quarta-feira, abril 7

Escrava de um “mal menor”

Ontem estive num jantar aonde, inevitavelmente, se discutiu política e as próximas eleições regionais (e o mesmo num almoço há dois dias). Quase sem excepção, toda a gente, de uma forma geral, justifica o seu voto pela negativa. Os comentários eram do género:

- Eu vou ter que votar nos socialistas porque, de maneira nenhuma podemos deixar o PP chegar ao poder regional, atrelado ao PSD. Já viram em que é que resultou no resto do país?!?
- Eu não posso com o Carlos César. Não descanso enquanto não o puser em casa. Vou votar na coligação!
- Os gajos do PS são todos uns corruptos. Aquelas secretarias são uma pouca vergonha, é só para os amigos, só para os amigos!
- Já imaginaram o Paulo Gusmão Director Regional de alguma coisa… Sei lá, Acção Social…Que horror, não! Vou votar socialista, pela primeira vez na minha vida! Menos um votinho no Bloco de Esquerda.
- Vocês já viram aquela gente? Uns rapazinhos de fatinhos que nunca fizeram outra coisa na vida! Os que conseguiram acabar um curso, no dia a seguir já se estavam a inscrever no PSD! Aquilo é gente que nunca procurou trabalho, só tachos! Uns rapazinhos de fatiota. Não!
- Eu, pá, enquanto o Martins Mota e o seu gang estiverem no PS não hão-de cheirar o meu voto.

O nosso voto é, muito vezes, determinado pela nossa necessidade de defender o poder das garras deste ou daquele grupo. Temo que a nossa democracia seja escrava de um “mal menor”.

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