terça-feira, novembro 15
O Harry Potter de Boliqueime
Já se percebeu que, mais uma vez, a próxima campanha eleitoral vai ser preenchida principalmente com ataques e insinuações pessoais do que propriamente com discussão de questões de conteúdo. Talvez seja apropriado que assim seja, pois não há cargo mais representativo do que o de Presidente da República e para o exercer o carácter e a personalidade dos candidatos são elementos fundamentais. Mas, e só por se acaso quiséssemos discutir o pensamento político dos candidatos, e se para isso analisássemos a entrevista de ontem de Cavaco na TVI ficamos com uma impressionante sensação de praia deserta em manhã de nevoeiro. O Professor vê-se no seu próprio espelho como a encarnação do mais básico dos sebastianismos, julga-se a salvação do País, que está moribundo, atolado na mais pérfida das crises, e pela sua existência de profissional/académico/tecnocrata, ao ser eleito para o mais alto cargo da nação, um novo e perfumado ar de optimismo e confiança vai inundar a mente fatalista do povo português. Sinceramente, não sei o que chamar a isto. Quem é que Cavaco julga que é? Que poderes mágicos terá o Professor para com um toque de varinha fazer o País resplandecer? Uma coisa sei que não tem, o Professor Cavaco Silva não tem nem a inteligência nem o carácter para perceber que não se muda um País apenas por vontade (boas intenções têm todos os candidatos), nem por palavra, nem mesmo por um aceno de pozinhos de perlim-pim-pim qual Harry Potter de Boliqueime. De facto cavaco continua igual a si próprio, rígido, cinzento, mesquinho, triste, o verdadeiro "homem da Regisconta", só que desta vez não vem de Citroên e pasta com dossiers, vem de Nimbus 2000 e varinha de condão.
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