Nuno Mendes
Por norma sou uma pessoa impulsiva. Falo primeiro e penso depois, o que nem sempre é uma qualidade. Foi por isso que só me arrependi ter dito sim depois de ter desligado o telefone de ter dito "Sim" quando o Alexandre me telefonou a convidar para apresentar o livro do Ilhas.
Como é que se apresenta o livro de um blogue escrito por pessoas que, na maioria, só conheci por causa do próprio blogue? Se eles fossem o Barnabé das ilhas era fácil. Chegava aqui. Dizia qualquer coisa contra a globalização, o Bush e a Coligação e recebia as palmas. Ficávamos todos contentes. Mas.. tem o João Nuno. Já não se pode falar dos barnabés. Falar em Barnabés com a presença do João Nuno deixa de fazer sentido.
O Ilhas tem essa vantagem... mostra que um blogue não precisa ser um conjunto de barnabés e acidentais em gritaria constante como se vivêssemos outra vez no período da Guerra Fria, agora numa versão actualizada com comentadores como beligerantes. É por isso que eu gosto do blog Ilhas, e agora da sua versão em papel (que me fez relembrar, durante a leitura, muitas discussões antigas). Todos diferentes, todos com direito à opinião... De discussão civilizada e elevada.
Ao longo deste ano falou-se de tudo no Ilhas: da guerra, da "política cultural" das ilhas, dos concertos da Câmara Municipal de Ponta Delgada e da campanha para as regionais. Mas. não foi só disso que se falou. Também se falou dos barbecues espalhados pelas estradas, de amores e desamores, livros, confissões sobre sentimentos próprios em dia de aniversário.
Enfim, só posso mesmo dizer mais uma coisa, e espero que o entendam como um elogio: pegando numa velha discussão blogosférica que me fez andar a rir uns dias deixo-vos que uma pergunta: não será o Ilhas uma forma de ser sofisticado nos Açores. Eu acho que sim.
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