A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória
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Galerie / Banlieues en flammes via Courrier International
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«há um pormenor destes delírios quotidianos que me escapa: porque será que este tipo de «lumpen», ao ser possuído de furores tumultuários, desata logo a incendiar os próprios bairros e os carros dos vizinhos? É bizarro, porra...ainda se fossem fazer estrilho para o Boulevard Haussman, os Champs Elysées ou assim...Claro que nesse caso a coisa piava mais fino.».
Kzar, Domingo 4 de Novembro no Tapornumporco.
«Em Paris, já se vê o fogo. Mas no resto da Europa, há um fogo que arde sem se ver.».
Domingos Amaral, quarta-feira 9 de Novembro no Diário Económico.
«No plano social, a radicalização da violência só pode trazer um acréscimo de sentimentos racistas e xenófobos em França. Politicamente, a revolta só pode favorecer as políticas securitárias e as forças de direita que normalmente costumam erigi-las em solução para a delinquência ou a agitação social.Seria estultícia pensar que estamos perante um «mal francês», que só aos franceses deve preocupar. Longe disso, infelizmente. O fogo que subitamente deflagrou nas banlieues de Paris e outras cidades francesas pode bem vir a incendiar outras paragens por esta Europa fora, onde as mesmas condições de segregação urbana, desemprego, delinquência e desenraizamento social se reproduzem. ».
Vital Moreira, terça-feira, 8 de Novembro no Público e ainda na Aba da Causa.
«Os «jovens» são de facto os filhos dos imigrantes, cuja demografia salva e condena a Europa ao mesmo tempo, salva-a da extinção demográfica e condena-a a ser uma Europa em cujo espelho a antiga Europa greco-latina e judaico-cristã, a única que há, não se reconhece.Estamos velhos e com medo, este é o estado da Europa.»
Pacheco Pereira, quinta-feira 10 de Novembro no Público e tb. no Abrupto.
«A França que proibiu o véu islâmico vê agora as chamas. O véu tinha, apesar de tudo, melhor aspecto. O que está em debate na Europa é só isto: aceitamos a diferença e damos-lhe todos os direitos ou só a suportamos se ela for tão envergonhada que não se dê por ela.».
Daniel Oliveira Barnabé, Sábado 13 de Novembro no Expresso.
«A Europa está ameaçada de fora e arde por dentro, parecendo em risco de implodir.».
Editorial do Expresso, Sábado 13 de Novembro.
«Os carros queimados são, infelizmente, um grande clássico. Desde as revoltas em Minguettes (nos subúrbios de Lyon), os jovens sabem que são imagens que passam muito bem em televisão. Para eles, é: «Queimo um carro, portanto existo.». sabem que um carro a arder atrai as câmaras. Isto tornou-se mais grave, e estou a moderar as minhas palavras, porque, desde então, há jornalistas que pagam aos miúdos para porem fogo aos carros em frente deles e conseguirem as imagens.».
Adil Jazouly, Sociólogo francês em entrevista ao Público de Sábado 13 de Novembro.
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