Os efeitos da mão de João Marcelino na direcção do Diário de Notícias são por de mais evidentes, mas têm particular acuidade nas primeiras páginas dos últimos dias. Em total oposição com a linha anterior onde a sobriedade, a utilização gráfica dos bolds e das fontes, o destaque de um assunto importante, as primeiras páginas do DN são agora um bouquet de emoções várias em que os títulos assumem laivos de abertura de romance de cordel. A de hoje é um exemplo clássico do estilo popularucho e sensacionalista tão do agrado dos capitalistas dos média, que salivam com as audiências e os shares e o vil metal. Este título "Sargento volta a pegar a sua menina ao colo" é um insulto à isenção, à imparcialidade, jornalística e ao bom senso e bom gosto que devem caracterizar um jornal de referência. O actual panorama jornalístico português é, para quem gosta de jornais, profundamente confrangedor. É caso para dizer: para quê ler jornais se já temos telenovelas.
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