quinta-feira, dezembro 11

Sinais

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Novos tempos e novas políticas é o que reclamam os Açorianos. Sinal dessa vontade está na representatividade que possui a actual Assembleia Regional cuja legislatura se iniciou com a discussão do programa de governo. Outros sinais virão a tempo depois das directas do PSD que, como maior partido da oposição, tem a responsabilidade de se apresentar como alternativa de poder. Uma democracia sem alternativas, e sem a possibilidade de alternância, cedo degenera numa autocracia na qual se faz o frete de representar os ritos do parlamentarismo, e das decisões colegiais, apesar do poder se concentrar todo num único césar.

Uma nova liderança no PSD é uma nova oportunidade que se oferece aos Açorianos. A credibilidade da alternativa passa também por uma reforma interna do PSD que é muito mais do que o núcleo duro de uma certa orfandade do mota-amaralismo. Sem excluir o contributo seja de quem for importa incluir o contributo de todos. Para além do círculo de militância o PSD contará com vasto apoio de simpatizantes que, por razões várias, andaram arredados da órbita de empatia com o partido. Acresce que quando se inscreve como objectivo a abertura à sociedade civil o mais importante é saber escutar o que a mesma tem para dizer. Importa sempre saber ouvir a rua para que se percepcione, à escala do cidadão comum, quais são os principais problemas que afectam o quotidiano dos cidadãos. Neste momento e de modo quase transversal, além da crise financeira, há um profundo descontentamento com as políticas do rendimento social de inserção, uma séria e real preocupação com o deficit de segurança da nossa sociedade, e ainda o inconfessável desejo de mobilidade que está hoje manietado com o actual modelo de transportes da Região Autónoma dos Açores. São estes alguns sinais dos tempos para os quais urge buscar respostas alternativas ao actual modelo Socialista.

No resto o PSD/A é um partido de matriz personalista e como tal deve colocar essa dimensão em primeiro plano. Nesse sentido Berta Cabral assumiu como linha estratégica o apoio integrado à família e às pequenas e médias empresas que são na nossa realidade o motor produtivo da nossa economia. Centralizar essa realidade como objectivo político é também um sinal de que é possível construir uma alternativa que dignifique a classe média valorizando as pessoas como activos patrimoniais na sociedade e na economia. Na apresentação da moção global de estratégia Berta Cabral assumiu o compromisso de apresentar propostas de alternativa pois "não é o número de críticas que fizermos ao governo que dará credibilidade ao PSD". A "credibilidade" está em ir ao encontro do pulsar da sociedade dando respostas positivas aos sinais dos tempos.

João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com

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