O Barata é aquele tipo de pessoa que debita uma tal quantidade de sílabas ordenadas em palavras que, aliado com uma inteligência perspicaz, acaba por, num monólogo, dizer sempre algo de muito interessante, senão importante. Num desses monólogos, que ontem sofri, o Barata referiu que o momento mais importante (polémico) da entrevista do Sr. Carlos César foi o ele ter confessado que o governo seria “totalmente” remodelado. O Barata acha que isso é, no mínimo, uma deselegância política para com os membros do seu governo. Numa das poucas frases que consegui dizer toda a noite, respondi-lhe que provavelmente os ditos cujos já teriam sido, previamente, informados. O Barata continuou o seu monologo dizendo que, mesmo assim sendo, a desautorização pública das funções dos membros do governo para o que lhes resta do mandato seria, para si, insuportável e teria pedido de imediato a demissão.
Confesso que esta perspicácia política foi como uma bofetada de mão fria na minha face de amadorismo político. Visto assim, ele tem absolutamente razão.
A vergonha foi tal que me limitei a abanar sims com a cabeça, o resto da noite. Como é que eu não vi logo isto? Lérdinha, mesmo!
Daqui até à formação do novo governo PS, passará quase um ano. Ano este em que os insultados, e demitidos, Secretários terão que comandar, possíveis demitidos, Directores Regionais que têm agora a legitimidade de lhes responder – Vai tu! Que eu já não mando nada aqui!
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