Agora os filmes do GRANDE ÉCRAN são legendados em português.
Mais logo, o filme choque TAXIDERMIA, segunda longa metragem do húngaro György Pálfi (apresentada na secção Un Certain Regard em Cannes 2007).
Segundo o crítico João Lopes ao DN Artes Taxidermia é "uma espécie de ópera delirante, ao mesmo tempo barroca e hiper-realista, através da qual se seguem três gerações para traçar as memórias traumáticas do comunismo na Hungria. Dizer que se trata de uma descida aos infernos de uma sociedade de estúpida competição (dominada por concursos de devoração de comida...) será adequado, mas francamente insuficiente face ao clima visual e dramático do filme. Estamos, afinal, perante um regime de severa codificação das relações humanas e, sobretudo, dos corpos dos cidadãos. A esse propósito, bastará dizer que a personagem da terceira geração do filme é um taxidermista cujo projecto final consiste em embalsamar... o seu próprio corpo!
Eventualmente, este filme chegará aos mercados (incluindo o português, esperemos) com a chancela automática do género de terror. Mas será um pouco como tentar vender os Irmãos Inseparáveis, de Cronenberg, como um filme de vampiros. Na verdade, György Palfi revela-se detentor de um genuíno universo figurativo que contém um desafio radical: como reconverter as convenções do realismo social e também, claro, do realismo socialista? A sua resposta, de tão extrema e elaborada, possui a velha e respeitável virtude de não deixar ninguém indiferente."
Para ver até 31, se os xerifes da net não o removerem no entretanto.
Mais logo, o filme choque TAXIDERMIA, segunda longa metragem do húngaro György Pálfi (apresentada na secção Un Certain Regard em Cannes 2007).
Segundo o crítico João Lopes ao DN Artes Taxidermia é "uma espécie de ópera delirante, ao mesmo tempo barroca e hiper-realista, através da qual se seguem três gerações para traçar as memórias traumáticas do comunismo na Hungria. Dizer que se trata de uma descida aos infernos de uma sociedade de estúpida competição (dominada por concursos de devoração de comida...) será adequado, mas francamente insuficiente face ao clima visual e dramático do filme. Estamos, afinal, perante um regime de severa codificação das relações humanas e, sobretudo, dos corpos dos cidadãos. A esse propósito, bastará dizer que a personagem da terceira geração do filme é um taxidermista cujo projecto final consiste em embalsamar... o seu próprio corpo!
Eventualmente, este filme chegará aos mercados (incluindo o português, esperemos) com a chancela automática do género de terror. Mas será um pouco como tentar vender os Irmãos Inseparáveis, de Cronenberg, como um filme de vampiros. Na verdade, György Palfi revela-se detentor de um genuíno universo figurativo que contém um desafio radical: como reconverter as convenções do realismo social e também, claro, do realismo socialista? A sua resposta, de tão extrema e elaborada, possui a velha e respeitável virtude de não deixar ninguém indiferente."
Para ver até 31, se os xerifes da net não o removerem no entretanto.
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