terça-feira, agosto 31

Outros Abortos

Sem aviso nem very-light, lembrei-me de um dado que pode ter muito a ver com o péssimo filme em que se transformou a vinda do bote da Women on Waves aos mares portugueses. A verdade da coisa é que a maioria do povo português vive ainda nessa inquisitória angustia católica que proíbe o sexo antes do casamento, o sexo sem fins multiplicadores, o sexo sem parceiro, o sexo com parceiro do mesmo sexo, o sexo sem amor, o sexo pelo prazer do sexo, o sexo, o sexo, o sexo.

No fundo esse é o problema, estamos a falar de sexo. Não se trata da vida e da saúde de inúmeras mulheres, como o TóZé se esforça em evidenciar, não é uma questão de cultura e de educação e de, valha-nos DEUS, humanismo, não, não, é tudo uma questão de sexo, é tudo uma questão de, como disse o Sr. Portas, de violarem a nossa soberania nacional. Só as minorias se levantam em grito porque estamos a falar de sexo. A maioria dos portugueses não votou no referendo e não diz nada agora como não dirá daqui a vinte anos porque alguém na família fez um aborto, ou conhece alguém que fez um aborto, 99% das vezes, à luz da lei nacional, clandestino.

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