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Portugal é um país bizarro. Visto à distância dir-se-ia até que não se trata de uma Nação civilizada mas de uma ficção. Sinal desse País que não existe é a recente sanha antitabágica cujo cúmulo redundou na abertura televisiva dos Jornais da noite com a polémica nacional de sabermos se, afinal, se pode ou não fumar nos casinos! Isto, como se sabe, numa conjuntura económica em que a pergunta soa a ofensa a quem trabalha e não sonha, sequer como resolução de ano novo, jogar nos casinos de Portugal. Aliás, em bom rigor, os Portugueses não precisam de casinos. Mas, se é panem et circenses que lhes pretendem impingir o certo é que no troco do pão sobram cada vez menos moedas para as slot-machines. Seja como for os casinos florescem e até entre nós, com uma volumetria tributária da Casa Poporului do malogrado Ceausescu, emerge um desses templos de jogos de azar para infortúnio de muitos. Mas, se da trincheira dos proibicionistas do cigarro é tempo de exultação e de patéticos moralismos, do lado dos mais liberais adverte-se para o facto de que esta campanha prejudica a saúde das liberdades individuais numa deriva pela "higienização" dos costumes Lusitanos. Contudo, esta visão distorcida da liberdade individual e do liberalismo esquece que a fronteira dos vícios privados deve acabar onde os mesmos importam efeitos nocivos para os outros concidadãos. Ora, se o grau civilizacional dos Portugueses não foi capaz de demarcar a fronteira entre as ditas liberdades, logo, do Estado apenas se esperava a devida intervenção reguladora. Contudo, no caso da lei do tabaco, aprovada por unanimidade e aclamação na Assembleia da República, o Estado agiu com a habitual ambiguidade legislativa com a qual tem alimentado esta polémica inane. No meio desta cortina de fumo que esconde os reais problemas do País quem beneficia deste delírio é o "nosso" primeiro-ministro. Levitando numa ego-trip a reboque do Tratado de Lisboa, o Sr. Pinto de Sousa pode tranquilamente ficcionar um País que não existe e até ter a utopia de que, nessa pátria livre de nefastos hábitos, respira-se o "bruxelês" em vez do Português. Mas, essa não é realidade pois, apesar de toda a formatação de costumes importados de Bruxelas, há realidades bem Portuguesas que nos afastam da Europa que realmente interessa. Por exemplo: da Europa industrializada do G8 e da livre circulação de pessoas e bens, da liderança tecnológica e das marcas internacionais, da economia em crescimento...and so on. Ao invés, Portugal pertence à Europa de pacotilha e de faz de conta onde o tema nacional que ocupa os Portugueses e alimenta os media é a controvertida questão de sabermos se os casinos são ou não zonas francas para os fumadores! Francamente, visto de fora este país não existe.
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JNAS nas crónicas digitais do jornaldiário
Portugal é um país bizarro. Visto à distância dir-se-ia até que não se trata de uma Nação civilizada mas de uma ficção. Sinal desse País que não existe é a recente sanha antitabágica cujo cúmulo redundou na abertura televisiva dos Jornais da noite com a polémica nacional de sabermos se, afinal, se pode ou não fumar nos casinos! Isto, como se sabe, numa conjuntura económica em que a pergunta soa a ofensa a quem trabalha e não sonha, sequer como resolução de ano novo, jogar nos casinos de Portugal. Aliás, em bom rigor, os Portugueses não precisam de casinos. Mas, se é panem et circenses que lhes pretendem impingir o certo é que no troco do pão sobram cada vez menos moedas para as slot-machines. Seja como for os casinos florescem e até entre nós, com uma volumetria tributária da Casa Poporului do malogrado Ceausescu, emerge um desses templos de jogos de azar para infortúnio de muitos. Mas, se da trincheira dos proibicionistas do cigarro é tempo de exultação e de patéticos moralismos, do lado dos mais liberais adverte-se para o facto de que esta campanha prejudica a saúde das liberdades individuais numa deriva pela "higienização" dos costumes Lusitanos. Contudo, esta visão distorcida da liberdade individual e do liberalismo esquece que a fronteira dos vícios privados deve acabar onde os mesmos importam efeitos nocivos para os outros concidadãos. Ora, se o grau civilizacional dos Portugueses não foi capaz de demarcar a fronteira entre as ditas liberdades, logo, do Estado apenas se esperava a devida intervenção reguladora. Contudo, no caso da lei do tabaco, aprovada por unanimidade e aclamação na Assembleia da República, o Estado agiu com a habitual ambiguidade legislativa com a qual tem alimentado esta polémica inane. No meio desta cortina de fumo que esconde os reais problemas do País quem beneficia deste delírio é o "nosso" primeiro-ministro. Levitando numa ego-trip a reboque do Tratado de Lisboa, o Sr. Pinto de Sousa pode tranquilamente ficcionar um País que não existe e até ter a utopia de que, nessa pátria livre de nefastos hábitos, respira-se o "bruxelês" em vez do Português. Mas, essa não é realidade pois, apesar de toda a formatação de costumes importados de Bruxelas, há realidades bem Portuguesas que nos afastam da Europa que realmente interessa. Por exemplo: da Europa industrializada do G8 e da livre circulação de pessoas e bens, da liderança tecnológica e das marcas internacionais, da economia em crescimento...and so on. Ao invés, Portugal pertence à Europa de pacotilha e de faz de conta onde o tema nacional que ocupa os Portugueses e alimenta os media é a controvertida questão de sabermos se os casinos são ou não zonas francas para os fumadores! Francamente, visto de fora este país não existe.
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