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Em recente parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas é novamente exposta a fragilidade do "quarto poder" na Região Autónoma dos Açores. À margem dos pormenores de uma peça jornalística da RTP-Açores, que registou em "fast forward" um evento institucional de croquetes, entremeados com espumante, o que fica, no essencial, é a certeza de que há ingerências repetidas do poder político no trabalho dos jornalistas. Não é novidade nem é pecado exclusivo do actual Governo Regional. Porém, a reincidência da "alegada ingerência política", nomeadamente na Televisão do Estado, "é uma matéria bastante sensível que deve ser tratada com equilíbrio e respeito pelos vários intervenientes". Partilho desta mesma opinião sufragada pelo Senhor Secretário Regional Adjunto da Presidência pelo simples facto de que dá por assente, nas entrelinhas, que o problema existe ! A causa destas tentações de manipulação da comunicação social nos Açores é sempre a mesma: a instabilidade económico-financeira associada à escassez de recursos, materiais e humanos, que é uma maleita crónica na imprensa insular. Recorde-se que foi esta causa que motivou a polémica da discriminação negativa da "publicidade institucional" nos jornais editados em Ponta Delgada. Agora é esta mesma causa que afecta o clima que se vive na RTP-Açores. Também aqui não há nada de novo, excepto o dedo facilmente apontado ao Director da RTP-Açores. Sinal dessa novidade está no citado parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas que é, seguramente, uma agremiação de ilustríssimas personalidades mas representa uma corporação com a consequente parcialidade e defesa da classe. Como se sabe o problema é mais fundo e hoje, com a memória curta dos tempos que correm, até a tutela esquece os repetidos pedidos de "bons ofícios" de Pedro Bicudo para modernização e reforma da RTP-Açores. Esta tarda e não chegará enquanto as fragilidades, designadamente de natureza financeira, servirem para o exercício de "alegadas" pressões políticas. Um "quarto poder" robusto e independente só é possível com verdadeira autonomia administrativa e financeira. No caso da RTP-Açores, que presta um serviço público, Berta Cabral preconiza a integração do seu financiamento através da Lei das Finanças Regionais. É uma solução. Porém, há quem prefira a manutenção do status quo para ir permanecendo em "slow motion" no "prime time" da RTP-Açores, porventura na ilusão de que o poder se perpetua num ecrã de TV.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
Em recente parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas é novamente exposta a fragilidade do "quarto poder" na Região Autónoma dos Açores. À margem dos pormenores de uma peça jornalística da RTP-Açores, que registou em "fast forward" um evento institucional de croquetes, entremeados com espumante, o que fica, no essencial, é a certeza de que há ingerências repetidas do poder político no trabalho dos jornalistas. Não é novidade nem é pecado exclusivo do actual Governo Regional. Porém, a reincidência da "alegada ingerência política", nomeadamente na Televisão do Estado, "é uma matéria bastante sensível que deve ser tratada com equilíbrio e respeito pelos vários intervenientes". Partilho desta mesma opinião sufragada pelo Senhor Secretário Regional Adjunto da Presidência pelo simples facto de que dá por assente, nas entrelinhas, que o problema existe ! A causa destas tentações de manipulação da comunicação social nos Açores é sempre a mesma: a instabilidade económico-financeira associada à escassez de recursos, materiais e humanos, que é uma maleita crónica na imprensa insular. Recorde-se que foi esta causa que motivou a polémica da discriminação negativa da "publicidade institucional" nos jornais editados em Ponta Delgada. Agora é esta mesma causa que afecta o clima que se vive na RTP-Açores. Também aqui não há nada de novo, excepto o dedo facilmente apontado ao Director da RTP-Açores. Sinal dessa novidade está no citado parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas que é, seguramente, uma agremiação de ilustríssimas personalidades mas representa uma corporação com a consequente parcialidade e defesa da classe. Como se sabe o problema é mais fundo e hoje, com a memória curta dos tempos que correm, até a tutela esquece os repetidos pedidos de "bons ofícios" de Pedro Bicudo para modernização e reforma da RTP-Açores. Esta tarda e não chegará enquanto as fragilidades, designadamente de natureza financeira, servirem para o exercício de "alegadas" pressões políticas. Um "quarto poder" robusto e independente só é possível com verdadeira autonomia administrativa e financeira. No caso da RTP-Açores, que presta um serviço público, Berta Cabral preconiza a integração do seu financiamento através da Lei das Finanças Regionais. É uma solução. Porém, há quem prefira a manutenção do status quo para ir permanecendo em "slow motion" no "prime time" da RTP-Açores, porventura na ilusão de que o poder se perpetua num ecrã de TV.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
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