um lamento pelos dias que vamos vivendo
Estamos no tempo de duas tentações. Ou nos deixamos cair na mais profunda das depressões, ou viramos a cara para o lado, não olhamos, seguimos a vida como se não fosse nada connosco e tentamos não pensar. Estamos, todos, provavelmente, a pendular entre estes dois estados de espírito, de um para o outro, várias vezes por dia. Quem conheça nem que seja um pouco de história sabe que este não é o pior momento da humanidade, nem o fim nem o princípio, este é apenas mais um momento, mais um elo na cadeia, mais um ínfimo segundo na errática viagem destes Homens que somos nós. É absolutamente impossível de entender a barbárie de que o homem é capaz, mas é preciso compreender que toda história do homem é feita de barbárie, algumas vezes actos muito mais inqualificáveis do que estes que agora nos açoitam sem perdão foram cometidos por e contra outros como nós. A humanidade é isso mesmo, esse poço de contradições, capaz do melhor e do pior. Perante o choque todos nos curvamos com a dor do espanto e da incredulidade, mas é nestes momentos que é preciso acreditar no outro lado da moeda, no bom, no belo, na Arte e no amor de que todos, mesmo todos, os homens são possuidores e capazes. É preciso chorar os que morrem, estejam eles de um lado ou do outro do muro, mas é igualmente vital acreditar no bem dos que sobrevivem, deste ou do outro lado do muro. Só assim seremos Homens.
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