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A escandalosa Elizabeth Taylor miraculosamente celebra nesta data 75 anos de vida! Na vida real, como se sabe, a sua carreira foi um pendular exercício entre o sublime e o medíocre. Seja como for importa reter a excelência iconográfica de quando Elizabeth Taylor foi um monstro do cinema, como por exemplo, no aclamado Suddenly Last Summer. Contudo, da vasta filmografia desta Diva de Hollywood, gostaria de revisitar Sandpiper realizado por Vincente Minnelli no longínquo ano de 1965. Neste filme, emoldurado num cenário de uma Califórnia boémia, a luxuriosa Taylor contracena com um elenco de luxo que inclui Richard Burton, Eva Marie Saint e ainda Charles Bronson. À época a fita ficou rotulada como filme avant garde mas mais não faz do que recordar, no respectivo contexto, a celebérrima novela "Chuva" de Somerset Maugham. No filme Taylor é uma estóica mãe solteira, que vive tranquilamente da sua arte, cujo equilíbrio é afectado pelo catraio rebelde que acaba enredado nas malhas do Juiz de Menores. Este endossa o petiz ao cuidado da disciplina férrea de um colégio de inspiração cristã. O reitor é um aprumado e imaculado Richard Burton que, como se prevê, acaba por sucumbir ao canto de sereia de Taylor traindo a ingénua Eva Marie Saint cujo papel é o de uma santa mulher e devota fada do lar. Como se vê o filme não tem nada de extraordinário excepto o décor e um desempenho notável que nos recorda a melhor escola do realismo cinematográfico do cinema Americano. Não é o melhor de Taylor, ou de Burton, mas foi o que retive na retina da memória, porventura, pela asfixiante beleza do cenário de uma Califórnia que não existe fora do celulóide.
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