sexta-feira, abril 16
Indy
Sou de uma idade que cresceu com O Independente. O irreverente jornal fundado por Paulo Portas, quando ainda era uma pessoa vagamente suportável, fez parte da minha adolescência. Com o Indy aprendi a admirar Miguel Esteves Cardoso, a não gostar de Paulo Portas, a desconfiar dos políticos em geral, a odiar o cavaquismo em todas as suas formas e feitios, a adorar ainda mais a escrita de Benar Benard da Costa, descobri Harold Bloom, eduquei-me com A Preguiça que é ainda hoje uma das melhores revistas que já se fez em Portugal, entre muitas outras paixões e ódios que o jornal me fomentou como deve ser com qualquer relação adolescente. Depois, é claro, zangamo-nos e há cerca de quatro anos que raramente nos víamos e raramente falávamos. Hoje dei de caras com ele e trazia debaixo do braço um livro de Agustina. Franzi o sobrolho arregalei os olhos e disse de mim para mim - olá, esta é boa. É o primeiro de uma interessante série de livros a publicar junto com o já adolescente, agora ele, semanário onde constam para além da velha senhora, nomes como Cunha Rêgo, O’Neill, Sophia, Sttau Monteiro, Cesariny, Hermínio Monteiro, entre outros. Bons livros são sempre uma boa maneira de fazer as pazes com velhos amigos. Nas próximas semanas vou voltar a ser leitor d’O Independente, espero não me arrepender de estender a mão a este velho amigo.
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