sexta-feira, fevereiro 6

Crónica diária

«(...) Agora há muitas universidades e apesar de haver muitos alunos também não chegam para todas. A concorrência é cruel e há tantos cursos que se torna difícil inventar um que não exista já. Experimente. É um divertido jogo de salão. Quanto mais imaginário parecer, maior a probabilidade das inscrições estarem abertas A publicidade das universidades não é menos imaginosa. Ontem reparei que a Universidade Autónoma de Lisboa - cujo logótipo tem uma coroa de louro em cima do A como agradecimento a Apolo - começou a anunciar-se como "A única universidade no centro de Lisboa". De facto, não é mentira: é no Conde Redondo, tão perto do Marquês de Pombal como do Elefante Branco. Mais central não podia ser. Dá jeito estudar numa universidade tão bem situada. Sai-se das aulas e, passados uns minutos, pode-se estar na Smarta ou no Dolce e Gabbana (...).»
O regresso do MEC na companhia do Bartoon ao espaço público tem sido um feliz contributo para a leitura diária da imprensa escrita. Os anos 80 vieram para ficar.

* Excerto da crónica O centro do ensino de Miguel Esteves Cardoso na edição de hoje do Público

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