(...) Armados de facilitismo nos processos de raciocínio, desprovidos da chatice da lógica, e embriagados pela eficácia estonteante da demagogia mediática, os reaccionários (há que voltar a estas palavras, caramba, e deixar de colaborar com a mentira de que já nada separa a direita da esquerda) estabeleceram um programa que consiste cada vez mais em defender a autoridade do estado, a reificação das culturas nacionais, a gestão patriarcal e heteronormativa da família e da reprodução, e a criação de um Outro diabolizado. Esta agenda - que ao contrário de politicamente correcta é correccional - convive bem com o belicismo e a guerra (contra os vários eixos do mal que se vão definindo) e com a fase selvática do capitalismo. Tão bem, que as consequências sociais deste (a precariedade, a exclusão, etc) são apresentadas como prova da decadência dos costumes e da autoridade. Blame the victim, chama-se a isto. E até para fugir a esta expressão há um truque: acusar a esquerda de desculpar sociologicamente todos os comportamentos antisociais. A espiral retórica do pensamento reaccionário é imparável e nunca falha. Pudera: fez a recruta na Inquisição.I rest my case.
segunda-feira, março 31
Os Dias não estão para Isso
A propósito de Prós e Contras_
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