostes «culturais» do Socialismo vigente sempre prontas a reivindicarem a sua superioridade moral e cultural! Será que afinal têm medo de serem excomungadas?
João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de 10 de Janeiro do Jornal dos Açores.
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À luz deste evangelho o «saneamento» do anterior Director do Museu Carlos Machado encarna e realiza a moral que renega a existência de assentos vitalícios. Esse cânone republicano remonta à nossa I República e irmanava com outro ditame ético que determinava a absoluta separação entre os assuntos de Estado e as celestiais estrelas da Igreja. Assim, numa República, por nada ser eterno ou vitalício, o Dr.º António Manuel de Oliveira, após 20 anos de notável serviço à Cultura e à cidade de Ponta Delgada, foi naturalmente dispensado das funções de Director do Museu Carlos Machado. Motivo? Abrir alas a um surpreendente sucessor cuja revelação, anunciada antes do tempo, é uma mácula indelével no dogma Socialista da separação entre o Estado e a Igreja.
A fazer fé nas notícias publicadas neste Jornal, bem como no Diário Insular e no Correio dos Açores, urdir um labirinto de justificações e procedimentos destinados a prover um cura num lugar tão secular como o de Director de um Museu é uma «deriva» clerical que deveria ser censurada por Católicos e por Socialistas. Todavia, todo este processo que parece engendrado no segredo dos Deuses, causando a acrimónia do Padre Duarte Melo à RDP-Açores por esta ter cometido o atrevimento de revelar esta estória que era suposto ser «ultra-secreta», tem merecido um voto de silêncio indiciador do estado a que esta Região chegou.
Desde logo, é bizarra a quietude dos «agentes culturais» do costume sempre atentos e lestos na crítica implacável a quem detêm o poder e responsabilidade no domínio da Cultura. Quem não se recorda da querela recente com o Director Regional da Cultura a propósito de um relatório do Tribunal de Contas?
Por outro lado, conhecida a escassez de vigários nas nossas paróquias, com os consequentes sacrifícios dos sacerdotes que se desdobram e acumulam entre funções próprias do seu ministério, não deixa de causar assomo que se desvie um jovem e vigoroso Padre das suas funções para exercer o secular cargo de Director de um Museu ! Para o efeito, o Padre Duarte Melo, Formado em História e Teologia, para envergar o hábito de Director do Museu Carlos Machado iniciou a peregrinação pessoal e curricular que passa por uma pós graduação em Museologia. Na verdade, o hábito nunca fez o monge, pelo que, o entrosamento com as forças vivas da Cultura e do regime não se basta com a ostentação das griffes da moda passando, nomeadamente, pelo cliché de que defende a dinâmica do Museu porquanto «o conceito de museu já não é o mesmo.»!
É preciso mais. Muito mais! Desde logo foi noticiada, e nunca desmentida, a exigibilidade de um concurso ad hoc cujo figurino é talhado à medida da nova lei orgânica da Direcção Regional da Cultura, entretanto, remetida ao gabinete do Ministro da República. Claro está que o escolhido já veio a público mostrar-se «ofendido e magoado» com estes aleives que diz não possuírem qualquer sentido. Mas, à cautela, já endossou a quem de direito o seu currículo.
Por outro lado, atentos os votos clericais do profetizado Director, é manifesto que o mesmo carece de autorização do Bispo para acumular o sacerdócio com o cargo de Director de Museu. Com a habitual sapiência Portuguesa este dilema seria resolvido com astúcia salomónica possibilitando o dito Padre de rezar missa no Convento de Santo André que, como se sabe, está geminado com o Museu Carlos Machado.
O certo é que mesmo no mais triste cenário ninguém resiste e ninguém diz não a esta novela. Por um lado, os Católicos aguardam em silêncio a palavra da Sé de Angra sobre estas terrenas e vulgares notícias mas, por outro lado, não se compreende o silêncio cumplíce das hostes «culturais» do Socialismo vigente sempre prontas a reivindicarem a sua superioridade moral e cultural! Será que afinal têm medo de serem excomungadas?
João Nuno Almeida e Sousa, na Edição de 10 de Janeiro do Jornal dos Açores.
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Prós e Contras
O FIM DAS ILUSÕES
O que é que vai mudar na vida económica e financeira dos portugueses? Em que pé estão as reformas da administração pública? E os impostos? Haverá mais justiça na política tributária? Conseguirá Portugal controlar o défice e voltar a crescer?
Será possível evitar o empobrecimento? Como vão ser enquadrados os grandes investimentos da OTA e do TGV na política financeira do Estado?
...
Pela primeira vez, o Ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, enfrenta
publicamente um debate e vem, juntamente com Carlos Moreira Silva, Miguel Beleza, Alberto Castro e Bettencourt Picanço, ao Prós e Contras - o fórum de ideias mais alargado da televisão portuguesa.
...
Veremos. Mais logo na RTP - 1, às 22 h e 30 minutos pelo fuso horário de Lisboa, que é como quem diz às 21 h e 30 local time.
O que é que vai mudar na vida económica e financeira dos portugueses? Em que pé estão as reformas da administração pública? E os impostos? Haverá mais justiça na política tributária? Conseguirá Portugal controlar o défice e voltar a crescer?
Será possível evitar o empobrecimento? Como vão ser enquadrados os grandes investimentos da OTA e do TGV na política financeira do Estado?
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Pela primeira vez, o Ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, enfrenta
publicamente um debate e vem, juntamente com Carlos Moreira Silva, Miguel Beleza, Alberto Castro e Bettencourt Picanço, ao Prós e Contras - o fórum de ideias mais alargado da televisão portuguesa.
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Veremos. Mais logo na RTP - 1, às 22 h e 30 minutos pelo fuso horário de Lisboa, que é como quem diz às 21 h e 30 local time.
domingo, janeiro 8
APRESENTAÇÃO:17:18:ILHAS
2ª FEIRA - 9 de Janeiro | 19H00 | Atelier EA+
O nº 17&18 da :ILHAS é apresentado publicamente no próximo dia 9, 2ª feira, pelas 19h00 no Atelier EA+ sito à Travessa do Colégio em Ponta Delgada.
Neste lançamento será apresentado o Manifesto de Carlos Guilherme Riley e Pedro Maurício Borges intitulado - A ÁRVORE E A FLORESTA, que é parte integrante deste número especial da :ILHAS sobre Arquitectura.
Contamos igualmente com a presença do Arq. Pedro Machado Costa comissário da exposição L'Atalante - uma das razões para a execução desta :ILHAS que se constitui como um registo físico das propostas arquitectónicas apresentadas, em Junho/Julho de 2005, na Academia das Artes dos Açores.
O nº 17&18 da :ILHAS é apresentado publicamente no próximo dia 9, 2ª feira, pelas 19h00 no Atelier EA+ sito à Travessa do Colégio em Ponta Delgada.
Neste lançamento será apresentado o Manifesto de Carlos Guilherme Riley e Pedro Maurício Borges intitulado - A ÁRVORE E A FLORESTA, que é parte integrante deste número especial da :ILHAS sobre Arquitectura.
Contamos igualmente com a presença do Arq. Pedro Machado Costa comissário da exposição L'Atalante - uma das razões para a execução desta :ILHAS que se constitui como um registo físico das propostas arquitectónicas apresentadas, em Junho/Julho de 2005, na Academia das Artes dos Açores.
Jon Stewart
apresenta a cerimónia de entrega dos Óscares2006. Um motivo de atracção maior para um ritual que não tem tido, nos últimos anos, um host digno de registo (com a excepção, talvez, de Billy Crystal).
sábado, janeiro 7
[as fitas da semana]
Os Edukadores [O que diz a Crítica] É parte thriller, parte sátira da perda dos ideais dos anos 60. Dois manifestantes anti-globalização, Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg), partilham um segredo. Têm uma vida secreta enquanto duo anarquista, chamado Os Edukadores, que usam o conhecimento de alarmes de Peter para entrar em casas de milionários, não para roubar ou magoar alguém, mas apenas para rearranjar a mobília dos burgueses e deixar mensagens que os deixem a pensar. É então que aparece uma mulher Jule (Julia Jentsch) que vai pôr-se entre os dois, um trabalho que corre mal e os obriga a roubar um empresário que depois se vem a saber ser um antigo membro de um grupo radical. Será que devem enfrentar o seu destino de radicais e executarem-no - ou serão demasiado softcore? As interpretações são muito boas, sobretudo a de Brühl (conhecido por "Adeus, Lenine"), e o conflito geracional entre os jovens raptores e o cativo também é muito bem conseguido. Peter Bradshaw, The Guardian
Um Refúgio no Passado [a sinopse] Quando o pai morre, Paul, um fotógrafo de guerra, regressa à sua cidade natal na Nova Zelândia. Paul encontra um velho refúgio do pai, onde, longe da mulher puritana, ele se dedicava aos prazeres da literatura e do vinho. Aí encontra a jovem Celia, de 16 anos, que sonha partir e tornar-se escritora. Inicialmente, Paul expulsa-a do local, mas acabam por se tornar amigos... Propostas disponíveis esta semana no cine Solmar.
Um Refúgio no Passado [a sinopse] Quando o pai morre, Paul, um fotógrafo de guerra, regressa à sua cidade natal na Nova Zelândia. Paul encontra um velho refúgio do pai, onde, longe da mulher puritana, ele se dedicava aos prazeres da literatura e do vinho. Aí encontra a jovem Celia, de 16 anos, que sonha partir e tornar-se escritora. Inicialmente, Paul expulsa-a do local, mas acabam por se tornar amigos... Propostas disponíveis esta semana no cine Solmar.
sexta-feira, janeiro 6
Keep it Cool
A good chill in album for the Generation X. Just sit and fly over some gems of timeless music in jazz funky style, and cross-over some missteps in popular Disco Sound and bizarre fusing jazz with hip-hop ! Who could believe that this is the work of the same man of the Blue Note Album «Maiden Voyage», one of best Jazz Marterpieces of all times ...Keep it cool mates.
.posted by Tyler Durden
quinta-feira, janeiro 5
quarta-feira, janeiro 4
Reporter X
Novo Ano com o olhar na poluição e ruído urbano(s). Esta ilha ecológica (uma óptima medida a pedir mais cuidado na recolha selectiva, limpeza e higiene cívica dos cidadãos) situada na Rua dos Mercadores possui uma célula solar (à semelhança das suas congéneres) cuja função será (!?) no mínimo despropositada (conhecendo as características da referida artéria) - a não ser que seja iluminada por um candeeiro público nas proximidades!...
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