quinta-feira, dezembro 18

AP/JNAS/Best of 2008

Agente Provocador / JNAS / Best of 2008...
# 1

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Disco : Velocifero
Autor: Ladytron
Editora: NettWerk : Lançamento: Maio de 2008
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Ladytron é tema do álbum de estreia dos Roxy Music e serve também de marca registada para a banda de Mira Aroyo, Daniel Hunt, Helena Marnie, Reuben Wu. Os Ladytron, em actividade desde 1998, fazem parte da aristocracia do electroclash. Lançaram em 2008 o seu 4 álbum que é carimbado pela crítica como o seu melhor até à data. Velocifero é seguramente um dos melhores discos de 2008. Um verdadeiro chocolate negro para os ouvidos gourmet de quem só consome o que de melhor se confecciona na música do novo milénio. O disco é uma poderosa colectânea de canções com reminiscências de Depeche Mode, a disciplina dos Kraftwerk, a electropop dançável de Human League e até há lugar para a evocação da distorção dos Jesus and Mary Chain na fase final da sua carreira. Velocifero tem tudo isso e o melhor que a banda sabe fazer : electrónica q.b., vocalizações excêntricas – ( com a DJ bulgara Mira Aroyo a cantar na sua língua de origem) - e muito uso de sintetizadores. Synthpop da melhor nestes sobreviventes do electroclash.
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Ladytron no Myspace.
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# 2

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Disco : Apocalypso
Autor: The Presets
Editora: Modular : Lançamento: Abril de 2008
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Os The Presets são um duo de Sydney que manufacturam uma sonoridade dance punk. São eles Julian Hamilton ( uma voz ponderosa ) e Kim Moyes. Depois da estreia em 2005 com Beams, 2008 foi ano de lançamento para o 2º álbum de originais que, na Austrália, mereceu da crítica o prémio de "Best Dance Release" e de "Álbum do Ano"
Apocalypso embrulha e oferece uma cativante mistura de dance music, eletropunk e synthpop. Estamos perante um novo patamar da pop dançável. Tudo isto servido numa atmosfera densa e obscura. Naturais de Sydney, na mesma Austrália que acolhe os fantásticos Cut Copy ( outra escolha incontornável em 2008 ), os The Presets apresentaram em Apocalypso um dos mais suculentos discos de 2008 com uma colecção homogénea de canções onde também moram referências aos incontornáveis pais fundadores da electropop. Assim, não se estranham reminiscências e ecos dos Depeche Mode, dos Human League ou até dos Pet Shop Boys. Eles estão lá mas, seguramente, reinventados e equipados para o novo milénio.
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The Presets no Myspace.
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# 3

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Disco: Disastro
Autor: Sonny J
Editora: Stateside (EMI) : Lançamento: Março de 2008
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Sonny J é uma das mais misteriosas estreias do ano. Não sabemos se é uma banda, um DJ ou um produtor a divertir-se com as sobras da história da música pop. O certo é que Sonny J regista-se no myspace como uma “fábrica de reciclagem musical” e promete que a canção “Can’t Stop Moving”, o single de apresentação do álbum Disastro, seja mais contagiante do que o vírus do ébola ! Sonny J é uma manta de retalhos de estilos excessivamente povoados de samplagens que nos fazem viajar no tempo numa banda sonora que também é feita de nostalgia. Sonny J é uma enigmática criatura sónica com uma estreia que promete - e garante - uma experiência musical festiva. Um sortido sampladelic que fez as delícias de alguns gourmets da colheita de 2008
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Sonny J no Myspace.
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# 4

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Disco: Silent Movie
Autor: Quiet Village
Editora: K7 : Lançamento: Abril de 2008
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Dupla formada por Matt Edwars e Joel Martin os Quiet Village assinam o mais cinematográfico álbum de 2008 para a editora k 7. Silent Movie navega num mar de poucas ondas e muito sofá. Depois de misturas para nomes sonantes como os Gorillaz estes Quiet Village assumiram o risco de um disco conceptual e pleno de referências do grande ecrã sem esquecer em Circus Of Horror um delicioso tributo aos filmes de Série B. O nome deste projecto foi tomado de empréstimo ao exótico álbum vintage de Martin Denny mas o resultado é um disco intemporal onde aquilo que parece novidade afinal é uma antiguidade e vice-versa. As influências passam por bandas sonoras de clássicos do cinema italiano, pelas melodias da golden age de 70 do cinema erótico, pela soul vintage e também pelo easy listening. Este contudo não é um disco easy listening e fica como um dos melhores de 2008. Difícil de catalogar mas fácil de ouvir como trilha sonora para qualquer estação
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Quiet Village no Myspace
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# 5

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Disco: Day & Age
Autor: The Killers
Editora: Island Records : Lançamento: Novembro de 2008
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Os The Killers regressaram no final de 2008 com Day and Age. O álbum resume-se numa frase: eficácia pop. Ali não há lugar a qualquer remorso pelo alinhamento mainstream nem qualquer preconceito em assumir uma estética comercial. Comercial, mas eficaz, com uma arte final de produção pela mão de Stuart Price que vestiu este álbum dos Killers com o brilho de uma pop que, sendo deste milénio, foi aos anos 80 buscar a sua matriz. “Human” o single de avanço do disco - e sério candidato a hino de 2008 - é, nas palavras de Brandon Flowers, vocalista da banda, um encontro entre os Pet Shop Boys e Johnny Cash. As vítimas destes Killers somos todos nós atingidos pela pontaria certeira em melodias que ficam no ouvido. As munições de Day and Age são de vário calibre mas, em teoria, qualquer uma das canções dava para um single. Os Killers ambicionam plastificar o rock and roll com o brilho e o glamour de Las Vegas onde têm a sua morada mas a sua casa é planetária. Por eles passou a redescoberta das referências new-wave do pós-punk de finais de 70 e 80. São hoje um festim de intensidade pop e a mais inglesa de todas as bandas americanas garantindo assim êxito retumbante dos dois lados do Atlântico.
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The Killers no Myspace
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Para outras sugestões brevemente neste blog a lista de Herberto Quaresma do Alexandre Pascoal e do Pedro Arruda.

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