terça-feira, novembro 30

“Factura Geracional”

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No dia do juízo final sobre o plano e orçamento regional Carlos César confessou que o passivo directo da região é afinal de 1.500 milhões de €uros. Se tivermos em conta o orçamento paralelo das mais de 60 empresas regionais que medraram ao longo destes anos, adicionarmos os custos das parcerias público privadas, e somarmos as dívidas do sector empresarial que à boleia dos avales e subsídios do governo regional sobe ao podium das maiores empresas Açorianas, o valor real e efectivo da factura que está por pagar é provavelmente muito superior.

Certo é que quem vai pagar a factura não será Carlos César, ou qualquer um dos seus discípulos da teoria do "superávit", mas sim as gerações futuras. Essa factura não será, como aliás confessou o próprio Carlos César, para liquidar "no ano que vem". Ilustrando esse legado, muito para lá do ano negro de 2011, os encargos futuros, como "os das SCUT serão pagos ao longo de 30 anos.". São declarações do Presidente do Governo Regional que ficam para memória futura mas que com justiça fazem de Carlos César, e do seu Governo Socialista, o campeão absoluto do despesismo.

Em parceria partidária com José Sócrates juntos conseguiram bater o recorde do nosso endividamento. Ex-aequo têm a infame "camisa amarela" de líderes da maior crise de sempre, pedalam no pelotão da frente dos valores galopantes do défice e ainda estão no topo do ranking do desemprego. Um palmarés de campeões da ruína em "downhill" das contas públicas, e da economia, que os socialistas vão maquilhando e retocando com o glamour de uma festa que, inevitavelmente, vai um dia acabar. Na ressaca da mesma dissipar-se-á a miragem cor-de-rosa do oásis económico-financeiro que nos prometeram quando começarmos a pagar a respectiva factura geracional. Prometerem-nos um "cluster" de sucesso no meio do Atlântico numa rota sem escala para a crise nacional, europeia ou internacional que por aqui, diziam eles, não teria lugar.

Mas a nossa herança estará hipotecada ao gasto perdulário acima das nossas possibilidades e imputável ao modelo socialista de governação.

Afinal a crise em que nos atolaram tem autoria regional e a projecção futura dos seus encargos ficará por conta das próximas gerações. Esta "pegada" económico-financeira poderá implicar um verdadeiro retrocesso geracional e um imprevisível choque social. É a consequência de uma cultura do desperdício que cometeu ainda a façanha de ficar atrás das outras regiões ultraperiféricas congéneres da Europa apesar desta ter investido nos Açores mais do que em qualquer outra região. Nesse esforço de convergência, por exemplo, Madeira e Canárias aproximaram-se do nível médio de rendimento da União Europeia em percentagens acima dos 90 %. Nós por cá, a receber mais do dobro das outras regiões, não conseguimos valores aceitáveis de convergência.

Com toda esta cornucópia de euros da União e com o novo-riquismo da República subimos apenas nos valores que representam um dano social, por exemplo, temos 10 % dos agregados familiares Açorianos sob o fantasma do desemprego. E este valor tem tendência a aumentar já no próximo ano. Infelizmente para estes novos desempregados as “novas oportunidades” serão apenas a perspectiva descendente com a probabilidade de terem alguém na família que seja mais uma unidade nos beneficiários do rendimento social de inserção que, por ora, abrange cerca de 20.000 beneficiários nos Açores. Este modelo económico e social tem exaurido os Açores e as energias dos Açorianos.

Se há uma lição para o futuro a retirar desta factura geracional será percebermos que, eventualmente, teremos que refundar a Autonomia num pacto com os Açorianos que esquecendo o assistencialismo despesista convoque os Açores para "meter mãos à obra" com mais Trabalho e menos Estado.

João Nuno Almeida e Sousa no Açoriano Oriental

www.ilhas.blogspot.com

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quinta-feira, novembro 25

3º dia

3º e último dia de trabalhos parlamentares @ Horta para as intervenções finais e votação do Plano e Orçamento da RAA para 2011.

Sob escuta

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O Hôtel Costes existe e respira o l'air du temps de Paris. Por aqui fica a sugestão dos ecos remisturados e redistribuídos pelo dj de serviço.

quarta-feira, novembro 24

Portable Spiral of History

Fotografia Bernardo Rodrigues, Nov'10 *
Um projecto de Bernardo Rodrigues apresentado, hoje, na inauguração da Arte Lisboa 2010.

* Objecto fotografado na sua fase de acabamentos

segunda-feira, novembro 22

Amesterdão não é aqui !

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Amesterdão é a capital das liberalidades. Descontando enormes diferenças também entre nós somos capazes de irmanar, à nossa escala, com essas realidades de vanguarda. Assim, tal como Amesterdão tem a "Dam" também nós temos, por exemplo, as "Portas do Mar" cuja linha arquitectónica, infelizmente, é substancialmente menos interessante do que a da praça "Dam". Esta praça na capital Holandesa é um centro de animação urbana, ladeada de cervejarias, e cercada por inconfundíveis incensos de cannabis mesclada com as feromonas do bairro da lanterna vermelha mais próximo.
Como também gostamos de ser modernos não há razão para ficarmos atrás. Podemos até ficar à frente! Por exemplo : entre nós o consumo de cannabis, no lado poente das "Portas do Mar" em geral, e particularmente no deck marítimo e nas cercanias da baía dos bares do costume, é generalizado e feito ao ar livre em regime de festival. Em suma : aparentemente é tão legal como a "imperial". Essa é uma realidade factual que se recomenda seja conferida no local pelos beneméritos sociais que estudam e peroram sobre estas coisas das ciências sociais.
O certo é que a forçada comparação com o modelo liberalizante dos Países Baixos acaba aqui. De acordo com a Lei Holandesa é permitida a venda de cannabis - (incluindo a alegadamente produzida na ilha do Pico que se diz ser de qualidade gourmet) – mas apenas em coffeeshops. Nesses cafés a venda legal, e tributada pela Coroa Holandesa, está limitada a 5 gramas de cannabis per capita e apenas a maiores de 18 anos. Ademais, o consumo é efectuado no coffeeshop que, também por lei, está proibido de vender álcool e muito menos quaisquer outras drogas que não as derivadas da planta cannabis sativa L., sob pena de fechar as portas como é expectável num país civilizado. Ninguém está impedido de comprar o seu producto derivado da planta de cannabis e sair da loja com o mesmo para consumo privado, desde que não o faça em público fora da coffeeshop. O modelo é tão liberalizante que o cidadão que queira consumir a sua "erva" no coffeeshop a isso não está impedido, basta que tenha a cortesia de comprar uma bebida não alcoólica no estabelecimento.
Como se vê a semelhança com a nossa realidade só coincide com a existência do consumo. Por cá, nas "Portas do Mar" e similares, só não vê quem não quer, temos bandos de pré-adolescentes a "ganzarem" desinibidamente sem qualquer constrangimento legal ou social. Culturalmente já estão arrumados na categoria de "sensation seekers" que agrupa a miudagem que está socialmente integrada e até não têm "deficits de competências" - (para usar o léxico da psicologia) - mas apenas buscam o hedonismo de novas sensações. Recentemente foi até formalizada a denúncia de que crianças de 12 anos já vagueiam pelas ruas das nossas cidades até madrugada com overdoses de consumos vários pois a nossa cultura, e a indústria da noite, favorecem essa desgraça.
A verdade é outra e mais vasta do que a retórica moralista. No laxismo em que hoje se vive, desresponsabilizaram-se as famílias, desautorizaram-se os modelos parentais e a sociedade desregulou-se vivendo agora em auto-gestão. Para qualquer liberal que se preze o Estado deve abster-se de intervir nos costumes e na vida privada de cada um, excepto quando tenha o dever de o fazer para salvaguardar determinados bens jurídicos. O mínimo que se pede é que o Estado actue para tutela de bens socialmente relevantes como, por exemplo, a formação da personalidade infantil e a salvaguarda de um modelo formativo da adolescência a bem do seu futuro. Como qualquer liberal também o sabe a liberdade implica responsabilidade individual e colectiva, sob pena de vivermos sob uma espécie de darwinismo social.
Infelizmente, Amesterdão não é aqui.

João Nuno Almeida e Sousa na edição de hoje do Açoriano Oriental

domingo, novembro 21

'1 país de cães'

Obama destaca raízes portuguesas do seu cão
Politicamente correcto a quanto obrigas?! O The Real World da Cimeira?! Ou estes 'encontros' também se fazem destes pequenos 'momentos de descontração'?!...

sábado, novembro 20

Cinema - hoje - ao final da tarde

Programa oficial Açores - Região Europeia'10
23 Out a 27 Dez'10 Ciclo de Cinema Holandês
18h00 / Cinemas Solmar / Entrada gratuita

Storm Bound (2007)
Realizador Steven de Jong

Sinopse Três adolescentes de uma cidade portuária holandesa embarcam numa primeira viagem através do oceano. Ao se aproximarem da exótica ilha de Java, um incêndio destrói o navio. Os rapazes conseguem chegar a terra, mas não é o paraíso que esperavam.

quinta-feira, novembro 18

quarta-feira, novembro 17

Up with People

Comecemos por refundar as pessoas


Lyrics to Up With People :
Yes there comes a booming sound
It used to come from underground
Now it emenates
From a kind of welfare state
Of the soul
Yeah baby of the soul

And of the sweet sweet soul
Let's be certain
Of the deliberate monologue
As sure as if it will fall
Across you
Unto you
Will most certainly leave the doing undone

Come on undone

And we are doing
And we are screwing
Up our lives today
What's that we chanted
It's this we planted
C'mon progeny

Sabe bem ter vizinhos como estes...



video daqui

terça-feira, novembro 16

A verdade reposta

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A propaganda do nacional-socialismo produziu um aforismo que ficou célebre: se uma enorme mentira for replicada muitas vezes o Povo acreditará na mesma como se fosse verdade. Porém, não é à força da repetição "ad nauseam" de uma falsidade que esta se converte em verdade. Alguns profissionais da política do regional socialismo, licenciados pela universidade do carreirismo partidário, não aprenderam ainda essa lição e sempre que têm palco mediático repetem o mesmo espectáculo burlesco. Com a gravidade clínica de uma mania sempre que podem reincidem no número de "stand-up comedy" em que se transformou a repetição enlatada das mesmas mentiras.
Exemplo dessa performance é o recorrente panfleto dos socialistas de Ponta Delgada que, sem qualquer fundamento, afirmam que a Presidente do Município, enquanto última Secretária Regional das Finanças do PSD, deixou a Região "à beira do precipício" financeiro. Remetem-se a um passado distante, de memória longínqua, ilustrando-o com uma falsidade grandiloquente na expectativa presente de credibilizar uma mistificação. Ora, Berta Cabral foi Secretária Regional das Finanças apenas de 95 a 96. Seria humanamente impossível em tão reduzido exercício de gestão produzir os resultados propagandeados. Efectivamente, a verdade é outra.
Ao contrário da opacidade financeira do actual Governo Regional, Berta Cabral, quando foi responsável pelas finanças Açorianas, a primeira medida que tomou foi de transparência ao publicitar as contas da Autonomia. Fê-lo em sede própria e na primeira vez que se dirigiu à Assembleia Regional. Voltou a fazê-lo quando cessou o mandato e passou a Deputada Regional. Assim, em 1995, e enquanto Secretária Regional das Finanças, Berta Cabral prestou contas ao Parlamento Regional, designadamente, dando nota de que a Dívida Directa da Região rondava os 101 milhões de contos - (cerca de 504 milhões de €uros). Posteriormente, em 1996, e enquanto Deputada Regional, Berta Cabral voltou a fazer o balanço da sua gestão e do PSD quantificando o valor da Dívida Directa da Região na ordem de 113 milhões de contos - (cerca de 567 milhões de €uros). Afinal o saldo de Berta Cabral, nas contas da Região, foi apenas de aproximadamente 12 milhões de contos, ou seja, cerca de 63 milhões de €uros. Importa ainda não esquecer que se tratava de Dívida Pública Integral objectivamente espelhada no Orçamento da Região pois, à data, não tínhamos ainda mergulhado na miragem do oásis do superávit da desorçamentação que actualmente vigora na Região.
Depois deste rol de contas veio o "camarada" Guterres e a "Autonomia cooperativa" que fez o "reset" das contas regionais. Tudo isto num esforço inglório pois, apesar dessa liquidação benemérita do passivo Açoriano, o Governo do "camarada" César, partindo do "zero", conseguiu a proeza de uma dívida pública que hoje já ronda os mil milhões de €uros! Esta é a verdade dos factos que não se mascara com a mentira de ocasião agora repetida a pretexto de uma auditoria a uma empresa municipal de Ponta Delgada que foi arquivada com meras recomendações administrativas. Com dolosa má fé essa realidade também é manipulada até porque convém para encapotar outras contas. As mesmas, por exemplo, que o Tribunal de Contas quantificou em auditoria de 2008 à Região e que dava nota da tendência de aproximação de 1000 milhões de dívida regional representando mais de 20 % do PIB regional. No mesmo documento ficou emoldurado um saldo negativo da conta da região de cerca de 43 milhões de €uros, tendo em conta os encargos assumidos e não pagos, e a mácula de 33 milhões de €uros de subsídios, por coincidência atribuídos em ano de eleições, sem qualquer enquadramento legal.
Hoje, sabe-se que a dívida regional continua a crescer e expande-se através de empresas de capitais públicos criadas em catadupa. Efectivamente, só o governo PS de Carlos César, que em 1996 prometeu uma administração de contenção, criou até hoje mais de 60 empresas públicas regionais! Hoje, não se sabe qual o valor real e efectivo da dívida regional até porque as contas das empresas regionais não foram ainda apresentadas ao Parlamento do Povo Açoriano apesar de sobre as mesmas estar pendente um requerimento ao Governo para que as apresente no plenário. Ao contrário da contabilidade autárquica de Ponta Delgada que está disponível na internet, no sítio institucional do Município, as contas da Região e particularmente das empresas regionais estão "guardadas a sete chaves". A verdade é que as contas da Região padecem de uma enfermidade que é já crónica: falta de transparência, desorçamentação e subsidiação duvidosa. Querer esconder estes resíduos tóxicos da autonomia do superávit é como querer tapar o sol com a peneira. Mas as "peneiras" dos comissários políticos do costume não resistem ao endeusamento da mentira e ao mais descarado malabarismo para nos distraírem de uma Região falida e com o futuro hipotecado.
Por este andar a Região Socialista dos Açores não tarda e estará bem pior do que o Governo da República de José Sócrates.

João Nuno Almeida e Sousa na edição de hoje do Açoriano Oriental

segunda-feira, novembro 15

Nos Açores também


Por assim dizer, refundar é, por estes dias, palavra de ordem, entre aqueles que sentem todos os dias o peso da “democracia dos outros”: dos que, confortavelmente e do alto de suas poltronas, botam palavra fácil sobre as duras agruras de quem forçosamente tem que poupar; dos que crescem à custa do – cada vez maior – sacrifício daqueles que ficam cada vez mais pequenos (mesmo mais pequenos); dos que gostam de distribuir riqueza, pela alegria de verem uma mão, humildemente estendida em sua direcção.

Por assim dizer, refundar é, hoje, importante. Não para os nossos créditos, mas sim para que as nossas crenças possam prevalecer, face a um revanchismo, latente em tudo (ou quase tudo) o que se lê ou se ouve, onde o “não assunto” abunda, vende jornais e enche a alma dos profetas da desgraça, que quase se rejubilam com o seu mais provável dito – “Eu avisei! Eu bem vi que estávamos destinado a aqui chegar”.

Por assim dizer, a vida de nós todos está profundamente dependente desta necessidade de refundar, numa altura em que alguns dos responsáveis políticos, cansados da liça, já não sabem o que dizem, preocupados apenas com aquilo que os outros aparentemente disseram.

Por assim dizer, refundar assume-se – cada vez mais – como o mais alto desígnio da Nação, com ou sem FMI, que só me faz lembrar os MIB (Men in Black, para os mais distraídos), na sua árdua tarefa de preservar a Terra da presença dos feios e viscosos malfeitores, debaixo de uma ânsia amnésica de refundar a “Ordem” na galáxia (permitam-me algum exagero na ordem de grandeza).

Com “ingenuidade patética” ou não, a certeza de que refundar os corrompidos pelo poder passou a ser um imperativo moral(!), sem deixar que outros venham a seguir o mesmo caminho.

Por assim dizer, há no ar uma vontade generalizada de refundar esta Democracia, nas paragens por onde a reconhecemos. Nos Açores também!

foto daqui

quinta-feira, novembro 11

Agente Provocador



A artista plástica Nina Medeiros é a convidada, desta semana, do Agente. A sua mais recente exposição individual e os 30 anos de actividade da Academia das Artes dos Açores, da qual é a actual directora, são tópicos para a conversa a 4 desta 5ªfeira.

Para ouvir em directo na Antena3-Açores a partir das 22h00, nas seguintes frequências:

S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz

À LEI DA BALLA

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projecto Balla uma excelente montra da pop made in Portugal

quarta-feira, novembro 10

E aqui fica o bolo...

Politicamente correcto.




Com abraços, e laços fortes

foto daqui

Aviso à navegação

O :ILHAS fez 7 anos, no passado dia 06 de Novembro, e não teve direito a bolo. Não é que daí venha algum mal ao mundo mas fica o post.

A idade e o discernimento já não são os mesmos. As nossas desculpas pelo transtorno.

Aproveito esta entrada para agradecer ao Tibério Dinis a nomeação, deste sítio relativamente bem frequentado, para Blogue Açoriano'2010. A administração agradece e retribui.

terça-feira, novembro 9

A ler o que por cá não se escreve

Jazzores: aposta ganha na criatividade *
Durante uma semana, em Ponta Delgada, os apreciadores das facções mais avançadas do jazz viram-se imersos num desafiante e arrojado programa de concertos diários. À partida, a aposta do festival era arriscada, ao convocar sobretudo projectos ligados às franjas mais livres e radicais do jazz. Com alguns concertos inesquecíveis, salas bem compostas e uma audiência verdadeiramente interessada, ficou clara a sensação de que a aposta havia sido ganha.

O arranque deu-se com o trio do lendário Charles Gayle, saxofonista negro que representou aqui as raízes mais clássicas do free jazz, com ligações ao gospel e aos blues. Gayle revelou uma forma notável, soprando livre, ágil e poderoso no saxofone tenor e surpreendendo como pianista, num registo espiritual, derivado de Monk, bastante mais amadurecido do que em gravações anteriores. Num concerto que demorou um pouco a aquecer para depois se instalar num nível altíssimo, o contrabaixista Larry Roland e, sobretudo, o baterista Michael Wimberly mantiveram um fogo contido, de grande vibração, destinado sobretudo a realçar o discurso notável de Gayle.

No segundo dia, apresentou-se no salão nobre do Teatro Micaelense o pianista norte-americano John Blum, a solo. Incompreendido e ignorado por muitos, verdadeiramente idolatrado por outros, Blum é um músico brilhante de difícil categorização. Num set de uma única peça improvisada, lançou-se sobre o teclado do piano com uma impressionante energia anímica, construindo um aparente caos de notas percurtidas, marteladas, afagadas, glissandos selvagens e cotoveladas brutais, num todo que tem tanto de pura intuição como de rigor musical. Discutível foi a utilização repetida das mesmas soluções rítmicas e harmónicas, em ciclos desenvolvidos de forma quase idêntica.

Robert Glasper, pianista que grava para a Blue Note um pós-bop algo incaracterístico, revelou ao vivo possuir uma requintada subtileza harmónica e um conceito rítmico vibrante, baseado na repetição hipnótica de motivos. Mais próximos da soul e do hip-hop do que do jazz (por momentos pareceu-nos ouvir a voz de Jill Scott), Glasper e os seus dois companheiros, Vicente Archer no contrabaixo e Mark Colenburg na bateria, demonstraram a sua fortíssima base académica e realizaram um interessante estudo jazz sobre a estrutura da canção popular.

Na noite de 31 foi a vez do trio e quinteto electroacústicos liderados pelo violinista Ernesto Rodrigues. Improvisador de grande nível e responsável por uma das mais importantes editoras europeias deste género musical (Creative Sources), Rodrigues fez-se aqui acompanhar por Carlos Santos, no computador e processamento electroacústico, e Guilherme Rodrigues, violoncelo, aos quais se juntaram posteriormente Gianna de Toni, contrabaixo, e Luís Couto, na guitarra eléctrica. Na segunda parte, em quinteto, a única a que me foi possível assistir, a música surgiu contraditória com o espaço (auditório principal), incapaz de transpor a barreira invisível do palco e comunicar a riqueza de detalhes que habitualmente integra. Uma estrutura demasiado horizontal e alguma falta de dinâmica acabaram por complicar ainda mais as coisas.

Telepático, o trio do saxofonista Evan Parker assinalou o ponto alto do festival. Acompanhado por John Edwards no contrabaixo (magistral) e Tony Marsh na bateria (colorista mais que ritmatista), Parker realizou um concerto notável onde foi possível perceber que se aproximou irreversivelmente do jazz. Longe das abstracções metafísicas que fizeram a sua glória em discos como Conic Sections, The Snake Decides ou London Air Lift, Parker é hoje um jazzmen, fraseando as linhas de free com excepcional clareza e agilidade e continuando a surpreender com secções onde utiliza a respiração contínua para actualizar o conceito de "lençóis de som" preconizado por Coltrane nos anos 60.

Finalmente, a encerrar o Festival, um dos momentos mais aguardados: o duo de Wadada Leo Smith e Louis Moholo-Moholo, duas lendas do jazz. No entanto, cedo se percebeu que Leo Smith estava num dia não, demasiado cansado para vencer a simples inércia dos movimentos físicos mais básicos. Apesar disso, Moholo depurou a sua linguagem, com ligação directa às raízes africanas do jazz, e aproximou-se da quase imobilidade de Leo Smith com um drumming encantatório que potenciou os ambientes altamente espirituais do trompetista. Acabou por se revelar a classe excepcional de ambos e a fragilidade de toda a música mais criativa, vulnerável por completo a pequenas oscilações de humor ou energia
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* Rodrigo Amado in Público de 6 Nov'10

segunda-feira, novembro 8

“A Ciência e Nós”

Novembro é mês de divulgação da ciência em São Miguel
no antigo Casino Terra Nostra


cartaz daqui

"Novembro é o mês da divulgação da cultura científica em Portugal, e nos Açores vários centros de ciência e associações regionais juntaram esforços para desenvolver uma série de actividades até ao final do mês. O arranque foi dado com uma exposição multidisciplinar, denominada “A Ciência e Nós”, inaugurada no início do mês no antigo Casino Terra Nostra, nas Furnas, que reúne várias exposições do OMIC (Observatório Microbiano dos Açores), do OASA (Observatório Astronómico de Santana) e dos Amigos dos Açores, que vão guiando os visitantes por uma viagem de “reflexão do que é para nós a Vida e a origem da Diversidade da Vida no nosso espaço físico e temporal.” “No fundo é um desafio que fazemos às pessoas para que explorem a questão da evolução, desde a formação dos planetas até à origem da vida na Terra e a sua biodiversidade”, explicou Paula Aguiar, responsável do OMIC. Paralelamente à exposição, vária actividades distintas estão marcadas no calendário, a começar pela exposição “A Biodiversidade Termal dos Açores”, inaugurada no próximo dia 11 e que poderá ser visitada todas as terças e sextas-feiras de Novembro, entre as 14h00 e as 18h00, no Centro de Interpretação do OMIC, nas Furnas. No dia 13 de Novembro, os Amigos dos Açores promovem duas sessões de observação de aves, uma na Marina de Ponta Delgada com início marcado para as 09h30, e outra na Lagoa das Furnas, a começar às 10h30. Ainda no dia 13 de Novembro, pelas 16h00, tem lugar no antigo Casino Terra Nostra uma sessão pública sobre a participação cívica em actividades de protecção da natureza, como o SOS Cagarro, e no dia seguinte os Amigos dos Açores promovem um passeio pedestre entre a Lagoa das Furnas e a Ribeira Quente. No dia 18 de Novembro, o OASA promove nas suas instalações em Santana mais uma Noite de Quarto Crescente, entre as 20h00 e as 22h00. Entre as restantes actividades, merecem destaque uma palestra sobre o Sistema Solar e a Terra, no dia 23 de Novembro, novamente no antigo casino Terra Nostra, pelas 19h30, a que se seguirá uma observação nocturna de astros. No dia 26 de Novembro, o OMIC promove nas suas instalações uma “Festa Pijama com os nossos amigos Micróbios”, entre a 19h30 e as 22h30, e nos dias 27 e 28, entre as 09h30 e as 13h00 um Safari Microbiano. No dia 27 de Novembro, o antigo casino Terra Nostra recebe uma sessão pública de discussão sobre “A conservação da Natureza e a Economia dos Açores”, actividade com a qual chega ao fim em São Miguel o mês da divulgação da cultura científica.• Esforço conjunto e sem apoios Paula Aguiar, responsável pelo OMIC (Observatório Microbiano dos Açores), acredita que pelo esforço conjunto dos centros de ciência e associações envolvidas na organização de todas estas actividades, a experiência deste ano poderá ser repetida nos próximos. Esta actividade, referiu, foi organizada sem necessidade de recorrer a qualquer tipo de financiamento extraordinário, tendo contado apenas com o apoio do Terra Nostra Garden na cedência do espaço do Antigo Casino Terra Nostra."
Isidro fagundes

O melhor Juiz.

"Quanto mais vivia, mais morta se tornava a vida. Como se descesse passo a passo de um monte, pensando que estava a subir. Era isso mesmo. Na opinião da sociedade, ele subia ; mas proporcionalmente, a vida abandonava-o". "A Morte de Ivan Illitch", de Lev Tolstói, é uma poderosa reflexão sobre a vida que se recomenda num tempo em que se celebram os fiéis defuntos.
Nesta obra-prima da literatura universal a epifania sobrenatural chega-nos no fim com o moribundo Ivan, no seu leito de enfermo, suspirando com o "fim da morte" que foi toda a sua vida. Numa primeira leitura acertamos esta revelação com a dimensão filosófica e espiritual de que há vida para lá da morte biológica como, tradicionalmente, nos prometem as doutrinas da ressuscitação, da reencarnação, ou da perpetuidade da alma. Numa leitura mais atenta recuperamos toda a vida deste Ivan Iliitch. Juiz de profissão, a sua história "fora uma das mais simples e banais, por um lado, e das mais funesta, por outro", sempre em busca da promoção pessoal até à corte suprema do colégio de juízes. Um homem que cedo mimetizou uma escola que apesar de estar doutrinariamente virada para a regulação social apenas vivia para o seu próprio umbigo. Efectivamente, na sua formação "na Escola de Direito cometeu certos actos que outrora lhe teriam parecido ignobilidades e a ele próprio repugnavam, quando os praticava; mas posteriormente, depois de observar que personalidades altamente colocadas cometiam os mesmos actos, sem serem considerados malfeitorias, esqueceu-os completamente, ainda que não os achasse benignos, e as respectivas evocações não o incomodavam minimamente.".
Foi com esta Licenciatura que o jovem Ivan partiu em busca de sucessivas comissões de serviço, cada uma mais elegante e prestigiante do que a precedente, mas todas elas orientadas para uma única finalidade: ele próprio.
Viveu uma vida cheia de urbanidades e mesuras, distribuindo lisonjas a troco de sinecuras, vestia como um dandy e vivia como um burguês parisiense em contínua ascensão social. Subitamente, no topo de um escadote e enquanto mudava os cortinados do seu cómodo com o fito de maior projecção social, caiu e foi acometido de um gosto maligno na boca que antecipava o seu fim precedido de um longo calvário.
Uma vida banal e uma morte inesperada não são ingredientes para uma obra-prima da literatura mas Tolstói deixa-nos algo mais do que esse registo. A verdadeira epifania que vive Ivan Iliitch, como qualquer mortal, é a consciência de que uma vida pecaminosa - (como a do personagem) - é uma morte moral. Consequentemente, uma vida de acordo com a moral é o regresso a Deus pois uma vida imoral é o nada ou o equivalente a uma mortificação da alma. Para os crentes o livro de Tolstói é uma alegoria pois, para lá da fronteira da corrupção do corpo, existe a chama da vida Divina para a qual os mortais, como Ivan e tantos outros, morrem para nascerem numa outra vida. Para os incréus a obra em causa é uma soberba sátira social que nos lembra que tudo se compra, menos a saúde, e que no final o melhor juiz é sempre a nossa consciência.

João Nuno Almeida e Sousa na edição e hoje do Açoriano Oriental.

domingo, novembro 7

Acordeão + Violoncelo


Mika Väyrynen é considerado um dos maiores acordeonistas do Mundo.

Venceu oito concursos, incluindo o primeiro prémio da Coupe Mondiale, em Lucerna, na Suiça, em 1989.

Apresenta-se hoje, em concerto, com o violoncelista Jan-Erik Gustafsson.

O programa inclui obras de B. Bartók, S. Gubaidulina, J. Kaipainen, G. F. Haendel, J. Sibelius, A. Scriabine, P. I. Tchaikovski, A. Piazzolla.

Recital integrado na Temporada Música 2010.

quarta-feira, novembro 3

Crise?

... de valores, sobretudo.

Apeteceu-me hoje retratar o estado de risco de implosão em que a Região Autónoma dos Açores se encontra.

Depois de quatro páginas escritas sobre esta temática horripilante, eis que me confrontava com uma falta de clareza atroz, que culminava numa escrita mal estruturada e cheia de “gaps” intoleráveis (um pouco como a vida que se vai vivendo aqui por estes Açores, enfim).

Desisti, portanto, e como já devem ter calculado, de escalpelizar toda a situação, por se tornar maçuda e improvavelmente interessante.

Resolvi, em vez disso, contar um pequeno acontecimento banal que aconteceu em mais um destes dias de banalidades, quando alguém se dirigia a um amigo de longa data - daqueles que conhecemos desde sempre – e dizia, como quem não quer a coisa: “Foi uma pena teres dado nota da tua orientação política há algum tempo atrás, senão, onde não estarias tu neste momento.”

O meu amigo apressou-se a desvalorizar o dilema, dizendo que as pessoas têm ou não têm valor, acrescentando que, quem tem, tem por obrigação colocá-lo ao serviço do bem comum (coisa que este meu amigo faria com muito bom gosto).

O problema, procurando apurar o que aqui está verdadeiramente em causa, é, por mais valor que as pessoas possam ter, servindo por conseguinte para a defesa do bem comum, ou da rés pública se preferirem, só será utilizado caso permitam aqueles que chamam a si essa responsabilidade, supostamente legitimada por sufrágio, devendo, em minha opinião, ser levada ao extremo na sua prossecução, acima de qualquer reserva que não a luta pela preservação dos recursos naturais e pelos direitos dos homens seus concidadãos, com equidade e respeito pela diversidade.

E o que vemos nós a esse respeito?
Como o mérito de cada cidadão é muito mais difícil de identificar do que distinguir as cores que, de repente, qualquer cidadão possa eventualmente ostentar, vai-se premiando o pictórico em detrimento do intelecto.

Neste carrossel, até os melhor intencionados vão ficando contaminados com a vertigem da viagem, que lhes faz dizerem coisas incapazes de resultar do raciocínio que haviam sido capazes de estruturar até então, ou seja, até começarem a rodopiar vertiginosamente nessa viagem.

No entanto, o problema deste meu amigo não se resume a esta pobre dialéctica com o poder instituído. Por seu turno, os entrincheirados do outro lado, que podiam aproveitar a massa cinzenta disponível para contrapor com propriedade e argumentar com criatividade, já têm os “boys” de outrora que agora vislumbram um reentrada de Leão, apostados apenas no suposto desgaste politico dos seus adversários (quiçá corrompidos pelo poder, em função do seu exercício por tanto tempo), em vez de assentarem a sua caminhada numa reflexão cuidada e consequente sobre o verdadeiro estado das coisas e a sua influência no quotidiano dos açorianos, o que faz com que ninguém se sinta convencido com esta dita alternativa credível que pretendem ser.

A discussão que se estabelece por estes dias, nos vários ciclos e hemiciclos, tem muito mais a haver com o pequenino da questão (o orador que utiliza toda a sua capacidade retórica quando lhe cabe a vez de utilizar a palavra e acaba quase invariavelmente no insulto fácil a quem não partilha da sua douta opinião) do que com a ordem de grandeza relativamente à influência que os temas discutidos têm na vida desta sociedade insular.

Dirão alguns que tal comportamento não é de estranhar, quando a malta está maioritariamente preocupada com a manutenção do seu status quo.

Outros dirão que o meu amigo é um asno por se preocupar com estas coisas, pois, é o sistema político que temos montado e, se não está satisfeito com os actuais representantes, crie um novo partido (coisa que o meu amigo rapidamente faria e a apelidaria de Força Cívica Viva) e vá à luta (talvez a ajuda dos “Homens da Luta” não fosse de deixar de lado).

Eu, se calhar mais comedido, desaconselharia tal medida, pois acredito que o que está a provocar este suicídio colectivo é a falta de inteligência e de perspicácia para se identificar os meliantes e os seus malabarismos, bem como, a falta de honestidade e coragem para colocar um fim a este modelo que, aparentemente, começa por criar os profissionais da política que, dali a nada, se transformam (à imagem da metamorfose kafkiana) em parasitas de um modelo social cada vez mais débil e menos esclarecido.

Há quem diga que há um polvo que tudo procura controlar. Eu diria antes que, nós todos e novamente, estamos a deixarmo-nos encobrir por uma massa de xailes negros que nos suga a massa crítica, que nos suga a alma e nos impede de rejeitar este regime de treta.

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Último dia



Sons finais para a edição, deste ano, do Jazzores com «(...) o extraordinário duo de Wadada Leo Smith e Louis Moholo-Moholo, duas grandes figuras que deixaram profundas marcas no jazz mais aberto e criativo do séc. XX. (...), na linha de um jazz universal que procura a comunicação entre os povos e as diferentes tradições culturais».

terça-feira, novembro 2

Crise de regime.

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"Para além de um determinado limite, o aumento de impostos acaba por redundar numa diminuição das receitas fiscais porque os rendimentos do trabalho e do capital deixam de ser atractivos, como se demonstra pela curva de Laffer. Este economista demonstrou a existência de uma taxa fiscal optimizada que proporciona o maior nível de receitas fiscais, ou seja provou que as reduções de impostos não só impulsionam a economia como podem encher os cofres do Estado. O excesso de regulamentação tem um efeito semelhante, porque estrangula a produção e a criação de riqueza. O excesso de impostos e de normas levam à fuga de capitais e de talentos para outros mercados mais favoráveis. Além de que, e paradoxalmente, os impostos elevados e a abundância de regulamentos, que são instrumentos tentaculares da autoridade do Estado, resultam numa diminuição real dessa mesma autoridade, à medida que as actividades económicas se vão colocando cada vez mais à margem da lei e vão engrossando a economia paralela." A citação é muito mais do que ciência política e doutrina económica pois, na prática, é o reflexo da realidade de anos de políticas de esquerda que têm dominado a Europa. Nas condições referidas, o juízo de prognose favorável à prosperidade da economia paralela não se fica pelos livros. Há, infelizmente, casos práticos em abundância, sendo que nesta matéria Portugal arrisca-se a um lugar na respectiva lista negra. Como case-study mais recente temos o processo de corrupção "Face Oculta" que até motivou o Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses a afirmar que os cortes orçamentais previstos em 2011 para a Justiça em geral, e a redução remuneratória de 20 % nos subsídios de fixação e de compensação dos magistrados em particular, são "a factura (das magistraturas) por terem incomodado os boys do Partido Socialista" ! O facto é que o drama estrutural de Portugal não se resolverá com mais impostos e mais regulamentação pois a partir de um determinado ponto o retorno é negativo com a quebra de receitas fiscais e o aumento da corrupção. A Pátria está exangue, sem governo e sem orçamento à vista, com uma Presidência da República em trânsito e com uma crise profunda na Justiça cada vez mais delapidada por este poder político. Com esta realidade esta espécie de governo que ainda vegeta olha para o futuro com um orçamento do estado que a todos penaliza, mas doura a pílula com aumentos orçamentais de 20 % no Ministério do Ambiente e incentivos fiscais nas energias renováveis. Este é o exemplo típico do delírio de uma esquerda que nunca viu a realidade tal como ela é pois vive na fantasia faustosa da corte republicana. Nunca como hoje, - como sugere aliás a citação inicial de uma reflexão de Margaret Thatcher -, foi tão necessário um governo com a noção objectiva da realidade e das suas proporções à escala do cidadão comum. Alimentar caprichos e desventuras orçamentais é um placebo paliativo que só adia o inevitável tratamento de choque causado por uma crise de regime da qual o orçamento do estado é apenas uma metástase.
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João Nuno Almeida e Sousa no Açoriano Oriental (ed. 1 de Novembro)

segunda-feira, novembro 1

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"Na Escola de Direito cometeu certos actos que outrora lhe teriam parecido ignobilidades e a ele próprio repugnavam, quando os praticava; mas posteriormente, depois de observar que personalidades altamente colocadas cometiam os mesmos actos, sem serem considerados malfeitorias, esqueceu-os completamente, ainda que não os achasse benignos, e as respectivas evocações não o incomodavam minimamente."

Lev Tolstói: "A Morte de Ivan Iliitch" ... numa leitura particularmente adequada em dia de finados.

Música Antiga


O Festival de Música Antiga, organizado pelo Grupo Johann Sebastian Bach, arranca esta noite com um concerto na Igreja do Colégio, em Ponta Delgada.