Uma opinião a quente de uma aparição televisiva.
A política é feita de e por pessoas. São elas que sustentam os ideais de que toda a acção política devia ser feita. Sem pessoas não há ideais e sem ideais não devia haver política. É por isso que aqui tenho defendido o primado dos indivíduos tanto na acção como no discurso político. Quando contesto figuras como Paulo Gusmão ou José Contente, para nomear apenas dois e para ser equitativo, faço-o por uma avaliação pessoal, mas essencialmente política, da acção e do discurso destas duas figuras e de outras que bem ou mal decidem dar a cara na acção política. É também por isso que no outro dia disse o que disse a propósito do surgimento do Nuno "foguetabraze" Almeida e Sousa como comentador na RTP-A pelo PP. Que os partidos saibam aproveitar aqueles de valor que estão nas suas fileiras é algo que a todos nós nos devia orgulhar, esperemos que as razões para tal sejam as melhores e não as piores. Tudo isto porque, como já aqui disse, as próximas eleições regionais, no final, serão decididas pelas pessoas, as que votam e as que se candidatam. O que hoje Carlos César, com máscara ou sem máscara, demonstrou no programa Pontos de Vista da televisão açoriana foi o valor da convicção política em ideais. Durante quase duas horas de uma barragem maliciosa por parte de três jornalistas pouco jornalistas, César revelou, mais uma vez, a sua condição de homem político em tudo o que essa condição tem de calculada como de genuína. Demonstrou conhecimento de todos os dossiers, dos números, das questões técnicas, da especificidade própria do acto governativo. Politicamente, Carlos César, revelou um discernimento invulgar, ao não ser demasiado acintoso, ao relembrar o passado, ao contestar o simplismo de determinadas questões, ao apresentar a intenção de este ser um último mandato e de querer fazer uma profunda remodelação a nível de secretarias regionais. Ao faze-lo Carlos César pretende e consegue evidenciar o que o afasta de Vítor Cruz e, ao mesmo tempo, o que o aproxima dos eleitores, porque em Outubro alguns de nós irão votar em partidos, mas todos vamos votar em pessoas e, por isso, gostando mais ou menos dessas pessoas, é na segurança que elas nos inspirarem que iremos buscar a justificação do voto e é ai que se encontra a principal diferença: hoje Carlos César sozinho inspira mais confiança do que Vítor Cruz e a sua coligação. Vejamos o que nos reserva o amanhã.
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