Hesitei muito antes de colocar este post, porque o conteúdo é vagamente interessante, vagamente importante, mas sobretudo porque a sua publicação implica fazer descer o escrito do João Nuno sobre a luta dos professores, e com a luta e, particularmente, com as lutas do João Nuno, não se brinca.
Contudo, atrevo-me, mesmo assim, a sugerir as obras de John A. Centra, professor emérito da Universidade de Syracuse, doutorado em Psicologia e especialista em avaliação académica, e de Lawrence M. Aleamoni, professor emérito da Michigan State University, também doutorado em Psicologia e especializado em avaliação do desempenho.
Entre outras coisas igualmente importantes, ambos provam, em diversos estudos, que os sistemas de avaliação de professores baseados na opinião dos alunos e na opinião dos colegas professores obtêm resultados muito idênticos; que não há relação significativa, do ponto de vista estatístico, entre a opinião dos alunos sobre o mérito científico ou pedagógico do professor e a correspondente opinião sobre a personalidade do mesmo professor; e que um sistema global de avaliação do desempenho dos professores é sempre mais equilibrado e justo do que qualquer sistema parcelar, por exemplo, composto apenas pela avaliação dos pares.
Centra chegou mesmo a elaborar uma lista de critérios de avaliação de desempenho de professores com base em milhares de entrevistas que realizou a estudantes, professores e funcionários escolares e universitários. O resultado foi o seguinte:
1. Capacidade de comunicação;
2. Atitude em relação aos alunos;
3. Conhecimento da matéria;
4. Organização do programa;
5. Entusiasmo em relação aos conteúdos do programa;
6. Justiça na avaliação;
7. Vontade de experimentar;
8. Estímulo à criatividade dos alunos;
9. Dotes de oratória.
Isto serve apenas para provar que: em primeiro lugar, não estamos perante um assunto caído do vácuo do Universo, ou inventado em Portugal, ou nascido de pura embirração, há vasta doutrina e douta análise científica sobre a matéria em todo o mundo; por outro lado, trata-se de um assunto que, antes de ser político, é científico; e, por fim, há muito que se lhe diga e muita informação que rebate os mais entusiasmados slogans de manifestação ou os mais ostensivos aproveitamentos partidário-sindicais.
PS - João Nuno, desculpa lá o mau jeito.
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