quinta-feira, julho 12
Top of the Pops
O Canadá é um país simpático. Tem espaço que nunca mais acaba e pouca gente a povoá-lo. Os seus habitantes são correctos demais para o meu gosto, mas com todos aqueles lagos, florestas e maple syrup, uma pessoa até se esquece dessa faceta moralmente mountain guard. Além disso, deram ao mundo o Neil Young, a Joni Mitchell e, last but not the least, os Steppenwolf. Originalmente baptizados de Sparrows, tocaram os seus primeiros acordes em blues joints de Toronto e Yorkville, antes de rumarem para São Francisco em 1967, quando os quarteirões de Haight Ashbury se tornaram a Meca de uma geração. Ao contrário do que dizia a letra do hit de Scott Mackenzie – if you are going to San Francisco, be sure to wear flowers in your hair – os canadianos endureceram na Califórnia, mudaram o nome para Steppenwolf – título de uma obra de Herman Hesse – e estrearam-se em 1968 com um álbum que muitos dizem ter aberto caminho ao hard e ao heavy rock. A faixa mais famosa desse LP, Born to be wild, foi imortalizada pelo filme Easy Rider, de cuja banda sonora fazia também parte a cover version de um tema de Hoyt Axton, The Pusher, a que os Steppenwolf deram fama e que eu considero uma das canções mais honestas até hoje escritas sobre a droga. A melhor forma de ouvir estes dois temas no seu nicho ecológico próprio é arranjar um DVD do Easy Rider, filme fetiche dos motoqueiros, mas para os objectores de consciência aqui ficam os ditos tracks, courtesy of YouTube, sem Harleys Davidsons ao fundo.
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