segunda-feira, novembro 15

Nos Açores também


Por assim dizer, refundar é, por estes dias, palavra de ordem, entre aqueles que sentem todos os dias o peso da “democracia dos outros”: dos que, confortavelmente e do alto de suas poltronas, botam palavra fácil sobre as duras agruras de quem forçosamente tem que poupar; dos que crescem à custa do – cada vez maior – sacrifício daqueles que ficam cada vez mais pequenos (mesmo mais pequenos); dos que gostam de distribuir riqueza, pela alegria de verem uma mão, humildemente estendida em sua direcção.

Por assim dizer, refundar é, hoje, importante. Não para os nossos créditos, mas sim para que as nossas crenças possam prevalecer, face a um revanchismo, latente em tudo (ou quase tudo) o que se lê ou se ouve, onde o “não assunto” abunda, vende jornais e enche a alma dos profetas da desgraça, que quase se rejubilam com o seu mais provável dito – “Eu avisei! Eu bem vi que estávamos destinado a aqui chegar”.

Por assim dizer, a vida de nós todos está profundamente dependente desta necessidade de refundar, numa altura em que alguns dos responsáveis políticos, cansados da liça, já não sabem o que dizem, preocupados apenas com aquilo que os outros aparentemente disseram.

Por assim dizer, refundar assume-se – cada vez mais – como o mais alto desígnio da Nação, com ou sem FMI, que só me faz lembrar os MIB (Men in Black, para os mais distraídos), na sua árdua tarefa de preservar a Terra da presença dos feios e viscosos malfeitores, debaixo de uma ânsia amnésica de refundar a “Ordem” na galáxia (permitam-me algum exagero na ordem de grandeza).

Com “ingenuidade patética” ou não, a certeza de que refundar os corrompidos pelo poder passou a ser um imperativo moral(!), sem deixar que outros venham a seguir o mesmo caminho.

Por assim dizer, há no ar uma vontade generalizada de refundar esta Democracia, nas paragens por onde a reconhecemos. Nos Açores também!

foto daqui

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