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Na crise económico-financeira que vivemos, mais do que o risco de falência dos tubarões da banca, é a bancarrota moral do Estado que está em jogo no mercado de valores. Que valor tem este Estado que dá guarida ao topo da escala predatória da economia mas ignora o risco de extinção da arraia-miúda que, designadamente, nas pequenas e médias empresas, contra todos os reveses da fortuna sobrevive sem qualquer apoio do Estado? Muitas vezes, além de não contar com o apoio da República, tem a mão firme e implacável da máquina do Estado para que, sem apelo nem agravo, cesse actividade. Como compreender esta dualidade de critérios do capitalismo social que salva do naufrágio financeiro as "caixas de previdência" da plutocracia e remete à incerteza da deriva, ou mesmo ao abismo da insolvência, o cidadão comum? Temos assistido com pasmo e asco às ajudas do Estado a bancos que entraram em derrapagem por via de eventuais processos de gestão danosa. Porém, quando um empresário, ou uma pequena e média empresa, entra em colapso, não por falência fraudulenta mas por causa da recessão dos mercados, o Estado é lesto em apontar-lhe a porta do processo de falência. Para este sector da economia, motor da classe média e alimento da maioria das famílias Portuguesas, o Estado não "nacionaliza" prejuízos. Para uns a falência. Para outros a nacionalização em claro benefício de uma cleptocracia que nos vai depenando lenta mas eficazmente.
Como um infortúnio nunca vem só o mesmo Estado gere uma implacável e eficiente máquina, sempre bem oleada, para, pela mão do fisco, fustigar e onerar o cidadão comum e as pequenas e médias empresas que, também por esta via, vão pondo comida na gamela dos meliantes da alta finança. Trata-se de um caso de Robin dos Bosques... invertido! Paradigmático desta falência de valores é a nacionalização do BPN com a consequente apropriação das acções de um banco, que nem valiam o papel, numa instituição com perdas estimadas em cerca de 800 milhões de euros esvaídos em operações obscuras e drenados em paraísos fiscais fora da economia Portuguesa. Quem vai gerir estes activos? O Banco do Estado que é a Caixa Geral de Depósitos, claro está. Quem vai pagar o custo dessa gestão? Todos nós! Incluindo os depositantes da Caixa e de outros Bancos que terão por certo as suas comissões agravadas. Este escândalo é o sintoma de uma crise de regime na qual o cidadão comum não tem culpa mas que acaba por pagar a factura.
No final ficarão sempre dúvidas irresolúveis a empestar a moral desta República. Para já interrogamo-nos porque razão o Estado nacionaliza as perdas de um banco de investimento envolvido num rol de suspeições desde a burla agravada até à fraude fiscal e branqueamento de capitais? Porque razão este governo da República quis governamentalizar os processos de nacionalização, por via de decreto regulamentar, à socapa do escrutínio da Assembleia da República e dos Portugueses? Porque razão estavam depositados milhões de euros do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social num banco de investimentos duvidosos sendo certo que se tratava de dinheiro das contribuições pagas à Segurança Social pelos contribuintes e pelas empresas? Como não há respostas resta a indignação de sabermos que, com abuso de confiança, a alta finança enriquece também a custa dos descontos para a Segurança Social com a conivência do Estado que nacionaliza estes negócios. A promiscuidade entre os Senhores da Banca e os Lordes desta República fará seguramente ressuscitar, com justiça, o slogan: "os ricos que paguem a crise"!
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JNAS nas crónicasdigitais do jornaldiário.com
Na crise económico-financeira que vivemos, mais do que o risco de falência dos tubarões da banca, é a bancarrota moral do Estado que está em jogo no mercado de valores. Que valor tem este Estado que dá guarida ao topo da escala predatória da economia mas ignora o risco de extinção da arraia-miúda que, designadamente, nas pequenas e médias empresas, contra todos os reveses da fortuna sobrevive sem qualquer apoio do Estado? Muitas vezes, além de não contar com o apoio da República, tem a mão firme e implacável da máquina do Estado para que, sem apelo nem agravo, cesse actividade. Como compreender esta dualidade de critérios do capitalismo social que salva do naufrágio financeiro as "caixas de previdência" da plutocracia e remete à incerteza da deriva, ou mesmo ao abismo da insolvência, o cidadão comum? Temos assistido com pasmo e asco às ajudas do Estado a bancos que entraram em derrapagem por via de eventuais processos de gestão danosa. Porém, quando um empresário, ou uma pequena e média empresa, entra em colapso, não por falência fraudulenta mas por causa da recessão dos mercados, o Estado é lesto em apontar-lhe a porta do processo de falência. Para este sector da economia, motor da classe média e alimento da maioria das famílias Portuguesas, o Estado não "nacionaliza" prejuízos. Para uns a falência. Para outros a nacionalização em claro benefício de uma cleptocracia que nos vai depenando lenta mas eficazmente.
Como um infortúnio nunca vem só o mesmo Estado gere uma implacável e eficiente máquina, sempre bem oleada, para, pela mão do fisco, fustigar e onerar o cidadão comum e as pequenas e médias empresas que, também por esta via, vão pondo comida na gamela dos meliantes da alta finança. Trata-se de um caso de Robin dos Bosques... invertido! Paradigmático desta falência de valores é a nacionalização do BPN com a consequente apropriação das acções de um banco, que nem valiam o papel, numa instituição com perdas estimadas em cerca de 800 milhões de euros esvaídos em operações obscuras e drenados em paraísos fiscais fora da economia Portuguesa. Quem vai gerir estes activos? O Banco do Estado que é a Caixa Geral de Depósitos, claro está. Quem vai pagar o custo dessa gestão? Todos nós! Incluindo os depositantes da Caixa e de outros Bancos que terão por certo as suas comissões agravadas. Este escândalo é o sintoma de uma crise de regime na qual o cidadão comum não tem culpa mas que acaba por pagar a factura.
No final ficarão sempre dúvidas irresolúveis a empestar a moral desta República. Para já interrogamo-nos porque razão o Estado nacionaliza as perdas de um banco de investimento envolvido num rol de suspeições desde a burla agravada até à fraude fiscal e branqueamento de capitais? Porque razão este governo da República quis governamentalizar os processos de nacionalização, por via de decreto regulamentar, à socapa do escrutínio da Assembleia da República e dos Portugueses? Porque razão estavam depositados milhões de euros do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social num banco de investimentos duvidosos sendo certo que se tratava de dinheiro das contribuições pagas à Segurança Social pelos contribuintes e pelas empresas? Como não há respostas resta a indignação de sabermos que, com abuso de confiança, a alta finança enriquece também a custa dos descontos para a Segurança Social com a conivência do Estado que nacionaliza estes negócios. A promiscuidade entre os Senhores da Banca e os Lordes desta República fará seguramente ressuscitar, com justiça, o slogan: "os ricos que paguem a crise"!
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