segunda-feira, março 1

O tempo da poesia

Um post inacabado, inacabável, para a Mariana

A frase para ser bombástica e definitiva seria assim:

A poesia é a coisa mais importante da minha vida.

A vontade de escrever um poema que fosse sublime preenche-me a alma e o espirito desde todo o tempo de que me lembro. Já não sei ser de outra maneira. Só a poesia nos pode confortar perante a esmagadora rapidez do tempo e do mundo. Só a poesia faz parar o tempo, dá eternidade. Só a poesia dá sentido ao tudo do resto da vida, por isso nos salva, como o divino nos salva. Sei de quem pensa assim da pintura, imagino quem o sinta em música,ou em Deus, mas, para mim, sempre foi a poesia. E querer consumar a existência num poema é um desígnio de tal maneira vasto e etéreo que não tem realidade nenhuma e, ao mesmo tempo, tem em si toda a realidade do mundo. O tempo da poesia é um segundo e um número infindável de segundos, é o princípio e o fim do tempo. A minha verdade é que as palavras são a parte mais importante da vida. Não interessa se se escreve bem ou mal, não interessa a forma ou o desatino das coisas, mas o seu fundo, a sua intenção, o conteúdo eterno de um poema que sublima a existência. Só faz sentido um poema quando o recebemos primeiro no coração e depois na cabeça. O tempo da poesia é também o tempo do amor. O tempo da poesia é o tempo dos momentos marcantes da vida, das memórias firmes, que envelhecem connosco, que nos fazem ser melhores, mais humanos. O tempo do poema é o tempo que quer abarcar todo o tempo e todo o mundo. O tempo inexplicável da poesia é um tempo para lá do tempo das coisas, um tempo do divino, porque para lá da história dos homens. Deus é o tempo do poema.

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