Após as últimas eleições regionais o Presidente do Governo procedeu a uma mudança orgânica que passou a tutela da cultura da Secretaria da Educação para a alçada da própria Presidência. Esta modificação foi vista pela generalidade dos agentes culturais como uma medida positiva, a medida parecia indiciar uma maior preocupação e consequente maior investimento e atenção por parte do Governo Regional às questões da cultura. Porém, nos últimos meses, uma sucessão de acontecimentos quase bizarros tem provocado um clima de mal-estar no sector. As alterações orgânicas e administrativas sucederam-se como por exemplo a extinção das Casas da Cultura, houve alguns alvoroços como o relatório do Tribunal de Contas e as duvidas que este levantava sobre a concessão de apoios, já para não falar em nomeações inexplicadas ou inexplicáveis. Neste momento há mesmo quem peça medidas drásticas a nível dos responsáveis pela cultura nos Açores. O que é extremamente negativo é que as boas medidas, como a criação e desenvolvimento do Centro de Conhecimento dos Açores, sejam tomadas em conjunto com péssimas medidas, como a quase extinção do projecto ARTCA, e tudo isto sem que se consiga perceber o como e o porquê. O que me parece essencial e urgente é que o responsável máximo, o Presidente do Governo, encontre uma forma de fazer passar informação ao público em geral, mas aos agentes em particular, sobre quais são as suas verdadeiras intenções para este sector tão importante.
Crónica quinzenal para o programa Artes & Notícias, quintas-feiras 21h00 na RTP-Açores. Com reposição na semana seguinte em formato escrito no SARL do Jornal dos Açores e aqui para o devido contraditório.
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