segunda-feira, novembro 10

Cherchez la Femme




Granada é uma palavra polissémica. Desde logo objecto explosivo, mas também nome de Reino, de Ilha, de pedra e de gente. Jóia do Al-Andalus, Granada cintilou a sua urbanidade até que os Reis Católicos, já no crepúsculo da Reconquista Cristã, conseguiram o que múltiplas gerações de avoengos seus tinham, debalde, tentado desde os alvores do século VIII: a expulsão definitiva da seita de Mafoma da Península Ibérica. A queda do Reino de Granada só aconteceu em 1492, curiosamente o mesmo ano em que Colombo descobriu a América.
Coincidências.
Temos depois a Ilha de Granada, um micro-Estado insular das Caraíbas que faz parte da Commonwealth britânica e cuja população anda na casa dos 90.000 habitantes. Talvez já tenham dado pela existência desta orgulhosa Nação em algum concurso da Miss Universo. O país tropical é independente desde 1974, o ano da nossa última Revolução em Portugal.
Coincidências.
Mineralogicamente falando, há ainda a pedra preciosa Granada que, como assegura a Wikipédia, "é o nome geral dos membros de um grupo de minerais com habitus cristalino constituído por dodecaedros e trapezoedros". Consoante a sua variabilidade química, as granadas podem ter diversas cores e pertencer a diferentes agrupamentos. Um deles, rico em ferro e cromo, apresenta cor vermelho-sangue e chama-se Piropo.
Coincidências.
Temos, por fim, a Granada, Olímpia. Uma jornalista que em Novembro de 2004, quando o W. deu um banho ao Kerry, publicou no Açoriano Oriental uma notícia/entrevista sobre o 1º aniversário do blog :Ilhas. Foi a primeira vez que dei pela existência do blog, para o qual seria convidado a entrar pouco tempo depois. O padrinho da alternativa foi o JNAS. Em 2004 Portugal estava de tanga, lembram-se? Vivia-se uma depressão colectiva de contornos casapianos. Santana Lopes era Primeiro-ministro e está tudo dito. O :Ilhas foi a minha janela para a blogosfera e o que dali avistei foi um país que, afinal, não estava em coma vegetativo. Quatro anos passados sobre essa data, o colectivo alarga-se a quem dele primeiro deu notícia.
Coincidências.

Como diria sum Edgardo: soyez la bienvenue, Granada, ao Olimpo da blogosfera.

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