sexta-feira, dezembro 31
notas de fim-de-ano
Fim de ano com amigos em destaque. O Bernardo a 100%. E na imprensa local o escritor Vamberto Freitas elege «(..) Joel Neto e Nuno Costa Santos como «os dois grandes nomes da geração açoriana». Nem tudo acaba mal em 2004. Até daqui a umas horas...
BEM VINDO AO PASSADO
Já morri a morte certa
Já senti a fome apertada
Já bati à porta incerta
Viajei de caixa aberta...e vou
Pecado, fundido, queimado
Já desci lá em baixo ao fundo
Já falei com outro mundo...e então ?
Já passei o limbo-limbo
Já subi ao purgatório...e vou
Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, arrependido e queimado
...
Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, fundido, queimado...
...
Zangado, bem vindo ao passado
Pecado, arrependido e queimado
(Rui Reininho - Popless...e «mãozinhas» de Escher...obviamente)
............................post-scriptum: Bem Vindo Futuro 2005
quinta-feira, dezembro 30
quarta-feira, dezembro 29
Paz na Irlanda
Mural depicting Bloody Sunday in Londonderry
As desgraças e as guerras são espremidas até a última gota por todos os meios de comunicação que nos rodeiam. Raramente nos contentamos a beber do copo das boas notícias.
Ontem à noite, já deitado na minha cama, lembrei-me da paz na Irlanda (o que prova que estava sozinho). Nunca mais foi manchete o facto de a paz na Irlanda do Norte ser uma realidade que ainda hoje é negociada e conquistada ao milímetro. Já lá vão seis anos (estamos a falar na era anterior ao 9/11) desde que foi assinado o tratado da Sexta-feira Santa e desde que John Hume e David Trimble ganharam o seu Nobel da Paz.
Os "ocidentais" vivem na ilusão de que a selvajaria é comportamento que nos é estranho e que nos diferencia das outras culturas. É mentira. O vizinho século XX foi um século, do princípio ao fim, de barbaridades, praticadas entre nós, por toda a Europa, moderna e sofisticada. Ainda existem, entre nós assassinos e vitimas desses momento de históricas vergonhas. Mas, como em outras culturas, existem homens e mulheres de boa vontade, e de uma coragem imensurável, que é a coragem de negociar a paz com os que se encontram no campo de batalha, olhos nos olhos, com os carrascos e com as vitimas, com os fortes e os fracos, com os vencidos e os vencedores.
Celebremos, pois, em 2005, a paz dos irlandeses e dos homens e mulheres de boa vontade.
NO MORE... NO MORE !
I can't believe the news today
Oh, I can't close my eyes
And make it go away
How long...
How long must we sing this song?
How long? How long...
'cause tonight...we can be as one
Tonight...
Broken bottles under children's feet
Bodies strewn across the dead end street
But I won't heed the battle call
It puts my back up
Puts my back up against the wall
Sunday, Bloody Sunday
And the battle's just begun
There's many lost, but tell me who has won
The trench is dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters
Torn apart
Sunday, Bloody Sunday
How long...
How long must we sing this song?
How long? How long...
'cause tonight...we can be as one
Tonight...tonight...
Sunday, Bloody Sunday
Wipe the tears from your eyes
Wipe your tears away
Oh, wipe your tears away
Oh, wipe your tears away
(Sunday, Bloody Sunday)
Oh, wipe your blood shot eyes
(Sunday, Bloody Sunday)
(Sunday, Bloody Sunday)
And it's true we are immune
When fact is fiction and TV reality
And today the millions cry
We eat and drink while tomorrow they die
(Sunday, Bloody Sunday)
The real battle just begun
To claim the victory Jesus won
On...
Sunday Bloody Sunday...
Sunday Bloody Sunday (U2)
Com a face rosa - após vinho e jantar magníficos +++ bons amigos - o fim do jantar. Em cima da mesa jazia um maço de tabaco abandonado com este aviso. Ora aqui está um post. Para além do alerta a nova lei irá introduzir mudanças profundas na gestão de comportamentos em espaços públicos. Como é que irá decorrer este processo? Será pacífico? Existem condições para fazer cumprir a nova lei? Será um fundamentalismo? Os direitos de fumadores e não-fumadores estão salvaguardados? Esta medida aproxima-nos de um país civilizado? Será que já somos primos do Bush? E o cigarro após as refeições? Portugal está preparado para este nível de restrições? A proibição será a única solução ou mesmo a solução? Entretanto não temos Governo. Agora a razão que levou a este post - os criativos divertem-se à grande na elaboração destes avisos...!
terça-feira, dezembro 28
04>05
As propostas de animação são de tal magnitude que ninguém posta sobre o assunto. Volta Samantha Fox que estás perdoada...
SMS
Natal sem mensagens já não é Natal. Isso para muitos. Para alguns, como eu, o aviso de nova mensagem é sinónimo de vazio. Aprecio o gesto mas não partilho da frenética partilha dos desejos de uma época dedicada ao consumo do qual os SMS são mais um sintoma confrangedor.
segunda-feira, dezembro 27
30/12/04
"Shopping Shopping"
É uma instalação vídeo a decorrer na Arco 8/Cancelas da Doca de 30/12 a 09/01/05, concebida por João Luís Albergaria e Elinore Burke. É o resultado documental de uma performance realizada em Maio de 2004 na cidade de Mysore, Índia. A performance consistiu em transportar 3 raparigas dentro de 3 sacos de lona e ir fazer compras para o mercado central da cidade, juntamente com os colegas. Cada saco era transportado por 2 colegas, que iam adquirindo produtos vários, como vegetais e fruta e colocando-os dentro dos sacos, juntamente com as colegas. João Luís Albergaria colabora com a :ILHAS.
É uma instalação vídeo a decorrer na Arco 8/Cancelas da Doca de 30/12 a 09/01/05, concebida por João Luís Albergaria e Elinore Burke. É o resultado documental de uma performance realizada em Maio de 2004 na cidade de Mysore, Índia. A performance consistiu em transportar 3 raparigas dentro de 3 sacos de lona e ir fazer compras para o mercado central da cidade, juntamente com os colegas. Cada saco era transportado por 2 colegas, que iam adquirindo produtos vários, como vegetais e fruta e colocando-os dentro dos sacos, juntamente com as colegas. João Luís Albergaria colabora com a :ILHAS.
domingo, dezembro 26
[deus] está entre "nós"
[por Estêvão Gago da Câmara na edição de 25/12/2004 do Açoriano Oriental]
Hoje, o Natal é tolerado, apenas como uma realidade histórica e desde que não seja tido como uma realidade Divina. A Revelação da divindade de Cristo está "proibida", é politicamente incorrecta. Quem a afirma é condenado à "fogueira" pelo "Tribunal da Modernidade". Bem prega João Paulo II que a evangelização da Europa é uma necessidade...O linchamento político do católico Rocco Butiglioni, só escandalizou a América de Bush, "atrasada mental, estúpida, ignorante e fascista...", segundo eles, os senhores da "nova ordem", da dita "modernidade". A Europa, a da esquerda laica, sentenciou. A outra Europa, a cristã, calou resignada. O Natal passou à clandestinidade está de regresso às catacumbas......e ainda há quem fale de tolerância!? Sai uma Fogueira SFF...
sexta-feira, dezembro 24
&%$#"
Eu não disse que não gostava do Natal. Ainda por cima apanho uma porcaria de uma virose, que segundo parece anda a infestar a ilha toda, e vou passar o Natal no vaso. Bolas onde é que está o papel higiénico...
Meery X-mas.
Meery X-mas.
E pelo Natal
As coincidências na ordem do dia. A ameaça de demissão do demissionário. Demasiadamente patético para ser anedótico. Será um Ministro coligado com o PP!? O Natal passou a patriótico. Uma farsa baseada em factos demasiadamente reais para ser surrealista. Será um Ministro coligado com o PP!? A campanha intra-ministerial já começou. É possível a manutenção do deficit abaixo dos 3%? Sim. Mas, à custa de quê!? Ninguém sabe. Temos eleições daqui a 2 meses!? Ah, sim! Uma [in]feliz coincidência.
Dos 5 aos 105 anos
67 filmes
mais de 8 horas do melhor Cinema de Animação Regional, Nacional e Internacional
de 17 a 29 de Janeiro
na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada
quinta-feira, dezembro 23
Natal
Não me custa nada celebrar o Natal, apesar da data marcada, do frenesim, do dinheiro a gastar.
No meu Natal celebro, apesar de ser uma data de um só dia, um ano de histórias de Natal, de família e outras coisas boas, e um ano de futuros Natais, família e mais coisas boas. No meu Natal tento partilhar o eu, e o meu.
Custa-me é querer desejar-vos, a todos, um Feliz Natal e não saber fazê-lo de modo original, sem recorrer ao já dito, como quem nada diz.
Que o vosso Natal seja dar e receber, seja querer dar e querer receber, seja saber dar e saber receber, seja um renascer do Homem novo, seja um renascer da fé, seja o renascer da esperança de um ano novo.
Feliz Natal.
Pregnat Women de Ron Mueck
No meu Natal celebro, apesar de ser uma data de um só dia, um ano de histórias de Natal, de família e outras coisas boas, e um ano de futuros Natais, família e mais coisas boas. No meu Natal tento partilhar o eu, e o meu.
Custa-me é querer desejar-vos, a todos, um Feliz Natal e não saber fazê-lo de modo original, sem recorrer ao já dito, como quem nada diz.
Que o vosso Natal seja dar e receber, seja querer dar e querer receber, seja saber dar e saber receber, seja um renascer do Homem novo, seja um renascer da fé, seja o renascer da esperança de um ano novo.
Feliz Natal.
Pregnat Women de Ron Mueck
BD - Post 2
Número especial sobre a influência que a revista teve em autores como Hergé e Pratt.
A não perder.
Não. Não é um novo Pai Natal
Este chega dia 17.
de 17 a 29 de Janeiro
Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada
E neste Natal Corto Maltese goes MU. Últimas edições da colecção do Público nos próximos dias (semanas).
Para passarmos um Natal, em conformidade com o status quo vigente, nada como nos rendermos ao poder do consumista frenético em tempo de inovação tecnológica ZEN.
quarta-feira, dezembro 22
Presente de Natal
Para todos os leitores do
:Ilhas
o meu presente de natal
ali ------------------------------------------------------------------------» [~]
:Ilhas
o meu presente de natal
ali ------------------------------------------------------------------------» [~]
Qual deles será o das ilhas?
Top 25 mais comentados da semana
1 barnabé 750
2 afixe 688
3 barnabé 592
4 100nada 575
5 terceiro anel 397
6 BLOG-ESQUISITO 384
7 As Ruínas Circulares 354
8 renas e veados 348
9 BdE - Blogue de Esquerda (II) 288
10 Semiramis 229
11 (o vento lá fora)* 160
12 CHARQUINHO 139
13 O Observador 139
14 Apenas Mais Um 134
15 Mulher dos 50 aos 60 117
16 Ma-Schamba 111
17 Crónicas de uma boa malandr@ 103
18 ----->ENRESINADOS!!<----- 101
19 mocho 97
20 Tadechuva 95
21 Congeminações 87
22 Catedral 84
23 Delírios Ascii 82
24 Os Cães Ladram e a Caravana Passa! 81
25 Praça da República em Beja 79
Lista elaborada em 2004-12-22 13:15:01
http://weblog.com.pt/estatisticas/index.php?pag=comem25
1 barnabé 750
2 afixe 688
3 barnabé 592
4 100nada 575
5 terceiro anel 397
6 BLOG-ESQUISITO 384
7 As Ruínas Circulares 354
8 renas e veados 348
9 BdE - Blogue de Esquerda (II) 288
10 Semiramis 229
11 (o vento lá fora)* 160
12 CHARQUINHO 139
13 O Observador 139
14 Apenas Mais Um 134
15 Mulher dos 50 aos 60 117
16 Ma-Schamba 111
17 Crónicas de uma boa malandr@ 103
18 ----->ENRESINADOS!!<----- 101
19 mocho 97
20 Tadechuva 95
21 Congeminações 87
22 Catedral 84
23 Delírios Ascii 82
24 Os Cães Ladram e a Caravana Passa! 81
25 Praça da República em Beja 79
Lista elaborada em 2004-12-22 13:15:01
http://weblog.com.pt/estatisticas/index.php?pag=comem25
Criatividade
asruinascirculares
Um dos mais criativos da blogosfera nacional. Espreitem a colecção de t-shirts que vai dedicando a cada blog. Esta é para o (re)primadesblog.
Um dos mais criativos da blogosfera nacional. Espreitem a colecção de t-shirts que vai dedicando a cada blog. Esta é para o (re)primadesblog.
terça-feira, dezembro 21
Carta Aberta
Meu Caro OCS
Antes de mais deixe que lhe diga que sou desde o início um admirador confesso do seu curto blogue. Linkei-o assim que o descobri, achei um primor a sua blague aos deputados e ao parlamento regional, se bem que me tenha parecido na altura um pouco de mau gosto 'jornalistas' sob a capa do anonimato criticarem abertamente deputados pelo nome, sem apelo nem agravo, mas isso são pormenores. Aliás os blogues são isso mesmo, um antro de pormenores, uma enorme torre de babel anarquista onde todas as liberdades são permitidas. Ou se calhar não. Na verdade nos blogues, como noutros locais da sociedade, há um código de honra, há uma ética, que, rigorosíssima, nos baliza e nos levanta de formas que são, por vezes, quase ditatoriais. Nos blogues, em 99% dos casos, assumem-se as paternidades das ideias, linkam-se as fontes, essa rede de afectos é um dos pontos mais absolutamente fabulosos da blogoesfera. Acima de tudo, creio, os blogues respeitam como valor maior a criatividade. Os blogues homenageiam a criatividade. Para quem escreve em blogues mais importante do que o rol de dados históricos sobre determinado tema, mais importante do que uma investigação aturada dos variadíssimos ângulos e prismas de certa questão, mais do que tudo isso, é a criatividade de uma determinada perspectiva, a originalidade de uma abordagem, até mesmo a surpresa de uma simples frase, que faz um blogue ser um Blogue. O meu mísero post, já forçosamente rebaixado pela voracidade do tempo das coisas, mais não era do que uma piada, um mimo, uma chalaça, à relação de amor e ódio entre blogues e jornais, entre jornais e blogues. O mais grave estava no início do post e na sujeira que jornalistas, posso chamá-los seus colegas, fizeram em jornais nacionais de referência com bloggers, anónimos ou não, mas honestos, verdadeiros e, acima de tudo, coerentes. O caso do Pai Natal não tinha mais propósito do que pôr em evidência esta afinidade promíscua entre dois meios de comunicação que se tratam como galdérias concorrentes.
Meu Caro OCS, o facto de estarmos ambos a trabalhar para aliciar a mesma, parca, escolha de clientes não quer dizer que andemos sempre a roubar, ou diminuir, os atributos uns dos outros. Deixe que lhe diga que da mesma maneira que uma meretriz mais nova aprende com a mais velha a melhor maneira de vestir com a boca um preservativo num cliente, também um jornalista pode aprender com os blogues a forma mais atrevida de sugerir uma peça e de, principalmente, evidenciar a autoria da ideia por de trás dessa peça, sem qualquer desprimor para ambos. Mas, e para sair do meio do Conde Redondo, indo aos pontos específicos da sua resposta corporativa ao meu post permita-me ainda estes pequenos reparos.
1 Nunca, ou quase nunca, escrevo para o umbigo. O pouco que o faço não o publico no, pelo menos neste não o faço, blogue.
2 Não tenho presunção, tenho a certeza, de que sou fonte de inspiração para muitos textos tanto na blogoesfera como fora dela. A grande diferença é que aqui, neste meio dos blogues, nós assumimos as nossas fontes de inspiração. Essa é uma das nossas razões de ser.
3 Os blogues, todos eles - regionais, nacionais, globais - têm sido, sem margem para dúvida, apresentadores de muitas notícias em primeiríssima mão, nos mais variados campos: cultura, política, sociedade, finanças, arrufos conjugais, etc. etc.
4 As investigações acredito que as fazemos da mesma maneira googlando, se bem que eu por vezes, nem sempre, lá vou recorrendo aos calhamaços da estante e, acredite, neste ponto eu não sou exemplo, a maioria dos blogues do mundo são feitos por especialistas nas suas disciplinas que não fazem outra coisa que não seja investigar.
5 'bitaites' são uma das minhas especialidades, isso e rasgadas de dropknee em esquerdas tubulares de metro e meio.
6 Todos os jornais decentes desejam planear 'uma página nobre' depois da hora do jantar. Tenho até a certeza de que o sonho de qualquer editor é gritar a famosa frase stop the press.
7 Humildade é o meu nome do meio, sou surfista, estou habituado a ser humilhado por forças maiores do que a minha.
Enfim, caro ou caros OCS, este é um tema para muitas e valiosas discussões, acredite que consigo rompi uma regra pessoal, não dar trela a anónimos, mas como percebo uma certa nota de constrangimento no seu comentário achei que valia a pena gastar aqui alguns, poucos, bitaites.
Um abraço amigo, sem rancor ou cinismo, seu
Pedro de Mendoza
Antes de mais deixe que lhe diga que sou desde o início um admirador confesso do seu curto blogue. Linkei-o assim que o descobri, achei um primor a sua blague aos deputados e ao parlamento regional, se bem que me tenha parecido na altura um pouco de mau gosto 'jornalistas' sob a capa do anonimato criticarem abertamente deputados pelo nome, sem apelo nem agravo, mas isso são pormenores. Aliás os blogues são isso mesmo, um antro de pormenores, uma enorme torre de babel anarquista onde todas as liberdades são permitidas. Ou se calhar não. Na verdade nos blogues, como noutros locais da sociedade, há um código de honra, há uma ética, que, rigorosíssima, nos baliza e nos levanta de formas que são, por vezes, quase ditatoriais. Nos blogues, em 99% dos casos, assumem-se as paternidades das ideias, linkam-se as fontes, essa rede de afectos é um dos pontos mais absolutamente fabulosos da blogoesfera. Acima de tudo, creio, os blogues respeitam como valor maior a criatividade. Os blogues homenageiam a criatividade. Para quem escreve em blogues mais importante do que o rol de dados históricos sobre determinado tema, mais importante do que uma investigação aturada dos variadíssimos ângulos e prismas de certa questão, mais do que tudo isso, é a criatividade de uma determinada perspectiva, a originalidade de uma abordagem, até mesmo a surpresa de uma simples frase, que faz um blogue ser um Blogue. O meu mísero post, já forçosamente rebaixado pela voracidade do tempo das coisas, mais não era do que uma piada, um mimo, uma chalaça, à relação de amor e ódio entre blogues e jornais, entre jornais e blogues. O mais grave estava no início do post e na sujeira que jornalistas, posso chamá-los seus colegas, fizeram em jornais nacionais de referência com bloggers, anónimos ou não, mas honestos, verdadeiros e, acima de tudo, coerentes. O caso do Pai Natal não tinha mais propósito do que pôr em evidência esta afinidade promíscua entre dois meios de comunicação que se tratam como galdérias concorrentes.
Meu Caro OCS, o facto de estarmos ambos a trabalhar para aliciar a mesma, parca, escolha de clientes não quer dizer que andemos sempre a roubar, ou diminuir, os atributos uns dos outros. Deixe que lhe diga que da mesma maneira que uma meretriz mais nova aprende com a mais velha a melhor maneira de vestir com a boca um preservativo num cliente, também um jornalista pode aprender com os blogues a forma mais atrevida de sugerir uma peça e de, principalmente, evidenciar a autoria da ideia por de trás dessa peça, sem qualquer desprimor para ambos. Mas, e para sair do meio do Conde Redondo, indo aos pontos específicos da sua resposta corporativa ao meu post permita-me ainda estes pequenos reparos.
1 Nunca, ou quase nunca, escrevo para o umbigo. O pouco que o faço não o publico no, pelo menos neste não o faço, blogue.
2 Não tenho presunção, tenho a certeza, de que sou fonte de inspiração para muitos textos tanto na blogoesfera como fora dela. A grande diferença é que aqui, neste meio dos blogues, nós assumimos as nossas fontes de inspiração. Essa é uma das nossas razões de ser.
3 Os blogues, todos eles - regionais, nacionais, globais - têm sido, sem margem para dúvida, apresentadores de muitas notícias em primeiríssima mão, nos mais variados campos: cultura, política, sociedade, finanças, arrufos conjugais, etc. etc.
4 As investigações acredito que as fazemos da mesma maneira googlando, se bem que eu por vezes, nem sempre, lá vou recorrendo aos calhamaços da estante e, acredite, neste ponto eu não sou exemplo, a maioria dos blogues do mundo são feitos por especialistas nas suas disciplinas que não fazem outra coisa que não seja investigar.
5 'bitaites' são uma das minhas especialidades, isso e rasgadas de dropknee em esquerdas tubulares de metro e meio.
6 Todos os jornais decentes desejam planear 'uma página nobre' depois da hora do jantar. Tenho até a certeza de que o sonho de qualquer editor é gritar a famosa frase stop the press.
7 Humildade é o meu nome do meio, sou surfista, estou habituado a ser humilhado por forças maiores do que a minha.
Enfim, caro ou caros OCS, este é um tema para muitas e valiosas discussões, acredite que consigo rompi uma regra pessoal, não dar trela a anónimos, mas como percebo uma certa nota de constrangimento no seu comentário achei que valia a pena gastar aqui alguns, poucos, bitaites.
Um abraço amigo, sem rancor ou cinismo, seu
Pedro de Mendoza
ON THE ROCKS
Um grandioso épico! Heróico e trágico, como recomenda o género, começou ontem e acaba hoje. Reporto-me à excepcional série sobre Shackleton que passa no 1º canal do serviço público.
Filmada em Londres e na Antártida, onde a equipa e os actores passaram cerca de dois meses, é protagonizada por Kenneth Branagh. Em suma, é televisão no seu melhor com a natural fleuma britânica.
Shackleton tinha a febre do Pólo Sul, cuja conquista escapou aos Britânicos em favor de um obscuro Norueguês que lá chegou primeiro! Efectivamente, a 14 de Dezembro de 1911, Amundsen ferrou a bandeira da Noruega no Pólo Sul um mês antes de Robert Scott que por lá também andava. Insatisfeito com este revés para a Coroa Britânica, que pessoalmente lhe arredaria para sempre das futuras entradas enciclopédicas, Shackleton arquitectou uma expedição que atravessasse o Pólo Sul, assegurando assim a glória que lhe escapara antes, nomeadamente, em expedições frustradas de Robert Scott nas quais seguira como tripulante. Com a sua expedição e o seu barco o "Endurance" ficou pelo caminho, mas também entrou nos anais da história ! Mais tarde deixou para trás, na Antártida, os ossos para degustação dos pinguins. A série tem uma fotografia notável, porventura, em homenagem ao operador de câmara que nos deixou imagens como a que acima se edita. Esta é uma aventura tipo Robinson Crusoe ao contrário, sem palmeiras, sexta feira ou final feliz, mas sim uma imensidão gélida e imaculadamente alva. A não perder no canal 1 às 23 horas e 10 minutos Local Time... recomenda-se a companhia de um Jameson on the rocks.
Jornais e Blogues
Quem influencia quem?
Numa altura em que está na ordem do dia a relação turva entre jornalistas e bloguistas, e digo turva para não falar em casos claros de plágio ou de omissão na menção das fontes, de que são exemplos estes dois recentes (Substrato e Arqueoblogo) casos permitam-me extrapolar um pouco e trazer à colação um episódio de hoje. Como os leitores assíduos deste blogue recordarão ontem a meio da tarde houve aqui uma troca de ideias em torno da iconografia do Pai Natal a sua relação com a Coca-Cola e a hegemonia desta imagem nas celebrações natalícias. Pois hoje o Açoriano Oriental, esse baluarte do jornalismo insular dedica toda uma página, a sua segunda página, à mesma questão. É ou não é uma coincidência, para não lhe chamar outra coisa, do caraças?! Eu sei que não é bem a mesma coisa e que comparado com os casos que linkei em cima não é de todo grave, mas é caso para dizer que eu não acredito em bruxas pero que las ai las ai. E é das poucas notícias que não aparecem na página online do jornal. Se eu fosse adepto de teorias da conspiração ponha tocar em fundo neste post a musica dos X-Files. Tururururrroooo. Turo...
Numa altura em que está na ordem do dia a relação turva entre jornalistas e bloguistas, e digo turva para não falar em casos claros de plágio ou de omissão na menção das fontes, de que são exemplos estes dois recentes (Substrato e Arqueoblogo) casos permitam-me extrapolar um pouco e trazer à colação um episódio de hoje. Como os leitores assíduos deste blogue recordarão ontem a meio da tarde houve aqui uma troca de ideias em torno da iconografia do Pai Natal a sua relação com a Coca-Cola e a hegemonia desta imagem nas celebrações natalícias. Pois hoje o Açoriano Oriental, esse baluarte do jornalismo insular dedica toda uma página, a sua segunda página, à mesma questão. É ou não é uma coincidência, para não lhe chamar outra coisa, do caraças?! Eu sei que não é bem a mesma coisa e que comparado com os casos que linkei em cima não é de todo grave, mas é caso para dizer que eu não acredito em bruxas pero que las ai las ai. E é das poucas notícias que não aparecem na página online do jornal. Se eu fosse adepto de teorias da conspiração ponha tocar em fundo neste post a musica dos X-Files. Tururururrroooo. Turo...
[no comment]
Pobres arquitectos que não podem, por natureza, gozar as obras que fazem para os outros e ricos que são os clientes, que podem porque as querem.[por Rui Goulart de Almeida na edição de 20/12/2004 do Açoriano Oriental]
segunda-feira, dezembro 20
iconografia
serão estes dois natais compativeis?
e atenção que uma parte deste blogue não só é laica como até, como se vê pelo post em baixo, não é particularmente amiga do Natal, OK?!
e atenção que uma parte deste blogue não só é laica como até, como se vê pelo post em baixo, não é particularmente amiga do Natal, OK?!
Natal
Posso dizer um palavrão? Posso? Então cá vai - foda-se, odeio o Natal!! Pronto eu explico. Não gosto de coisas obrigadas (acho que já fiz um post parecido com este, há uns tempos, mas não faz mal, pode ser que se torne uma tradição estes post a falar mal do Natal). Não gosto da coisa celebratória forçada pela goela abaixo quer um gajo queira quer não. É assim, se por acaso, no dia 25 me apetecer estar quietinho em casa sem fazer nenhum, sem tomar banho e ficar de pijama (eu não uso pijama, mas também não quero dar a imagem de mim nu em plena net, ups já dei...) dizia eu, de pijama, a ler um livrito e a ouvir música. Ou, então, ir dar uma surfadasinha de inverno, se eu quiser estar por minha conta no dia 25 não posso, isso é uma merda. Bem sei que a família é uma coisa maravilhosa e tudo o resto, mas a família se fosse maravilhosa e gostasse mesmo de mim deixava-me estar quietinho, esperavam por Fevereiro, sei lá, que eu dava presentes à mesma e não me obrigavam a andar para aqui em stress a pensar em prendas e a comprar prendas e a planear jantares e almoços e mais esses hábitos todos natalícios que me irritam até dizer chega
Pelo amor de Deus, o Pai Natal não existe!
Peço às pessoas com responsabilidades editoriais neste Blog que retirem a imagem do Pai Natal da Coca-Cola, imagem representante do frenezim consumista desta quadra de festa e, se acharem por bem, podem substitui-lo por uma imagem do menino Jesus, mesmo que seja a beber de uma garrafa de Coca-Cola. Nas mãos Dele é água benta.
Feliz Natal.
p.s. O menino Jesus não tem que ser loirinho.
Feliz Natal.
p.s. O menino Jesus não tem que ser loirinho.
Wandering Moleskine Project
Já são 13.
Andam de mão em mão por todo o mundo, cada participante usa uma página e reenvia para o participante seguinte.
Está quase a passar por S. Miguel.
Wandering Moleskine Project
Andam de mão em mão por todo o mundo, cada participante usa uma página e reenvia para o participante seguinte.
Está quase a passar por S. Miguel.
Wandering Moleskine Project
E o Óscar vai para...
Este ano, os nomeados para melhor actor principal numa tragédia ou comédia na política açoriano são...
(TRUUUUUUMMMMMMMMMMM!)
Victor Cruz! Pela sua espectacular representação de vários papeis da tragédia de Shakespeare, "Hamlet, parte 1, no Reino das Sete Cidades", versão de Zeca Medeiros. Victor Cruz conseguiu principalmente, e de uma forma magistral, fazer de rei vivo (tio), e de Hamlet, ele próprio. Ele é um tal matar, morrer e ressuscitar, e tudo testemunhado pela rainha, sua mãe, e pelo fantasma do seu pai, que sempre o acompanha. Seria injusto não deixar aqui uma palavra para Berta Cabral e Mota Amaral pelas suas espectaculares performances como rainha-mãe e fantasma do rei pai, morto. O cuidado que tiveram em não ofuscar a personagem principal foi deveras de um profissionalismo difícil de encontrar. Ficaremos, sentados e agarrados às nossas cadeiras, à espera de "Hamlet, parte 2". Ninguém acredita que Zeca Medeiros tenha a coragem de nos apresentar um fim para esta tragédia que não seja trágico, fala-se nos bastidores que deixará a rainha sobreviver ao envenenamento. Veremos!
O outro nomeado é...
(TRUUUUUUMMMMMMMMMMM!)
Ricardo Rodrigues! Por mais uma vez conseguir conquistar a Academia com um papel que já não lhe é estranho, em "O Retorno da Pantera Cor-de-Rosa". Depois de desaparecido do grande ecrã por algum tempo, excepto algumas breves aparições, que passaram quase despercebidas, nalgumas das últimas grandes produções regionais, e depois de ter sido falado como personagem principal do grande sucesso de bilheteira que foi o último filme da grande produtora açoriana, Ceasar´s Palace, eis que reaparece num papel a não perder. A maneira como este grande actor consegue vestir e despir a camisa, dizem, faz desmaiar qualquer fã, tal é a capacidade que tem de transmitir paixão na sua missão. A certeza do sucesso de mais esta comédia, faz com que a produtora já esteja a preparar o próximo episódio da saga da Pantera Cor-de-Rosa, de novo com Ricardo Rodrigues no papel principal. Saga esta que já tem título, "A Pantera Cor-de-Rosa vai para um Circo Maior".
E o Óscar vai para...
(TRUUUUUUMMMMMMMMMMM!)
(TRUUUUUUMMMMMMMMMMM!)
Victor Cruz! Pela sua espectacular representação de vários papeis da tragédia de Shakespeare, "Hamlet, parte 1, no Reino das Sete Cidades", versão de Zeca Medeiros. Victor Cruz conseguiu principalmente, e de uma forma magistral, fazer de rei vivo (tio), e de Hamlet, ele próprio. Ele é um tal matar, morrer e ressuscitar, e tudo testemunhado pela rainha, sua mãe, e pelo fantasma do seu pai, que sempre o acompanha. Seria injusto não deixar aqui uma palavra para Berta Cabral e Mota Amaral pelas suas espectaculares performances como rainha-mãe e fantasma do rei pai, morto. O cuidado que tiveram em não ofuscar a personagem principal foi deveras de um profissionalismo difícil de encontrar. Ficaremos, sentados e agarrados às nossas cadeiras, à espera de "Hamlet, parte 2". Ninguém acredita que Zeca Medeiros tenha a coragem de nos apresentar um fim para esta tragédia que não seja trágico, fala-se nos bastidores que deixará a rainha sobreviver ao envenenamento. Veremos!
O outro nomeado é...
(TRUUUUUUMMMMMMMMMMM!)
Ricardo Rodrigues! Por mais uma vez conseguir conquistar a Academia com um papel que já não lhe é estranho, em "O Retorno da Pantera Cor-de-Rosa". Depois de desaparecido do grande ecrã por algum tempo, excepto algumas breves aparições, que passaram quase despercebidas, nalgumas das últimas grandes produções regionais, e depois de ter sido falado como personagem principal do grande sucesso de bilheteira que foi o último filme da grande produtora açoriana, Ceasar´s Palace, eis que reaparece num papel a não perder. A maneira como este grande actor consegue vestir e despir a camisa, dizem, faz desmaiar qualquer fã, tal é a capacidade que tem de transmitir paixão na sua missão. A certeza do sucesso de mais esta comédia, faz com que a produtora já esteja a preparar o próximo episódio da saga da Pantera Cor-de-Rosa, de novo com Ricardo Rodrigues no papel principal. Saga esta que já tem título, "A Pantera Cor-de-Rosa vai para um Circo Maior".
E o Óscar vai para...
(TRUUUUUUMMMMMMMMMMM!)
domingo, dezembro 19
texto da apresentação do livro:ilhas
Nuno Mendes
Por norma sou uma pessoa impulsiva. Falo primeiro e penso depois, o que nem sempre é uma qualidade. Foi por isso que só me arrependi ter dito sim depois de ter desligado o telefone de ter dito "Sim" quando o Alexandre me telefonou a convidar para apresentar o livro do Ilhas.
Como é que se apresenta o livro de um blogue escrito por pessoas que, na maioria, só conheci por causa do próprio blogue? Se eles fossem o Barnabé das ilhas era fácil. Chegava aqui. Dizia qualquer coisa contra a globalização, o Bush e a Coligação e recebia as palmas. Ficávamos todos contentes. Mas.. tem o João Nuno. Já não se pode falar dos barnabés. Falar em Barnabés com a presença do João Nuno deixa de fazer sentido.
O Ilhas tem essa vantagem... mostra que um blogue não precisa ser um conjunto de barnabés e acidentais em gritaria constante como se vivêssemos outra vez no período da Guerra Fria, agora numa versão actualizada com comentadores como beligerantes. É por isso que eu gosto do blog Ilhas, e agora da sua versão em papel (que me fez relembrar, durante a leitura, muitas discussões antigas). Todos diferentes, todos com direito à opinião... De discussão civilizada e elevada.
Ao longo deste ano falou-se de tudo no Ilhas: da guerra, da "política cultural" das ilhas, dos concertos da Câmara Municipal de Ponta Delgada e da campanha para as regionais. Mas. não foi só disso que se falou. Também se falou dos barbecues espalhados pelas estradas, de amores e desamores, livros, confissões sobre sentimentos próprios em dia de aniversário.
Enfim, só posso mesmo dizer mais uma coisa, e espero que o entendam como um elogio: pegando numa velha discussão blogosférica que me fez andar a rir uns dias deixo-vos que uma pergunta: não será o Ilhas uma forma de ser sofisticado nos Açores. Eu acho que sim.
Por norma sou uma pessoa impulsiva. Falo primeiro e penso depois, o que nem sempre é uma qualidade. Foi por isso que só me arrependi ter dito sim depois de ter desligado o telefone de ter dito "Sim" quando o Alexandre me telefonou a convidar para apresentar o livro do Ilhas.
Como é que se apresenta o livro de um blogue escrito por pessoas que, na maioria, só conheci por causa do próprio blogue? Se eles fossem o Barnabé das ilhas era fácil. Chegava aqui. Dizia qualquer coisa contra a globalização, o Bush e a Coligação e recebia as palmas. Ficávamos todos contentes. Mas.. tem o João Nuno. Já não se pode falar dos barnabés. Falar em Barnabés com a presença do João Nuno deixa de fazer sentido.
O Ilhas tem essa vantagem... mostra que um blogue não precisa ser um conjunto de barnabés e acidentais em gritaria constante como se vivêssemos outra vez no período da Guerra Fria, agora numa versão actualizada com comentadores como beligerantes. É por isso que eu gosto do blog Ilhas, e agora da sua versão em papel (que me fez relembrar, durante a leitura, muitas discussões antigas). Todos diferentes, todos com direito à opinião... De discussão civilizada e elevada.
Ao longo deste ano falou-se de tudo no Ilhas: da guerra, da "política cultural" das ilhas, dos concertos da Câmara Municipal de Ponta Delgada e da campanha para as regionais. Mas. não foi só disso que se falou. Também se falou dos barbecues espalhados pelas estradas, de amores e desamores, livros, confissões sobre sentimentos próprios em dia de aniversário.
Enfim, só posso mesmo dizer mais uma coisa, e espero que o entendam como um elogio: pegando numa velha discussão blogosférica que me fez andar a rir uns dias deixo-vos que uma pergunta: não será o Ilhas uma forma de ser sofisticado nos Açores. Eu acho que sim.
sábado, dezembro 18
Hoje, no Teatro Micaelense pelas 21h30, há música de câmara com um dos maiores pianistas portugueses da actualidade - António Rosado, acompanhado por Gerardo Ribeiro (violino) e pelo micaelense Rodolfo Vieira (violino). Do programa constam obras de Ludwig van Beethoven, Edvard Grieg, Ludwig Spohr e Sergei Prokofiev.
a [des]i[n]sistência
A incongruência não morrerá solteira. O clima de depressão continua. Será a retoma!?
Gerente!
Apesar do tremoço estes copos continuam vazios! [momento zen:ilhas | reunião de trabalho para estudo dos dossiês e futuros posts]
sexta-feira, dezembro 17
contraVitorio (mais pessoal que o contraditório)
Abro aqui, desde já, a cama para o contraVitorio e outros contraditórios ao comentário de Junquilho ao post "Ponta Delgada Enteada dos Açores" do fogotabrase.
"Nem só ao poder político, seja ele autárquico ou regional, se devem atribuir todas as responsabilidades da falta de desenvolvimento cultural. A eles cabe criar meios e Ponta Delgada têm-nos, tardiamente ou não, isso não é assim tão relevante. O que é mesmo essencial são os organismos independentes do poder político que se dedicam à cultura. O "poder cultural centrado na Cidade Património Mundial" não existe porque há um Centro Cultural ou um Teatro Angrense, existe porque há muita e boa gente que durante décadas se tem dedicado à causa cultural, em associações, grupos de teatro, academias, etc.."
"Nem só ao poder político, seja ele autárquico ou regional, se devem atribuir todas as responsabilidades da falta de desenvolvimento cultural. A eles cabe criar meios e Ponta Delgada têm-nos, tardiamente ou não, isso não é assim tão relevante. O que é mesmo essencial são os organismos independentes do poder político que se dedicam à cultura. O "poder cultural centrado na Cidade Património Mundial" não existe porque há um Centro Cultural ou um Teatro Angrense, existe porque há muita e boa gente que durante décadas se tem dedicado à causa cultural, em associações, grupos de teatro, academias, etc.."
Já Rolam as Rotativas
Após o estrodoso lançamento do :Ilhas em livro, que praticamente esgotou a 1ª edição, a corrida desenfreada às livrarias, que às primeiras horas de hoje já tinham vendido 5 exemplares do :Ilhas e apenas 1 "O Código Da Vinci", a Muu em reunião de emergência decidiu por unanimidade imprimir a 2ª edição, que estará disponível nas bancas já hoje a partir das 15 horas.
Registe-se e divulgue-se.
Registe-se e divulgue-se.
Não sei.
Não sei se devemos permitir a Turquia na UE.
Não sei se o PS vai ganhar com maioria absoluta.
Não sei se Pinto da Costa vai ser candidato à CM do Porto.
Não sei porque vai o Ministério da Defesa comprar 24.500 novas pistolas-metralhadoras
Não sei se o Porto conseguirá eliminar o Inter.
Não sei porque "Balas e Bolinhos 2 - O Regresso" é o filme português mais visto do ano.
Não sei se há pachorra para ver o "Super Size Me"
Não sei se o "Polar Express" é melhor que o "The Incredibles - Os Super-Heróis".
Não sei se "Saraband", de Ingmar Bergman chegará às salas açoreanas.
Não sei quem é o DJ Grouse.
Não sei se o Mário Cláudio merece o Prémio Pessoa 2004.
Não sei se o CG é dos melhores da história da RTP-Vacas.
Sei que toda a gente sabe tudo.
E eu só sei que nada sei.
Não sei se o PS vai ganhar com maioria absoluta.
Não sei se Pinto da Costa vai ser candidato à CM do Porto.
Não sei porque vai o Ministério da Defesa comprar 24.500 novas pistolas-metralhadoras
Não sei se o Porto conseguirá eliminar o Inter.
Não sei porque "Balas e Bolinhos 2 - O Regresso" é o filme português mais visto do ano.
Não sei se há pachorra para ver o "Super Size Me"
Não sei se o "Polar Express" é melhor que o "The Incredibles - Os Super-Heróis".
Não sei se "Saraband", de Ingmar Bergman chegará às salas açoreanas.
Não sei quem é o DJ Grouse.
Não sei se o Mário Cláudio merece o Prémio Pessoa 2004.
Não sei se o CG é dos melhores da história da RTP-Vacas.
Sei que toda a gente sabe tudo.
E eu só sei que nada sei.
Od(i)e ao melhor programa da RTP-Vacas
O Nuno Costa Santos escreveu, e muito bem, isto em resposta a este meu post, e eu respondo-lhe:
Nuno
O exagero e obsessão que notas na minha crítica a esse vosso simples programa televisivo advêm do facto de eu, e penso que muitos outros, como tu próprio, termos criado expectativas em relação ao programa. Não conhecendo pessoalmente nenhum dos intervenientes, era já um admirador de cada uma das criaturas. Cheguei a mandar ao Mário Cabral uma mensagem de apreço pela sua decisão de abandonar o cargo que tinha no Centro Cultural de Angra, que, se diga, ele simpaticamente respondeu.
O programa criado, apesar do seu potencial latente, até mesmo no próprio título, não é de momento, porque o Joel não deixa ou não quer, muito mais do que uma tentativa de análise séria, conservadora e ponderada sobre "as questões do mundo", com pouco riso, descomplexo e à vontade, excepto, talvez, no último ódio de estimação. As poucas vezes que o Joel se deixa cair na liberdade da comédia é quando faz escárnio do Mário Cabral. Não me admira que uma pessoa como tu tenha insistido com o Joel para que o programa siga um caminho mais solto. Assim não sendo só brilhará uma pessoa como o Monjardino, com uma bênção Católica, ou um Viegas que atropela toda a vossa falta de experiência.
Em relação à vaca ruminante de estimação foi só uma minha tentativa de, numa maneira solta, com riso, descomplexo e à vontade, dizer que no ódio de estimação o Borges ruminava a sua "gama", de boca aberta, com tal veemência e barulho, passando-a de bochecha para bochecha com tal ímpeto que temi que, com o entusiasmo da tarefa, lhe saísse pelo nariz. Fiquei sem saber quem mascava quem, se a "gama" o Borges, se o Borges a "gama", a luta foi feroz e ruidosa. De tal forma que na realidade só me desconcentrei da ruminação numa altura em que percebi que confessou desgostar de ver strip na possível companhia do seu pai.
Resumindo, e mais uma vez recomendando a belíssima e construtiva crítica escrita por Guilherme Marino, no Chá Verde, no actual formato, e visto por fora, o programa em questão não é moderno, não é um choque de gerações, não é descomplexado, nem solto, é actual, é conservador, é uma casa de espelhos, é uma promessa de uma boa ideia. É, no entanto e principalmente, um bom programa, dos melhores da história da RTP-Vacas.
Nuno
O exagero e obsessão que notas na minha crítica a esse vosso simples programa televisivo advêm do facto de eu, e penso que muitos outros, como tu próprio, termos criado expectativas em relação ao programa. Não conhecendo pessoalmente nenhum dos intervenientes, era já um admirador de cada uma das criaturas. Cheguei a mandar ao Mário Cabral uma mensagem de apreço pela sua decisão de abandonar o cargo que tinha no Centro Cultural de Angra, que, se diga, ele simpaticamente respondeu.
O programa criado, apesar do seu potencial latente, até mesmo no próprio título, não é de momento, porque o Joel não deixa ou não quer, muito mais do que uma tentativa de análise séria, conservadora e ponderada sobre "as questões do mundo", com pouco riso, descomplexo e à vontade, excepto, talvez, no último ódio de estimação. As poucas vezes que o Joel se deixa cair na liberdade da comédia é quando faz escárnio do Mário Cabral. Não me admira que uma pessoa como tu tenha insistido com o Joel para que o programa siga um caminho mais solto. Assim não sendo só brilhará uma pessoa como o Monjardino, com uma bênção Católica, ou um Viegas que atropela toda a vossa falta de experiência.
Em relação à vaca ruminante de estimação foi só uma minha tentativa de, numa maneira solta, com riso, descomplexo e à vontade, dizer que no ódio de estimação o Borges ruminava a sua "gama", de boca aberta, com tal veemência e barulho, passando-a de bochecha para bochecha com tal ímpeto que temi que, com o entusiasmo da tarefa, lhe saísse pelo nariz. Fiquei sem saber quem mascava quem, se a "gama" o Borges, se o Borges a "gama", a luta foi feroz e ruidosa. De tal forma que na realidade só me desconcentrei da ruminação numa altura em que percebi que confessou desgostar de ver strip na possível companhia do seu pai.
Resumindo, e mais uma vez recomendando a belíssima e construtiva crítica escrita por Guilherme Marino, no Chá Verde, no actual formato, e visto por fora, o programa em questão não é moderno, não é um choque de gerações, não é descomplexado, nem solto, é actual, é conservador, é uma casa de espelhos, é uma promessa de uma boa ideia. É, no entanto e principalmente, um bom programa, dos melhores da história da RTP-Vacas.
quinta-feira, dezembro 16
16/12/04 [1º aniversário:blog:ilhas:em livro]
Há um ano seria totalmente impensável. Hoje fizemos História. O 1º blog dos Açores em livro. O nosso obrigado à Berta Tavares e ao Nuno Mendes pela apresentação que nos encheu de orgulho (segundo o Anjo - estamos corrompidos pela vaidade. Verdade!!?). E ninguém pode dizer que a RTP-A não nos liga (na 1ª foto - António José entrevistado por Isabel Gomes). Um agradecimento especial ao Luís Almeida/Bertrand, Eduardo Brum/Expresso das Nove e Carlos Decq Mota/ANIMA que tornaram possível a concretização desta edição em papel. Amanhã disponível nas livrarias de Ponta Delgada e na MUU.
Chá Verde (Puro) foi servido sobre o "Choque de Gerações"
Quase tudo o que eu gostaria de escrever sobre o programa "Choque de Gerações", se assim o conseguisse, foi escrito pelo Guilherme Marinho, no Chá Verde. Em relação ao último programa, que eu só vi ontem, acho que realmente foi, dos que eu vi, o melhor. Para além de algumas melhorias, calculo que planeadas, a razão principal que me leva a esta conclusão foi a participação do, agora já me esqueci dos títulos todos, Monjardino. A superioridade deste participante, em relação aos outros, é de tal ordem que poderá ser difícil atingir a qualidade deste último programa sem a sua presença. No campo oposto, será fácil melhorar o próximo programa. Basta retirarem aquela vaca ruminante de estimação, que nos confessou desgostar de ver strip na possível companhia do seu pai.
TOP SECRET
Carlos Carreiro - «Cenário para Danae» - 1988 - Colecção Museu Carlos Machado
Oportunamente publiquei no Correio dos Açores - e também aqui no blog - um controvertido artigo de opinião que, sob o título «Insensibilidade e Mau Gosto», era tão só uma análise pessoal em órbita da possidónia obra vulgarmente conhecida por Cais de Cruzeiros. Resgato o tema, deste espécimen de monstro marítimo no coração da baia de Ponta Delgada, não por empenhamento egoisticamente cívico numa eco-causa, que deveria, desde logo, congregar os ambientalistas do regime mas, apenas para registar a estupefacção ante o manto de secretismo que ainda existe sobre o anteprojecto de arquitectura da obra em causa.
Afirmava então que o projecto do Terminal Marítimo e Reestruturação da Avenida Marginal de Ponta Delgada não é um sonho dos cidadãos de Ponta Delgada, é um pesadelo cor-de-rosa e um devaneio político e urbanístico. Dizia, também, que daí emergem e ramificam-se vários equipamentos com destaque para um «Cais Inter-Ilhas» e o «Cais de Cruzeiros». Sublinhei que, porventura, seria criada mais uma Marina, para «apascentamento» de botes em fibra de vidro e correspondentes lugares de estacionamento para os «skippers» de ocasião e respectivos visitantes. Alertei ainda que a Piscina do Pesqueiro será metamorfoseada num «charco» de forma circular e com aproximadamente 120 m de diâmetro! Hoje, não sei se esta análise é já extemporânea ou se ainda mantém o prazo de validade. Ao que consta o projecto inicial foi alterado mas, os cidadãos de Ponta Delgada desconhecem ainda a simples «maquete» ou «croquis» do que se pretende efectivamente construir ! Na verdade, o que será implantado a meio caminho da baia de Ponta Delgada é um segredo guardado no Olimpo dos «gurus» da Secretaria Regional da Economia.
Ora, factos são factos e apesar de a Assembleia Municipal de Ponta Delgada ter legitimamente deliberado demandar o Governo Regional para que este tivesse a gentileza de ceder uma cópia das peças desenhadas e escritas, naturalmente para conhecimento da obra por parte do órgão deliberativo do Município , o certo é que os contornos da mesma permanecem envoltos em mistério que se adivinha irá sendo revelado aquando do milagre e do facto consumado da primeira pedra que dê início à obra. Com efeito, ao longo do ano de 2004 esta matéria tem sido tema recorrente na Assembleia Municipal de Ponta Delgada e ontem, na última sessão de 2004 da referida Assembleia, voltou ao cerne do debate parlamentar. Para o que importa é de pasmar que o principal órgão Democrático e representativo dos cidadãos de Ponta Delgada permaneça absolutamente ignorante, por mãos e obra do Governo Regional, numa matéria de assaz interesse específico para o Município!
Assim, o fácies do projecto do Terminal Marítimo, que vai mascarar irreversivelmente a nossa marginal, só pode ser matéria para os discípulos locais de Nostradamus que bem podem profetizar e especular sobre a anatomia do mesmo. Para que conste ouvi dizer que, além do que acima já ficou sugerido, ambiciona este Governo Regional edificar um «Pavilhão do Mar», com uma nave de aproximadamente 400 metros de comprimento e um pé direito de 5 metros! Será porventura um autêntico monstro marinho? O sortido de palpites é vasto, já que o projecto mais parece um segredo das profundezas abissais do que uma intervenção urbanística, a revelar para a salutar e Democrática discussão pública. Paradoxalmente, um projecto que a todos diz respeito é ainda Top Secret e disponível apenas para os olhos de quem pretende impor esta obra à cidade de Ponta Delgada !
Recorrendo ao meu arquivo volto a dizer que o projecto do Terminal Marítimo e Reestruturação da Avenida Marginal de Ponta Delgada é um paradigma de insensibilidade e mau gosto quer na perspectiva social quer ambiental. Lamentavelmente os nossos folclóricos ambientalistas de serviço não erguem a sua voz discordante e, pelo silêncio engagé, são cúmplices na execução da transformação desregrada do nosso território.
Este polémico projecto causa-nos particular perplexidade, na medida em que, tendo a marca de um Governo que se diz Socialista não deixa de ser um exercício urbanístico de genuflexão aos interesses do capitalismo estrangeiro. Dúvidas não temos de que a execução do projecto do Terminal Marítimo de «São Pedro» transformará a nossa Marginal no quintal dos cruzeiros atlânticos em desfavor da salvaguarda das características do núcleo histórico de Ponta Delgada.
Na altura dizia também que tudo isto é congruente com a linha de acção socialista...só lamento que a maré não tenha virado a 17 de Outubro, pelo menos, este embuste de requalificação da marginal para uma fruição lúdica da frente urbana de mar, como pomposamente foi subliminarmente apresentado, ficaria na gaveta...
Ponta Delgada 16 de Dezembro de 2004
João Nuno Almeida e Sousa
quarta-feira, dezembro 15
divórcios e namoros
"amor, vamos dar um tempo", esta frase irrita-me sobre maneira. Esta espécie de cinismo lamechas de quem não consegue ou não quer dizer que não. Como se fosse possível acabar sem acabar. Portas e Santana, quais dois amantes desavindos, decidiram "dar um tempo" à sua coligação. Incapazes de avançar para o divórcio mas, ao mesmo tempo, impossibilitados de continuar a relação. Agora segue-se o desconforto de sair de casa, de separar os discos, fazer as malas, combinar horas ao telemóvel para que não se encontrem, enfim, os gestos magoados da separação. Santana o mais apaixonado dos dois ainda foi até ao limite na esperança de aguentar o caso, como uma mulher que chora no chão ao ver o marido partir para uma aventura com uma mulher mais nova. Portas na ilusão de um affair com a secretária, disse que não altivo e confiante e saiu pela porta fora em busca de romance. Mas à família, que somos nós cidadãos e eleitores, o casal diz que "vão dar um tempo". Alguém acredita? Acreditarão eles que é possível regressar? Talvez. Como tudo é justo no amor e na guerra, talvez esta água possa voltar a correr debaixo da mesma ponte, eu por mim, qual sogra desconfiada, duvido, duvido seriamente que este casal possa se unir novamente. Portas muito provavelmente vai ser abandonado pela secretária loura e boazuda quando esta descobrir que este não é um príncipe encantado pleno de aventura mas que não passa de mais um homem, com os mesmos defeitos que o mecânico lá do bairro. E Santana aprenderá a viver sozinho e a tomar chá com as amigas não tendo dos homens mais do que aprazíveis lembranças. "vamos dar um tempo" é a mentirinha branca com que se enganam os espíritos para evitar a dor das grandes mudanças. PP e PSD precisam de grandes mudanças.
No apartamento do lado, ao som entre paredes da discussão dos vizinhos, Sócrates, um solteirão inveterado continua a sua caminhada de eterno engatatão. Vive sozinho, todas as noites saí para colher gajas, de vez em quando dormem umas lá em casa, mas nada de compromissos. De momento está de olho numa morenaça, recém chegada à casa dos trinta, que é formada em sociologia mas trabalha numa produtora independente de conteúdos televisivos, conduz um VW Golf, separa os lixos, conhece o porteiro do Lux e vai todas as quintas-feiras ao King ver cinema europeu e gosta, e lê o Barnabé todos os dias, e apesar de o achar giro acha o solteirão Sócrates um pouco quadrado para o seu gosto. O PS, inseguro na sua autonomia ideológica e política, arrisca um namoro com o Bloco de Esquerda que é um lamentável equivoco. As próximas eleições legislativas, as eleições da ressaca, serão ganhas ao centro, mas é no cativar das margens que estará um dos segredos para a verdadeira vitória dos partidos do centrão - PS e PSD. Estes dois partidos terão que apelar aos eleitorados das margens convencendo-os que o voto importante é ou no centro esquerda, para o PS, ou no centro direita, para o PSD. Tanto para um como para outro é crucial ir buscar votos não só ao centro mas aos partidos nas suas margens esvaziando a importância e o conteúdo de PP e BE, só assim se chegará à maioria absoluta que é a única vitória que interessa neste momento.
No apartamento do lado, ao som entre paredes da discussão dos vizinhos, Sócrates, um solteirão inveterado continua a sua caminhada de eterno engatatão. Vive sozinho, todas as noites saí para colher gajas, de vez em quando dormem umas lá em casa, mas nada de compromissos. De momento está de olho numa morenaça, recém chegada à casa dos trinta, que é formada em sociologia mas trabalha numa produtora independente de conteúdos televisivos, conduz um VW Golf, separa os lixos, conhece o porteiro do Lux e vai todas as quintas-feiras ao King ver cinema europeu e gosta, e lê o Barnabé todos os dias, e apesar de o achar giro acha o solteirão Sócrates um pouco quadrado para o seu gosto. O PS, inseguro na sua autonomia ideológica e política, arrisca um namoro com o Bloco de Esquerda que é um lamentável equivoco. As próximas eleições legislativas, as eleições da ressaca, serão ganhas ao centro, mas é no cativar das margens que estará um dos segredos para a verdadeira vitória dos partidos do centrão - PS e PSD. Estes dois partidos terão que apelar aos eleitorados das margens convencendo-os que o voto importante é ou no centro esquerda, para o PS, ou no centro direita, para o PSD. Tanto para um como para outro é crucial ir buscar votos não só ao centro mas aos partidos nas suas margens esvaziando a importância e o conteúdo de PP e BE, só assim se chegará à maioria absoluta que é a única vitória que interessa neste momento.
terça-feira, dezembro 14
Novo marco histórico na "modernidade" açoriana
Publicidade no Açoriano Oriental, 14 de Dezembro de 2004-12-14. página nº28
" Precisam-se (m/f)
Modelos e Acompanhantes Sociais para a Royal Daimler Limusina & Serviço de Acompanhamento para part-time ou trabalhos por marcação. Idade superior a 18 anos
Faça parte de um novo e excitante serviço. Óptima renumeração, benefícios e experiência social. A sua maior característica será a aparência e educação. Providenciamos todo o treino necessário. Óptimo para estudantes universitárias, domésticas e quem trabalhe por turnos. Guarda-se sigilo.
Envie fotos, breve descrição e contactos para:
Royal Daimler Limusina & Serviço de Acompanhamento, Rua Monte Alegre, 19 ? 9545-153 Capelas ou e-mail para RoyalDaimler@Hotmail.com"
" Precisam-se (m/f)
Modelos e Acompanhantes Sociais para a Royal Daimler Limusina & Serviço de Acompanhamento para part-time ou trabalhos por marcação. Idade superior a 18 anos
Faça parte de um novo e excitante serviço. Óptima renumeração, benefícios e experiência social. A sua maior característica será a aparência e educação. Providenciamos todo o treino necessário. Óptimo para estudantes universitárias, domésticas e quem trabalhe por turnos. Guarda-se sigilo.
Envie fotos, breve descrição e contactos para:
Royal Daimler Limusina & Serviço de Acompanhamento, Rua Monte Alegre, 19 ? 9545-153 Capelas ou e-mail para RoyalDaimler@Hotmail.com"
segunda-feira, dezembro 13
convite
Comemoramos em jantar o 1º aniversário do BLOG e ficou à mesa a intenção de publicar os textos mais significativos de um ano de post(a)s. Com e sem polémicas, não forçosamente à parte, temos finalmente em nosso poder o livro que irá modificar o espectro blogoesférico açórico (e isto para não ir mais além). Por mera coincidência, e daí talvez não, esta tem sido uma época pródiga em lançamentos blogueiros via papel. E não será por acaso que já nos apelidam de - O Barnabé das Ilhas. Uma situação que tem sido analisada cuidadosamente na perspectiva de uma conversão da nossa identidade. Quanto ao lançamento - oficial - terá como convidados os jornalistas Berta Tavares e Nuno Mendes, que farão as honras da apresentação formal em formato informal. A coisa em si terá lugar pelas 18h00 de 5ª feira, 16/12/04, na livraria Bertrand, no Parque Atlântico, em Ponta Delgada. O preço é simbólico. A moeda é o euro. A nota é baixa. Apesar da pressão ser enorme os autógrafos estão proibidos. Talvez haja 1 copo ou 2. E, sobretudo, apareçam cedo pois o espaço é exíguo e a expectativa é Grande...
Para que não se diga que eu não disse
Não tenho nada de novo a acrescentar ao declínio actual desta nação. Nem imagino a quem possa interessar o vou aqui escrever. Mas, para que não se diga que eu não disse, aqui vai.
Eu percebo que o político, o homem de esquerda, e mesmo o cidadão, Jorge Sampaio acredite que este foi o pior governo português, pós-revolução. Eu acredito. Só, com algum esforço se encontraria durante os governos da nossa monarquia constitucional um tal teatro político. Eu percebo que, como a provável maioria do povo português, ele acreditasse que quanto mais depressa esta trágico-comédia acabasse melhor seria para o país. Eu acredito.
Não percebo como o Presidente Jorge Sampaio pôde, no nosso quadro democrático, ignorar o esforçado apoio político deste governo, e mais grave ainda, ignorar a cuidada base parlamentar deste governo.
Não percebo a anunciada instabilidade política de um governo cujo líder acabava de sair jubilado, se bem que não unanimemente, do congresso do seu partido, e com um apoio, em praça pública, se bem que cínico, do seu partido de coligação.
Não percebo a instabilidade política de um governo cujo apoio parlamentar nunca o pôs, minimamente, em causa.
Não percebo, principalmente, porque o presidente despede os, democraticamente eleitos, representantes do povo português e não, primeiro, o governo. Não percebo porque o faz só depois de lhes dar oportunidade de mostrarem o seu total e indiscutível apoio ao programa económico do governo de que Sampaio não gosta. Não percebo porque o faz antes de lhes dar oportunidade de mostrarem o seu total e indiscutível apoio a Santana Lopes, de que Sampaio não gosta, reconduzindo-o como primeiro-ministro.
Acima de tudo não percebo porque está o nosso presidente a fazer política, e neste caso política de desgoverno.
Eu percebo que o político, o homem de esquerda, e mesmo o cidadão, Jorge Sampaio acredite que este foi o pior governo português, pós-revolução. Eu acredito. Só, com algum esforço se encontraria durante os governos da nossa monarquia constitucional um tal teatro político. Eu percebo que, como a provável maioria do povo português, ele acreditasse que quanto mais depressa esta trágico-comédia acabasse melhor seria para o país. Eu acredito.
Não percebo como o Presidente Jorge Sampaio pôde, no nosso quadro democrático, ignorar o esforçado apoio político deste governo, e mais grave ainda, ignorar a cuidada base parlamentar deste governo.
Não percebo a anunciada instabilidade política de um governo cujo líder acabava de sair jubilado, se bem que não unanimemente, do congresso do seu partido, e com um apoio, em praça pública, se bem que cínico, do seu partido de coligação.
Não percebo a instabilidade política de um governo cujo apoio parlamentar nunca o pôs, minimamente, em causa.
Não percebo, principalmente, porque o presidente despede os, democraticamente eleitos, representantes do povo português e não, primeiro, o governo. Não percebo porque o faz só depois de lhes dar oportunidade de mostrarem o seu total e indiscutível apoio ao programa económico do governo de que Sampaio não gosta. Não percebo porque o faz antes de lhes dar oportunidade de mostrarem o seu total e indiscutível apoio a Santana Lopes, de que Sampaio não gosta, reconduzindo-o como primeiro-ministro.
Acima de tudo não percebo porque está o nosso presidente a fazer política, e neste caso política de desgoverno.
domingo, dezembro 12
Tendo em conta a agitação política em Portugal não pude deixar - impune - o interesse popular demonstrado à demissão do governo ex-coligado. Outro grande momento deste fim-de-semana sem contar com os ventos ciclónicos que assolam os Açores - mas isso per si é, já, um fait diver.
sábado, dezembro 11
o [des]governo de Portugal
Expliquem-me lá isto
Então ontem Vítor Cruz diz categoricamente que o adversário do PSD é a esquerda e que não vão entrar em guerra com o presidente da república, hoje vem o primeiro-ministro demitir-se porque considera que o seu governo foi desonrado pelo presidente. Como é que ficamos? Isto está lindo está.
Campanha
Quando eu tinha dezasseis anos queria ser o melhor poeta da História e o melhor surfista do mundo. Quando eu tinha dezasseis anos todas as mulheres eram desejadas, todas mesmo - mais novas, mais velhas, giras, feias, gordas, magras, com aparelho, com borbulhas, tímidas, mamalhudas, burras... - se bem que umas em doses maiores do que outras. Se algumas eram conseguíveis, só duas foram conseguidas. A política aos dezasseis anos resumia-se a criar, implementar e cumprir um programa de engate. Todos os dias eram dias de campanha. Desde a roupa a vestir, ao autocolante a colar no dossier, à marca da mochila, ao estilo de franja, o sorriso vermelho, a esquiva do olhar, a maneira de dobrar um bilhete, a organização de uma roda de grupo, a resposta a uma pergunta, o caminho a pé depois das aulas, tudo era campanha. As eleições ganhavam-se por voto dos pares no dia seguinte no intervalo. É claro que ganhar uma eleição para presidente da junta de freguesia, que é como quem diz a Joana que até tinha um bom corpo mas era o crânio da turma e usava óculos e aparelho e tropeçava nas aulas de ginástica, não era o mesmo que ganhar uma eleição para o parlamento, que é como quem diz a Sara que era boa, gira, popular, que vai com todos, pelo menos é o que todos dizem, muito menos ganhar uma eleição presidencial, que é como quem diz a Marta que era a mais simpática, a mais gira, a mais interessante, a que estava sempre a sorrir e tinha boas notas e era amiga de todos e andava com um gajo mais velho... Ter dezasseis anos é andar sempre em campanha sem que importe minimamente qual a eleição. Sexta-feira à noite é um verdadeiro comício de encerramento. Sábado é o dia de reflexão. Domingo contam-se os votos. Segunda, honra aos vencidos, glória aos vencedores. Nos intervalos no pátio é vê-los a ambos - acabrunhados e triunfantes -, ou abandonados a um mínimo de fiéis amigos, ou rodeados de todos os aplausos. Ter dezasseis anos é, enfim, um treino para a vida.
Post de sexta-feira à noite no Central em Dezembro de 2004.
Post de sexta-feira à noite no Central em Dezembro de 2004.
sexta-feira, dezembro 10
Vítor Cruz
Poucos, escassos, minutos após a comunicação ao país do Sr. Sampaio (Sua Excelência o Presidente da República) surge, sorridente, nos ecrãs da televisão, em directo para todo o país, da muito laranja sede nacional do PSD, nun other then, o "nosso" Vítor Cruz. Este pequeno "sound byte", é merecedor das mais apuradas análises. Será que este módico facto mediático torna inevitável o assumir por parte de Vítor Cruz da liderança do PSD-A que o próprio declarara abandonar? Ou será que o delfim de Mota Amaral emigrou, de vez, para o xadrez político nacional, abandonando indefinidamente a roleta das nove ilhas dos Açores? Será que os líderes nacionais do actual PPD/PSD se sentem hoje na necessidade de compensar Vítor Cruz pela campanha e derrota das regionais de Outubro? Ou será que falta gente ao PSD para queimar nos holofotes feéricos do nosso presente momento político? São insondáveis os desígnios do actual PSD.
[fim-de-semana cinéfilo]
Propostas esta semana do Cine Solmar em Ponta Delgada "Super Size Me: 30 Dias de Fast-Food" é um documentário sobre a obesidade. Durante 30 dias, Morgan Spurlock, o realizador, tenta perceber o que aconteceria se uma pessoa comesse apenas "fast-food". Durante esse período, Spurlock limita-se a comer três refeições diárias de produtos alimentares que integram o menu da McDonald's e é obrigado a aceitar sempre que alguém lhe propõe um super-menu. Bósnia, 1992. Luka, um engenheiro sérvio de Belgrado, vai com a mulher, Jadranka, cantora de ópera, e o filho, Milos, para uma aldeia no meio do nada, para ajudar a construir uma linha de caminhos-de-ferro que transformará a região num local de turismo. Cego pelo seu optimismo natural, não presta atenção aos rumores sobre a guerra que se avizinha, cada vez mais persistentes. Mas quando eclode o conflito, a sua vida desmorona-se. Jadranka desaparece com um músico, Milos é chamado para combate. Sempre optimista, Luka espera o regresso da mulher e do filho, mas Jadranka não volta e Milos é feito prisioneiro. Os sérvios confiam então a guarda de Sabaha, uma refém muçulmana, a Luka, que deverá servir de moeda de troca para recuperar Milos. Mas Luka rapidamente se apaixona por Sabaha. "A Vida é um Milagre", último filme de Emir Kusturica, estreado internacionalmente no Festival de Cannes, é um "Romeu e Julieta" nos Balcãs, com banda sonora da No Smoking Orchestra, banda do realizador. (via Público)
[salve-se quem puder]
Temos assistido a uma ladainha abominável de ministros, acessores, prevaricadores e ex-boxeurs em torno da dissolução do Parlamento. Todos estes episódios são, no mínimo, lamentáveis. A condenação cerrada em torno da figura Presidencial é execrável, uma falta de respeito atroz e o cúmulo hipócrita e demagogo daqueles que tendo tudo a perder atiram indiscriminadamente mas de forma deliberada sem, no entanto, antes prejudicar, caluniar e criticar o Presidente - o qual já acusaram de imaturidade política. A imaturidade e a ilegitimidade são pertença de quem muito bem sabemos. E a pretensa objectividade destes senhores está artilhada e é perigosa. Deviam ter ido para casa, isso sim, há pelo menos 4 meses.
quinta-feira, dezembro 9
Não!
Não! Não! E não!
Eu não aceito um convite para o programa da RTP-A "Choque de Gerações"!
Tenho dito!
E muito obrigado!
p.s. E por favor, não me obriguem a insistir na recusa!Fica feio!
Eu não aceito um convite para o programa da RTP-A "Choque de Gerações"!
Tenho dito!
E muito obrigado!
p.s. E por favor, não me obriguem a insistir na recusa!Fica feio!
Jo, el Pergunta Dor
(...)
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Nuno deixa-me agora fazer uma pergunta aqui, ao Mário...!
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Não me interrompam as ideias que eu quero fazer aqui uma pergunta...
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Mário! Sei que não percebes nada de futebol! ... Não me interrompas! Mas o Pinto da Costa nasceu!... O que é que tens a dizer sobre isso??!??
Mas não respondas que eu quero fazer uma pergunta!
Outros - Blá, blá, blá?...
Joel - Nuno espera agora que eu quero fazer aqui uma pergunta!
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Por favor! Eu quero fazer uma pergunta! É preciso manter uma linha de seguimento no programa! Está aqui escrito no papel!
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Maria da Graça, eu sei que não percebes nada de Economia, mas foste o que podemos arranjar! Costumas ir às compras? E gostas?... Eu sei o que é que vais responder, mas vais ter que aguentar aí a tua resposta porque eu quero fazer uma pergunta!
Outros - Blá, blá, blá...
(...)
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Nuno deixa-me agora fazer uma pergunta aqui, ao Mário...!
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Não me interrompam as ideias que eu quero fazer aqui uma pergunta...
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Mário! Sei que não percebes nada de futebol! ... Não me interrompas! Mas o Pinto da Costa nasceu!... O que é que tens a dizer sobre isso??!??
Mas não respondas que eu quero fazer uma pergunta!
Outros - Blá, blá, blá?...
Joel - Nuno espera agora que eu quero fazer aqui uma pergunta!
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Por favor! Eu quero fazer uma pergunta! É preciso manter uma linha de seguimento no programa! Está aqui escrito no papel!
Outros - Blá, blá, blá...
Joel - Maria da Graça, eu sei que não percebes nada de Economia, mas foste o que podemos arranjar! Costumas ir às compras? E gostas?... Eu sei o que é que vais responder, mas vais ter que aguentar aí a tua resposta porque eu quero fazer uma pergunta!
Outros - Blá, blá, blá...
(...)
[instalação]
Em Ponta Delgada, na esquina mais frequentada pelo amigo Nuno, fotografei alguns dos exemplares que animam a época natalícia. Não tenho nada contra ou a favor dos ditos - sou simplesmente indiferente. A razão pela qual chamo aqui o post relaciona-se com o carácter primário das instalações eléctricas, em causa, dignas de 1 país/região 3º mundista - muito embora equacione que tal comparação possa ser considerada ofensiva, para o chamado 3º Mundo, entenda-se.
"Este é o verdadeiro drama, nem a corrupção é grande coisa nesse país de merda. Os árbitros compram-se com idas às putas. Puta que os pariu!"
Foguetabraze
Ninguém o diz melhor, entre duas passas de cigarrilha, do que o Barata.
quarta-feira, dezembro 8
Os Sinais
Hoje, como em todos os dias da vida em todos os lugares do mundo, houve pessoas que fizeram anos. Acontece que em Portugal, mergulhado que está o país mais uma vez na mais medíocre parte da história porque a história é feita de homens e por mais que me custe concordar com o Professor Cavaco Portugal hoje é governado por homens medíocres, hoje um homem de nome Mário Soares completou 80 anos e isso é em si um facto extraordinário. Não só por o homem fazer oitenta anos, mas por ser Mário Soares e Portugal estar como está. Veja-se como também hoje um outro homem de nome Jorge Nuno Pinto da Costa esteve todo o dia a ser ouvido num tribunal de Gondomar e de como dias antes a mesma juíza que ouviu hoje este senhor ordenou como medida de coacção a outro arguido neste processo a proibição de frequentar casas de alterne. E veja-se ainda como dias antes foi eleito bastonário da Ordem dos Advogados, um dos órgãos corporativos mais importantes e influentes no país, um jovem de 43 anos cujo unico motivo de fama é aparecer na televisão a comentar casos de pedofilia. Também por estes dias os chacais da política (da estrema esquerda à estrema direita, que eles estão em todo o lado) arreganham os dentes e salivam em vista do embate que aí vem e que estes vampiros vão querer transformar numa guerra fratricida e sem escrúpulos pelo exercício vão do poder. Ao mesmo tempo o Sr. Presidente da República, garante supremo da "estabilidade emocional", debate o futuro da língua em vez de providenciar pelo futuro do país explicando e em português e não sampaiês, de preferência, as razões porque fez o que fez. Entretanto um jovem português sagrou-se bicampeão europeu de Bodyboard e ninguém deu por isso, mas a Cinha saiu da Quinta e não se falou noutra coisa. Ao mesmo tempo que um governo sustentado por uma maioria parlamentar "ferida de morte" e em pré-campanha nomeia um novo director-geral do SIS. E Camarate voltou a ser atentado. E os estudantes portugueses são dos piores da Europa a matemática e de certeza que não é só a matemática. Mas nestes dias em que o Benfica ganha com penáltis mergulhados o importante é que ganhe. Gostará a Sra. Maria Filomena Mónica de futebol, esse tão britânico desporto? E hoje tudo o que é de esquerda é tijolo. E a linha de cabelo de José Sócrates prepara-se para discutir com a linha de cabelo de Pedro Santana Lopes as razões pelas quais um dos dois deve ou não ser o próximo primeiro-ministro do país. E eu dou comigo a olhar para a televisão e a empatizar com José Pacheco Pereira. Enquanto nos Açores parece que não há um novo governo e há uma oposição que não aparece. E o jornal do Sr. Luís Delgado e do Sr. Bettencourt Resendes pública meia dúzia de páginas dedicadas a Mário Soares, em que uma Sra. Mota Ribeiro faz uma série de perguntas lorpas e na capa parece que não existe mais país do que os 80 anos de Mário Soares. Mas n'A Capital surge o importante, também numa entrevista a Mário Soares, a referência a uma ética republicana, a uma valorização dos valores íntegros e rectos da honra que desapareceram da acção pública. Tudo isto, meus amigos, tudo isto são sinais de que o país está mau, e que as coisas ainda vão piorar mais, infelizmente. É caso para dizer - Merecemos Melhorar este País!?.
Nota: este post foi escrito no dia 7 de Dezembro, mesmo no límite do dia, conforme se percebe pela data em que vem publicado.
Nota: este post foi escrito no dia 7 de Dezembro, mesmo no límite do dia, conforme se percebe pela data em que vem publicado.
terça-feira, dezembro 7
FOTOADRENALINA
...e que tal, em dia de feriado, uma expedição fotográfica dos Picos da Europa aos Açores. As imagens são magníficas e como uma imagem vale mais que mil palavras este é, provavelmente, o post mais curto que aqui publiquei!
Crónica de um casamento consumado
Mariee de Marc Chagal
O casamento do Pasquinho e da Catarina foi um encanto. Foi agradável, sem pretensões, nem exageros, mas no entanto requintado e cuidado. As pessoas estavam à vontade, as conversas corriam interessantes e com facilidade. Estivemos perante um casal que simplesmente se rodeou das pessoas que quis, para celebrar aquilo que já são, e já eram, sem o histerismo e algazarra de quem se finge lançar no desconhecido, e obrigatório, mas sim num contentamento contente de quem quer partilhar uma união de facto unida.
Foi uma noite para celebrar amigos, em especial a amizade entre um homem e uma mulher. O privilégio foi meu. Obrigado.
O POETA-SOCIÓLOGO
Maria Filomena Mónica, talvez por deformação profissional, rotulou Boaventura Sousa Santos de sociólogo-poeta... com a devida vénia, eu diria até mais, é poeta-sociólogo.
No passado Sábado, no Suplemento Mil-Folhas do Público, numa prosa Queirosiana e escorreita, Maria Filomena Mónica virou o dente ao «colega» Boaventura Sousa Santos. Fê-lo não só dissecando o curriculum vitae do académico mas, ainda, autopsiando o poeta de pacotilha que nem sequer se aproxima de um lirismo trolha, cujo paradigma, salvo melhor opinião, é Zeca Soares.
Conhecido por uns como o «sociólogo-mor do reino» e, por outros, como o «sábio de Coimbra», o Prof. Boaventura Sousa Santos é um lustroso Académico, acantonado genealógicamente nas franjas da esquerda conimbricensis, órfã do Maio de 68 e de outros perigosos disparates. Todavia, não se conteve no seu habitat natural das tertúlias do piolho e dos saraus nas Repúblicas que tinham por patrono Che Guevara (e em Coimbra eram muitas!). Ao invés, logrou o estatuto de «consciência crítica» do Estado da Nação sempre que a comunicação Social carecia de emprestar credibilidade «científica» à análise Social do País. No seu estilo gongórico e rendilhado lá foi tecendo loas aos modelos Socialistas e, concomitantemente, fez campanha formalmente descomprometida, por exemplo, contra o Cavaquismo. Para reforçar o seu garbo de areópago pós-moderno era frequente ser instado a analisar os factos a partir de um «Observatório Social», sito em parte pouco certa, mas cujo carácter institucional não deixava de soar reverencialmente.
As erupções poéticas medíocres e abaixo de cão são de tal jaez que me dispenso de aqui as reproduzir. Para quem tiver curiosidade, recomendo uma linkagem ao artigo de opinião de Maria Filomena Mónica que, contém inclusive, excertos de estrofes eróticas do dito Erudito. No resto, nada de novo, pois já se sabia que o homem milita nas cercanias do tijolo de esquerda do qual é ideólogo, adoptou o relativismo cultural como metodologia e abraçou o Movimento Anti-Globalização, sendo ainda hoje uma «vaca-sagrada» da nomenclatura sociológica... e não só!
(Seja como for a não perder a prosa qualificada e hilariante de Maria Filomena Mónica aqui!)
No passado Sábado, no Suplemento Mil-Folhas do Público, numa prosa Queirosiana e escorreita, Maria Filomena Mónica virou o dente ao «colega» Boaventura Sousa Santos. Fê-lo não só dissecando o curriculum vitae do académico mas, ainda, autopsiando o poeta de pacotilha que nem sequer se aproxima de um lirismo trolha, cujo paradigma, salvo melhor opinião, é Zeca Soares.
Conhecido por uns como o «sociólogo-mor do reino» e, por outros, como o «sábio de Coimbra», o Prof. Boaventura Sousa Santos é um lustroso Académico, acantonado genealógicamente nas franjas da esquerda conimbricensis, órfã do Maio de 68 e de outros perigosos disparates. Todavia, não se conteve no seu habitat natural das tertúlias do piolho e dos saraus nas Repúblicas que tinham por patrono Che Guevara (e em Coimbra eram muitas!). Ao invés, logrou o estatuto de «consciência crítica» do Estado da Nação sempre que a comunicação Social carecia de emprestar credibilidade «científica» à análise Social do País. No seu estilo gongórico e rendilhado lá foi tecendo loas aos modelos Socialistas e, concomitantemente, fez campanha formalmente descomprometida, por exemplo, contra o Cavaquismo. Para reforçar o seu garbo de areópago pós-moderno era frequente ser instado a analisar os factos a partir de um «Observatório Social», sito em parte pouco certa, mas cujo carácter institucional não deixava de soar reverencialmente.
As erupções poéticas medíocres e abaixo de cão são de tal jaez que me dispenso de aqui as reproduzir. Para quem tiver curiosidade, recomendo uma linkagem ao artigo de opinião de Maria Filomena Mónica que, contém inclusive, excertos de estrofes eróticas do dito Erudito. No resto, nada de novo, pois já se sabia que o homem milita nas cercanias do tijolo de esquerda do qual é ideólogo, adoptou o relativismo cultural como metodologia e abraçou o Movimento Anti-Globalização, sendo ainda hoje uma «vaca-sagrada» da nomenclatura sociológica... e não só!
(Seja como for a não perder a prosa qualificada e hilariante de Maria Filomena Mónica aqui!)
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«O SG Filtro e o SG Ventil têm propriedades cancerígenas para além das já conhecidas. Pronto, toda a gente comete erros, os fumadores sabem que se arriscam, as indemnizações foram feitas para serem pagas (e as despesas para serem pedidas) e o mundo já está habituado ao desperdício estúpido de vidas humanas.».
Joel Neto, Sábado 27 de Novembro na Grande Reportagem
«Aqueles que, numa posição de cangalheiros, passam frequentemente certidões de óbito ao PCP estão enganados. Ainda haverão muitos e muitos anos para continuarem a sentirem-se uns cangalheiros frustrados.».
Jerónimo de Sousa, na Capital de 5 de fevereiro de 2002 citado no perfil biográfico «Uma vida que se confunde com a luta do PCP», Domingo 28 de Novembro no Público.
«Tem família nos Açores e é descendente de terceirenses. O Conde "White Castle", José Castelo Branco para os menos íntimos, que está actualmente a participar no programa televisivo "Quinta das Celebridades" é proveniente de famílias nobres da Ilha Terceira, mas não é conde por descendência.».
Segunda-feira 29 de Novembro no Açoriano Oriental (isto explica muita coisa... digo eu!)
«Santana sabe que se ficar isolado e único responsável por uma derrota acaba no PSD e na política. Se perder, nem para porteiro o partido o quer.».
Vasco Pulido Valente, Sábado 4 de Dezembro no Público
«Desde quarta-feira passada, no entanto, os cidadãos aguardam em vão que Jorge Sampaio se explique, como é sua obrigação, sobre o facto de ter aberto a porta à realização de eleições antecipadas. A primeira estranheza sobre a forma como o Presidente da República decidiu gerir a situação está na circunstância de ter sido o próprio primeiro-ministro, em termos práticos acabado de ser demitido, a anunciar ao país a notícia(...) Perante o silêncio de quem já devia ter falado, é natural que cada um escolha o motivo que mais lhe agrada, como é apropriado no indigente debate político característico de uma qualquer república das bananas.
(...), se ainda houver algum sentido de Estado no Palácio de Belém ou em São Bento, será preferível o país viver durante alguns meses de 2005 em regime de duodécimos do que aprovar, num ambiente de indefinição política, aquilo que é visto como um "mau" Orçamento. Teme-se é que ninguém, a começar pelo Chefe de Estado, queira chamar a si o ónus de impedir que os salários dos funcionários públicos sejam actualizados em Janeiro próximo, que as pensões sejam aumentadas e que as taxas do IRS sejam reduzidas conforme estava inscrito na proposta em debate.».
João Cândido da Silva, Sábado 4 de Dezembro no Público
«Percentagem da população portuguesa que não leu qualquer livro nos últimos 12 meses: 67%.».
O índex de Paulo Anunciação, Domingo 5 de Dezembro na Pública
«O facto do golpe final ter sido dado por um dos seus amigos íntimos e um dos esteios do famoso "santanismo" - Henrique Chaves, convertido no "Brutus" desta história - só acrescenta condimentos romanescos ao filme de cordel em que se transformaram os quatro meses de Governo.».
Ana Sá Lopes, Domingo 5 de Dezembro no Público
«Santana Lopes embrulhou-se com aquela gente do barrosismo, que é gente sem qualidade nenhuma.».
Ângelo Correia, no «Diga Lá Excelência» da Rádio Renascença, Domingo 5 de Dezembro
«O SG Filtro e o SG Ventil têm propriedades cancerígenas para além das já conhecidas. Pronto, toda a gente comete erros, os fumadores sabem que se arriscam, as indemnizações foram feitas para serem pagas (e as despesas para serem pedidas) e o mundo já está habituado ao desperdício estúpido de vidas humanas.».
Joel Neto, Sábado 27 de Novembro na Grande Reportagem
«Aqueles que, numa posição de cangalheiros, passam frequentemente certidões de óbito ao PCP estão enganados. Ainda haverão muitos e muitos anos para continuarem a sentirem-se uns cangalheiros frustrados.».
Jerónimo de Sousa, na Capital de 5 de fevereiro de 2002 citado no perfil biográfico «Uma vida que se confunde com a luta do PCP», Domingo 28 de Novembro no Público.
«Tem família nos Açores e é descendente de terceirenses. O Conde "White Castle", José Castelo Branco para os menos íntimos, que está actualmente a participar no programa televisivo "Quinta das Celebridades" é proveniente de famílias nobres da Ilha Terceira, mas não é conde por descendência.».
Segunda-feira 29 de Novembro no Açoriano Oriental (isto explica muita coisa... digo eu!)
«Santana sabe que se ficar isolado e único responsável por uma derrota acaba no PSD e na política. Se perder, nem para porteiro o partido o quer.».
Vasco Pulido Valente, Sábado 4 de Dezembro no Público
«Desde quarta-feira passada, no entanto, os cidadãos aguardam em vão que Jorge Sampaio se explique, como é sua obrigação, sobre o facto de ter aberto a porta à realização de eleições antecipadas. A primeira estranheza sobre a forma como o Presidente da República decidiu gerir a situação está na circunstância de ter sido o próprio primeiro-ministro, em termos práticos acabado de ser demitido, a anunciar ao país a notícia(...) Perante o silêncio de quem já devia ter falado, é natural que cada um escolha o motivo que mais lhe agrada, como é apropriado no indigente debate político característico de uma qualquer república das bananas.
(...), se ainda houver algum sentido de Estado no Palácio de Belém ou em São Bento, será preferível o país viver durante alguns meses de 2005 em regime de duodécimos do que aprovar, num ambiente de indefinição política, aquilo que é visto como um "mau" Orçamento. Teme-se é que ninguém, a começar pelo Chefe de Estado, queira chamar a si o ónus de impedir que os salários dos funcionários públicos sejam actualizados em Janeiro próximo, que as pensões sejam aumentadas e que as taxas do IRS sejam reduzidas conforme estava inscrito na proposta em debate.».
João Cândido da Silva, Sábado 4 de Dezembro no Público
«Percentagem da população portuguesa que não leu qualquer livro nos últimos 12 meses: 67%.».
O índex de Paulo Anunciação, Domingo 5 de Dezembro na Pública
«O facto do golpe final ter sido dado por um dos seus amigos íntimos e um dos esteios do famoso "santanismo" - Henrique Chaves, convertido no "Brutus" desta história - só acrescenta condimentos romanescos ao filme de cordel em que se transformaram os quatro meses de Governo.».
Ana Sá Lopes, Domingo 5 de Dezembro no Público
«Santana Lopes embrulhou-se com aquela gente do barrosismo, que é gente sem qualidade nenhuma.».
Ângelo Correia, no «Diga Lá Excelência» da Rádio Renascença, Domingo 5 de Dezembro
segunda-feira, dezembro 6
só uma pergunta
o que é que o PSD-Açores vai fazer quando confrontado com uma coligação nacional entre PP e PSD?
sábado, dezembro 4
SINAIS DE CULTO
Nada sei de Helena de Matos e desconheço o seu curriculum vitae, o que sei constituir uma falha grave. Assim, não sei se esta colaboradora do Público é, porventura, Jornalista/(barra)Escritora... ou se tem na sua posse um Mestrado de Comunicação Social ou se é Doutoranda em Ciência Política... e pouco importa.
Na verdade, Helena de Matos detém um título que merece toda a reverência: é Jornalista ponto final. A crónica de hoje, Sinais de Culto, é uma delícia de inteligência, um assombro de retórica e análise política.
Acresce que, subjectivamente, as suas crónicas são de longe as mais sumarentas da nossa comunicação social em forma de Jornal. O mundo é cada vez mais das mulheres!
Na verdade, Helena de Matos detém um título que merece toda a reverência: é Jornalista ponto final. A crónica de hoje, Sinais de Culto, é uma delícia de inteligência, um assombro de retórica e análise política.
Acresce que, subjectivamente, as suas crónicas são de longe as mais sumarentas da nossa comunicação social em forma de Jornal. O mundo é cada vez mais das mulheres!
sexta-feira, dezembro 3
A angústia do post no momento do título
Nunca vos aconteceu ter uma ideia, escrever um post, e bloquear no teclado aquando do título?
tá tudo doido
Devo dizer que, obviamente, Sampaio não está bom da cabeça, por outro lado Mota Amaral tenta fazer a única coisa lógica e digna no meio desta opereta em que se tornou o país.
quinta-feira, dezembro 2
Se lhe meto as mãos...
eu mato aquele gajo,
eu esfolo aquela cenourinha,
eu esgano aquele pintainho mal morto,
eu... eu... eu acho que vou chorar...
foto de Foto Lusa
O Mar e o... Jo, el Sofisticado
Querido amigo Jo, el sofisticado
Devo dizer que detesto amigos, detesto tudo o que é amigos, são profundamente irritantes, mas gosto de ti porque tens um design moderno, apesar de detestar ecologistas, irritam-me profundamente, estás na moda, se bem que detesto tudo o que é moda, "moda", mas tu não, tu és avant-gard, se bem que detesto estrangeirismos franceses, excepto quando usados em referência à moda ou a Deus, mon Dieu de la France, se bem que detesto profundamente os franceses, são totalmente irritantes...
Mas o Mar... temos tanto mar e somos tantos... irrita-me profundamente o sermos tantos, mas como estamos todos espalhados... somos tantos...e tanto mar, sim tanto mar...
Um abraço (não encostado) deste teu pingo de moralidade,
Mar e o...
Devo dizer que detesto amigos, detesto tudo o que é amigos, são profundamente irritantes, mas gosto de ti porque tens um design moderno, apesar de detestar ecologistas, irritam-me profundamente, estás na moda, se bem que detesto tudo o que é moda, "moda", mas tu não, tu és avant-gard, se bem que detesto estrangeirismos franceses, excepto quando usados em referência à moda ou a Deus, mon Dieu de la France, se bem que detesto profundamente os franceses, são totalmente irritantes...
Mas o Mar... temos tanto mar e somos tantos... irrita-me profundamente o sermos tantos, mas como estamos todos espalhados... somos tantos...e tanto mar, sim tanto mar...
Um abraço (não encostado) deste teu pingo de moralidade,
Mar e o...
quarta-feira, dezembro 1
Subsídios para uma História concisa do Portugal Atolado
Uma breve cronologia de como chegamos a esta choldra que se quer chamar país.
1128 Batalha de São Mamede, D. Afonso Henriques assume o Governo do Condado Portucalense, depois de uma briga edipiana com a mãe. É o início do desastre.
1297 Tratado de Alcanizes fixa a fronteira entre Portugal e Castela no reinado de D. Dinis. Uma infelicidade.
1355 Execução de Inês de Castro. Episódio fulcral na criação da índole nacional, ou seja, um povo de corações despedaçados e a quem os pais não deixam namorar à vontade.
1373 Reinado de D. Fernando. Tratado da Aliança com Eduardo III de Inglaterra, ou de como os ingleses sempre foram peritos em explorar a ignorância portuguesa em benefício próprio.
1385 Aclamação de D. João Mestre de Aviz. Batalha de Aljubarrota. Mais uma oportunidade perdida de fazer desaparecer o país. Uma nova dinastia e a continuação de um problema.
1427 Descoberta das ilhas dos Açores por Diogo de Silves, uma infelicidade se os Açores tivessem sido descobertos por espanhóis, ou holandeses, ou outra nação qualquer isto hoje era uma coisa completamente diferente.
1494 Tratado de Tordesilhas. Toda uma metade do mundo terá a desventura de ficar sob influência portuguesa.
1578 Batalha de Alcácer Quibir, morre D. Sebastião, o país nunca ultrapassará esta morte e nasce a eterna doença fatalista do povo português.
1581 Filipe II de Espanha é proclamado rei de Portugal. O monarca compromete-se a respeitar a autonomia portuguesa. Há uma réstia de esperança.
1640 Revolta popular leva ao Movimento da Restauração que proclama rei o duque de Bragança, D. João. Morre a esperança reinicia o desastre.
1755 Terramoto de Lisboa, ou a maneira de Deus avisar que é melhor acabar com este país. Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, faz de conta que não percebe e continua esta desgraça.
1910 Implantação da República. Insistência no plano louco que é Portugal.
1926 Início da ditadura militar.
1928 António de Oliveira Salazar, um professor universitário, é nomeado ministro das Finanças.
1933 Início do Estado Novo.
1974 Revolução dos Cravos.
1976 Eleição do general Ramalho Eanes para a presidência da República. Pela primeira vez na sua história o povo português é chamado a decidir e escolhe Ramalho Eanes, está tudo dito. (Diga-se em abono da verdade que as hipóteses não eram grande espingarda.)
1985 Assinatura do tratado de adesão à Comunidade Económica Europeia. A partir daqui esperava-se que o país estive-se a salvo de si próprio.
2004 Depois de uma sucessão improvável de primeiros-ministros, Durão Barroso, "O Cherne", renuncia ao seu mandato e escapa para a Europa. O presidente da Republica Jorge Sampaio, "O Cenoura", indigita Pedro Santana Lopes, "O Don Juan da Figueira", a formar governo. Quatro meses depois, após a demissão do ministro Henrique Chaves, "O Brutus do Stones", o presidente dissolve o parlamento, perante isto o país está em suspenso.
Enquanto houver portugueses não estamos a salvo. Atrevo-me a propor um movimento, inspirado no mui nobre Grupo dos Amigos de Olivença, mas ao contrário. Por favor España, que no nos deán Olivença pero antes nos transformen en una región de España, por favor.
1128 Batalha de São Mamede, D. Afonso Henriques assume o Governo do Condado Portucalense, depois de uma briga edipiana com a mãe. É o início do desastre.
1297 Tratado de Alcanizes fixa a fronteira entre Portugal e Castela no reinado de D. Dinis. Uma infelicidade.
1355 Execução de Inês de Castro. Episódio fulcral na criação da índole nacional, ou seja, um povo de corações despedaçados e a quem os pais não deixam namorar à vontade.
1373 Reinado de D. Fernando. Tratado da Aliança com Eduardo III de Inglaterra, ou de como os ingleses sempre foram peritos em explorar a ignorância portuguesa em benefício próprio.
1385 Aclamação de D. João Mestre de Aviz. Batalha de Aljubarrota. Mais uma oportunidade perdida de fazer desaparecer o país. Uma nova dinastia e a continuação de um problema.
1427 Descoberta das ilhas dos Açores por Diogo de Silves, uma infelicidade se os Açores tivessem sido descobertos por espanhóis, ou holandeses, ou outra nação qualquer isto hoje era uma coisa completamente diferente.
1494 Tratado de Tordesilhas. Toda uma metade do mundo terá a desventura de ficar sob influência portuguesa.
1578 Batalha de Alcácer Quibir, morre D. Sebastião, o país nunca ultrapassará esta morte e nasce a eterna doença fatalista do povo português.
1581 Filipe II de Espanha é proclamado rei de Portugal. O monarca compromete-se a respeitar a autonomia portuguesa. Há uma réstia de esperança.
1640 Revolta popular leva ao Movimento da Restauração que proclama rei o duque de Bragança, D. João. Morre a esperança reinicia o desastre.
1755 Terramoto de Lisboa, ou a maneira de Deus avisar que é melhor acabar com este país. Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, faz de conta que não percebe e continua esta desgraça.
1910 Implantação da República. Insistência no plano louco que é Portugal.
1926 Início da ditadura militar.
1928 António de Oliveira Salazar, um professor universitário, é nomeado ministro das Finanças.
1933 Início do Estado Novo.
1974 Revolução dos Cravos.
1976 Eleição do general Ramalho Eanes para a presidência da República. Pela primeira vez na sua história o povo português é chamado a decidir e escolhe Ramalho Eanes, está tudo dito. (Diga-se em abono da verdade que as hipóteses não eram grande espingarda.)
1985 Assinatura do tratado de adesão à Comunidade Económica Europeia. A partir daqui esperava-se que o país estive-se a salvo de si próprio.
2004 Depois de uma sucessão improvável de primeiros-ministros, Durão Barroso, "O Cherne", renuncia ao seu mandato e escapa para a Europa. O presidente da Republica Jorge Sampaio, "O Cenoura", indigita Pedro Santana Lopes, "O Don Juan da Figueira", a formar governo. Quatro meses depois, após a demissão do ministro Henrique Chaves, "O Brutus do Stones", o presidente dissolve o parlamento, perante isto o país está em suspenso.
Enquanto houver portugueses não estamos a salvo. Atrevo-me a propor um movimento, inspirado no mui nobre Grupo dos Amigos de Olivença, mas ao contrário. Por favor España, que no nos deán Olivença pero antes nos transformen en una región de España, por favor.
Restaurada
a Democracia. O que fazer com Portas e sucedâneos? Acham que estes senhores vão sair pela porta pequena sabendo de antemão que este será, provavelmente, o fim da sua carreirada (do original carneirada) política!? O primeiro episódio vai para o ar às 20h00.
...REQUIEM
Sem surpresa, depois do «boletim clínico» de segunda-feira, no qual o Presidente da República prognosticou a morte política da actual legislatura, era já certo que este Governo estava desenganado.
Efectivamente, não há qualquer equívoco nos termos e, antes de se enquadrar no Direito Constitucional, este episódio deveria ser um «case study» perspectivado numa análise forense própria da Medicina Legal. A propósito, Carlos Magno, no Jornal da Noite da RTP 2, resumiu a causalidade deste óbito à acção conjunta de Jorge Sampaio e Santana Lopes. Disse que o Presidente da República, há quatro meses atrás, quis dar corda a Pedro Santana Lopes para ele próprio se enforcar!!!
É certo que determinados actores da vida política nacional têm vindo a manifestar erupções esquizofrénicas mas, daí a pinchar para uma pulsão mórbida homicida ou suicida, cfr. a etiologia, vai um passo de gigante.
Seja como for, o enfoque da psiquiatria forense sempre ajudaria a uma análise, por vezes «behaviourista», de alguns comportamentos, designadamente, a recente fobia do Presidente da República às luzes da ribalta da comunicação social. Só assim se explica, de boa-fé, que tenha humilhado publicamente o Primeiro Ministro chamando-o ao Palácio Presidencial, para lhe impor na saída, o ónus de núncio enxovalhado a comunicar à Nação a sua própria execução. Este bizarro comportamento seguramente que não foi inocente! Foi deliberado, livre e consciente... mas, desnecessário, se tivermos presente que, para Jorge Sampaio, os passos perdidos de Pedro Santana Lopes no Palácio de Belém tinham o som de um condenado a caminho do cadafalso. A Nação fica à espera da justificação formal do Sr.º Presidente da República.
Até lá a festa será regada com Champanhe rosé e, lembrando o poeta, sendo certo que mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, aqueles que ontem haviam massacrado Jorge Sampaio, com apupos de leviandade, hoje, serão os mesmos que dirão que a decisão teve muita dignidade... os outros dirão o contrário!
Porém , se por um lado, havia sinais de aluimento do Governo, para usar uma linguagem Alegre, não é menos certo, por outro lado, que esta decisão Presidencial atira o País para um impasse orçamental que não se vislumbra ter qualquer conexão com a estabilidade de que falava Jorge Sampaio... há quatro meses atrás! Quem deve estar agora a rir-se é Manuela Ferreira Leite...
Acontece que, numa linguagem popular, podemos hoje afirmar que Sampaio deu nozes a quem não teve dentes para as trincar. Ao invés, Pedro Santana Lopes desperdiçou um balão de oxigénio que permitia prolongar a esperança de vida da actual coligação. Mas, agora é também tempo dos algozes internos deixarem de estar embuçados na sombra dos órgãos de comunicação social, expondo-se à luz do confronto directo e dando alvíssaras de alternativas ao Partido Social Democrata.
Entretanto teremos um Governo em câmara ardente, ao som de uma qualquer partitura de Chopin para violino, vaticinando-se que o velório será pouco concorrido. Quanto ao resto, mãos à obra nas diversas fileiras, que a campanha será muito alegre. Já agora esta é uma oportunidade fúnebre para, definitivamente, dar eterno descanso à coligação com o Partido Popular, que já recebeu a extrema-unção do povo Açoriano.
terça-feira, novembro 30
E amando esta mulher que amo,
não amo eu todas as mulheres,
todas as mulheres que não sou?
E tendo esta mulher que eu amo um nome,
não é esse o nome de todas as mulheres,
desejo eu uma só quando chamo por todas?
E quando invado este corpo,
não possuo eu todas as mulheres,
sou eu escravo do prazer de todas elas?
E quando rejeitado por esta mulher...
não sou eu rejeitado por todas as mulheres sem nome...
fico eu reduzido à mulher que é em mim?
And loving this woman that I love,
Love I not all the women,
All the women that I am not?
And having this woman that I love a name,
Is not this name the name of all women,
Desire I only one when I call for all?
And when I invade this body,
Possess I not all the women,
Am I slave to the pleasures of them all?
And when rejected by this woman...
Am I not rejected by all the nameless women...
Become I reduced to the woman that is in me?
fotos de Kamil Varga
última hora
a ser verdade, e Deus queira que sim, abram o champanhe e deixem funcionar a democracia.
O Estado da Nação
Bem sei que as generalizações são simplistas (passe a redundância) e perigosas, mas a questão, para mim, é da tal maneira evidente que não me coíbo de a fazer. Enquanto em Portugal os políticos não deixarem de fazer política tendo como preocupação principal o interesse do partido a que pertencem ou o interesse pessoal, em detrimento dos melhores interesses do país nunca mais saímos deste charco. O problema maior deste país é que se continua a fazer política pensando apenas em ganhar eleições e em manter serventias. Ninguém parece capaz de assumir os riscos da democracia e esses riscos são a legitimação popular dos governos, mesmo quando as maiorias decidem contra as nossas expectativas ou anseios, isso é democracia, é saber aceitar a vontade das pessoas e dar-lhes o direito de se expressar. Estamos atolados na lama do mesquinho interesse, da curta visão dos aparelhos, do maquiavelismo medíocre da conquista do poder. Falta princípios, horizonte, ideias, desígnios e, fundamentalmente, vontade de governar. Eleições já e as pessoas que decidam quem ganha!
Sem título
Sinto-me num estado de gravidez mental.
Durante os últimos meses os meus objectivos foram-se modificando. O estado emocional também. Na verdade são novas ideias que estão a crescer. Evito o parto prematuro. Ainda não chegou a hora.
Durante os últimos meses os meus objectivos foram-se modificando. O estado emocional também. Na verdade são novas ideias que estão a crescer. Evito o parto prematuro. Ainda não chegou a hora.
segunda-feira, novembro 29
O País flácido
Caminhando na rua em direcção a um compromisso marcado de véspera a cabeça dividida entre a responsabilidade do dia-a-dia e a vontade enorme de estar do outro lado do mundo e não ter responsabilidades o homem, possivelmente eu, olha para o estado do país, porque tenta fugir de pensar no estado do mundo, e o que é que faz? Desata em lágrimas? Dá uma violenta gargalhada? Suspira profundamente e segue o seu caminho? Quando estamos assim o que é que nos pode fazer continuar? Ou será que a insensibilidade já tomou de tal maneira conta dos nossos espíritos que já não nos chocamos com nada, já não nos revoltamos com nada. Faz-se zapping entre as desgraças do mundo e do país como se se saltasse de um reality show para outro.
Com uma arrogância, mais ou menos, insolente arrisco dizer que os maiores males do nosso tempo são a ignorância, o cinismo e a impotência. E são os grandes males porque todos partilhamos, em maior ou menor grau, destas características. A lufa-lufa constante entre o trabalho e o entretenimento deixam pouquíssimo tempo para mais. Já não nos interessa saber mais sobre as coisas, já não nos interessa olhar para as coisas com afecto e vontade de mudança. A impotência dominou por completo o nosso tempo, somos impotentes perante tudo. Portugal está doente, é preciso fazer alguma coisa, e isto não é uma cisão ideológica, não é uma questão entre direita e esquerda, é uma realidade profundamente perturbante que tem de ser encarada com a maior das seriedades. Quando há uns meses atrás se iniciou esta verdadeira idade média da democracia portuguesa já se previa que íamos viver tempos negros, agora chega, isto não pode continuar. Mas o Sr. Presidente da Republica acha que é preciso esperar mais um bocadinho, dar mais um tempo, auscultar. Se o país fosse uma meretriz, deitada de costas, em pleno coito e o Sr. Sampaio fosse o macho, decerto se ouviriam estas palavras - deixa lá acontece a todos. O cúmulo da impotência a que chegou o país é este senhor que não se vem nem sai de cima, flácido. É urgente acabar com este estado das coisas, é urgente fazer renascer a democracia neste país, é urgente acabar com a impotência. Convoque eleições Sr. Sampaio. Eleições já!!
Com uma arrogância, mais ou menos, insolente arrisco dizer que os maiores males do nosso tempo são a ignorância, o cinismo e a impotência. E são os grandes males porque todos partilhamos, em maior ou menor grau, destas características. A lufa-lufa constante entre o trabalho e o entretenimento deixam pouquíssimo tempo para mais. Já não nos interessa saber mais sobre as coisas, já não nos interessa olhar para as coisas com afecto e vontade de mudança. A impotência dominou por completo o nosso tempo, somos impotentes perante tudo. Portugal está doente, é preciso fazer alguma coisa, e isto não é uma cisão ideológica, não é uma questão entre direita e esquerda, é uma realidade profundamente perturbante que tem de ser encarada com a maior das seriedades. Quando há uns meses atrás se iniciou esta verdadeira idade média da democracia portuguesa já se previa que íamos viver tempos negros, agora chega, isto não pode continuar. Mas o Sr. Presidente da Republica acha que é preciso esperar mais um bocadinho, dar mais um tempo, auscultar. Se o país fosse uma meretriz, deitada de costas, em pleno coito e o Sr. Sampaio fosse o macho, decerto se ouviriam estas palavras - deixa lá acontece a todos. O cúmulo da impotência a que chegou o país é este senhor que não se vem nem sai de cima, flácido. É urgente acabar com este estado das coisas, é urgente fazer renascer a democracia neste país, é urgente acabar com a impotência. Convoque eleições Sr. Sampaio. Eleições já!!
...
Para quem contacta com a :ILHAS é frequente, ou pelo menos tem sido nas últimas edições, uma pergunta recorrente - porque é que a revista não é vendida? Esse não é um objectivo a curto prazo. Aliás, esse nunca foi ou é um objectivo. Numa região cujo déficit informativo/cultural, quer no acesso à informação, quer na procura e divulgação da leitura/livro/jornais, é preocupante (nem mais nem menos do que uma triste constatação da realidade do país) - a :ILHAS procura, acima de tudo, o debate de ideias e a procura de um formato apelativo para a difusão da informação - dita - cultural. A opção editorial adoptada tem sido, aparentemente, a correcta. Há ainda muito por fazer, nomeadamente, com a edição online, mas queremos continuar a trabalhar - a inovar.
domingo, novembro 28
«É CHEGADO o momento de difundir na sociedade portuguesa um grito de alarme sobre a tendência para a degradação da qualidade dos agentes políticos»A declaração é do mais que provável futuro candidato a Belém (em destaque na edição desta semana do Expresso). A situação interna do governo é neste momento insustentável para Santana. A legitimidade ou a legitimação governamental é, agora, mais do que nunca, precária. A resposta à questão do Pedro. A recusa presidencial é, infelizmente, elementar.
Ai Portugal, portugal
A telenovela mexicana em que se transformou o (des)governo de Portugal continua, com novos e empolgantes episódios. Ao som de baladas mariachis mudam ministros, demitem-se ministros, ex-primeiros-ministros fazem declarações bombásticas, casam, descasam, choram e o país pula e não avança. Pergunto-me como é que o Sr. Sampaio se consegue olhar ao espelho todos os dias de manhã? A culpa é sua Sr. Sampaio, a culpa é exclusivamente sua.
RIMANÇO
Pra se ser Açoriano
É preciso aqui nascer
Ou então viver a vida
Pra saber aqui morrer
Maria da Graça Câmara
(Primeiro dia do Mar - "Série dias do Mar" - Agitação da Luz - de José Nuno da Câmara Pereira)
sexta-feira, novembro 26
Ilhas** por sugestão do administrador residente em prol dos poetas de serviço - Mariana e Pedro
Ilhas
Ilhas
Ilhas em que nunca poremos os pés
Ilhas cobertas de vegetação
Ilhas mosqueadas como jaguares
Ilhas mudas
Ilhas imóveis
Ilhas inesquecíveis e sem nome
Atiro os meus sapatos pela borda fora de tanto que gostaria de vos aportar.
Blaise Cendrars (1887-1961) in "Mesa de Amigos"
TUMBA
O tumba! (iniciais de temos um motor de busca alternativo!) é um motor de busca que cobre a Web portuguesa, entendida como o conjunto dos sítios Web de interesse para a comunidade portuguesa, desenvolvido pelo Grupo XLDB do Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala (LASIGE) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).
na [antena 1]
Subscrever:
Mensagens (Atom)