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Em flash panorâmico sintonizo o telejornal da RTP-Açores e pergunto, num destes dias que passam, "notícias do meu país", e já ninguém cala a desgraça.
O estado da Região, no alinhamento noticioso, é bem sintomático da sua degenerescência: turistas franceses interpelados por jovens autóctones em assalto à mão armada, e isto enquanto jogavam golfe no campo da Batalha em São Miguel, o que presumo não constava do "pacote" turístico; recorrentes relatos de abusos sexuais de menores, desta vez na Terceira; a certeza estatística de que o maior consumo de drogas tranquilizantes de Portugal está entre nós; conflitos laborais nas Lajes com os trabalhadores Açorianos a pedincharem a intervenção do Ministro dos Negócios Estrangeiros (!) para a mediação de aumentos salariais; o prenúncio de escolas a fechar, sem ilhas de coesão que as valham, como na Escola do Salão no Faial; candidaturas para cursos na Universidade dos Açores que se roga não sejam para desempregados qualificados com uma licenciatura...and so on.
São os Açores reais no Telejornal da nossa Terra.
Como não nos deprimirmos com o estado da Região e como não nos "consumirmos" com o seu futuro?
Entretanto, nesta crise de regime, César, e a sua corte, seguindo a mesma fonte noticiosa, prepara-se para gastar mais de 1 milhão de euros nos Jardins dos Capitães Generais em Angra do Heroísmo! Serão os Jardins da Babilónia?
E perante a crítica pelo despesismo, oportuna e justamente feita pelos dirigentes do PSD/Terceira, César responde em epístola imperial que: "há sempre, na política, um bárbaro de serviço" ! São bárbaras as vozes que, em tempo de crise, entendem que não é prioritário gastar 1035000.oo euros nos "Espaços Exteriores" do Palácio dos Capitães Generais? Do ponto de vista das prioridades é uma barbaridade !
Mas este fetiche palaciano não se esgota nesta empreitada de serviço ao regime. Com efeito, de acordo com o Plano Regional Anual 2011 da Região Autónoma dos Açores, da responsabilidade do Governo Regional, estão previstos milhões a investir em "Palácios", a saber: € 466.960 nas "Beneficiações no Palácio da Conceição", € 933.920 em "Beneficiações no Palácio de Santana"; € 466.960. em "Palácio dos Capitães Generais" (em quê não se especifica). Heródoto, que conhecia bem os "bárbaros" e os "déspotas", sabia, e disse-o em forma de aforismo, que é mais fácil enganar uma multidão que um indivíduo. Mas no caso presente, o aviltante epíteto de "bárbaro de serviço", vindo de quem vem, e com os exemplos despesistas e palacianos que exibe despudoradamente, até pode ser um elogio. Mas, com ou sem "bárbaros de serviço", não há multidão que se deixe perpetuar no engano de um indivíduo, mesmo que se trate de um César com uma inclinação perdulária para "Palácios".
Deixo os "Palácios" e regresso ao telejornal e a uma nota final numa notícia positiva. A Câmara Municipal de Ponta Delgada, em parceria com a RDP/Açores, assinou protocolo para investir nas pessoas permitindo no seu concelho o alargamento do sinal de FM a todas as freguesias, da costa norte à costa sul, de Ponta Delgada, e a acessibilidade à 2 e à antena 3 Açores a locais onde ainda não chegavam. Primeiro as pessoas, mais serviço público, mais informação e melhor música, a muita e boa gente que a merece. Depois menos Palácios e Jardins da Babilónia para a corte do regime. Um episódico final feliz a pressagiar um tempo de mudança que tarda em chegar.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 25 de Julho do Açoriano Oriental
Em flash panorâmico sintonizo o telejornal da RTP-Açores e pergunto, num destes dias que passam, "notícias do meu país", e já ninguém cala a desgraça.
O estado da Região, no alinhamento noticioso, é bem sintomático da sua degenerescência: turistas franceses interpelados por jovens autóctones em assalto à mão armada, e isto enquanto jogavam golfe no campo da Batalha em São Miguel, o que presumo não constava do "pacote" turístico; recorrentes relatos de abusos sexuais de menores, desta vez na Terceira; a certeza estatística de que o maior consumo de drogas tranquilizantes de Portugal está entre nós; conflitos laborais nas Lajes com os trabalhadores Açorianos a pedincharem a intervenção do Ministro dos Negócios Estrangeiros (!) para a mediação de aumentos salariais; o prenúncio de escolas a fechar, sem ilhas de coesão que as valham, como na Escola do Salão no Faial; candidaturas para cursos na Universidade dos Açores que se roga não sejam para desempregados qualificados com uma licenciatura...and so on.
São os Açores reais no Telejornal da nossa Terra.
Como não nos deprimirmos com o estado da Região e como não nos "consumirmos" com o seu futuro?
Entretanto, nesta crise de regime, César, e a sua corte, seguindo a mesma fonte noticiosa, prepara-se para gastar mais de 1 milhão de euros nos Jardins dos Capitães Generais em Angra do Heroísmo! Serão os Jardins da Babilónia?
E perante a crítica pelo despesismo, oportuna e justamente feita pelos dirigentes do PSD/Terceira, César responde em epístola imperial que: "há sempre, na política, um bárbaro de serviço" ! São bárbaras as vozes que, em tempo de crise, entendem que não é prioritário gastar 1035000.oo euros nos "Espaços Exteriores" do Palácio dos Capitães Generais? Do ponto de vista das prioridades é uma barbaridade !
Mas este fetiche palaciano não se esgota nesta empreitada de serviço ao regime. Com efeito, de acordo com o Plano Regional Anual 2011 da Região Autónoma dos Açores, da responsabilidade do Governo Regional, estão previstos milhões a investir em "Palácios", a saber: € 466.960 nas "Beneficiações no Palácio da Conceição", € 933.920 em "Beneficiações no Palácio de Santana"; € 466.960. em "Palácio dos Capitães Generais" (em quê não se especifica). Heródoto, que conhecia bem os "bárbaros" e os "déspotas", sabia, e disse-o em forma de aforismo, que é mais fácil enganar uma multidão que um indivíduo. Mas no caso presente, o aviltante epíteto de "bárbaro de serviço", vindo de quem vem, e com os exemplos despesistas e palacianos que exibe despudoradamente, até pode ser um elogio. Mas, com ou sem "bárbaros de serviço", não há multidão que se deixe perpetuar no engano de um indivíduo, mesmo que se trate de um César com uma inclinação perdulária para "Palácios".
Deixo os "Palácios" e regresso ao telejornal e a uma nota final numa notícia positiva. A Câmara Municipal de Ponta Delgada, em parceria com a RDP/Açores, assinou protocolo para investir nas pessoas permitindo no seu concelho o alargamento do sinal de FM a todas as freguesias, da costa norte à costa sul, de Ponta Delgada, e a acessibilidade à 2 e à antena 3 Açores a locais onde ainda não chegavam. Primeiro as pessoas, mais serviço público, mais informação e melhor música, a muita e boa gente que a merece. Depois menos Palácios e Jardins da Babilónia para a corte do regime. Um episódico final feliz a pressagiar um tempo de mudança que tarda em chegar.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 25 de Julho do Açoriano Oriental
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