quarta-feira, janeiro 9

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Segurança Q/b *

Segurança é a palavra que mais se tem feito ouvir, melhor, a falta dela. Para além de ter dominado grande parte das conversas à volta da mesa natalícia, não sei se por falta de melhor assunto, o Ano foi passado em alvoroço. Os desejos da época não se materializaram e proliferaram os actos de vandalismo, indiscriminadamente, um pouco por toda a ilha, sendo certo que fizeram as delícias das manchetes dos primeiros dias do Ano que se queria Novo.

A oposição critica o governo, a população indignada ameaça rebelar-se e organizar-se em milícias populares, o governo convoca os responsáveis pela segurança pública, que tentarão responsabilizar parte da “ineficácia” da sua acção pela precariedade e pelos parcos meios que lhes estão afectos, os municípios convocam os seus conselhos de segurança para determinar os focos de insegurança e determinar acções concretas para o combate aos prevaricadores…

Estes têm sido os sinais que têm preenchido parte da agenda do ano que agora se inicia. Perceber o porquê deste crescendo da criminalidade poderá ser tendencialmente complexo e porventura constituir-se-á de muita especulação, dando azo a grande dose “imagética”. Não obstante, os crimes são reais e são cada vez mais frequentes, mais inusitados e, infelizmente, mais violentos.

A solução para este pré-determinado “clima de insegurança” não se antevê facilitada. A democratização do consumo de estupefacientes poderá ser uma das causas prováveis para a criminalidade emergente, sendo que este consumo não está confinado apenas às zonas urbanas e a sua disseminação pela ruralidade das ilhas tem sido um factor de forte desestabilização social.

O “paraíso” já viu melhores dias, mas nem por isso deixamos de ser uma Região segura. Passamos, sim, a ter de coexistir no nosso quotidiano com factores, até aqui estranhos à realidade insular. Começou um novo ciclo de “aprendizagem”.


* edição de 08/01/08 do AO
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*** Fotografia X Francisco Botelho

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