quinta-feira, junho 19

Vida Nova

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Ao arrepio dos habituais cangalheiros do PSD/A este demonstrou recentemente que tem ao serviço dos Açorianos um património, uma geração e uma esperança de que : "melhor é possível". Nos tempos que correm, sob a hegemonia do PS, a Convenção Vida Nova, organizada pelo PSD/A em parceria com a "sociedade civil", foi um retumbante êxito. "Somos um passado que reinventamos no presente e reconstruímos no futuro, um presente que preparámos no passado e em que projectamos o futuro e um futuro que nos faz existir para além do que somos" disse Maria do Céu Patrão Neves (*), noutro contexto é certo, mas que bem simboliza que em dissonância do toque de finados que pretende o PS, afinal o PSD/A tem, como disse, um património uma geração e uma esperança de futuro. Logo, o nosso passado inventa o nosso futuro e o presente irá contribuir para inventar novas vias para ganharmos o futuro, porque fazer melhor é possível. Com ou sem adequada cobertura mediática adequada, o encerramento da Convenção Vida Nova em Ponta Delgada foi um verdadeiro hapenning ao nível da participação cívica. Sem a prestidigitação caciqueira da figura dos "simpatizantes", e sem o engajamento dos "independentes" apócrifos, o encerramento da Convenção Vida Nova em Ponta Delgada fez-se com Povo Livre cuja ambição é fazer melhor pela sua terra. Algumas das intervenções obrigaram a uma reflexão transgeracional. Exemplo dessa reflexão que será inevitável encontramos, por exemplo, nas brilhantes intervenções de Sandro Paim, José Azevedo, e de Fernando Fernandes. O primeiro, Presidente da Câmara de Comércio de Angra de Heroísmo, demonstrou como nestes Açores do Sec. XXI não há uma visão estratégica de uma articulação logística ao nível da circulação de pessoas, bens e serviços. O segundo destaque aqui fica para uma brilhante apresentação do Prof. Doutor José Azevedo, do Departamento de Biologia da Universidade de Açores, que a todos alertou para a necessidade de adoptarmos políticas de ambiente e desenvolvimento sustentável ao invés de incipientes feiras de vaidades onde desfilam ambientalistas de ocasião que há largos anos nada têm feito para preservar o nosso património. Finalmente, o terceiro destaque vai para a base de tudo o que antecede e de tudo o que está por vir: a Educação. Aqui, a palestra do Dr. Fernando Fernandes, Presidente da Direcção do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores, sublinhou que é necessário pôr termo à "arrogância administrativa" (expressão que é do Provedor de Justiça) que tem estado ao serviço da mitigação do primado da autonomia das "comunidades educativas". Sinal dessa vontade inconfessada de controleiro está no sistema de avaliação formal dos docentes inexistente em países um degrau acima do nosso em termos civilizacionais. Países onde há formação contínua dos profissionais de ensino, onde os rankings não são relevantes e são matéria de sigilo e não de contenda entre todos, e onde há o primado da confiança e respeito pela classe docente. Sem qualquer demérito para as restantes intervenções os exemplos destacados sinalizam um espaço de reflexão e de crítica que é sempre necessário a qualquer vida nova que se ambicione, dentro ou fora dos partidos, porque é sempre possível fazer melhor pelos Açores e pelo POVO AÇORIANO.
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(*) a Professora Maria do Céu Patrão Neves deixou o painel de cronistas do jornal diário. Antecede-me agora a Margarida Neves Pereira mantendo assim a tradição de uma elegante companhia feminina.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com

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