Com três anos de idade já sabia rezar o Pai Nosso, a Avé Maria e a Salvé Rainha.
Conhecia de cor a vida dos três pastorinhos, a Nossa Senhora de Fátima e o Santuário de Fátima era visita obrigatória duas a três vezes por ano.
Aos cinco iniciei a primária na "escola de freiras" Jesus Maria e José, onde para além de ser obrigado a participar em todas as actividades religiosas, fiz a catequese, a primeira comunhão, a comunhão solene e crisma. Fui acólito, menino de coro e ajudante de sacristão. Por diversas vezes li, na missa de domingo, as Sagradas Escrituras.
Já li a Bíblia de fio a pavio.
Aos dezasseis anos era ainda menino de coro na paróquia do Carvalhido, onde participei em peditórios para a construção da igreja nova, em cujo altar lateral se exibe uma Nossa Senhora da Conceição em madeira talhada por alunos e professores da Escola Soares dos Reis, onde também ajudei a tirar algumas das lascas que lhe amenizaram o rosto.
Meu pai, na constante procura de uma verdade, frequentou as mais variadas igrejas e morreu, creio eu, ateu. Terão sido as dúvidas constantes que o fizeram recuar na sua vontade de me mandar para o Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo em Braga.
A religião era tema de conversa em quase todas as grandes reuniões familiares.
Hoje, vejo-me amiúde a aturar, pacientemente, umas senhoras que me impingem panfletos religiosos, que leio atentamente antes de os arquivar no caixote do lixo mais próximo. Da mesma forma, leio o Boletim Paroquial de São José "Pedras Vivas" que me chega semanalmente à caixa do correio. Já por diversas vezes senti alguma irritação pela pedinchice recorrente em todos os boletins, mas o "Deixai vir a mim os cêntimos das criancinhas" publicado no boletim desta semana, excede o limite do bom senso.
Passo a trancrever textualmente:
"A nossa Catequese, na sua campanha desta Quaresma, convida todas as crianças a fazerem renúncias, de forma monetária e cada semana devem trazer os cêntimos que arrecadaram, renunciando a qualquer coisa que gostem para participarem na angariação de fundos para a compra de um Projector Multimédia para o serviço da catequese e da Paróquia em geral."
Que o senhor pároco se lamente, constantemente, da falta de dinheiro na paróquia, das fracas esmolas de cada missa, de viver só com 760 euros por mês e exija aos paroquianos a entrega do bíblico dízimo e uma maior doação nas colectas das missas, até posso aceitar.
Mas as crianças senhor?
Conhecia de cor a vida dos três pastorinhos, a Nossa Senhora de Fátima e o Santuário de Fátima era visita obrigatória duas a três vezes por ano.
Aos cinco iniciei a primária na "escola de freiras" Jesus Maria e José, onde para além de ser obrigado a participar em todas as actividades religiosas, fiz a catequese, a primeira comunhão, a comunhão solene e crisma. Fui acólito, menino de coro e ajudante de sacristão. Por diversas vezes li, na missa de domingo, as Sagradas Escrituras.
Já li a Bíblia de fio a pavio.
Aos dezasseis anos era ainda menino de coro na paróquia do Carvalhido, onde participei em peditórios para a construção da igreja nova, em cujo altar lateral se exibe uma Nossa Senhora da Conceição em madeira talhada por alunos e professores da Escola Soares dos Reis, onde também ajudei a tirar algumas das lascas que lhe amenizaram o rosto.
Meu pai, na constante procura de uma verdade, frequentou as mais variadas igrejas e morreu, creio eu, ateu. Terão sido as dúvidas constantes que o fizeram recuar na sua vontade de me mandar para o Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo em Braga.
A religião era tema de conversa em quase todas as grandes reuniões familiares.
Hoje, vejo-me amiúde a aturar, pacientemente, umas senhoras que me impingem panfletos religiosos, que leio atentamente antes de os arquivar no caixote do lixo mais próximo. Da mesma forma, leio o Boletim Paroquial de São José "Pedras Vivas" que me chega semanalmente à caixa do correio. Já por diversas vezes senti alguma irritação pela pedinchice recorrente em todos os boletins, mas o "Deixai vir a mim os cêntimos das criancinhas" publicado no boletim desta semana, excede o limite do bom senso.
Passo a trancrever textualmente:
"A nossa Catequese, na sua campanha desta Quaresma, convida todas as crianças a fazerem renúncias, de forma monetária e cada semana devem trazer os cêntimos que arrecadaram, renunciando a qualquer coisa que gostem para participarem na angariação de fundos para a compra de um Projector Multimédia para o serviço da catequese e da Paróquia em geral."
Que o senhor pároco se lamente, constantemente, da falta de dinheiro na paróquia, das fracas esmolas de cada missa, de viver só com 760 euros por mês e exija aos paroquianos a entrega do bíblico dízimo e uma maior doação nas colectas das missas, até posso aceitar.
Mas as crianças senhor?
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