quinta-feira, novembro 8

A transfusão

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orange segment by Justin Clayton
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Alea Jacta Est…que é como quem diz os dados estão lançados na roda da sorte do PSD-Açores. Amanhã os militantes, votantes, simpatizantes, e também os detractores do PSD-Açores, saberão se na liderança do maior partido da oposição permanecerá o status quo da continuidade ou se teremos uma espécie de regresso ao futuro liderado pelo voluntarismo de Natalino Viveiros. Curiosamente, não deixa de ser paradoxal o temor que Natalino Viveiros causa em ambos os campos do xadrez político. Para alguns correligionários do PSD-Açores a vitória de Natalino Viveiros é um retrocesso e uma revisitação do mota-amaralismo. Contudo, se assim é, não se percebe porque não elevaram antes as suas vozes contra tal "perigosidade" quando, como se sabe, uma das causas de fossilização do PSD-Açores é o fosso geracional que foi cavado pela então jovem guarda avançada de Mota Amaral. Por outro lado, no PS-Açores e nos círculos de oportunidade que gravitam em torno do mesmo, o chiste e o remoque ao estado actual do PSD-Açores é de tal ordem que até parece ensaiado para irradiar, do escasso pluralismo da nossa sociedade, o PSD-Açores e, do mesmo passo, reformar uma personagem como Natalino Viveiros que se pretende arrumar definitivamente no passado. Nesta encruzilhada ficam, por enquanto, duas perguntas sem resposta óbvia: quem tem medo do PSD-Açores e quem tem medo de Natalino Viveiros? Porém, perante o aluimento do PSD-Açores, creio que apesar do gáudio reinante entre a corte Socialista, o tempo demonstrará em casa própria o equívoco de subestimarem o PSD-Açores. Este é muito mais do que um Partido de líderes pois é, intrinsecamente, um partido de bases e de quadros disponíveis para servirem o projecto fundacional do PSD sempre que para tal forem convocados. Contudo, com ou sem Natalino Viveiros, o PSD-Açores, mais cedo ou mais tarde, terá que operar uma reforma profunda na sua linha de orientação política. Desde logo, a curto prazo, é necessário sopesar com rigor a dimensão regional do Partido sem escamotear que nunca poderá resvalar para a secundarização desproporcional do peso político dos militantes de São Miguel. Depois, a médio prazo, há trabalho a realizar na demarcação ideológica do Partido no domínio das opções estratégicas e económicas da Região. Finalmente, a longo prazo, é necessário ambicionar um Partido que não seja hostil à renovação geracional, que saiba internamente ser solidário com a formação de novas gerações capazes de receber o testemunho do passado, retomando o lugar que o Partido merece na sociedade Açoriana. Não é pouco o que se espera do PSD-Açores mas, do futuro líder, apenas se espera a presciência de imprimir um novo fôlego ao partido, sendo certo que a sua revitalização não se faz apenas à conta de balões de oxigénio, mas sim de uma radical transfusão de sangue novo…sem retrovírus !
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.com (*)
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orange # 4 by Justin Clayton
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(*)a.k.a. "projecto publicitário do Eduardo Brum" ... no dizer do meu estimado primo Nuno Barata Almeida e Sousa

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