sábado, julho 30
Water Ice in a Martian Crater
Ficou adiada a minha viagem até lá.
O EUROMILHÕES saíu para o estrangeiro.
Que se lixe, também há gelo em Rabo de Peixe.
ALTA FIDELIDADE
ZEN = MP3. Estas são algumas das escolhas para a hipotética banda sonora estival de 2005. Podiam ser outras mas o facto é que não são. Nestas coisas - de listas e de escolhas - a selecção é sempre um martírio. O tempo está quente e é de Play...
Benjamin Diamond
Out of Myself
Out of Myself é o primeiro disco para a conceituada editora !K7 - de Benjamin Diamond. A voz do sucesso dos Stardust - Music Sounds Better With You, confirma que o Verão, em 2005, soa, de facto, melhor com ele.
Jamie Lidell
Multiply
Auxiliado por Mocky na produção e com as colaborações de nomes como: Mathew Herbert e Gonzalez, o álbum Multiply reflecte a multiplicidade de influências do universo de Jamie Lidell - soul, funk e r&b, ocupam papel de destaque. Pelas manobras do ex-Super Collider podemos descortinar: Marvin Gaye, Prince e até Stevie Wonder. Inventivo e subtil. Aqui há talento!
Jamiroquai
Dynamite
Dynamite representa o 6º álbum de estúdio de Jay Kay num trabalho de co-produção com Mike Spencer (o mesmo de Kylie Minogue). O regresso do space cowboy ao território mais cru do groove e do funk. Invariavelmente, uma presença assídua nas noites mais agitadas.
Mariza
Transparente
Transparente é o terceiro álbum de Mariza, com arranjos e produção do músico brasileiro Jacques Morelenbaum. O fado na versão polida e globalizante de um Portugal que se quer moderno. E que, aqui, é poesia cantada pelos textos de: Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Alexandre O?Neill, Vasco da Graça Moura, Aldina Duarte, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Paulo Abreu Lima, Artur Ribeiro, Reinaldo Ferreira e Pedro Campos. Para ouvir e conferir, em Setembro, no Teatro Micaelense.
The Bravery
A música indie volta a a atacar. Uma mistura de Scissor Sisters, Killers e Bloc Party - entre a house e o punk-rock num limbo denominado de neo-post-punk. Um namoro de Verão, de consumo rápido e ainda mais fácil de esquecer.
Sugestões complementares - brevemente - na próxima :ILHAS.
* in SARL/Jornal dos Açores de 29.07.05
sexta-feira, julho 29
A Capital
CRÓNICA DE D. JUAN
Devo, contudo, deixar duas notas. A primeira para o Presidente do Governo Regional dos Açores, que fez o melhor discurso da noite, ao sublinhar o quanto se sentia honrado por receber nestas ilhas um dos responsáveis pela consolidação da Democracia em Espanha. A segunda vai para a Pipa, que já não via há tempo demais, e cuja voz cristalina fez calar toda a gente quando começaram a ser servidas as sobremesas. Cantou, sem rede, uma cantiga de amigo medieval. Por breves instantes, a beleza em estado puro invadiu a tenda montada no jardim. D. Juan, que é um cavalheiro, foi-lhe agradecer aquela filigrana de ouro antes de se retirar.
E eu quero agradecer ao ?maestro? Carlos Frazão o bom gosto de ter telefonado à Filipa Pais para ela vir aqui cantar.
Tal vai o meu amigo
com amor que lhe eu dei
como cervo ferido
do monteiro del rei
Já não sei se foi esta canção de Pêro Moogo que a Pipa interpretou, mas eu voltei para casa cheio de música no coração.
Como diria a Yvete Sangalo, levantou poeira.
quinta-feira, julho 28
Ok tudo bem. E o resto?
Novos directores tomam posse 2ª feira.
Celeste Freitas, poderá começar por analisar algumas propostas que certamente terá no fundo da gaveta do fundo. Ou será que vai de férias no dia seguinte?
Está a ser preparada uma nova legislação para regular a atribuição de apoios financeiros às instituições e às actividades culturais com o objectivo de "simplificar" e "agilizar" a actualmente existente.
Eu acrescentaria mais dois objectivos "clarificar" e "acelerar"
De fora, das substituições, está ainda o Museu Carlos Machado, cujo director terminou a sua comissão de serviço.
E os "convites" já feitos e entretanto recusados, não será sintoma de que algo terá que mudar antes de substituir os directores?
E quanto ao projecto ARTCA? Não há nada a decidir? É para continuar? Se sim, quem substituirá Maria José Cavaco?
É obvio que mais algum dinheiro poderia ajudar, mas será suficiente para já:
- definir uma política cultural para a região, clarificando os objectivos a alcançar.
- promover, e até exigir, a cooperação entre os diferentes agentes nas diferentes ilhas de forma a potenciar a itinerância dos eventos com maior relevo cultural.
- Apostar na formação quer dos artistas quer dos agentes culturais, promovendo oficinas de trabalho, conferências, debates e o contacto entre estes, recorrendo se necessário à videoconferência de forma a abranger os interessados em todas as ilhas.
- Apoiar a criação e a manutenção de grupos de teatro, de dança e música e provocar a itinerância das suas criações.
- Fomentar a criação de produtos audiovisuais.
- Apoiar os jovens artistas plásticos na participação em concursos nacionais de artes plásticas .
- Criar um prémio regional de artes plásticas - ficou-se pelo 1º ano a iniciativa iniciada no MusicAtlântico de 2003.
- Provocar os agentes culturais açoreanos, para, em conjunto, programarem a criação de um grande evento de projecção internacional.
- etc. etc. etc. etc.
Soares
e ainda
é claro que os Red Hot foram escolha do ilustre João Nuno
quarta-feira, julho 27
cd case
boa música
terça-feira, julho 26
???????
Aqui no relógio de parede já passa das 17h.
Os jornais nacionais ainda cá não chegaram.
Quando chegarem já todas as notícias foram desmentidas.
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
Blue Venus - by Yves Klein
...
«Colocar uma jovem tão atractiva nesse tipo de inferno é o mesmo que colocar um pedaço de carne fresca numa jaula de leões.»
John Fitzgibbons, Advogado de defesa da angelical Debra Lafave, uma professora de 24 anos do Liceu de Tampa que não a deu a um aluno de 14 anos, enfrentando agora uma pena de 30 anos de cadeia! Sexta-feira, 22 de Julho, na última página do Público
«porque é que um tipo, aos 30 anos, não está em casa de cachimbo na mão a ouvir um jazzinho porreiro - um Brad Mehldau, por exemplo - ao lado do seu labrador chamado Miles?»
Nuno Costa Santos, sexta-feira, 22 de Julho no SARL do Jornal dos Açores (ibidem na Capital de Domingo 24 de Julho)
«Uma coisa lhe digo não se pode confiar em psiquiatras. Isso é um grande mito.»
Alan Dershowitz, sexta-feira, 22 de Julho, na Sábado
«só uma aliança entre o PS e o PSD criará condições de governabilidade.»
Miguel Coutinho, sexta-feira, 22 de Julho, no DN
«Importa saber, também, que todos temos em nós um potencial heterossexual, homossexual e bissexual.»
Laurinda Alves, na Crónica a Luz do Dia, Sábado, 23 de Julho, na Revista Xis Ideias para Pensar.
«Como antropólogo tornou-se-me claro que a homofobia faz sistema com o racismo, o sexismo ou o classismo.»
Miguel Vale de Almeida, Sábado, 23 de Julho, idem
«Os terroristas sedeados no Ocidente não são a vanguarda militante da comunidade muçulmana, mas uma geração perdida, sem amarras às sociedades e culturas tradicionais, frustrada por uma sociedade ocidental que não satisfaz as suas expectativas.»
Oliver Roy, Sábado, 23 de Julho, no Público
«There is no alternative, repetem à exaustão a famosa frase de Margaret Thatcher, a única alternativa é espremer os trabalhadores por conta de outrem como um limão até os caroços chiarem.»
São José Almeida, na crónica o Rolo Compressor, Sábado, 23 de Julho, no Público.
«O "cansaço" do ministro é uma desculpa que faz de todos nós um "país de parvos". Não se admite que "razões pessoais" e "alegados cansaços" possam sobrepor-se aos deveres e à responsabilidade de continuar a servir o país.»
Estêvão Gago da Câmara, Sábado, 23 de Julho, no Açoriano Oriental
«Sócrates, afinal, tem alguma coisa de Santana. Não é o personagem impoluto e superior que o Portugal político e jornalístico esperava e imaginava. Não é o robô que veste Armani.»
Nuno Costa Santos, na crónica Açoriano Continental de Sábado, 23 de Julho, na revista Azorica
«Aquilo (Casa Pia) é um estendal de prostituição masculina.»
Luiz Pacheco, Domingo, 24 de Julho, na Capital
BLOG IT
1. No fluir do incomensurável caudal da sociedade de informação a nossa aldeia global e virtual vai-se construindo numa densa e difusa rede de relações humanas.Na era da sociedade de informação a revolução da internet tende a democratizar o acesso à informação e a aceder ao inevitável e humano desejo de comunicar; além disso arquiva e engendra uma fonte inesgotável de conteúdos para as diversas valências do conhecimento. Saber gerir essa ferramenta cibernética depende também da opção de projecto social global que é adoptado por cada comunidade. Porém, mesmo no caso de sociedades repressivas e pouco dadas ao contraditório das ideias (cujos paradigmas são hoje os sobreviventes Estados comunistas ou as emergentes Teocracias do Mundo Árabe)a perseguição aos internautas é tarefa a soldo de ideologias que, sob a égide da tirania, ainda não entraram no Séc. XXI.
Na verdade, é hoje pacífico aceitar-se que «uma sociedade construída à volta da informação tende a produzir maiores quantidade das duas coisas que as pessoas mais valorizam numa democracia moderna: liberdade e igualdade» (Francis Fukuyama - «A Grande Ruptura» - Quetzal Ed. de 2000).
2. Entre nós o fenómeno relativamente recente da blogoesfera pode ser lido e entendido à luz dessa radical vontade de liberdade de expressão e igualdade de acesso à comunicação. O «blogging» é hoje uma nova realidade da internet e só nos Estados Unidos da América, de acordo com dados de 2004, oito milhões de americanos criaram novos blogs e a leitura de blogs aumentou 58 %, sendo agora a actividade praticada por 27 % dos cibernautas!
Assim, é inevitável olharmos hoje para a blogoesfera como uma espécie de Speakers Corner digital onde, à semelhança do celebérrimo canto do Hyde Park em Londres, cada tribuno tem direito à sua palavra desde que tenha igual audácia para encaixar o debate em tempo real.
Uma das inegáveis virtudes da blogoesfera, a par da liberdade de expressão, é também ter demonstrado que afinal as ideologias não morreram, e que a clivagem entre esquerda e direita permanece um campo de batalha onde se arregimenta uma vastidão de combatentes. Todavia, nesse meio hostil e pejado de franco-atiradores, ainda há lugar para projectos colectivos que são transgeracionais e ideologicamente descentralizados (modéstia à parte o blog Ilhas é disso um bom exemplo).
3. A maior pecha da blogoesfera é o comentário anónimo e infame, bem como a facilidade com que se constrói uma página anónima para, sob a máscara dessa identidade secreta, difamar ou vilipendiar um alvo pré definido. Todavia, esse não é um pecado original da blogoesfera ou da net em geral, mas uma torpeza da condição humana que se repete noutros formatos.
Feitas as contas as virtudes da blogoesfera superam largamente os seus vícios. Por falar em adição vá a www.ilhas.blogspot.com e deixe-se viciar, com moderação, no consumo de blogs que são hoje uma realidade planetária, mas também insular de Santa Maria ao Corvo. Porém, aqui não deixo uma lista pessoal apenas para prevenir o risco de cometer a injusta omissão de deixar à margem deste rol alguns nomes. Todavia, basta entrar em www.planetaacores.net para ter uma amostra dos principais blogs Açorianos. Os restantes encontrará disponíveis no link do blog Ilhas. Acaso fique «agarrado» basta clicar no link para o servidor Blogger e juntar-se à tribo sob a divisa: «publishing for the people».
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JNAS na Edição de 26 de Julho do Jornal dos Açores.
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sábado, julho 23
revista de imprensa
sexta-feira, julho 22
O SARL GAFFOU
As minhas desculpas ao Zeca Medeiros, a verdade será reposta na próxima edição.
E abriu?
RP do Karamba
Preferia - se já tivesse a :2 - o
Vidas: Luiz Pacheco - Mais um dia de noite
às 21h3o locais
Assim lá terei que aturar o Benfica - West Bromwich Albion enquanto assam as sardinhas e os pimentos.
Aqui a Música é Outra
quinta-feira, julho 21
quarta-feira, julho 20
pequeno comentário a propósito da exoneração do Sr Ministro das Finanças Campos e Cunha
Viva España, Viva El Rey!
a política da ambição
Freitas do Amaral quer ser Presidente da República. Não há problema nenhum nisto, eu também queria ser o novo Shakespeare, apesar de nunca ter escrito um diálogo na vida. Não há mal no querer ser, o grave está no facto do querer ser se tornar um desígnio político. A entrevista que o Prof. Freitas do Amaral deu ao DN transpira de ambiçãozinha, de convencimento e, pior, de uma quase soberba no discurso e no pensamento que chegam a ser angustiantes, pelo menos para mim. Fica claro que o Prof. está na política com objectivos precisos, objectivos que pouco têm a ver com o futuro do país, mas que são antes e apenas objectivos pessoais comezinhos. O objectivo é chegar o mais alto possível, logo ao Palácio de Belém, e é rapaz para fazer o que for preciso para atingir esse fim. Freitas do Amaral sabe, melhor que ninguém aliás, que Portugal é um país maioritariamente de centro esquerda, sentiu-o na pele em 1985. Todo o percurso que o Prof. fez desde essas eleições e este recente chegar ao oásis do governo Sócrates ficam neste momento explicados e não foram mais do que uma estratégia para atingir a cadeira de presidente. Numa altura em que Manuel Alegre aparece sucessivamente na comunicação social como o candidato consensual à esquerda, Freitas do Amaral sente a necessidade de saltar para o poleiro e cantar de galo, num esforço para não ser relegado apenas para Ministro dos Negócios Estrangeiros. A ambição em política não é um mal em si, o mal está nos políticos cuja única política é a ambição. O mal é perceber-se que em determinados políticos é mais o vaidosismo e a sede de protagonismo pessoal que os move, em lugar de estarem na política por vontade pura de servir. É assim com Freitas, é assim com Manuel Maria Carrilho, é assim com uma extensa lista de nomes (por cá, nas ilhas, também os há...), como eu disse em tempos - merecíamos políticos melhores. Já agora deixo aqui a minha declaração de voto em Manuel Alegre, que acredito fará o pleno da esquerda e será seguramente melhor Presidente da República que o inefável Prof. Cavaco, isto apesar de o meu candidato continuar a ser Jaime Gama.
terça-feira, julho 19
pósso fálá
Política de Habitação: defesa e recuperação do património edificado, revitalização do centro histórico, combate à especulação imobiliária, São Roque, Santa Clara, etc, etc.
Plano Integrado para o Concelho; uma política para as freguesias rurais que as defenda do abandono e as valorize para o futuro.
Política de Ambiente: zonas costeiras, Sete Cidades, zonas de floresta, construção em espaço rural, etc,etc.
Política Cultural: eventos, instituições municipais, Agenda Cultural, investimentos, etc, etc.
Etc, Etc, Etc.
Vamos mas é falar de coisas sérias, sim?!
SOB O SIGNO DO D.E.S.
Não deixa assim de causar assomo e perplexidade o remoque que o êxito desta iniciativa causou junto do agora vigário geral da Diocese de Angra do Heroísmo, e até na candidatura do Partido Socialista à Câmara de Ponta Delgada. O «show off» desta inusitada aliança, alimentada pelo estímulo de fazerem notícia, nem que seja em um quarto de página, aposta na falácia da instrumentalização da fé em Ponta Delgada e da suposta usurpação de um culto popular desgarrado dos poderes eclesiástico e político. Que dizer então da grande coroação que ocorre na Sé de Angra do Heroísmo no último Domingo das seculares Sanjoaninas? Ou da coroação do próprio Presidente da Câmara Municipal da Horta numa tradição que se repete anualmente sob o signo do Império da Irmandade da Beneficência, vulgo, dos Nobres, e que é uma das mais antigas dos Açores desde 1672 ? Como encaixar nesta argumentação moralizadora dos costumes a mega Sopa do Divino Espírito Santo em honra do Presidente da República, que teve lugar no ano passado em Angra do Heroísmo e à conta do Dia de Portugal? Como é possível, com honestidade, esquecer o patrocínio do Presidente do Governo Regional às grandiosas festas do Divino com que Carlos César ofertou os Marienses por ocasião do Dia dos Açores?
2. Recentemente o líder da candidatura Socialista à Câmara Municipal de Ponta Delgada, em tom impressivo, acusou a actual Presidente da Autarquia de ter «inventado» uma festa, executando um golpe de «expropriação religiosa», e tudo isto numa suposta urdidura conspirativa «envolvida na insólita missão de tutelar politicamente as festas do Espírito Santo» ! Com este estilo só se pode concluir que o candidato do PS assumiu o compromisso eleitoral de acabar com as festas do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada!
Porém, à margem desta promessa eleitoral, é lamentável que o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal faça tábua rasa de uma tradição popular que sempre tem contado com o apoio de muitos açorianos num amplo consenso comunitário que agrega uma mole humana de voluntários unidos sob a bandeira unicolor do Divino Espírito Santo.
Estes e outros actos de indignação pontual e postiça deixam dolosamente na sombra outros actos, esses sim de verdadeira instrumentalização política e religiosa, como por exemplo, a simbólica assinatura de protocolos de cooperação entre a Igreja e o Governo Regional em pleno altar das Igrejas ou as oferendas de coroas do Espírito Santo por ocasião de inaugurações e fora do contexto popular e religioso!
3. Indiferente ao poder dos homens, e ao sabor das modas, os Impérios do Espírito Santo, instituídos em Alenquer pela Rainha Santa Isabel e repetidos mundo fora pelos Portugueses embarcados para os Açores, mas também para o Brasil, Havaí, e até Goa, irão perpetuar-se em demanda da idade do Espírito Santo. Entre nós e desde a primeira Irmandade em Ponta Delgada, que remonta ao Império da Misericórdia de 1665, a tradição irá continuar atavicamente a passar de geração em geração pois, apesar da dispersão do Culto pelo Mundo, é aqui nos Açores que o Espírito Santo é mais querido. Sob o estandarte da confraternização universal, que é o ânimo do Espírito Santo, espero sinceramente que um dia se esqueçam estas divergências de ocasião e que nas próximas festas do Divino Espírito Santo não seja impensável comermos todos à mesma mesa partilhando a mesma refeição! Esta é uma utopia divina na qual vale a pena acreditar.
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JNAS, na Edição de terça-feira 19 de Julho do Jornal dos Açores
segunda-feira, julho 18
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória
Big Splash - 1960
by David Hockney
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«Urbano nasceu também com os pés dentro de água, nasceu também numa ilha dos Açores; São Miguel na fronteira da água e da terra, no lugar incerto da lama que proporciona conhecimento do fogo também.».
Luís Porfírio, sexta-feira, 8 de Julho, no SARL do Jornal dos Açores.
«Luciano Melo não passa de um trapaceiro que já é bem conhecido no Continente. Lamento é que nos Açores ainda não o conheçam bem.».
última do Expresso das Nove, sexta-feira, 15 de Julho.
«Cruz ainda não percebeu que em vez do patético «namoro» com César devia, sim, liderar cá a mudança e a reforma que o PS está a tentar lá, no País, e de que os Açores tanto precisam.».
Estevão Gago da Câmara, Sábado 16 de Julho , no Açoriano Oriental.
«Foi para uma aluna da ilha do Pico o mais alto resultado dos exames de acesso ao ensino superior.».
algures no Correio dos Açores, Sábado 16 de Julho
«Apelar para o Islão para que expulse de si os seus filhos perversos não passa de uma futilidade. Sobretudo quando o apelo vem de um infiel.».
Vasco Pulido Valente, Sábado 16 de Julho, no Público.
«(...)penso como é inevitável a limitação de mandatos. Porque, ao contrário do que muitas vezes se diz, não é verdade que o povo seja sábio e têm de existir mecanismos paralelos para limar as muitas arestas que as eleições democráticas de passagem de cheque em branco apresentam. A limitação de mandatos é uma medida de higiene básica.».
Francisco Botelho, Domingo 17 de Julho, no Entramula
«O Pesqueiro tem um encanto especial...Por lá passeiam gentes de toda a sorte : uns que buscam o sol meigo do fim de tarde e o sossego das águas tépidas, ficando quedos no seu canto ; outros que acertam as horas da sua vida, como tendo sempre tempo a mais, e, por isso não se ralam nem se apressam ; e há aqueles, ainda, que se estendem em dissertações de indelével sentido crítico ? gosto de os ouvir.»
Bento Sampaio, Domingo, 17 de Julho, no Diário dos Açores.
«O capitalismo moderno açoriano segue imparável : os contribuintes pagam tudo, as empresas recolhem o lucro do investimento público, e o governo participa no foguetório.».
Nuno Mendes, segunda-feira 18 de Julho, no Jornal dos Açores.
«Antes de nos interrogarmos sobre como é possível gastar tanto com uma escola que ensina tão pouco, devíamos prestar mais atenção ao que se escreve, diz e produz nesse universo da pedagogia, associações de pais e sindicatos de professores. Descobriríamos dezenas de textos em que cada pedagogo se propõe não ensinar matemática, biologia, português...mas sim as suas teses sobre justiça social, sexualidade, política internacional...O resultado não produz a revolução desejada pelos pedagogos-ideólogos mas sim milhares de ignorantes e excluídos.».
Helena Matos, no número de Julho, da Revista Atlântico
...
Verão tempo de migração
de blogspot para livejournal
ainda em testes ... www.livejournal.com/users/~vitormarques
Reporter X
Picar o ponto
domingo, julho 17
Será do Tempo!?
"Se eles se lembram de atacar a América como estão sempre a ameaçar, também se podem enganar na ilha e em vez de irem para a Terceira podem vir para S. Miguel. O Senhor Santo Cristo não deixa. É uma terra abençoada"Para ler na integra. Hilariante - esta e outras pérolas da imprensa local.
sábado, julho 16
EU HOJE DEITEI-ME ASSIM !
So What
Freddie Freeloader
Blue In Green
All Blues
Flamenco Sketches
Miles Davis na companhia de John Coltrane, Cannonball Adderley, Bill Evans, Wynton Kelly, Paul Chambers and Jimmy Cobb
a Jazz Masterpiece...palavras para quê ?
sexta-feira, julho 15
É uma mulher do norte
BASTILHA OU PASTILHA ?
Eugène Delacroix, La Liberté guidant le peuple, 1830
Louvre
...
A mitomania jacobina e as falácias de semi-letrados têm gravado em caracteres escarlates, forjados sob o signo do império da guilhotina, páginas infindáveis onde, ao jeito das epopeias revolucionárias, fica a ideia impressionista de que a Revolução Francesa é o altar onde todos os amantes da Liberdade-Igualdade-Fraternidade devem prestar culto.
O jacobinismo dominante instituiu como dia Nacional de França o 14 de Julho em memória daquele remoto dia do ano de 1789, em que uma turba de sediciosos tomou a Bastilha. Daí em diante há quem engula a seco, sem qualquer espírito crítico, a pastilha de que a Revolução Francesa foi um passeio de beneméritos idealistas rumo à Liberdade dos Povos...(o que se quis logo impor pela força Imperial do Bonapartismo !).
No rol de mitos com que se forja a história de acordo com as conveniências jacobinas está o assalto à Bastilha. Ao longo dos séculos sedimentou-se a falácia de que a Bastilha era o poço para onde eram atirados os indigentes de Paris. Daí à imagem plástica de um povo amotinado, consciente da sua condição de vanguarda da história, marchando radiosamente sobre a Bastilha para libertar os seus irmãos, foi um passo.Mas, a verdade histórica é mais comezinha e reporta-se a um ajuntamento de menos de um milhar de sediciosos que, na madrugada de 14 de Julho de 1789, após tomar de assalto o «Hôtel des Invalides» ficou a braços com armas e peças de artilharia inúteis... considerando a mingua dos depósitos de pólvora dos «Invalides». Daí à Bastilha, e ao seu depósito de pólvora, foi mais um passo.
A crueza deste utilitarismo é contrária à mistificação de uma mole humana marchando garbosamente sob o ânimo filantrópico de libertar os irmãos encarcerados e oprimidos na Bastilha. Efectivamente, a 14 de Julho de 1789, a Bastilha albergava apenas 7 prisioneiros : 4 falsários, 2 sociopatas e 1 sádico ! Logo, como se vê, nenhum destes espécimens estaria detido por delito de opinião ou motivos políticos. Estes e outros detidos da Bastilha ( bem com de «La Force» e «Vincennes» ) eram vítimas do infame sistema das «lettres de cachet» que permitiam a detenção, por tempo indeterminado e sem julgamento, de criminosos comuns (algo que há muito os Ingleses haviam abolido com o Habeas Corpus !)
As sete almas penadas que estavam enclausuradas na Bastilha pouco diferiam dos hóspedes habituais da referida fortaleza. Na verdade, desde 1715 que a Bastilha, apesar de estar longe do fausto de Versalhes, era ainda assim uma prisão de luxo...«a place of genteel confinement for the well-to-do» (na expressão Ariel Durant). Uma prisão destinada a aristocratas, intelectuais e eclesiásticos que recorrentemente assinavam o livro de «hóspedes» devido aos seus vícios privados incompatíveis com as públicas virtudes. Todavia, por força do seu estatuto esta tipologia de detidos tinha direito a criadagem que os acompanhava, bem como ao conforto de mobiliário à altura dos pergaminhos dos seus costumes, biblioteca e refeições fornecidas do exterior ! Um dos últimos e mais célebres prisioneiros da Bastilha foi o Marquês de Sade, aferrolhado não pelos seus escritos licenciosos, mas sim por ter envenenado uma compincha das suas aventuras. Esta celebridade da Bastilha foi libertada poucos dias antes do 14 de Julho, e antes morrer num manicómio, teve tempo para expressar revolucionariamente a sua libido.
Seja como for a horda revolucionária investiu sobre a Bastilha e apesar dos pedidos de clemência e rendição do Governador da Fortaleza, Marquis de Launay, este foi literalmente desmanchado por um cozinheiro e teve a sua cabeça num espeto para gáudio da populaça...escusado será dizer que tiveram o mesmo destino os seus súbditos.
Esse memorável dia 14 de Julho de 1789 marca o início de um novo calendário : o da Revolução Francesa. Nesse dia de 1789, enquanto as cabeças da guarnição da Bastilha eram passeadas pelas ruas de Paris, o Rei Luís XVI regressava a Versalhes após um extenuante dia de caça. À falta de um blog o Rei escreveu com o seu punho real a seguinte entrada no seu diário : «Juillet
14:Rien». Mais tarde o Duque de La Rochefoucauld-Liancourt, vindo de Paris, noticiou ao Rei a tomada da Bastilha. «Porquê» exclamou incrédulo o monarca acrescentando : «Isto é um motim?». Respondeu o Duque entre rendas e salamaleques : «Não Majestade ! É uma Revolução»...lá ele sabia porquê.
(Fontes : «Rousseau and Revolution», Will and Ariel Durant Ed. 1967 Simon & Shuster e «L´Ancien Régime et la Révolution», Jean François Chiappe, Ed. 1986 Paris / Inspiração via Foguetabraze ! )
quinta-feira, julho 14
Não é nenhuma novidade,
O "Zazie Dans le Métro" - "Leituras a Metro", nas páginas centrais da Periférica #13.
do "Guia Prático do Utilizador"
" Em muitos Metros lê-se por todo o lado (no de Lisboa nem por isso). O de Madrid tem mesmo tradição de campanhas de promoção da leitura (a Administração do Metro de Lisboa desconhece o conceito). Resolvidos a colmatar tal lacuna, sugerimos aqui um roteiro literário/guia de leitura para toda a extensão da rede, incluindo obras em curso. As escolhas foram ditadas pela existência de alguma relação - por vezes estranha - entre as linhas e as estações (ou zonas envolventes) e os livros em causa.
No canto inferior esquerdo, a versão light (pluralismo oblige)."
Quanto à versão light
" Como seria se o Metro de Lisboa fosse um metropolitano de superfície.*
* Superficial, portanto "
http://www.periferica.org/numero13/p3435.html
PS: Fernando Gouveia isso é alguma boca para o Porto?
FRIENDLY FIRE
Desde a manhã de 7 de Julho que tenho quase sempre a televisão sintonizada para a Sky News. Gostaria de aproveitar esta oportunidade, se a blogosfera não levar a mal, para agradecer publicamente aos meus progenitores terem-me posto a aprender inglês logo no ensino primário. Acreditem que é muito útil. Entre outras razões, porque os media portugueses pouco relevo deram a uma notícia que me deixou estarrecido. Na passada segunda feira, quando os londrinos faziam frente ao terrorismo voltando à sua vida normal, o Comando de uma base aérea americana estacionada
Logo no início da guerra do Iraque, receei que o primeiro ministro britânico pudesse vir a ser vítima do chamado friendly fire. Pelos vistos, lá levou com mais um tiro. Não é o primeiro, aliás. Vistas bem as coisas, até que não calha mal ao Sr. Blair um certo capital de queixa contra a administração americana, mas duvido muito da sua eficácia se os europeus continuarem a considerá-lo o poodle do Sr. Bush. Digo bem, os europeus, porque aqui no velho continente as coisas fiam mais fino. O Sr. Chirac, por exemplo, teve a incrível ideia de nomear para seu Ministro do Interior, aquele que zela pela segurança do Estado, um homem que sofre de incontinência verbal compulsiva. Nicolas Sarkozy, que muitos prognosticam ser o próximo inquilino do Palácio do Eliseu, já por duas vezes teve a inconfidência de transmitir aos media informações classificadas obtidas junto do seu colega inglês. À primeira, que foi logo no dia seguinte aos atentados, Charles Clarke ainda ficou calado, até porque tinha mais em que pensar, mas ontem, depois do que o ministro francês veio dizer à saída da reunião extraordinária em Bruxelas, não teve outro remédio senão fazer esta declaração: Monsieur Sarkozy est dans l?erreur, pour le dire gentiment. Aí os jornalistas perguntaram-lhe se já tinha falado com o seu colega depois dessas declarações. O ministro britânico, que me faz lembrar a capa de um álbum dos Gentle Giant, respondeu lacónico: não, nem podia, pois ele saiu a meio da reunião. Não achou apropriado ficar até ao fim das discussões. Suponho que é o seu estilo.
Perguntei a mim próprio se faria sentido classificar as rajadas do Sr. Sarkozy de friendly fire. Mas depois achei que sim. Afinal, para cínicos, já estamos bem servidos com o Vasco Pulido Valente.
EU HOJE DEITEI-ME ASSIM !
...
The future teaches you to be alone
The present to be afraid and cold
So if I can shoot rabbits
Then I can shoot fascists
Bullets for your brain today
but we'll forget it all again
Monuments put from pen to paper
turns me into a gutless wonder
And if you tolerate this
then your children will be next
Gravity keeps my head down
or is it maybe shame
At being so young and being so vain
Holes in your head today
but I'm a pacifist
I've walked La Ramblas
but not with real intent
And if you tolerate this
then your children will be next
And on the streets tonight
an old man plays
With newspaper cuttings
of his glory days
And if you tolerate this
then your children will be next
MANIC STREET PREACHERS
...
...Desde o remoto Evangelho de S.Marcos consta que o pior cego é aquele que não quer ver...para aqueles que ainda são descrentes da barbárie civilizacional do «fundamentalismo islâmico» aqui vai um par de lentes graduadas neste link (AVISO : o site em referência contém imagens chocantes e não censuradas ; atreva-se quem quiser a não permanecer nas trevas da cegueira e da demagogia fácil)
quarta-feira, julho 13
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória
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Roy Lichtenstein
Zing, 1962
Oil on canvas
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«Com o desenvolvimento do leque de oferta no domínio da diversão nocturna, as casas de streaptease passaram a ter espaço reservado nas noites micaelenses. Se por um lado constituem uma forte atracção ao público essencialmente masculino, por outro têm vindo a ser conotadas, por algumas pessoas, como espaços de depravação, prostituição, e atentados à união familiar.».
Miguel Brilhante, quarta-feira, 6 de Julho, no Açoriano Oriental.
«A São Judas Tadeu. Advogado dos casos difíceis e desesperados. Reze 9 Avé-Marias durante nove dias. Peça 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis. Ao 9º dia publique este aviso. Cumprir-se-á mesmo que não acredite.»
Classificados, quarta-feira, 6 de Julho, no Açoriano Oriental.
«A União Europeia não tem uma estratégia clara para o G 8, muito embora já se tenha percebido que esta cimeira pode ser uma oportunidade para que a velha Europa se possa afirmar no plano Internacional. Cauterizada pelo fracasso do tratado constitucional, mergulhada numa crise institucional, a Europa tem de encontrar novas ideias e atitudes mobilizadoras, que contagiem os seus dirigentes e os cidadãos , de modo a encontra o suplemento de alma que lhe falta por esses dias.».
Pedro Gomes, quarta-feira, 6 de Julho, no Açoriano Oriental.
«Victor Cruz e Carlos César escreveram páginas de um capítulo da história da autonomia dos Açores. Não pelos resultados do almoço a sós e da reunião que se seguiu, mas pelas declarações produzidas, que em democracia, e fora de campanhas eleitorais, têm peso de «contratos selados» na presença de «testemunhas».».
Jorge Macedo,quarta-feira, 6 de Julho, no Jornal dos Açores.
«A lamentável exoneração do General Garcia Lopes, como responsável pelo Projecto EFTA para Rabo de Peixe continua a causar os mais diversos comentários. As notícias vindas a público e as que circulam nos habituais bastidores, culpabilizam os mixordeiros da política, especialistas nas cunhas e arranjinhos resultantes do compadrio partidário, sempre prontos a sacrificar pessoas, mesmo que sejam personalidades de alto gabarito, desde que tais nojentas atitudes lhes tragam niscas de putativos poderes. Depois, é o que se vê : concursos anulados, nomeações ilegais, providências cautelares, projectos parados e as inevitáveis vítimas desses sujeitos, que fazem da intriga e da chafurdice imoral um constante onanismo.»
Jorge Nascimento Cabral, quarta-feira, 6 de Julho, no Correio dos Açores.
«É um sinal dos tempos que o mais populista e desprezível dos dirigentes da Europa se alie para salvar a África a um bando de estrelas pop, num espectáculo de sentimentalismo sem qualificação ou desculpa.».
Vasco Pulido Valente, Domingo, 10 de Julho, no Público.
«Unir esforços com vista à modernização, liberalização e eventual democratização do grande Médio Oriente é a única forma certa e duradoura de drenar o pântano onde se reproduzem os mosquitos terroristas. Neste campo, é mais a Europa do que os EUA que precisa de abrir os olhos, urgentemente, para a necessidade de tomar mais medidas.».
Timothy Garton Ash, Domingo 10 de Julho, no Público.
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terça-feira, julho 12
segunda-feira, julho 11
...A SEMANA REVISITADA.
Jim Dine
Ode to His Hands, 2004
Paint on carved wood
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1. «A nossa prioridade é introduzir a alta velocidade em Portugal» (sic) disse-o literalmente o «nosso» Primeiro-Ministro na SIC-Notícias. Irresistivelmente a imagem do Eng.º José Sócrates vai surgindo cada vez mais associada a uma versão para adultos do inolvidável Pinóquio. Na verdade, depois de assumir em campanha que não iria aumentar o custo de vida arrepiou caminho, e à boleia do relatório Constâncio, diminuiu drasticamente o poder de compra dos Portugueses. De permeio fincou resolutamente o machado de guerra contra os funcionários públicos, e viu ainda na atitude grevista dos professores um acto de sublevação dos Sindicatos, cuja lesta retaliação passou pela promessa em podar radicalmente o número de professores que exercem funções sindicais. O argumento para este rol de medidas drásticas está no fantasma do deficit e na estagnação da economia. Ora, foi neste clima de austeridade que um Primeiro-ministro, em tom crispado e enxofrado, veio, novamente, prometer que não haveria mais aumento de impostos?porém, em poucas horas, fez saber através do seu staff que essa promessa tinha prazo de validade apenas até ao termo de 2006. É neste pântano de incongruências e contradições que Sócrates, em tempo de crise e austeridade, lança a garantia de avançar com o TGV e o aeroporto da OTA. Afinal a prioridade não era atacar a crise, o despesismo e o buraco das contas públicas, mas sim introduzir a alta velocidade em Portugal! Não deixa de ser paradoxal esta acção política esquizofrénica que, por um lado, estrangula a maioria dos Portugueses num aperto de cinto como não há memória, e, por outro lado, de mão dada com «parcerias público privadas» arquitecta obras públicas de alta velocidade e similares. Diz o Governo que toque de midas para tudo isto está também num mega plano de investimentos que ronda os 25 mil milhões de euros ; porém do Estado parece que só 8 mil milhões estão assegurados. Os restantes serão cobertos por investimento privado ou difusamente por todos os Portugueses com mais um agravamento da carga fiscal.
2. Em King's Cross e outras estações do underground Londrino o ódio ao Ocidente voltou a matar. Apesar das evidências, ao contrário dos Estados Unidos, a maioria dos Estados da Europa ainda não percebeu que estamos em guerra e que esta foi claramente declarada a 11 de Setembro de 2001. Urge despertarmos deste torpor politicamente correcto e assumirmos que, em sentido contrário, as cruzadas regressaram à Europa e desta feita sob o estandarte do Islão. Enquanto permanecermos divididos quanto a esta realidade corremos o risco de conjuntamente cairmos prostrados às mãos da barbárie. Não basta condenarmos o terrorismo é também necessário hastear, com coragem e orgulho, a superioridade da nossa civilização Ocidental. Ao invés, teimamos em acreditar nesciamente na bondade do «relativismo cultural» e assistimos a fervorosos, e por vezes obscenos, actos de fé contra a Islamofobia !
3. Contrariando a lógica trauliteira e do discurso degradante das forças de segurança nunca a nossa polícia fez tanto com tão poucos meios. No palmarés recente temos a detenção esta semana dos suspeitos do macabro homicídio ocorrido em Maio no Pico, a eficaz resolução, em menos de 24 horas, do sequestro junto a um terminal de Multibanco em São Roque, e ainda a célere apresentação a interrogatório Judicial dos alegados autores do linchamento dos Arrifes. Tudo isto, e muito mais, obriga-nos a reflectir sobre a violência latente, em particular, nestes verdejantes Açores e, de um modo geral, neste País que já foi de brandos costumes. Porém, primeiro há que reforçar o brio das nossas forças de segurança, enobrecer o seu trabalho, designadamente, com remunerações decentes e condições de trabalho dignas, facultar-lhes meios e tecnologias de ponta, punir severa e exemplarmente os agentes desviantes deste modelo de serviço público?e só depois é que poderemos, com segurança, debater academicamente uma terceira via entre o policiamento de proximidade ou securitário. Até lá e por cautela ... trancas à porta.
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JNAS na Edição de Terça-Feira, 12 de Julho, do Jornal dos Açores
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(post-scriptum : o Ilhas reuniu de emergência para tomar uma posição contra o uso infâme da nossa caixa de comments...ao invés acabamos tomando uma bica sem ponderar sequer censurar seja quem for...muito menos desconhecidos(as) !)
domingo, julho 10
SWINGING LONDON
Sempre gostei muito de Londres. Mesmo à distância. Quando era miúdo, adoptei até uma equipa de futebol londrina, o West Ham United, capitaneada na altura pelo Bobby Moore. Os Hammers nunca me deram grandes alegrias - para essas estava lá o Benfica - mas tinham um equipamento invulgar e as crianças dão muita importância a essas coisas. Ao contrário de grande parte da geração de 70 do século XX, nunca li Sartre na adolescência e sempre me considerei culturalmente mais formatado pela "swinging London" do que pelo Maio de 68 em Paris. O Mick Jagger, devo confessá-lo, falava-me mais ao coração do que Georges Moustaki.
Depois do 25 de Abril, um dos membros da Junta de Salvação Nacional, o General Galvão de Melo, lançou uma blague que ficou célebre no anedotário político do país: "se eu tivesse 18 anos também era do MRPP". O homem lá tinha as suas razões, mas a ditadura do proletariado nunca fez parte da minha crise de crescimento e no Liceu que frequentei, um baluarte do maoísmo em Lisboa, os colegas politicamente esclarecidos catalogavam-me de pequeno burguês com comportamento desviantes, só porque preferia ouvir o David Bowie a ler os textos revolucionários de dois senhores alemães que, curiosamente, estão enterrados em Londres: Karl Marx e Friedrich Engels. A cartilha política da minha geração, mais Internacional menos Internacional, dizia que éramos todos filhos da Revolução Francesa, mas sempre me pareceu que alguma coisa se devia também aproveitar da monarquia parlamentar britânica, pois os ingleses não se dão mal com o sistema há imenso tempo, pelo menos desde 1660, quando a efémera revolução republicana de Oliver Cromwell entregou a alma ao criador.
A primeira vez que saí de Portugal, fi-lo de Inter Rail, uma espécie de passe ferroviário que nos permitia andar por (quase) toda a Europa durante um mês. Estávamos em 1976, os GNR ainda não tinham lançado o seu êxito discográfico "Portugal na CEE", e as autoridades nacionais, receando a fuga de divisas para o estrangeiro, controlavam na fronteira o dinheiro que cada um levava. Sete mil escudos eram o limite. Um exagero, evidentemente, sobretudo para quem só tinha quatro contos no bolso da mochila. Nessa altura o destino da moda era a Rive Gauche, mas demorei-me em Paris apenas o tempo estritamente necessário para mudar de estação. Atravessar a cidade-luz como uma toupeira, resumi-la ao trajecto de metropolitano entre Austerlitz e a Gare du Nord, é um pecado, eu sei, mas tinha pressa de chegar a Londres.
Apesar das pressas, viajava-se devagar. As barreiras geográficas, antes da construção do Túnel no Canal da Mancha, obrigaram-me a entrar em Inglaterra de barco e, durante a travessia de Boulogne-sur-Mer para Folkestone, lembrei-me do percurso inverso feito pelos Aliados quando desembarcaram nas praias da Normandia. Hoje em dia já ninguém se dá ao trabalho de pensar nisso, o que é pena, mas paciência. Aqui há uns meses atrás, lembro-me de ter lido no editorial do Economist que as companhias aéreas low cost deviam receber uma condecoração de Bruxelas pelo seu contributo para a integração europeia. Absolutamente de acordo, contudo, isto de apanhar um avião no Porto e aterrar em Oxford Street para fazer compras é muito engraçado e tal e coisa, mas ajuda bastante a não percebermos nada do sítio onde estamos. Em contrapartida, avistar os White Cliffs de Dover à chegada, obriga-nos a entender a Inglaterra tal como ela é, na sua condição insular, e a compreender porque é que sempre resistiu a todas as derivas hegemónicas protagonizadas pelas duas principais potências continentais europeias, a França napoleónica e a Alemanha do III Reich.
Londres soube levantar-se da devastação provocada pela blitzkrieg de Hitler e, ironia da História, foi nos túneis do metropolitano que os londrinos se puseram então a salvo do terrorismo de Estado. Aquilo que aconteceu no passado dia 7 de Julho é uma triste metáfora da barbárie contemporânea: o metropolitano foi um espaço de refúgio quando nem as Igrejas eram poupadas à cegueira das bombas, desta vez as bombas rebentaram com precisão cirúrgica nos próprios subterrâneos da decência humana. Aquela que explodiu à superfície, no autocarro nº 30 para Marble Arch, ao que tudo indica não atingiu o objectivo desejado: rebentar na estação de King's Cross onde o pandemónio se tinha entretanto instalado com as pessoas a fugirem da estação. É arrepiante pensar naquilo que podia ter acontecido caso o condutor do autocarro, um londrino de origem grega, não tivesse alterado o seu trajecto habitual. A bomba acabou por explodir em Tavistock Square, uma daquelas típicas pracetas londrinas com jardins bem estimados onde as pessoas vão ao fim do dia passear o cão. Onde as pessoas criam afecto pelos bancos de jardim ao ponto do nome delas lá ficar gravado, numa discreta placa, em sua memória depois de mortas.
Passei algumas horas sentado nesses bancos de madeira, deambulando pelas pracetas de Bloomsbury, o bairro londrino que Virgínia Wolf e o seu grupo tornaram célebre há um século atrás e que é hoje o coração universitário da cidade. Tavistock Square fica na extremidade norte desta zona e perto do sítio onde o autocarro explodiu, junto à sede da Associação Médica Britânica, morou durante algum tempo Charles Dickens, o autor de Hard Times e também Mahatma Gandhi, o inspirador do pacifismo, que aliás lá tem uma estátua erguida desde 1966.
Não sei o que Gandhi pensaria da explosão se estivesse sentado no banco de jardim. Eu, que estou para aqui ao computador, só estou certo de uma coisa - gosto muito de Londres, mesmo à distância.
COMINGSOON - VIII
COMINGSOON - VII
http://www.apple.com/trailers/warner_independent_pictures/a_scanner_darkly.html
sábado, julho 9
sexta-feira, julho 8
Finalmente uma aposta na formação.
O Governo Regional decidiu criar, nesta legislatura, um laboratório/escola móvel de Teatro com funções formativas, de modo a que os grupos possam aperfeiçoar a estética teatral e melhorar a sua performance.
quinta-feira, julho 7
EU HOJE DEITEI-ME ASSIM !
Constantin Brancusi(1876-1957)
There is no quidance in your kingdom
Your wicked walk in Babylon
There is no wisdom to your freedom
The richest man in babylon
Your beggars sleep outside your doorway
Your prophets leave to wonder on
You fall asleep at night with worry
The saddest man in Babylon
The wicked stench of exploitation
Hangs in the air and lingers on
Beneath the praise and admiration
The weakest man in Babylon
There is no hope left in your kingdom
Your servants have burned all their songs
Nobody here remembers freedom
The richest man in Babylon
babylon no get rich again
but to end up sick again
and you end up weak again
babylon
babylon you run
you better know you you better understand
the rancher man you better hear what we say
babylon this is your final day
babylon this is your final call
read the writing that's on the wall
see divided we stand
and together we fall
...
THIEVERY CORPORATION
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Tocam a rebate as consciências militantes e revolucionárias às portas da Cimeira G 8. Um difuso movimento denominado «Acção Global dos Povos» (Apre que mais vermelho não há !) convocou um dia global de acção (vulgo:vandalismo e outros desmandos)para esta quarta-feira 6 de Julho de 2005 - o dia de inauguração da cimeira do G8 (que terá lugar em Gleneagles em Perthshire, Escócia). A convocatória pretendia arregimentar a trupe do costume com a finalidade de interromper a conferência e realizar acções simultâneas em aldeias e cidades em todo o mundo...Cá por mim é já a seguir...é que é já a seguir! Seja como for ao avaliar a complacência com que as autoridades tratam a turba useira e vezeira nestas «manifes» só lamento a carga ligeira e pouco músculo para a habitual horda de hooligans !
(post-scriptum : ...para o contraditório clique aqui )
quarta-feira, julho 6
Centralidade Atlântica
Jornadas cientificas sobre climatologia, sobre mar, etc...
Encontros de Estudos geopolíticos, geoestratégia, política internacional.
Conferencias internacionais de estudos históricos, história da expansão, história naval, cartografia, etc...
Congressos internacionais de escritores. Um encontro anual de literaturas dos quatro continentes que enquadram o Atlântico
Prémio internacional de pintura.
No centro do atlântico já estamos, temos é que fazer com que o mundo se lembre que esse centro existe.
LETRA MINÚSCULA
terça-feira, julho 5
EU HOJE DEITEI-ME ASSIM !
But when or how I cannot tell:
I know the grass beyond the door,
The sweet keen smell,
The sighing sound, the lights around the shore.
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Venus Verticordia, oil, 1863-8
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Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), um Inglês por acidente das circunstâncias, foi um notável pintor que entrou nos anais da Arte como líder da escola dos pré-rafaelitas (!).
Dado ao psicodrama romântico legou-nos em conformidade poesia notável, e quando a sua mulher faleceu em 1862, vítima de uma overdose de láudano, enterrou-a liricamente na companhia de um rol de manuscritos com poemas inéditos da sua lavra. Com igual fleuma romântica, em 1869, teve o «grand gesture» de reconsiderar tal perda ; resolutamente exumou os ditos poemas, que saídos das trevas da cripta revistaram a luz de quem os lê...todavia há quem diga com propriedade que a sua escrita é sombria.
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A NÃO PERDER
energúmeno
VOX POPULI
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Andy Warhol - The Last Supper (1986 ) -
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«Desta vez a Espanha não chegou tarde à História.».
Carmen Clavo, Ministra da Cultura de Espanha (em comentário à reforma do Código Civil Espanhol que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, bem como a adopção de crianças por estes casais), Sábado, 2 de Julho, na marcha do Orgulho Gay em Madrid.
«Mariza : a única portuguesa que participa no Live 8... canta no palco Africa Calling.».
...algures no Público,Sábado, 2 de Julho.
«Esta semana ficou também marcada pela anedota da correcção e dos erros na elaboração do Orçamento Rectificativo, que deram a imagem a raiar o ridículo de um ministro que é apresentado como o cúmulo do rigor, eficácia, e competência e que surgiu reduzido à caricatura de quem se engana nas contas.».
São José Almeida, Sábado, 2 de Julho, no Público.
«Dizem-nos os registos religiosos que Álvaro Cunhal foi baptizado em Seia e teve como madrinha de baptismo Nossa Senhora da Conceição !...Porquê Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal como madrinha ?»
Gil Moniz Jerónimo, Sábado, 2 de Julho, no Correio dos Açores.
«Deve dar-se aos jovens alguma «penúria» para eles poderem sentir falta de coisas, terem de lutar por aquilo que querem.».
João César das Neves, Sábado, 2 de Julho, na Xis Ideias para Pensar.
«Os cidadãos têm, claramente, responsabilidades. Elegeram quem quiseram. São complacentes com a corrupção. Aceitam a demagogia. Não desgostam da aldrabice, desde que bem feita. Desculpam sempre «os seus», do clube, do partido, da autarquia, da empresa ou da família, porque há sempre sobras para distribuir. Detestam o fisco e as respectivas obrigações. Tentam trabalhar pouco. Chegam tarde ao emprego. Metem, cunhas. Estudam pouco...A elite portuguesa é geralmente predadora e ignorante. Ainda na fase da «acumulação primitiva», tem um interesse predominante : usar o Estado.».
António Barreto, Domingo, 3 de Julho, no Público.
«Se as mulheres da série (Desperate Housewives) pensam que são desesperadas, deveriam ser obrigadas a estar com George.».
Laura Bush, Domingo, 3 de Julho, na Pública.
«De certa forma, foi Tatcher quem salvou o socialismo contemporâneo. A célebre «terceira via» de Blair, que inspirou uma nova orientação conceptual no seio do socialismo europeu foi, indiscutivelmente, uma incorporação do pensamento liberal no paradigma socialista.».
Ezequiel Moreira da Silva, Domingo, 3 de Julho, no Açoriano Oriental
«Ao longo de dois dias foram visíveis sinais preocupantes : muitos dos condutores açorianos comportam-se como verdadeiros animais, sem qualquer civismo e sem qualquer respeito para com os outros. Nestes dias de rali, então, a maioria parece frustrada por não participar na prova, transportando para o alcatrão a agressividade típica das pistas.».
Nuno Mendes no rescaldo do Sata Rali Açores, segunda-feira, 4 de Julho, no Jornal dos Açores.
A UTOPIA DA CIVILIZAÇÃO
Em L?ATALANTE?(exposição de arquitectura patente na Academia das Artes)?busca-se, com um travo de estrangeirismo, uma ideia cosmopolita de Arquitectura para os Açores. A filosofia não é inédita nem sequer é censurável. Porém, à margem de uma arquitectura elitista, e por contraponto a uma visão utilitarista para as massas, é tempo de se conceber com qualidade, e o mínimo de dano estético, uma arquitectura para a classe média, ou como em tempos se dizia, para a burguesia. Algo que seja verdadeiramente original, ao invés das corruptelas de Siza Vieira e dos saudosismos de Raul Lino.
Assim, o desafio que hoje se nos coloca é o de traçar o ponto de equilibro entre uma dimensão urbana institucional e pública da Arquitectura, e um planeamento urbanístico que se harmonize com o património edificado e com as novas áreas habitacionais. Vencer este desafio passa pela hábil conjugação de interesses conflituantes entre o tradicional e o moderno. Ora, atingir esse ponto de equilibro é uma hercúlea tarefa que esbarra, logo de início, com um extenso catálogo de estilos, a rivalizar com um rol não menos impressionante de parque habitacional já edificado sob os cânones da nacional piroseira. Aqui chegados é fácil imputarmos o ónus da culpa à difusa responsabilidade das «entidades públicas», todavia, a verdade é que aqui chegamos também por culpa de interesses particulares e de profissionais liberais que facilmente se prostram ao tilintar do dinheiro fácil do novo-riquismo.
Todavia, existe uma qualificada responsabilidade Pública, tantas vezes partilhada entre autarquias e governo regional ou da República, que importa reforçar e credibilizar. Importa efectivamente que a gestão do nosso «habitat» seja equilibrada, evitando-se que o anverso do postal paisagístico, que tantas vezes faz lembrar um ordenado cantão Suíço, seja um amontoado de casebres que evocam uma qualquer favela sul-americana ou um vulgar slum de Calcutá! Fazer seja o que for para contrariar este triste enquadramento é mais do que um imperativo moral; é efectivamente um direito de cidadania que reclama o dever da sua concretização.
Nesse sentido, projectos e ideias como as que emergem em L´Atalante, têm sempre o mérito de buscar a utopia da civilização. Com rigor e suma ciência lá tinha razão Eça de Queirós quando, pela voz do cosmopolita Jacinto de a «Cidade e as Serras» , dizia: «O homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado.».
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JNAS na edição de 5 de Julho do Jornal dos Açores
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