O presidente do Governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, diz que existe um "sentimento de boa vontade" por parte do Governo da República para "ultrapassar obstáculos"Contorcionista camaleão.
quinta-feira, janeiro 31
República das Bananas
Apoio Judiciário
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"Para o rico, a estrela do foro; para o pobre o aprendiz”. Era assim que em tempos se indignava Almeida Santos contra o estado do patrocínio Judiciário cujo fardo já então recaía maioritariamente sobre os Advogados estagiários. Já lá vão dez anos sobre aquelas palavras. Hoje, também na Justiça, longe vão os tempos do Socialismo e dos Socialistas de antanho. Efectivamente, para lá das mitomanias da igualdade, está por cumprir a única igualdade que realmente importa: a igualdade perante a lei e no Direito, seja para uma dimensão personalista e hedonista do Homem, seja para a sua igualação Social como é de bom timbre Socialista. Acresce que, a actual reforma do apoio Judiciário não aproxima os cidadãos mais carenciados dos Direitos que lhes são devidos pela garantia Constitucional do acesso ao Direito. Ao invés, a Lei 47/2007, e a Portaria 10/2008, são mais um passo para arredar dos cidadãos um patrocínio oficioso com um mínimo de dignidade e qualidade. No resto, consabida a realidade de que é sobre os Advogados estagiários que recai a maior fatia do patrocínio e do apoio judiciário, ao invés de apostar na "força da juventude", o Estado prefere optar por um modelo de acesso ao Direito que é um fardo para os Advogados que tantas vezes o suportam a expensas próprias. Mas, além de uma perspectiva mendicante da Justiça a mesma é distribuída, com dois pesos e duas medidas, consonante se trate de comarcas da "metrópole" ou de comarcas das "províncias ultramarinas". Ilustra bem essa discriminação negativa a omissão da descontinuidade geográfica Açoriana no tabelamento dos encargos decorrentes da concessão de apoio Judiciário. Assim, para situações diferenciadas o pagamento é o mesmo, quer o patrono se desloque de Lisboa a Massamá, ou de Ponta Delgada a Santa Cruz das Flores. Mas, do outro lado do apoio Judiciário, é também preocupante a urdidura de um sistema cada vez mais complexo de apreciação do pedido de apoio judiciário embrulhado numa engenharia de cálculo de rendimentos que, ao invés de incluir, vai moendo a engrenagem numa lógica de exclusão. Em conclusão: Portugal que tanto gosta de se arrogar um Estado de Direito não tem um "Serviço Nacional de Justiça" e está longe de providenciar sequer um "patrono público" para os cidadãos sem posses para recorrer às "estrelas do foro". Também aqui Portugal está por cumprir.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
"Para o rico, a estrela do foro; para o pobre o aprendiz”. Era assim que em tempos se indignava Almeida Santos contra o estado do patrocínio Judiciário cujo fardo já então recaía maioritariamente sobre os Advogados estagiários. Já lá vão dez anos sobre aquelas palavras. Hoje, também na Justiça, longe vão os tempos do Socialismo e dos Socialistas de antanho. Efectivamente, para lá das mitomanias da igualdade, está por cumprir a única igualdade que realmente importa: a igualdade perante a lei e no Direito, seja para uma dimensão personalista e hedonista do Homem, seja para a sua igualação Social como é de bom timbre Socialista. Acresce que, a actual reforma do apoio Judiciário não aproxima os cidadãos mais carenciados dos Direitos que lhes são devidos pela garantia Constitucional do acesso ao Direito. Ao invés, a Lei 47/2007, e a Portaria 10/2008, são mais um passo para arredar dos cidadãos um patrocínio oficioso com um mínimo de dignidade e qualidade. No resto, consabida a realidade de que é sobre os Advogados estagiários que recai a maior fatia do patrocínio e do apoio judiciário, ao invés de apostar na "força da juventude", o Estado prefere optar por um modelo de acesso ao Direito que é um fardo para os Advogados que tantas vezes o suportam a expensas próprias. Mas, além de uma perspectiva mendicante da Justiça a mesma é distribuída, com dois pesos e duas medidas, consonante se trate de comarcas da "metrópole" ou de comarcas das "províncias ultramarinas". Ilustra bem essa discriminação negativa a omissão da descontinuidade geográfica Açoriana no tabelamento dos encargos decorrentes da concessão de apoio Judiciário. Assim, para situações diferenciadas o pagamento é o mesmo, quer o patrono se desloque de Lisboa a Massamá, ou de Ponta Delgada a Santa Cruz das Flores. Mas, do outro lado do apoio Judiciário, é também preocupante a urdidura de um sistema cada vez mais complexo de apreciação do pedido de apoio judiciário embrulhado numa engenharia de cálculo de rendimentos que, ao invés de incluir, vai moendo a engrenagem numa lógica de exclusão. Em conclusão: Portugal que tanto gosta de se arrogar um Estado de Direito não tem um "Serviço Nacional de Justiça" e está longe de providenciar sequer um "patrono público" para os cidadãos sem posses para recorrer às "estrelas do foro". Também aqui Portugal está por cumprir.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
quarta-feira, janeiro 30
Agente Provocador # 8
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+ logo, pelas 22 horas e 10 minutos, discos pedidos e perdidos com Isabel Gomes na intimidade...da RDP Açores com o Agente Provocador em edição convencional e on-line.
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+ logo, pelas 22 horas e 10 minutos, discos pedidos e perdidos com Isabel Gomes na intimidade...da RDP Açores com o Agente Provocador em edição convencional e on-line.
Não subestimem o Senador McCain
Não o subestimem. É um Merlin e um Rei Artur. Sagaz, este senhor.
Esta é uma história típica do come-back-kid.
Estas eleições são uma história de hollywood. Inacreditável!
Amanhã, um post sobre a vitória de McCain.
Vox Populi
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Sarah Jessica Parker ou o contorcionismo da espinha em versão Vogue (*)
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“(…) essa é a grande questão ! Afinal o que se passou, de que falaram Sócrates e César nas reuniões no Largo do Rato ?”
(*) o Vox Populi passará a estar transitoriamente ilustrado com Pin Up´s , escolhidas a dedo, que não são menos do que as obras de arte que tradicionalmente serviam para proscénio
Sarah Jessica Parker ou o contorcionismo da espinha em versão Vogue (*)
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O verdadeiro contorcionismo e flic-flac à retaguarda
“Força de acreditar” em quê ?
Deus te perdoe, Álvaro Dâmaso !”
Deus te perdoe, Álvaro Dâmaso !”
Jorge do Nascimento Cabral no Correio dos Açores.
The Big Question
The Big Question
“(…) essa é a grande questão ! Afinal o que se passou, de que falaram Sócrates e César nas reuniões no Largo do Rato ?”
Paulo Simões no Açoriano Oriental.
Promessas Açorianas
Promessas Açorianas
“António Gomes de Menezes, presidente do Grupo Sata, refere que a companhia aérea regional está preparada para fazer face à presença de possíveis voos “low cost”, porque os açorianos sabem onde está a qualidade do serviço.”
Luís Pedro Silva no Açoriano Oriental.
Change ?
Change ?
“Será possível culpar exclusivamente o Governo por não cumprir o que promete? Dos 150 mil empregos à não subida de impostos, sem esquecer a isenção de portagens nas Scut e o fatal referendo à 'Europa', o engenheiro foi rasgando airosamente o que andou a prometer aos portugueses. Se existe um verdadeiro responsável pela desvergonha corrente, ele dá pelo nome de povo português. Basta recuar a 2005 e reler, com a seriedade possível, as promessas eleitorais com que o PS pretendia regressar ao poder. Exageradas? Digamos apenas isto: em 2005, o eng. Sócrates, se quisesse, até podia ter prometido 72 virgens a cada macho lusitano; o povo, rendido e grato, estava disposto a imolar-se por ele.(…) Sobra a questão, nunca devidamente apreciada, de saber se em 2009 devemos mudar de governo ou, então, mudar de povo. Eu acho que devemos mudar de povo.”
João Pereira Coutinho na edição virtual do Expresso
Erupções
“Não conseguir ter um orgasmo pode destruir um casamento, uma família, toda uma pequena população.”
Joel/Neto no Açoriano Oriental. Erupções
“Não conseguir ter um orgasmo pode destruir um casamento, uma família, toda uma pequena população.”
(*) o Vox Populi passará a estar transitoriamente ilustrado com Pin Up´s , escolhidas a dedo, que não são menos do que as obras de arte que tradicionalmente serviam para proscénio
terça-feira, janeiro 29
Alta Fidelidade
O golpe de misericórdia na mixtape, do que melhor rodou em 2007, para ver se avançamos com + e melhor música. Jack Peñate com o álbum Matinée foi uma surpresa, num disco fluído e a lembrar Londres. André, apesar de tudo, avança com a nova lista.
A pertinência de Kissinger e do conceito "concert of nations"
Prime Minister Gordon Brown will discuss the risks posed by recent financial turmoil with his French, German and Italian counterparts.
Este "post" é dedicado ao nosso simpático vizinho cibernético, Rui Gamboa.
Food for thought, hey?
Aqui.
...And Now for Something Completely Different
Estado do Tempo : It´s raining cats and dogs e também Rolling Stones.
A absurda tripolaridade
É sabido que o critério que regeu a organização da Universidade dos Açores foi um critério eminentemente político, o da tripolaridade. Esta malfadada tripolaridade é debilitante por várias razões, duas das quais parecem-me centrais. A primeira tem que ver com os custos exorbitantes, diria até insuportáveis, que dela resultam. A segunda prende-se com uma questão mais substantiva: a tripolaridade dificulta a criação de sinergias entre as mais diversas disciplinas, um requisito essencial nos tempos que correm. Hoje, a interdisciplinaridade anda de mãos dadas com a especialização. Existirão aqueles que invocarão a justiça social como um valor mais alto, ao qual o conhecimento - a Universidade - deverão estar sujeitos. Todavia, qualquer pessoa com bom senso percebe que os critérios políticos não devem reger a forma como organizamos a "produção" do conhecimento. Por exemplo, é essencial que um estudante de oceanografia ou de estudos do ambiente possa conversar com um estudante de relações internacionais. O estudante de relações internacionais ou ciência política poderá informar o ambientalista acerca dos processos políticos globais ou nacionais que afectam o ambiente, etc. Penso que é importante reconhecer que as sinergias entre disciplinas não resultam apenas das tentativas institucionais de incitar relações entre departamentos. Resultam, também, da convivência espontânea e informal entre estudantes e professores das mais diversas disciplinas. As sinergias surgem das relações entre pessoas e conhecimentos. A tripolaridade é, portanto, um absurdo. A nossa Universidade reflecte, na sua organização, uma vulnerabilidade que sentimos todos os dias. Perpetua-a e agrava-a, invés de a transcender.
PS: espero que isto não seja interpretado como um sintoma do mais primário bairrismo. Senso comum, meus caros, nada mais.
PS: espero que isto não seja interpretado como um sintoma do mais primário bairrismo. Senso comum, meus caros, nada mais.
HARDtalk, BBC
HARDtalk, o melhor programa que a BBC tem para oferecer no domínio do jornalismo político (O World Uncovered, que é uma versão mais sofisticada do inesquecível Panorama, é melhor, muito melhor, mas não é do mesmo género) estará, toda esta semana, na "America" (como dizem os Brits) a entrevistar as mais diversas personalidades. Na terça feira, hoje, o HARDtalk estará no ar às 20:30hrs (Açores) e às 21:30hrs(Continente) na BBC World, é claro. Um estudo antropológico recente revelou que todas as pessoas que vêem e ouvem o HARDtalk desenvolvem tiques bizarros (Abanar as orelhas enquanto fazem o pino! Dizem que é uma obrigação bufar alto e em bom som. Nadam sempre debaixo de água, sem óculos. Procuram por pulgas nas casas dos amigos, correndo atrás destas. Uivam depois de pedir o primeiro cafézinho e, finalmente, acreditam que o código postal encerra um mistério insondável). Não se trata de um melo-drama, de um simples exagero. Eles e elas são boa gente, excêntricos talvez, mas genuinamente interessantes, sobretudo se considerarmos a dimensão zoológica da coisa. Levanto-lhes o meu misero copito (com um xarope Irlandês digno de Cardeal) e declaro em alto e bom som: vejam a merda do programa porque é muito interessante! eh eh :) Assim, com esta subtileza de cacatua, retiro-me deste :ilhas, desejando a todos um excelente dia, repleto de potencialidades libidinosas, algumas tostas, um cabritinho assado para o almoço e um lírio (não, não é um lírico) grelhadinho para o jantar dado que é urgente cuidar da saúde e manter o colesterol sob controle. Nada de excessos! Tudo regado por um mexido de frutas silvestres com iogurte, menta, e benylin. (uuurh...esta foi dura, não foi? )
segunda-feira, janeiro 28
Incontinências
E porque há Merdas que me irritam, o que é mesmo difícil, e porque a pequenez, felizmente, não se mede aos Palmos.
o arresto
esta é a realidade do destaque no Arrastão, por mais que isso doa à extrema direita cá da casa, a quem nos visita via Arrastão, bem vindos, os blogues valem pelo que neles se escreve mas também por quem os visita e não há rede sem ligações. Ao Daniel Oliveira, obrigado.
Desculpe, importa-se de repetir?!
EUA querem testar mísseis nos AçoresA confirmar-se este triste facto, que traz à memória a malfadada cimeira de 16 de Março de 2003, algum disparatado partido ainda dirá que isto é bom para o turismo das ilhas...
"Regional" ? Não Obrigado !
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Pollock - Reflection of the Big Dipper, 1947 -
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Arrumar o: Ilhas na prateleira dos blogues "Regionais" é uma desdita. Esta classificação de interesse Regional é própria de quem tem do País uma visão de que além Lisboa, e para lá das cercanias do bairro alto, tudo é mera "paisagem". Esta visão paroquial é típica da inteligentzia da capital que, de quando em vez, faz o favor de ir à "província" para provar os sabores "regionais" ! Mas a degustação por vezes é traída pelo preconceito da metrópole. Assim aconteceu com a digestão de Daniel Oliveira após fugaz passagem por estas paragens. Sem prejuízo dos pergaminhos do connaisseur chef Oliveira o : Ilhas é muito mais do que um blogue de "sabor" tipicamente Regional. Com efeito, a circunstância da nossa posição geográfica não nos impede de olharmos o mundo à nossa volta...muito para lá da nossa Região e da nossa comezinha "pimenta da terra". É certo que, por força da nossa descontinuidade geográfica, - e de um duopólio entre a Sata e a Tap que nos aprisiona com um tarifário aéreo proibitivo - , não somos efectivamente globetrotters. Mas, virtualmente, nada nos impede de trazer o mundo ao nosso: Ilhas. Isso de sermos catalogados como "Regionais" serve para as "páginas amarelas". Na net não tem qualquer préstimo, excepto para conforto de arquivo provincial do ex-camarada secretário-geral do extinto Barnabé ! Por esse andar o Arrastão do Daniel Oliveira não tarda a ombrear com o Abrupto de José Pacheco Pereira no podium dos blogues mais institucionalmente entediantes desta freguesia Europeia que se convencionou chamar Portugal.
Prefiro sinceramente outro registo e outro tempero!
Pollock - Reflection of the Big Dipper, 1947 -
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Arrumar o: Ilhas na prateleira dos blogues "Regionais" é uma desdita. Esta classificação de interesse Regional é própria de quem tem do País uma visão de que além Lisboa, e para lá das cercanias do bairro alto, tudo é mera "paisagem". Esta visão paroquial é típica da inteligentzia da capital que, de quando em vez, faz o favor de ir à "província" para provar os sabores "regionais" ! Mas a degustação por vezes é traída pelo preconceito da metrópole. Assim aconteceu com a digestão de Daniel Oliveira após fugaz passagem por estas paragens. Sem prejuízo dos pergaminhos do connaisseur chef Oliveira o : Ilhas é muito mais do que um blogue de "sabor" tipicamente Regional. Com efeito, a circunstância da nossa posição geográfica não nos impede de olharmos o mundo à nossa volta...muito para lá da nossa Região e da nossa comezinha "pimenta da terra". É certo que, por força da nossa descontinuidade geográfica, - e de um duopólio entre a Sata e a Tap que nos aprisiona com um tarifário aéreo proibitivo - , não somos efectivamente globetrotters. Mas, virtualmente, nada nos impede de trazer o mundo ao nosso: Ilhas. Isso de sermos catalogados como "Regionais" serve para as "páginas amarelas". Na net não tem qualquer préstimo, excepto para conforto de arquivo provincial do ex-camarada secretário-geral do extinto Barnabé ! Por esse andar o Arrastão do Daniel Oliveira não tarda a ombrear com o Abrupto de José Pacheco Pereira no podium dos blogues mais institucionalmente entediantes desta freguesia Europeia que se convencionou chamar Portugal.
Prefiro sinceramente outro registo e outro tempero!
domingo, janeiro 27
Cesar contra Cesar
RTP Açores Sapo Videos
Ontem à noite, num jantar/comício em Angra do Heroísmo, mais ou menos à mesma hora em que o Benfica jogava em Guimarães, Carlos Cesar anunciou finalmente a sua candidatura à liderança do PS-A e posteriormente a presidente do Governo Regional. Ao fim de várias semanas de uma mal ensaiada opera bufa em que se quis passar a ideia da incerteza, da vaga de fundo e do duelo interno com os camaradas de Lisboa. Sobre esse triste episódio, que levou ao adiamento do prazo de apresentação de candidaturas às directas do PS-A, Carlos Cesar disse que se deveu a uma negociação com José Socrates e que os frutos desse trato foram uns bolsos cheios de compromissos do actual Primeiro-ministro para com Cesar e os Açores. Cesar, em vez de ir ao BES, foi ao Socrates, esperemos que o spread e o juro sejam realmente bons. No fundo a sensação que fica é de que Cesar corre contra si próprio. Contra o seu futuro, contra os seus resultados do passado, contra o presente da governação nos Açores. Que ele vai ganhar as eleições é uma certeza generalizada, mas resta saber por quanto e o que vai Carlos Cesar fazer com essa última vitória pessoal. Tudo menos do que uma nova maioria absoluta será um desastre e depois Carlos Cesar terá quatro anos para preparar o seu futuro, e o do PS-Açores, e deixar na história um nome que não seja apenas o de um segundo João Bosco Mota Amaral. Estes são os verdadeiros adversários de Cesar nas próximas eleições regionais, em Outubro de 2008. Veremos como será essa luta de Cesar contra Cesar.
I'm all fired up
Barack Obama ganhou as primárias da Carolina do Sul. Ganhou de forma muito expressiva contra John Edwards,um populista de kenish looks que jogava em casa, e contra Hillary Clinton, que além de dominar o aparelho do partido Democrata, conta ainda com a ajuda militante de um marido devotado que, bem vistas as coisas, pretende tornear o impedimento constitucional de voltar à Casa Branca. É difícil não gostar do Bill Clinton. Eu gosto dele e é por isso que deploro o - tão diligente quanto triste - papel que tem estado a desempenhar na campanha da mulher. Mesmo com o seu southern charm de rapaz do Arkansas, Bill Clinton rendeu hoje poucos dividendos políticos a Hillary no eleitorado afro-americano. Há tiros que saem pela culatra. Hillary apanhou a correr o avião para o Tennessee, sem ter a decência de se despedir do seu eleitorado na Carolina do Sul, e discursou em Nashville perante uma audiência saída de um casting do Cabaret da Coxa. Nem queria acreditar no que estava a ver. Em contrapartida, Obama aproveitou habilmente o momentum para se dirigir a toda a nação, ao mesmo tempo que - aprendida a lição do New Hampshire - assegurava aos seus apoiantes que a corrida à nomeação dos Democratas estava longe de serem favas contadas. Barack Obama ganhou hoje um grande impulso para encestar mais bolas na Super Tuesday. E além disso acabou de receber um endorsement muito especial: Caroline, a filha de John Fitzgerald Kennedy, assina hoje um Op-Ed no New York Times cujo título diz tudo - A President Like My Father.
P.S. A moça da foto não é a Caroline. A Caroline ainda é muito melhor.
sexta-feira, janeiro 25
Geração de 70
Bernie Boston (1933-2008)
Para nós, portugueses, colocar cravos em canos de espingardas é uma imagem de marca - porventura uma invenção - do 25 de Abril, mas a verdade é que foi um grupo de estudantes universitários americanos que ajudou a popularizar esse gesto durante um protesto contra a guerra do Vietname em Washington D.C., junto às portas do Pentágono. Bernie Boston, um fotojornalista do Washington Evening Star, estava lá para gravar o momento, a 22 de Outubro de 1967, e esse seu iconic snapshot acabou por fazer história. Foi a partir desta fotografia que a expressão (e o movimento) Flower Power tomou sentido. Outros tempos. Na década de 60 gritava-se Make Love, Not War. Hoje, com a AIDS de permeio, a juventude é mais circunspecta e pragmática: nas janelas dos dormitórios das Universidades de Boston vi, há bem pouco tempo, um sticker com a inscrição Make Jobs, Not War.Times they're a changin, dizia o Bob Dylan. Indeed they are. O Bernie Boston morreu ontem.
P.S. O jovem bem apessoado que ocupa o centro da fotografia, a fazer fé no Washington Post, era um actor Nova Iorquino de nome George Harris, que então passava por Washington "on his way to San Francisco where he would come out of the closet". De facto, o George saiu mesmo do armário. Com o nome de Hibiscus foi co-fundador de um grupo psicadélico de drags chamado Cockettes, sobre o qual o David Weissman fez um documentário em 2002. Quanto ao Harris, naturalmente, morreu de SIDA nos inícios da década de 80. Foi das primeiras vítimas. Este post scriptum presta-se a elipses moralistas, que desde já declaro não subscrever. As coisas são como são. Não há histórias com finais felizes, ou infelizes. Aliás, só há a História, não há o Fim.
quinta-feira, janeiro 24
De se lhe tirar o chapéu
(...) Que raio, apetece-me, sim, mas a mim, dizer, por que não se informam devidamente antes de subirem para as suas colunas editoriais?Mais uma entrada acutilante do Francisco.
CineClube
Charlie Wilson's War A era George W. Bush ficará, por certo, como um tempo em que Hollywood apostou em olhar, de forma directa e desencantada, para a história recente do seu próprio país. E não necessariamente filmando o pós-11 de Setembro. «Jogos de Poder», de Mike Nichols, é uma brilhante ilustração dessa atitude: um filme sobre a acção mais ou menos "clandestina" de Charles Wilson (senador Democrata do estado do Texas) que, durante os anos 80, conseguiu mobilizar apoios para a luta dos mujahidines, no Afeganistão, contra as tropas da União Soviética. Cruzam-se aqui dois vectores históricos: por um lado, essa foi uma das frentes que mais contribuíram para o enfraquecimento do império soviético e, por extensão, para a queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da Guerra Fria; por outro lado, embora sem explicitar tal perspectiva, o filme evoca a visão daqueles que consideram que a posterior exclusão do Afeganistão das prioridades políticas dos EUA abriu caminho aos talibãs e a todas as manobras que conduziram aos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001. «Jogos de Poder» é, sobretudo, o retorno feliz a um registo de sátira que vive da frieza com que contempla os bastidores da cena política. Em boa verdade, nada que seja estranho ao olhar metódico, sagaz e "amoral" de um cineasta como Mike Nichols. Afinal de contas, ele é o mesmo que dirigiu «Escândalos do Candidato/Primary Colors» (1998), comédia em que John Travolta encarnava um "sósia" de Bill Clinton, tendo também assinado essa fabulosa proeza televisiva que é «Anjos na América» (2003), série que evoca os tempos de descoberta da sida, desmontando de forma muito crítica algumas atitudes da administração Reagan. A força deste cinema não está tanto na sua acidez política (suscitando ou não a nossa simpatia, poderia não passar de um exercício panfletário) como na espantosa capacidade de, muito para além de qualquer cliché ideológico, conferir espessura humana às suas personagens. Mike Nichols, convirá lembrá-lo, é um veterano que vem do teatro, começando por ser um extraordinário director de actores (estreou-se na realização cinematográfica em 1966, com «Quem Tem Medo de Virginia Woolf?», com o par Elizabeth Taylor/Richard Burton). No caso de «Jogos de Poder», a reunião de três actores "oscarizados" é um trunfo decisivo: são eles Tom Hanks (no papel de Charles Wilson), Julia Roberts (uma mulher riquíssima que apoia o senador) e Philip Seymour Hoffman (um agente da CIA que combina a rudeza com o pragmatismo). Sobra apenas a infeliz "imaginação" do título a usar no mercado português, tanto mais que se presta a confusões com «Jogos de Poder - O Atentado» (1992), com Harrison Ford, e «O Jogo do Poder» (2000), também um filme sobre a cena política norte-americana. É pena que não se tenha utilizado a simples e esclarecedora tradução do original: "A Guerra de Charlie Wilson" (por João Lopes in Cinema 2000). Nem mais a propósito.
Welcome, America!
Acabei de enviar vários emails para activistas do Partido Democrata, convidando-os a visitarem estas nossas :ilhas e a conversar sobre tudo o que se está a passar nos EUA. Terei que escrever o resto deste post em Inglês para, no caso de disporem de tempo para nos visitarem, ficarem a saber que estamos interessados em conversar com eles.
Hello, you have arrived at the blog :ilhas. All of us have been following the US elections with great interest and enthusiasm. We hope that you can chat with us for a bit and shed some light into the most fascinating elections in recent US history. Please say hello in our comment box and we will take it from there. Welcome!
Hello, you have arrived at the blog :ilhas. All of us have been following the US elections with great interest and enthusiasm. We hope that you can chat with us for a bit and shed some light into the most fascinating elections in recent US history. Please say hello in our comment box and we will take it from there. Welcome!
A Força da Juventude
Texto de Ezequiel Moreira da Silva (do meu Pai)
Quem aprecie ler noticias sobre assuntos actuais e sobre o desenvolvimento económico do nosso País, especialmente relacionadas com as denominadas "novas tecnologias" e com a inovação industrial apercebe-se que, em muitos aspectos, Portugal não é tão mau com alguns dizem, nem se encontra tão atrasado em relação ao mundo moderno como outros "alguns" também gostam de mencionar. Há muitas coisas, nestas áreas, que está a mudar.
A ocupação de cargos de elevada responsabilidade em empresas nacionais ou multinacionais, de prestigio internacional, nas áreas das novas tecnologias, por parte de técnicos portugueses jovens; a crescente criação em Portugal de novas empresas industriais dentro dessas áreas e noutras mais tradicionais, recheadas de novos cérebros; o também crescente aperfeiçoamento tecnológico de muitas indústrias tradicionais e a sua expansão cada vez maior nos mais variados e exigentes mercados, tudo isto propulsionado pela acção e dinâmica de algumas das universidades Portuguesas, umas novas outras antigas; tudo isto, no seu conjunto, representa já um valioso impulso no desenvolvimento efectivo de Portugal e na sua afirmação no mundo globalizado.
Pelo meio de tantas incertezas que a economia global nos apresenta e das desilusões da política nacional, em cada dia que passa, essas afirmações da juventude nacional são como que um oásis confortante. Ainda agora, lendo o caderno de Economia do Expresso, do passado dia 19 de Janeiro, logo na sua primeira página, e com o devido realce, refere-se que "cem jovens lançam novo Portugal". Trata-se de um grupo de jovens, todos eles com formação universitária em áreas diferentes, que vai isolar-se a bordo de um barco, subir o magnífico Douro, para reflectir sobre o seu país, especialmente quanto ao seu desenvolvimento económico. Este grupo não foi seleccionado ao acaso. Conforme também se refere nesta notícia, este grupo foi escolhido por um crivo bastante apertado e com uma vontade firme de vir a produzir trabalho de vulto. Estes cem jovens portugueses serão divididos por sete grupos, cada um com os seus interesses específicos e, no fim dessa reflexão conjunta, será elaborado um documento que será, oportunamente, apresentado ao Presidente da Republica. Assim, como se pode ver, esta não é uma intenção para brincadeira nem para a diversão da "rapaziada"! É uma atitude digna, muito responsável e, em parte, reveladora da periclitância política em que o país está actualmente.
Nessa noticia, repare-se neste comentário, feito por um dos participantes(Tiago Macedo): " a bitola está muito elevada. Mas se pensarmos na mediania, não vamos a lado nenhum. Queremos mexer com as pessoas, com as mentalidades." E, acrescenta o Tiago: "Não se trata de um movimento político, mas de uma movimentação da sociedade civil, um prisma diferente de ver a realidade." Partindo de uma noticia destas, e sobretudo da sua origem num grupo de jovens que pretende agir sem interferências nem objectivos de natureza política, perguntamos a nós próprios se uma iniciativa destas seria viável aqui na nossa região? O que é que impede a nossa juventude de fazer algo semelhante? Assim dessa mesma maneira e totalmente desligada de orientações e de pressões de qualquer quadrante da política. Dispomos de juventude e de uma universidade já com trinta anos na qual muitos jovens já se movimentaram e adquiriram formação. Essa universidade, por sua vez, dispõe de pólos científicos com prestigio elevado e enaltecido nos mais variados assuntos relacionados com as potencialidades desta região insular, alguns deles bastante específicos, mesmo no âmbito nacional. E também já temos juventude com conhecimentos e experiência adquiridos nesses assuntos. O que é que impede a nossa juventude de ter iniciativas desse gabarito, numa independência limpa e clara de influencias de política caseira como, por exemplo, aquela a que se refere o conhecido jornalista Jorge Nascimento Cabral, na sua crónica de quarta feira no jornal Correio dos Açores do passado dia 23 de Janeiro. Ou será que na nossa região tudo vai indo tão bem e tão seguro que não é necessária uma borrasca, mesmo que pequena, que, pelo menos, "mexa com as mentalidades"? Com a melhor das intenções, não seria útil um abanão generoso, juvenil e responsável??
Quem aprecie ler noticias sobre assuntos actuais e sobre o desenvolvimento económico do nosso País, especialmente relacionadas com as denominadas "novas tecnologias" e com a inovação industrial apercebe-se que, em muitos aspectos, Portugal não é tão mau com alguns dizem, nem se encontra tão atrasado em relação ao mundo moderno como outros "alguns" também gostam de mencionar. Há muitas coisas, nestas áreas, que está a mudar.
A ocupação de cargos de elevada responsabilidade em empresas nacionais ou multinacionais, de prestigio internacional, nas áreas das novas tecnologias, por parte de técnicos portugueses jovens; a crescente criação em Portugal de novas empresas industriais dentro dessas áreas e noutras mais tradicionais, recheadas de novos cérebros; o também crescente aperfeiçoamento tecnológico de muitas indústrias tradicionais e a sua expansão cada vez maior nos mais variados e exigentes mercados, tudo isto propulsionado pela acção e dinâmica de algumas das universidades Portuguesas, umas novas outras antigas; tudo isto, no seu conjunto, representa já um valioso impulso no desenvolvimento efectivo de Portugal e na sua afirmação no mundo globalizado.
Pelo meio de tantas incertezas que a economia global nos apresenta e das desilusões da política nacional, em cada dia que passa, essas afirmações da juventude nacional são como que um oásis confortante. Ainda agora, lendo o caderno de Economia do Expresso, do passado dia 19 de Janeiro, logo na sua primeira página, e com o devido realce, refere-se que "cem jovens lançam novo Portugal". Trata-se de um grupo de jovens, todos eles com formação universitária em áreas diferentes, que vai isolar-se a bordo de um barco, subir o magnífico Douro, para reflectir sobre o seu país, especialmente quanto ao seu desenvolvimento económico. Este grupo não foi seleccionado ao acaso. Conforme também se refere nesta notícia, este grupo foi escolhido por um crivo bastante apertado e com uma vontade firme de vir a produzir trabalho de vulto. Estes cem jovens portugueses serão divididos por sete grupos, cada um com os seus interesses específicos e, no fim dessa reflexão conjunta, será elaborado um documento que será, oportunamente, apresentado ao Presidente da Republica. Assim, como se pode ver, esta não é uma intenção para brincadeira nem para a diversão da "rapaziada"! É uma atitude digna, muito responsável e, em parte, reveladora da periclitância política em que o país está actualmente.
Nessa noticia, repare-se neste comentário, feito por um dos participantes(Tiago Macedo): " a bitola está muito elevada. Mas se pensarmos na mediania, não vamos a lado nenhum. Queremos mexer com as pessoas, com as mentalidades." E, acrescenta o Tiago: "Não se trata de um movimento político, mas de uma movimentação da sociedade civil, um prisma diferente de ver a realidade." Partindo de uma noticia destas, e sobretudo da sua origem num grupo de jovens que pretende agir sem interferências nem objectivos de natureza política, perguntamos a nós próprios se uma iniciativa destas seria viável aqui na nossa região? O que é que impede a nossa juventude de fazer algo semelhante? Assim dessa mesma maneira e totalmente desligada de orientações e de pressões de qualquer quadrante da política. Dispomos de juventude e de uma universidade já com trinta anos na qual muitos jovens já se movimentaram e adquiriram formação. Essa universidade, por sua vez, dispõe de pólos científicos com prestigio elevado e enaltecido nos mais variados assuntos relacionados com as potencialidades desta região insular, alguns deles bastante específicos, mesmo no âmbito nacional. E também já temos juventude com conhecimentos e experiência adquiridos nesses assuntos. O que é que impede a nossa juventude de ter iniciativas desse gabarito, numa independência limpa e clara de influencias de política caseira como, por exemplo, aquela a que se refere o conhecido jornalista Jorge Nascimento Cabral, na sua crónica de quarta feira no jornal Correio dos Açores do passado dia 23 de Janeiro. Ou será que na nossa região tudo vai indo tão bem e tão seguro que não é necessária uma borrasca, mesmo que pequena, que, pelo menos, "mexa com as mentalidades"? Com a melhor das intenções, não seria útil um abanão generoso, juvenil e responsável??
Para o João Nuno (II)
O post do João Nuno começa com uma contextualização histórica, com uma exploração perspicaz do imaginário histórico que configura as interpretações vigentes do fenómeno Obama. Momentos depois de sermos notificados de que a história é importante assistimos, com incredulidade, à sua negação. JN transforma-a num mero epifenomeno do materialismo do almighty dollar. Esta é a primeira grande contradição do post do JN. O post começa com vistas largas e acaba com a miopia que caracteriza os mais variados antiamericanismos: no fim o que importa é o dollar! Os Americanos são umas máquinas de calcular e pouco mais. Onde é que eu já li isto? O JN começa com a premissa de que homem é um ser histórico, "pleno" de potencialidades, e acaba com um absolutismo monetário. So which one is it? O João Nuno tem que decidir se acredita que os humanos, incluindo os Americanos, conseguem reger a sua vida apenas pelo determinismo monetário. Não me parece que esta seja uma premissa ontológica defensável ou sequer minimamente plausível. Para torná-la pertinente teríamos que eliminar Jefferson, King, JFK, FDR, o iluminismo Britânico e Francês, a revolução Americana etc. Nem sequer os marxistas, que adoram as fórmulas redutoras, adoptam esta austeridade cognitiva. A economia é importante mas não determina todos os comportamentos político. O imaginário filosófico faz parte da realpolitik. As campanhas dos direitos civis foram motivadas pelo dollar? Em parte, talvez, mas reduzi-las a um determinismo quase marxista parece-me um erro crasso. A malta do grass roots rege-se pelo dollar? Don´t think so. Terá sido o dollar que inspirou a criação de muitos movimentos ambientalistas e que levou muitos Mayors Americanos a adoptar e a implementar as recomendações de Kyoto à revelia de Washington? Foi o dollar que inspirou os movimentos feministas dos anos 60? Não me parece. O debacle de Obama com a realpolitik já começou há muito e ainda não acabou. Poderá acabar com um segundo lugar mas a sua marca já se inscreveu na memória colectiva. Já terão reparado, certamente, que o homem é um dos dois grandes preferidos do eleitorado democrata. Não se chega aqui sem se ser um realista. As respostas para as perguntas do João Nuno já foram dadas pelo próprio eleitorado democrata. O JN também não reparou que a fórmula "menos estado, melhor estado" não faz parte da agenda democrata. Da republicana, certamente! Fala-se, no campo democrata, de maior estado e melhor estado. (sistema de saúde, por exemplo). Um erro factual. João Nuno, se continuares assim ainda acabas numa lista de independentes do Bloco. Eles também gostam de fórmulas simplistas. eh eh he :) Melhores cumprimentos
Obama
...
Será Obama um Martin Luther King do novo milénio em defesa de uma franja cada vez mais alargada das ditas "minorias" ? Será Barack, o "abençoado" – na tradução literal do primeiro nome de Obama em Suaili - , o profeta dos novos tempos que reencarna o "Sonho Americano" outrora personificado por John F Kennedy? Ou será que Barack Obama é apenas mais um mito made in U.S.A. E, não menos relevante, independentemente do mérito ou demérito do "abençoado" Barack será possível a América eleger um Presidente Afro-Americano com um nome que rima com Osama?
É com este caderno de encargos, pleno de dúvidas, que seguimos com algum frisson a campanha do fenómeno Barack Obama. Sob o signo da "Mudança" Obama tem congregado uma vasta plataforma de apoio eleitoral, especialmente, eleitorado muito jovem e eleitorado branco. O sinal de euforia veio da vitória no Iowa onde Obama logrou um resultado histórico se tivermos presente que 95 % da população daquele Estado é "branca". Assim, o homem do momento capitaliza um eleitorado sociologicamente transversal e é especialmente penetrante junto dos jovens e da classe média. Todavia, o Iowa representa apenas 0.5 % do eleitorado e a "elegibilidade" de Obama é ainda feita de sonhos e não do confronto com realpolitik! E no mundo real a América não é o País das incomensuráveis Maravilhas pois a escassez do petróleo, bem como dos réditos de uma economia forte, ainda terão uma palavra decisiva na escolha Presidenciável ! No fim o eleitorado pouco quer saber das utópicas políticas de ambiente de Obama, dos pueris desígnios de John Edwards para o Darfur, do panfletarismo feminista de Hillary Clinton. No final, numa época de recessão, o "almighty dollar" será decisivo pois, também na terra prometida do capitalismo, o novo evangelho terá que passar por cortar no despesismo do Estado e, como por exemplo pretendem alguns Republicanos, reduzir a carga fiscal. Obama bem pode anunciar a boa nova da mudança mas, no essencial, será o velho tilintar do dollar quem mais ordena e, em época de crise económica, a única mudança que os Americanos podem exigir de Obama é a velha fórmula de "menos Estado e melhor Estado".
…
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
Será Obama um Martin Luther King do novo milénio em defesa de uma franja cada vez mais alargada das ditas "minorias" ? Será Barack, o "abençoado" – na tradução literal do primeiro nome de Obama em Suaili - , o profeta dos novos tempos que reencarna o "Sonho Americano" outrora personificado por John F Kennedy? Ou será que Barack Obama é apenas mais um mito made in U.S.A. E, não menos relevante, independentemente do mérito ou demérito do "abençoado" Barack será possível a América eleger um Presidente Afro-Americano com um nome que rima com Osama?
É com este caderno de encargos, pleno de dúvidas, que seguimos com algum frisson a campanha do fenómeno Barack Obama. Sob o signo da "Mudança" Obama tem congregado uma vasta plataforma de apoio eleitoral, especialmente, eleitorado muito jovem e eleitorado branco. O sinal de euforia veio da vitória no Iowa onde Obama logrou um resultado histórico se tivermos presente que 95 % da população daquele Estado é "branca". Assim, o homem do momento capitaliza um eleitorado sociologicamente transversal e é especialmente penetrante junto dos jovens e da classe média. Todavia, o Iowa representa apenas 0.5 % do eleitorado e a "elegibilidade" de Obama é ainda feita de sonhos e não do confronto com realpolitik! E no mundo real a América não é o País das incomensuráveis Maravilhas pois a escassez do petróleo, bem como dos réditos de uma economia forte, ainda terão uma palavra decisiva na escolha Presidenciável ! No fim o eleitorado pouco quer saber das utópicas políticas de ambiente de Obama, dos pueris desígnios de John Edwards para o Darfur, do panfletarismo feminista de Hillary Clinton. No final, numa época de recessão, o "almighty dollar" será decisivo pois, também na terra prometida do capitalismo, o novo evangelho terá que passar por cortar no despesismo do Estado e, como por exemplo pretendem alguns Republicanos, reduzir a carga fiscal. Obama bem pode anunciar a boa nova da mudança mas, no essencial, será o velho tilintar do dollar quem mais ordena e, em época de crise económica, a única mudança que os Americanos podem exigir de Obama é a velha fórmula de "menos Estado e melhor Estado".
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com
quarta-feira, janeiro 23
TRIVELADAS
Isto já está mais parecido com um blog de machos.
Política, Mulheres, Vinho e já cá faltava o Futebol. Mas quando leio na Bola (só disponível para clientes da Tabacaria Açoreana) pela pena do Luís Freitas Lobo "A biomecânica da técnica expressa na trivela" a respeito dos pés tortos do Ricardo Quaresma fico com a certeza de que não percebo nada, mas mesmo nada destas merdas. Nem de política, nem de mulheres, nem de tintol nem mesmo de futebol.
Política, Mulheres, Vinho e já cá faltava o Futebol. Mas quando leio na Bola (só disponível para clientes da Tabacaria Açoreana) pela pena do Luís Freitas Lobo "A biomecânica da técnica expressa na trivela" a respeito dos pés tortos do Ricardo Quaresma fico com a certeza de que não percebo nada, mas mesmo nada destas merdas. Nem de política, nem de mulheres, nem de tintol nem mesmo de futebol.
Go west
Hillary, sabendo que a corrida na Carolina do Sul está provavelmente perdida, abandona o estado sulista e parte em direcção à Califórnia, o mais importante estado em termos de número de delegados. Deixou, contudo, o sonolento Bill a fazer campanha por ela. Espero que a campanha de Obama saiba explorar isto: não é o ex-Presidente que está na corrida e não deveria ser ele a explicar a agenda da Sra. Clinton. A decisão de abandonar a Carolina revela um tipo de sagacidade política que não é muito admirada pelos Americanos. Este abandono oportunista poderá afectar negativamente as percepções das minorias black & hispanic, na Califórnia. Clinton repete o mesmo erro(ver abaixo: CNN debates): as corridas eleitorais são estado a estado mas as percepções políticas não tem fronteiras. Os seus apoiantes na Califórnia com toda a certeza que não gostaram muito deste abandono dos seus congéneres da Carolina do Sul . Revela fraqueza e oportunismo.
PS: A partida antecipada de Hillary para a Califórnia poderá revelar alguma preocupação com o momentum crescente de Obama naquele estado. Será que Hillary partiu numa missão de damage control? So o saberemos na super-dooper-tsunami-tuesday. Aquela história do napping na CNN também é muito cativante, não é? Apresenta os Clintons como pessoas normais, que dormem e tudo. Seria demais pedir mais uma lágrimazita. (estou a brincar)
PS: A partida antecipada de Hillary para a Califórnia poderá revelar alguma preocupação com o momentum crescente de Obama naquele estado. Será que Hillary partiu numa missão de damage control? So o saberemos na super-dooper-tsunami-tuesday. Aquela história do napping na CNN também é muito cativante, não é? Apresenta os Clintons como pessoas normais, que dormem e tudo. Seria demais pedir mais uma lágrimazita. (estou a brincar)
PS2: cometi um erro colossal ao ler estas malditas polls. As polls indicam uma vantagem substantiva de Hillary na California, apesar de alguma especulação cibernética acerca do momentum do Obama (huffington post, e alguns jornais regionais de sillicon valey, San Jose e San Francisco) . As minhas desculpas aos leitores do :ilhas por este erro. Isto altera radicalmente a premissa deste post. Não se trata, portanto, de damage control. Poderá, deverá, ser uma tentativa de assegurar a liderança. Mais uma vez, as minhas desculpas a todos.
The Art of Napping
A CNN está a transmitir, hoje, uma peça satírica sobre as sonecas dos Clintons, da jornalista Jeanne Moos. Vale mesmo a pena. É de chorar de rir. Acerca de Clinton, ex-presidente: "he lies even when he is spleeping." Não percam. Já me ri um bocado hoje.
Reporter X
RTP *
RTP. Com apenas 3 letras se define o serviço público de rádio e televisão. Esta é uma das promoções que podemos ouvir em antena. Nada mais verdadeiro. Isto porque, parte da história recente dos Açores é, também ela, construída de pequenos momentos e de registos protagonizados pela rádio e televisão pública regional.
Em meados de 2007 foi nomeada uma nova direcção para a RTP-A/RDP-A e, em paralelo, foi dada execução à "fusão" da rádio e da televisão numa única empresa, facto que já havia sido implementado na "empresa mãe" mas cuja aplicação ainda não tinha sido posta em prática na Região. Esta situação tem gerado algumas controvérsias ao nível do funcionamento interno, algumas resolvidas de forma "pacífica", outras nem por isso. E, à medida que o tempo flui, têm surgido vozes dissonantes à direcção de Pedro Bicudo. Isto tem levado a uma crescente fragmentação interna entre colaboradores, não perceptível aos "olhos" do público mas real e audível nas conversas de corredor.
Recentemente, o debate em torno da RTP passou para os jornais e rapidamente se alargou aos blogues, cuja forma e liberdade de acesso tem permitido uma acesa esgrima de argumentos entre vários intervenientes (consultar Máquina de Lavax; Fôguetabraze; :Ilhas e Sete Vidas como Gatos, só para nomear alguns). Aqui a discussão está para durar.
A falta de debate e de um diálogo construtivo em torno do bem comum (e da coisa pública), de forma genérica, não se afigura fácil nem cativa as massas. Neste meio pequeno e entroncado de idiossincrasias é difícil operar mudanças radicais e cortes abruptos. Daí que, a esta direcção da RTP, tenha de ser dado o mais que devido "benefício da dúvida", na medida em que não se tratou de uma mera troca de direcções (nunca na história das duas empresas os ex-directores permaneceram em funções após a nomeação de uma nova gestão!) mas sim, de uma profunda reestruturação no modus operandi e na forma de "comunicar". Os resultados são ainda imberbes mas julgo que a seu tempo haverá uma clarificação. Um debate pelo "Estado da RTP" já se justificava...
* edição de 22/01/08 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Blow up your.tv
RTP. Com apenas 3 letras se define o serviço público de rádio e televisão. Esta é uma das promoções que podemos ouvir em antena. Nada mais verdadeiro. Isto porque, parte da história recente dos Açores é, também ela, construída de pequenos momentos e de registos protagonizados pela rádio e televisão pública regional.
Em meados de 2007 foi nomeada uma nova direcção para a RTP-A/RDP-A e, em paralelo, foi dada execução à "fusão" da rádio e da televisão numa única empresa, facto que já havia sido implementado na "empresa mãe" mas cuja aplicação ainda não tinha sido posta em prática na Região. Esta situação tem gerado algumas controvérsias ao nível do funcionamento interno, algumas resolvidas de forma "pacífica", outras nem por isso. E, à medida que o tempo flui, têm surgido vozes dissonantes à direcção de Pedro Bicudo. Isto tem levado a uma crescente fragmentação interna entre colaboradores, não perceptível aos "olhos" do público mas real e audível nas conversas de corredor.
Recentemente, o debate em torno da RTP passou para os jornais e rapidamente se alargou aos blogues, cuja forma e liberdade de acesso tem permitido uma acesa esgrima de argumentos entre vários intervenientes (consultar Máquina de Lavax; Fôguetabraze; :Ilhas e Sete Vidas como Gatos, só para nomear alguns). Aqui a discussão está para durar.
A falta de debate e de um diálogo construtivo em torno do bem comum (e da coisa pública), de forma genérica, não se afigura fácil nem cativa as massas. Neste meio pequeno e entroncado de idiossincrasias é difícil operar mudanças radicais e cortes abruptos. Daí que, a esta direcção da RTP, tenha de ser dado o mais que devido "benefício da dúvida", na medida em que não se tratou de uma mera troca de direcções (nunca na história das duas empresas os ex-directores permaneceram em funções após a nomeação de uma nova gestão!) mas sim, de uma profunda reestruturação no modus operandi e na forma de "comunicar". Os resultados são ainda imberbes mas julgo que a seu tempo haverá uma clarificação. Um debate pelo "Estado da RTP" já se justificava...
* edição de 22/01/08 do AO
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terça-feira, janeiro 22
um qualquer desejo de mudança
Ontem à noite, enquanto bebericava uma Sagres pelo gargalo, cofiava o pelo da gata deitada sobre a minha barriga, e via o debate da CNN, com Hillary, Barack e John, dei por mim a pensar no Manuel Alegre. Um dos fenómenos mais interessantes que saíram das últimas eleições presidenciais portuguesas foi a candidatura de Manuel Alegre e as suas consequências no panorama político nacional. Não quero escamotear o passado do poeta, mas para o que aqui me interessa o "fenómeno" Alegre, tal como é hoje, começou nas directas do PS de 2004. Nesse tempo Portugal vivia os anos loucos do santanismo, o PS estava órfão, após a demissão de Ferro Rodrigues, e salivava com a perspectiva de um ataque ganhador ao poder e via no perfil aprumado de José Sócrates o passaporte ideal para o El Dorado da governação. Eis que se ergue Manuel Alegre, agitando a espada do verdadeiro socialismo, contra a bandeira liberal de Sócrates. Alegre foi então o arauto de um socialismo puro, filho de 74, humanista, romântico, universalista, utópico. Eu votei nele nessas directas. Fast Forward para 2006, ano das presidenciais. Na direita o candidato inevitável: Aníbal Cavaco Silva. No governo de José Sócrates o candidato inevitável: Aníbal Cavaco Silva. Na esquerda: o caos, o pânico, o martírio e Mário Soares e Manuel Alegre. Em 2006 Alegre surge como o candidato da rebeldia, o candidato anti sistema, o candidato da mudança. O estatuto criado por Alegre em 2006 era generalista e talvez até excessivamente plural. Alegre congregou à sua volta uma panóplia colorida de sensibilidades que iam desde um certo conservadorismo elitista que se revia na faceta marialva, de caçador de fim-de-semana, de Alegre, até uma certa esquerda radical saudosista dos meses quentes de 75, passando por intelectuais diversos, mulheres variadas e todo o tipo de sonhadores. Havia um Alegre para cada um. Por isso mesmo quando se tentava perceber o que de concreto representava Alegre as respostas eram tantas como o número de apoiantes. O elemento agregador era a vontade de mudança, fosse lá o que isso fosse. Hoje, Alegre está perdido no seu próprio caleidoscópio político, restando-lhe apenas um certo sebastianismo concretizado na esperança vaga de que num dia de nevoeiro o mundo mude para melhor. Não pretendo fazer uma comparação taxativa entre Manuel Alegre e Barack Obama, mas alguns aspectos são particularmente reveladores de uma tendência que é hoje recorrente no mundo ocidental. A esperança que uma determinada geração, independentemente da sua posição no espectro político, coloca na possibilidade de um líder salvador que como que por magia mude o mundo. E mais do que em políticas concretas tudo se resume no poder hipnotizante da palavra mudança. Um dos momentos mais engraçados do debate de ontem aconteceu quando Edwards e Clinton fizeram coro na crítica aos sucessivos votos em branco de Obama. O apontar de dedo à incapacidade recorrente de Obama em tomar partido quer na escolha de políticas concretas, quer no reconhecimento claro de uma área ideológica (as referências a Reagan). Um dos problemas dos políticos que em eleições pretendem apresentar-se como não políticos, como exteriores à política, virgens, é precisamente na hora do confronto com as vis minudências da política real. A política de facto, de leis e decretos e decisões. Não sei se repararam mas nas últimas semanas, voando baixinho, abaixo do radar mediático, mas sem o estrondo de um F-16 no limiar da barreira do som, os dois maiores partidos do espectro político português, Socialistas e Sociais-democratas, cozinharam e apadrinharam uma nova Lei Eleitoral Autárquica. Uma Lei altamente penalizadora dos pequenos partidos e, mais grave, das listas de cidadãos que apenas nas eleições autárquicas tem uma real e viável plataforma de intervenção. Não sei também se repararam que Manuel Alegre absteve-se na votação dessa lei. O mesmo Manuel Alegre que é o pai espiritual dessa coisa chamada Movimento Intervenção e Cidadania. Nas presidenciais portuguesas o povo escolheu o tecnocrata em vez do poeta. Esperemos para ver se nos EUA os americanos escolherão, ou não, o carismático Obama ou a pragmática Hillary. Pelo sim pelo não, alguém que arranje a Barack uma tradução da Trova do Vento que Passa, pode ser que dê jeito. "I ask the passing wind / news from my country / but the wind silences the disgrace / the wind says nothing to me..."
Dreamer
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Do outro lado do Atlântico, prestando tributo ao outro lado da História, hoje é feriado : Martin Luther King holiday. Um dos três e escassos feriados federais venerando uma divindade da Pátria Americana. A trindade é composta por ícones tão díspares como Martin Luther King, George Washington e Cristovão Colombo. Contudo, este é também o feriado menos consensual nos E.U.A. Seja como for, MLK é um ícone de uma época de transição nos Estados Unidos. Há quem acredite que a profecia de Martin Luther King tem discípulo no novo milénio com Barack Obama. Mesmo para os descrentes o discurso de Martin Luther King, aos pés do Lincoln Memorial no dia do centésimo aniversário da Emancipation Proclamation, não deixa de ser uma "reserva moral" das "utopias sociais" made in U.S.A.
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Do outro lado do Atlântico, prestando tributo ao outro lado da História, hoje é feriado : Martin Luther King holiday. Um dos três e escassos feriados federais venerando uma divindade da Pátria Americana. A trindade é composta por ícones tão díspares como Martin Luther King, George Washington e Cristovão Colombo. Contudo, este é também o feriado menos consensual nos E.U.A. Seja como for, MLK é um ícone de uma época de transição nos Estados Unidos. Há quem acredite que a profecia de Martin Luther King tem discípulo no novo milénio com Barack Obama. Mesmo para os descrentes o discurso de Martin Luther King, aos pés do Lincoln Memorial no dia do centésimo aniversário da Emancipation Proclamation, não deixa de ser uma "reserva moral" das "utopias sociais" made in U.S.A.
CNN Debates: The specifics have begun
"All men can see these tactics whereby I conquer, but what none can see is the strategy out of which victory is evolved."
Sun Tzu
Clinton sabe que Obama está à frente na Carolina do Sul. Sabe também que uma vitória do senador do Illinois na Carolina do Sul implica o retorno de uma paridade que lhe é prejudicial, dado que ela era a grande favorita overall. A paridade favorece Obama se tivermos em conta as percepções iniciais desta corrida eleitoral.
Ele, Obama, demonstrou fluência na discussão dos detalhes. Ela, Hillary, é uma mestre do detalhe, como puderam constatar. Poderia ter optado por insistir nos detalhes programáticos invés de regressar aos ataques semi-pessoais. Porque é que Hillary atacou desta forma? Ela sabe, talvez melhor do que ninguém, que as discussões personalizadas acabam por danificar todos os que nelas se envolvem. Poderíamos supor que a discussão simplesmente aqueceu. Não me parece. O que me parece é simplesmente isto: ela sabia que se conseguisse arrastar Obama para uma discussão personalizada ambos perderiam apoio eleitoral. Obama vai à frente na Carolina do Sul. É quem tem mais a perder. Não é necessário tentar explicar o resto. Sim, foi propositado. Pura estratégia política. (ver Thomas C. Schelling, game theory)
Repito: ela sabe que o país não está com pachorra para personal politics. Mas foi em frente. Clinton arriscou porque sabe que um mau resultado de Obama na Carolina do Sul (mesmo se ele ganhar com uma maioria precária) poderá ser fatal. As dúvidas acerca da elegibilidade do senador do Illinois regressariam. As discussões personalizadas engendram dúvidas no eleitorado. É um facto inquestionável que é ensinado nas primeiras aulas de "electoral politics." Será que Clinton optou por uma derrota que não seja apenas sua? Tudo isto é mera especulação. Mas nada é acidental no país que inventou a política cientifica.
Clinton insiste na questão da experiência. Os efeitos desta insistência no atributo "experiência" são evidentes: quem é experiente possui know-how, competência e familiaridade com os issues e com os processos de decisão política. Logo é o(a) melhor candidato(a). Todavia, "experiência" também sugere continuidade e, para muitos, cumplicidade com o actual estado de coisas. Como é sabido, a maioria dos Americanos deseja a "mudança". Experiência e mudança não são sinónimos. Há aqui uma tensão que poderá ser explicitada. Ou seja, a "experiência" é uma faca de dois gumes. Se Hillary insistir demasiado no atributo "experiência", terá dificuldades em apresentar-se como a candidata da mudança, não obstante a autenticidade das suas intenções e a credibilidade do seu passado. A fórmula de Hillary é a de que a experiência é uma característica necessária para se conseguir implementar um programa de mudança. Momentos depois do fim do debate, a CNN entrevistou umas miúdas num beauty parlor. A discussão girava precisamente em torno da questão "experiência." Uma das miúdas disse mais ou menos isto: "We need someone new to change the way things are." A semântica é uma coisa diabólica, não é? Quem tem experiência não é "new."
Estamos em terrenos movediços. Creio que Obama deverá ganhar na Carolina do Sul. Obama sabe que Hillary está à frente nas sondagens do "tsunami tuesday". Se Obama vencer na Carolina do Sul, ele terá que maximizar o efeito (comunicativo) deste bounce. Os spin doctors devem estar a trabalhar dia e noite.
ps: Os mercados orientais estão em queda em antecipação da crise (recessão?) americana que se afigura como inevitável. Os mercados de Nova Iorque estiveram fechados hoje. Como responderá Nova Iorque á crise? Um repórter da BBC afirma que alguns mercados orientais caíram mais hoje do que no dia 11 de setembro de 2001!!!
Umas perguntas para os nossos leitores: Qual será o impacto da crise económica nas eleições Americanas? Será que em tempos de crise as pessoas procuram lideres experientes? Ou será um estimulo para a mudança Obamaniana? Its the economy, stupid! Se assistirmos a uma queda significativa dos mercados financeiros e bolsistas de Nova York, as estratégias eleitorais serão reformuladas. Será que Hillary insistirá ainda mais na "experiência"?
segunda-feira, janeiro 21
Bloggers&Politics
clikar na última palavra
Bloggers e a cidadania 1 / cidadania 2
Bloggers e a política (concreta)
Weekend Postcards
Ponta Delgada (nascente). Janeiro 2008. Tempo incerto e ameaçador... têm sido assim estes dias.
domingo, janeiro 20
"We, the people (I)"
Muito se tem escrito sobre a campanha electrificante de Obama. Os números estão aí e não mentem. Uma fatia substancial do apoio eleitoral de Obama provêm de pessoas que nunca participaram na política: independentes e jovens. Os activistas, desde os bloggers até aos movimentos grass roots, que assumem diversas formas e feitios, são os idóneos do movimento, o que não deixa de ser bizarro e fascinante. O New York Times publicou recentemente um artigo onde se afirma que o Partido Democrata encontra-se dividido entre a classe dirigente, que apoia Clinton, e a classe activista que apoia Obama incondicionalmente (mais uma razão decisiva para um eventual rapprochement entre Clinton e Obama?). Esta será uma caricatura do actual estado de coisas dado que Clinton também possui um sofisticado regimento de activistas. Todavia, o movimento que sustenta o ímpeto eleitoral de Obama, transcende a máquina partidária e é uma realidade instituída no panorama político Americano. Já o é há muito mas nunca, até Dean, tinha conseguido transformar-se numa alternativa real e possível. O que há de mais notável neste movimento é o seu purismo ideológico, que poderá vir a ser problemático. Este purismo deve-se, em grande parte, à autonomização dos meios de mobilização política (blogs, especialmente). Hoje as pessoas podem apoiar Obama ou Clinton sem recorrer aos meios do Partido Democrata e sem ter que negociar para os obter. Esta malta não tem necessariamente que procurar o give and take dos compromissos típicos da vida partidária porque não precisa do partido para nada. Ou seja, as novas tecnologias da comunicação, que alteraram profundamente toda a lógica de mobilização política, são as grandes causas destas fascinantes mudanças.
* A imagem acima apresentada foi retirada do www.visualcomplexity.com, um projecto fascinante de um Micaelense (Manuel Lima) emigrado em terras do uncle sam. Obrigado Manuel.
sábado, janeiro 19
sexta-feira, janeiro 18
Incontinências
Um almejado regresso ao Pavillon após um longo dia jejumado. Fillet divinal, boa atmosfera, óptima companhia. Apesar disso, continuo à espera d' O Sonho Americano.
RTP/Açores vai acabar?!
Mais de treze mil visitas aos vídeos da RTP/AçoresCongregar os novos suportes digitais à tradicional emissão televisiva poderá capitalizar novos telespectadores (a forma de olhar a televisão alterou-se significativamente!) e atingir um público mais alargado (nas comunidades emigrantes, por exemplo), com custos mais reduzidos do que a transmissão regular. A mudança operada pecou apenas por ser tardia. O debate pela res publica também se afigura importante na concretização de um projecto sólido de televisão. Para acompanhar com atenção.
quinta-feira, janeiro 17
Alta Fidelidade
[Best Of' 07] Again and Again pelos The Bird And The Bee. Pop etérea bem comportada. Edição Blue Note.
O Tabu
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Só os néscios acreditam piamente que Carlos César condicionou a sua recandidatura a "consensos prévios" com a sede Nacional do PS. No final deste enredo da política local, sem concorrente com qualquer novela sul-americana, o astro dos Socialistas Açorianos irá, como é óbvio, recandidatar-se. A suspensão da candidatura de Carlos César não passa pois de uma mise en scène que antecede o "plebiscito" do Congresso Regional do PS. Mas a coreografia deste tabu fez-se com a cumplicidade dos "media" sem espinha que, por exemplo, se deixam plantar à espera do grande líder durante horas a fio para depois o "surpreender" à saída de um "almoço de amigos", no qual o "mistério" da recandidatura ficou por desvendar. Está assim montada uma encenação para acrescentar mais uma pedra no pedestal de Carlos César como Autonomista reivindicativo e "corajoso". Mas trata-se apenas de uma coragem controlada por um risco inexistente. César não tem oposição interna e não deixou espaço para qualquer alternativa de poder dentro do PS. César é pois omnipresente e omnipotente. Efectivamente, dos Socialistas ortodoxos do "canto da fontinha" até aos "cristãos novos" neo-socialistas, com ascendentes nos mais conservadores extractos sociais, todos clamam por César! Há até notícia de uma Juventude pro-César que se aprestou a firmar com o seu nome ajuramentado o apoio e a veneração pública ao líder do PS ! Sinal dessa juventude subserviente está na propalada lista de 300 assinaturas de jovens licenciados e futuros quadros que se diz prestaram fidelização a mais um mandato de César. O pleno de César encontra ainda eco nas vozes suplicantes de "independentes", e outras celebridades transversais, que publicamente endossaram o seu voto de apoio ao líder do PS. Não havia pois necessidade de cancelar o "jantar da Terceira" onde teria lugar a apoteótica recandidatura de Carlos César. Mas, o tabu ainda está para durar, pois está por decifrar o braço de ferro entre Carlos César e o Sr. Pinto de Sousa. Com efeito, publicitam os "media" que do lado de lá do Atlântico os Socialistas continuam a afirmar que desconhecem o rol de exigências do PS-Açores. Eis pois uma novela que se irá arrastar seguindo o figurino habitual. Para os aficionados do género, depois da orfandade da co-produção regional com o fim da subsidiada "Ilha dos Amores", aí está uma nova e emocionante novela: "O tabu de César". Não percam pois os próximos episódios.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.
Só os néscios acreditam piamente que Carlos César condicionou a sua recandidatura a "consensos prévios" com a sede Nacional do PS. No final deste enredo da política local, sem concorrente com qualquer novela sul-americana, o astro dos Socialistas Açorianos irá, como é óbvio, recandidatar-se. A suspensão da candidatura de Carlos César não passa pois de uma mise en scène que antecede o "plebiscito" do Congresso Regional do PS. Mas a coreografia deste tabu fez-se com a cumplicidade dos "media" sem espinha que, por exemplo, se deixam plantar à espera do grande líder durante horas a fio para depois o "surpreender" à saída de um "almoço de amigos", no qual o "mistério" da recandidatura ficou por desvendar. Está assim montada uma encenação para acrescentar mais uma pedra no pedestal de Carlos César como Autonomista reivindicativo e "corajoso". Mas trata-se apenas de uma coragem controlada por um risco inexistente. César não tem oposição interna e não deixou espaço para qualquer alternativa de poder dentro do PS. César é pois omnipresente e omnipotente. Efectivamente, dos Socialistas ortodoxos do "canto da fontinha" até aos "cristãos novos" neo-socialistas, com ascendentes nos mais conservadores extractos sociais, todos clamam por César! Há até notícia de uma Juventude pro-César que se aprestou a firmar com o seu nome ajuramentado o apoio e a veneração pública ao líder do PS ! Sinal dessa juventude subserviente está na propalada lista de 300 assinaturas de jovens licenciados e futuros quadros que se diz prestaram fidelização a mais um mandato de César. O pleno de César encontra ainda eco nas vozes suplicantes de "independentes", e outras celebridades transversais, que publicamente endossaram o seu voto de apoio ao líder do PS. Não havia pois necessidade de cancelar o "jantar da Terceira" onde teria lugar a apoteótica recandidatura de Carlos César. Mas, o tabu ainda está para durar, pois está por decifrar o braço de ferro entre Carlos César e o Sr. Pinto de Sousa. Com efeito, publicitam os "media" que do lado de lá do Atlântico os Socialistas continuam a afirmar que desconhecem o rol de exigências do PS-Açores. Eis pois uma novela que se irá arrastar seguindo o figurino habitual. Para os aficionados do género, depois da orfandade da co-produção regional com o fim da subsidiada "Ilha dos Amores", aí está uma nova e emocionante novela: "O tabu de César". Não percam pois os próximos episódios.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.
quarta-feira, janeiro 16
terça-feira, janeiro 15
"Yes We Can" ou o "Triunfo da Vontade" (*)
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+ logo, pelas 22 horas, "Noite Americana" no Agente Provocador da Antena 1 da RDP Açores ( com edição on-line Aqui ). Os residentes Alexandre Pascoal e João Nuno Almeida e Sousa, sob a régie de Herberto Quaresma, recebem o convidado especial Ezequiel Moreira da Silva. A pedido do :Ilhas aqui fica como teaser um postal do Ezequiel.
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"Na conjugação destas três simples palavras encontramos a alma Americana. O "yes, we can!" presume a existência de um limite que será transposto pela via da vontade. Foi na transgressão revolucionária dos limites impostos pela hegemonia imperial Britânica que a América encontrou a sua identidade, o sentido do seu ser e do seu devir. A crença no poder transformativo da vontade humana é um dos mais importantes aspectos da cultura política Americana, um aspecto que transcende os particularismos ideológicos e as fissuras que deles advêm. Todas as correntes da cultura política Americana interiorizaram esta pertença ao futuro como facto primordial. A pertença ao futuro não assenta na negação cega e dogmática do passado mas na aceitação da evidencia que o passado é, mais do que um mero legado de gerações passadas, um futuro que foi arduamente conquistado e formado pela vontade humana. Interpretar a história de outra forma é um horrendo acto de renúncia, de abandono, de sujeição. Nos EUA, a vivencia do passado é impregnada pela convicção de que a história não é apenas um conjunto de diktaks e de práticas a que estamos sujeitos. Não, é mais do que isto. É uma celebração da criatividade. O que se celebra não é a história em si mas a criação da história pela vontade. A memória da capacidade criadora é hoje invocada por todos os candidatos à Presidência dos EUA. O candidato que melhor a representa é, a meu ver, Obama.(por razões complexas que não interessa considerar aqui, por agora) É interessante notar que muitos conservadores americanos respeitam o senador democrata do Illinois. Porquê? Porque Obama fez-se ultrapassando limites pela força da vontade. Obama, no psique colectivo Americano, é um Founding Father. Quando esta evocação histórica é aliada a um programa credível de mudança (que ainda não foi detalhado por razões que se prendem com os cálculos da sua estratégia eleitoral), tudo é possível. "
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+ logo, pelas 22 horas, "Noite Americana" no Agente Provocador da Antena 1 da RDP Açores ( com edição on-line Aqui ). Os residentes Alexandre Pascoal e João Nuno Almeida e Sousa, sob a régie de Herberto Quaresma, recebem o convidado especial Ezequiel Moreira da Silva. A pedido do :Ilhas aqui fica como teaser um postal do Ezequiel.
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"Na conjugação destas três simples palavras encontramos a alma Americana. O "yes, we can!" presume a existência de um limite que será transposto pela via da vontade. Foi na transgressão revolucionária dos limites impostos pela hegemonia imperial Britânica que a América encontrou a sua identidade, o sentido do seu ser e do seu devir. A crença no poder transformativo da vontade humana é um dos mais importantes aspectos da cultura política Americana, um aspecto que transcende os particularismos ideológicos e as fissuras que deles advêm. Todas as correntes da cultura política Americana interiorizaram esta pertença ao futuro como facto primordial. A pertença ao futuro não assenta na negação cega e dogmática do passado mas na aceitação da evidencia que o passado é, mais do que um mero legado de gerações passadas, um futuro que foi arduamente conquistado e formado pela vontade humana. Interpretar a história de outra forma é um horrendo acto de renúncia, de abandono, de sujeição. Nos EUA, a vivencia do passado é impregnada pela convicção de que a história não é apenas um conjunto de diktaks e de práticas a que estamos sujeitos. Não, é mais do que isto. É uma celebração da criatividade. O que se celebra não é a história em si mas a criação da história pela vontade. A memória da capacidade criadora é hoje invocada por todos os candidatos à Presidência dos EUA. O candidato que melhor a representa é, a meu ver, Obama.(por razões complexas que não interessa considerar aqui, por agora) É interessante notar que muitos conservadores americanos respeitam o senador democrata do Illinois. Porquê? Porque Obama fez-se ultrapassando limites pela força da vontade. Obama, no psique colectivo Americano, é um Founding Father. Quando esta evocação histórica é aliada a um programa credível de mudança (que ainda não foi detalhado por razões que se prendem com os cálculos da sua estratégia eleitoral), tudo é possível. "
Ezequiel Moreira da Silva
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(*) o título é da minha responsabilidade e as fotos foram importadas do blog neatorama
República das Bananas
Jardim garante que estará ao lado dos madeirenses no dia em que o povo quiser a independênciaFaçam-lhe a vontade... e poupem-nos deste embaraço autonómico.
Cesar vs Cesar
Acto realizado em: 17/10/2004
Resultados Totais
- Oficiais -
PS: 60140 ( 56,97%) 31
PPD/PSD.CDS-PP: 38883 ( 36,84%) 21
PCP-PEV: 2942 ( 2,79%) 0
B.E.: 1022 ( 0,97%) 0
MPT: 369 ( 0,35%) 0
PPM: 293 ( 0,28%) 0
PDA: 248 ( 0,23%) 0
Informação detalhada
Abstenção:44,77%
Freguesias apuradas: /
©2007 CNE - Comissão Nacional de Eleições
Resultados Totais
- Oficiais -
PS: 60140 ( 56,97%) 31
PPD/PSD.CDS-PP: 38883 ( 36,84%) 21
PCP-PEV: 2942 ( 2,79%) 0
B.E.: 1022 ( 0,97%) 0
MPT: 369 ( 0,35%) 0
PPM: 293 ( 0,28%) 0
PDA: 248 ( 0,23%) 0
Informação detalhada
Abstenção:44,77%
Freguesias apuradas: /
©2007 CNE - Comissão Nacional de Eleições
...Eu hoje deitei-me assim
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Já que somos autómatos retomando o expediente dia após dia, aqui fica uma colherada de energia para animar a madrugada ou imprimir ritmo à alvorada…com os Spoon !
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Já que somos autómatos retomando o expediente dia após dia, aqui fica uma colherada de energia para animar a madrugada ou imprimir ritmo à alvorada…com os Spoon !
segunda-feira, janeiro 14
domingo, janeiro 13
we can all adore the Azores
Destaque para o projecto turístico Furnas Lake Villas na edição de janeiro da Wallpaper. Projecto dos arquitectos Luis Almeida e Sousa e Fernando Monteiro, este é um sinal evidente de que o que é Bom nestas Ilhas pode sê-lo e reconhecido em qualquer parte. Parabéns!
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