(...) Armados de facilitismo nos processos de raciocínio, desprovidos da chatice da lógica, e embriagados pela eficácia estonteante da demagogia mediática, os reaccionários (há que voltar a estas palavras, caramba, e deixar de colaborar com a mentira de que já nada separa a direita da esquerda) estabeleceram um programa que consiste cada vez mais em defender a autoridade do estado, a reificação das culturas nacionais, a gestão patriarcal e heteronormativa da família e da reprodução, e a criação de um Outro diabolizado. Esta agenda - que ao contrário de politicamente correcta é correccional - convive bem com o belicismo e a guerra (contra os vários eixos do mal que se vão definindo) e com a fase selvática do capitalismo. Tão bem, que as consequências sociais deste (a precariedade, a exclusão, etc) são apresentadas como prova da decadência dos costumes e da autoridade. Blame the victim, chama-se a isto. E até para fugir a esta expressão há um truque: acusar a esquerda de desculpar sociologicamente todos os comportamentos antisociais. A espiral retórica do pensamento reaccionário é imparável e nunca falha. Pudera: fez a recruta na Inquisição.I rest my case.
segunda-feira, março 31
Os Dias não estão para Isso
A propósito de Prós e Contras_
domingo, março 30
Le Mépris
...
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Domingo à noite sem programa. O que fazer? Talvez ver um filme francês!
Do rol de "obras-primas" da nouvelle vague, e outro eurolixo similar, aguardava a vez este "Le Mépris" de Jean-Luc Godard. À data da sua projecção no ciclo de cinema: "Cinema Cidade e Arquitectura", organizado pela Muu Produções, fiz-me valer do meu arsenal de preconceitos e recusei-me a desbaratar o meu tempo com tão incensada película. Recordo que o evento da Muu foi das melhores iniciativas culturais de 2007 e sinal dessa qualidade foi a elevada participação de cinéfilos nas sessões da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada. Não sei qual terá sido a audiência deste desprezível filme francês de Godard mas creio que terá tido público à altura e até devidamente lobotomizado para depois da fustigante prova que é ver esta xaropada ainda ter meninges disponíveis para o elevar aos Himalaias de objecto de culto do cinema. Seja como for, concedendo uma trégua à minha visceral relutância para com o cinema made in france, e à falta de melhor ocupação para o serão, vi finalmente "O Desprezo" de Godard. Condescendo que no filme salva-se com mérito o alçado tardoz de Brigitte Bardot, uma tirada de génio de Mr. Prokosch, personagem interpretada por Jack Palance, e um relance da casa de Curzio de Malaparte. O resto é tão ridiculamente mau que não sugere sequer a ousadia de ver a restante filmografia do autor de "Pedro o Louco". Louco estava eu, ou pelo menos temporariamente insano, para me atrever a baixar a guarda das minhas férreas defesas cinéfilas colocando a cópia do "Le Mépris" na drive do DVD para uma tranquila sessão de cinema em casa. Apesar de tudo a retina reteve com deleite a escultórica nudez de BB. Registei ainda a ironia da personagem de Mr. Prokosch, produtor de Hollywood, e cínico de serviço numa interpretação notável de Jack Palance, que a meio dos devaneios "criativos" e "artísticos" de Fritz Lang (que não merecia este filme), sentencia:
"Whenever I hear the word culture, I bring out my checkbook."
A frase é ambivalente e se, por um lado, pretendia menorizar o lado popular da cultura em geral, e do cinema, em particular, por outro lado, não pode deixar de sugerir que todo o artista tem o seu preço. Com efeito, não falta no mundo da cultura quem, mais cedo ou mais tarde, se entregue à prostituição dourada do intelecto, mercantilizando a arte em proveito próprio sem outra escola que não seja a do lucro. Afinal de contas os artistas não são Deuses mas sim Humanos, por vezes demasiadamente humanos. Finalmente, do aterrador filme de Godard, permanece na memória a singular casa de Curzio Malaparte. Aliás, foi por conta do postal dessa casa publicado no tapornumporco que cedi à tentação de ver o "Le Mépris". Contudo, quando um post é substancialmente melhor do que um filme isso só pode levar à tripla e concomitante conclusão de que se trata de um post do tapor, que a película em causa é particularmente desprezível, e que se trata de um filme francês ! Apre !!!
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Domingo à noite sem programa. O que fazer? Talvez ver um filme francês!
Do rol de "obras-primas" da nouvelle vague, e outro eurolixo similar, aguardava a vez este "Le Mépris" de Jean-Luc Godard. À data da sua projecção no ciclo de cinema: "Cinema Cidade e Arquitectura", organizado pela Muu Produções, fiz-me valer do meu arsenal de preconceitos e recusei-me a desbaratar o meu tempo com tão incensada película. Recordo que o evento da Muu foi das melhores iniciativas culturais de 2007 e sinal dessa qualidade foi a elevada participação de cinéfilos nas sessões da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada. Não sei qual terá sido a audiência deste desprezível filme francês de Godard mas creio que terá tido público à altura e até devidamente lobotomizado para depois da fustigante prova que é ver esta xaropada ainda ter meninges disponíveis para o elevar aos Himalaias de objecto de culto do cinema. Seja como for, concedendo uma trégua à minha visceral relutância para com o cinema made in france, e à falta de melhor ocupação para o serão, vi finalmente "O Desprezo" de Godard. Condescendo que no filme salva-se com mérito o alçado tardoz de Brigitte Bardot, uma tirada de génio de Mr. Prokosch, personagem interpretada por Jack Palance, e um relance da casa de Curzio de Malaparte. O resto é tão ridiculamente mau que não sugere sequer a ousadia de ver a restante filmografia do autor de "Pedro o Louco". Louco estava eu, ou pelo menos temporariamente insano, para me atrever a baixar a guarda das minhas férreas defesas cinéfilas colocando a cópia do "Le Mépris" na drive do DVD para uma tranquila sessão de cinema em casa. Apesar de tudo a retina reteve com deleite a escultórica nudez de BB. Registei ainda a ironia da personagem de Mr. Prokosch, produtor de Hollywood, e cínico de serviço numa interpretação notável de Jack Palance, que a meio dos devaneios "criativos" e "artísticos" de Fritz Lang (que não merecia este filme), sentencia:
"Whenever I hear the word culture, I bring out my checkbook."
A frase é ambivalente e se, por um lado, pretendia menorizar o lado popular da cultura em geral, e do cinema, em particular, por outro lado, não pode deixar de sugerir que todo o artista tem o seu preço. Com efeito, não falta no mundo da cultura quem, mais cedo ou mais tarde, se entregue à prostituição dourada do intelecto, mercantilizando a arte em proveito próprio sem outra escola que não seja a do lucro. Afinal de contas os artistas não são Deuses mas sim Humanos, por vezes demasiadamente humanos. Finalmente, do aterrador filme de Godard, permanece na memória a singular casa de Curzio Malaparte. Aliás, foi por conta do postal dessa casa publicado no tapornumporco que cedi à tentação de ver o "Le Mépris". Contudo, quando um post é substancialmente melhor do que um filme isso só pode levar à tripla e concomitante conclusão de que se trata de um post do tapor, que a película em causa é particularmente desprezível, e que se trata de um filme francês ! Apre !!!
República das Bananas
«(...) uma choldra subdesenvolvida»O efeito do agente laranja da República das Bananas.
sábado, março 29
CineClube
Os Falsificadores Salomon Sorowitsch, um boémio e vigarista, preso num campo de concentração, aceita em 1944 ajudar os nazis numa operação organizada de falsificação destinada a financiar o esforço da guerra. Foi a maior falsificação de dinheiro de todos os tempos. Foram impressas mais de 130 milhões de libras esterlinas. Os alemães tinham percebido que o fim estava perto e a falsificação de dinheiro era uma forma de inundar as economias dos seus inimigos e encher os cofres que a guerra tinha esvaziado. No campo de concentração de Sachsenhausen, dois barracões foram transformados numa oficina de falsificação, para onde foram recrutados prisioneiros de vários outros campos: tipógrafos, empregados de banco e outros artífices. Se colaborassem com os alemães, integrando um comando de falsificadores, estes homens teriam uma hipótese de sobreviver aos campos, como prisioneiros de primeira classe. Mas os falsificadores não estavam apenas interessados em salvar as suas vidas, queriam também salvar as suas consciências... (in CineCartaz). Esta semana em exibição no Solmar.
Duas Irmãs, Um Rei Baseado no best-seller de Philippa Gregory, a história de sedução e intriga das duas irmãs Bolena e do rei de Inglaterra. Quando se espalha o boato que Henrique VIII já não partilha o leito com a mulher, dada a sua incapacidade de lhe dar um herdeiro, sir Thomas Bolena resolve conquistar os favores reais através das suas filhas. As duas irmãs Ana (Natalie Portman) e Maria (Scarlett Johansson) são manipuladas pelo pai e pelo tio para reforçarem o poder da família. Inicialmente, Maria ganha os favores do rei e torna-se sua amante, dando-lhe dois filhos bastardos. Mas Ana, intriguista e manipuladora, consegue, dada a sua perseguição constante, desviar a atenção do monarca e afastá-lo da irmã e da mulher. Enquanto as duas imãs lutam pelo amor do rei - Maria levada pelo amor e Ana pela ambição -, Inglaterra divide-se (in CineCartaz). Na sala 1 da Castello Lopes.
sexta-feira, março 28
Fitna
...
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"Quanto mais democrática e aberta é uma sociedade, mais se expõe ao terrorismo". Este é um paradoxo da Europa pós 11 de Setembro como bem o expressou Oriana Fallaci em "A raiva e o orgulho.". A velha Europa tem sido o laboratório de todos os ismos. No Séc. XX derrotou o fascismo e o comunismo mas assiste, no dealbar de um novo milénio, a uma nova deriva totalitária com o islamismo. Para milhões de crentes na fé de Allah : "O Islão é a religião que quer dominar o mundo.". Quem o diz é um dos muitos Imams radicais que vociferam promessas de terror e de sangue no "polémico" filme de Geert Wilders. No plácido País das orquídeas, num dos mais tolerantes e democráticos reinos desta velha Europa, está instalada a polémica. Ontem, Geert Wilders colocou on-line, através do site http://www.liveleak.com/, o seu panfleto Fitna. Hoje, as autoridades holandesas estão já em alerta máximo para possíveis e previsíveis atentados terroristas. Apesar da ingerência governamental no projecto de Geert Wilders, advertindo o líder do Partido da Liberdade de que não deveria publicar o video Fitna, a Holanda ainda não resvalou para o silêncio da liberdade de expressão sempre invocado a bem do Islão. Consequentemente, o vídeo aí está com excertos do Corão que convocam à violência secundados por imagens do 11 de Setembro, do atentado de Madrid e de Londres, da decapitação de Nick Berg ou da imolação de Theo Van Gogh, e demais sinais civilizacionais de um terror fascista que se revisita neste islamismo radical. Creio, contudo, que a Holanda ainda está longe de ter os moinhos e as flores substituídas por mesquitas e minaretes conforme profetiza Geert Wilders. Porém, quem conhece, ainda que superficialmente, os Países Baixos não deixará de se interrogar até quando os diques da tolerância vão conter o ódio do Islão radical que, por certo, despreza a lassidão de costumes que é também uma imagem de marca da Holanda. Com este horizonte Geert Wilders interpela os Holandeses: "Parem a islamização. Defendam a nossa Liberdade". Aquela mesma Liberdade que o Islão recusa aos infiéis numa fascizante doutrina de ablação de qualquer diferença, submetendo tudo e todos à lei do Corão.
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Nota de Edição : Por aqui ainda se respira Liberdade. Assim, apesar da violência explícita das imagens optei pela edição integral e não censurada do clip Fitna (o m. q. "guerra civil" em árabe). Fica a advertência de que o seu conteúdo é real e poderá ser considerado chocante. Cabe ao leitor a liberdade de fazer o seu juízo.
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"Quanto mais democrática e aberta é uma sociedade, mais se expõe ao terrorismo". Este é um paradoxo da Europa pós 11 de Setembro como bem o expressou Oriana Fallaci em "A raiva e o orgulho.". A velha Europa tem sido o laboratório de todos os ismos. No Séc. XX derrotou o fascismo e o comunismo mas assiste, no dealbar de um novo milénio, a uma nova deriva totalitária com o islamismo. Para milhões de crentes na fé de Allah : "O Islão é a religião que quer dominar o mundo.". Quem o diz é um dos muitos Imams radicais que vociferam promessas de terror e de sangue no "polémico" filme de Geert Wilders. No plácido País das orquídeas, num dos mais tolerantes e democráticos reinos desta velha Europa, está instalada a polémica. Ontem, Geert Wilders colocou on-line, através do site http://www.liveleak.com/, o seu panfleto Fitna. Hoje, as autoridades holandesas estão já em alerta máximo para possíveis e previsíveis atentados terroristas. Apesar da ingerência governamental no projecto de Geert Wilders, advertindo o líder do Partido da Liberdade de que não deveria publicar o video Fitna, a Holanda ainda não resvalou para o silêncio da liberdade de expressão sempre invocado a bem do Islão. Consequentemente, o vídeo aí está com excertos do Corão que convocam à violência secundados por imagens do 11 de Setembro, do atentado de Madrid e de Londres, da decapitação de Nick Berg ou da imolação de Theo Van Gogh, e demais sinais civilizacionais de um terror fascista que se revisita neste islamismo radical. Creio, contudo, que a Holanda ainda está longe de ter os moinhos e as flores substituídas por mesquitas e minaretes conforme profetiza Geert Wilders. Porém, quem conhece, ainda que superficialmente, os Países Baixos não deixará de se interrogar até quando os diques da tolerância vão conter o ódio do Islão radical que, por certo, despreza a lassidão de costumes que é também uma imagem de marca da Holanda. Com este horizonte Geert Wilders interpela os Holandeses: "Parem a islamização. Defendam a nossa Liberdade". Aquela mesma Liberdade que o Islão recusa aos infiéis numa fascizante doutrina de ablação de qualquer diferença, submetendo tudo e todos à lei do Corão.
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Nota de Edição : Por aqui ainda se respira Liberdade. Assim, apesar da violência explícita das imagens optei pela edição integral e não censurada do clip Fitna (o m. q. "guerra civil" em árabe). Fica a advertência de que o seu conteúdo é real e poderá ser considerado chocante. Cabe ao leitor a liberdade de fazer o seu juízo.
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quinta-feira, março 27
those who can't do...
Pouco mais de quatro minutos de filme que sintetizam toda uma visão do Universo. Esta é a sequência inicial de Annie Hall, filme de 1977, e indiscutivelmente uma das obras-primas do mestre Woody Allen. Há aqui uma quantidade enorme de máximas e aforismos brilhantes que eu cito constantemente, desde a piada de Grouxo Marx sobre clubes, ao fantástico the universe is expanding, até ao those who can’t do, que é o lema apropriado para os dias que correm. Enjoy.
quarta-feira, março 26
“Dá-me o telemóvel, JÁ"
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O Mundo mudou rapidamente num escasso período de tempo. Com a aceleração da tecnologia também mudou para pior. Cenas como o episódio "Dá-me o Telemóvel, Já", retiradas de um reality show que é a Educação, que a semana passada teve o seu palco numa escola com pronúncia do Norte, eram impensáveis há vinte anos atrás. Naquele tempo não existiam telemóveis na sala de aula e o youtube era uma utopia de ficção científica. Mas, há vinte anos, ao contrário da cáfila que hoje, de modo geral, vegeta pelo ensino básico sem "chumbar", um aluno que se atrevesse à tentativa de agressão a um Professor seria por certo sovado pelos seus congéneres. Hoje, o último reduto de um Professor numa sala de aula já não são os alunos mas, eventualmente, se as tiver, as suas tácticas de guerrilha defensiva, o curso pós laboral de krav maga, ou qualquer outra arte de prestidigitação na defesa pessoal pois ele está, efectivamente só, à mercê de quem à primeira oportunidade não hesita em ser cúmplice da sua desonra. Foi assim que se passou na Escola Carolina Michaëlis e é assim que se passa frequentemente nas "comunidades educativas" de Portugal. A culpa não é da tecnologia, como é óbvio, mas sim do desnorte e do laxismo de um sistema que em 30 anos de Democracia gerou uma média aproximada de um Ministro da Educação por ano! A actual inquilina do dito Ministério tem, como se sabe, contribuído consideravelmente para a degradação da condição do ensino em Portugal. Nesse sentido basta ver a sua reforma no Estatuto do Aluno (Lei 3/2008 de 18 de Janeiro) que ironicamente assevera no site do MNE visa "reforçar a autoridade dos professores". Se esse foi o desiderato da reforma podemos concluir que a mesma falha diariamente por esse País fora. O episódio difundido pelo youtube em que uma Professora é enxovalhada por uma aluna histérica, com o deleite voyeur dos seus colegas, só é possível com um Estatuto do Aluno que é permissivo, laxista e, no fundo, perverso. Embrulhar o mesmo numa novilíngua que fala de "projectos educativos", "integração sócio-cultural" e "provas de recuperação" para alunos com "excesso grave de faltas" não abençoa o Estatuto do Aluno com o cumprimento na prática do dever que o mesmo impõe de "tratar com respeito e correcção qualquer membro da comunidade educativa". Como todos nós sabemos o que falta aos Professores é autoridade e às Escolas disciplina. Mas, também como sabemos, neste Mundo ao contrário, os Professores são agredidos impunemente pelos seus alunos e a disciplina apenas serve os delírios totalitários dos algozes ao serviço da Educação, sempre prontos ao excesso de zelo em casos similares ao do professor Charrua e sempre coniventes com o estado de sítio que recorrentemente se instala nas nossas "comunidades educativas".
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiário.com
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O Mundo mudou rapidamente num escasso período de tempo. Com a aceleração da tecnologia também mudou para pior. Cenas como o episódio "Dá-me o Telemóvel, Já", retiradas de um reality show que é a Educação, que a semana passada teve o seu palco numa escola com pronúncia do Norte, eram impensáveis há vinte anos atrás. Naquele tempo não existiam telemóveis na sala de aula e o youtube era uma utopia de ficção científica. Mas, há vinte anos, ao contrário da cáfila que hoje, de modo geral, vegeta pelo ensino básico sem "chumbar", um aluno que se atrevesse à tentativa de agressão a um Professor seria por certo sovado pelos seus congéneres. Hoje, o último reduto de um Professor numa sala de aula já não são os alunos mas, eventualmente, se as tiver, as suas tácticas de guerrilha defensiva, o curso pós laboral de krav maga, ou qualquer outra arte de prestidigitação na defesa pessoal pois ele está, efectivamente só, à mercê de quem à primeira oportunidade não hesita em ser cúmplice da sua desonra. Foi assim que se passou na Escola Carolina Michaëlis e é assim que se passa frequentemente nas "comunidades educativas" de Portugal. A culpa não é da tecnologia, como é óbvio, mas sim do desnorte e do laxismo de um sistema que em 30 anos de Democracia gerou uma média aproximada de um Ministro da Educação por ano! A actual inquilina do dito Ministério tem, como se sabe, contribuído consideravelmente para a degradação da condição do ensino em Portugal. Nesse sentido basta ver a sua reforma no Estatuto do Aluno (Lei 3/2008 de 18 de Janeiro) que ironicamente assevera no site do MNE visa "reforçar a autoridade dos professores". Se esse foi o desiderato da reforma podemos concluir que a mesma falha diariamente por esse País fora. O episódio difundido pelo youtube em que uma Professora é enxovalhada por uma aluna histérica, com o deleite voyeur dos seus colegas, só é possível com um Estatuto do Aluno que é permissivo, laxista e, no fundo, perverso. Embrulhar o mesmo numa novilíngua que fala de "projectos educativos", "integração sócio-cultural" e "provas de recuperação" para alunos com "excesso grave de faltas" não abençoa o Estatuto do Aluno com o cumprimento na prática do dever que o mesmo impõe de "tratar com respeito e correcção qualquer membro da comunidade educativa". Como todos nós sabemos o que falta aos Professores é autoridade e às Escolas disciplina. Mas, também como sabemos, neste Mundo ao contrário, os Professores são agredidos impunemente pelos seus alunos e a disciplina apenas serve os delírios totalitários dos algozes ao serviço da Educação, sempre prontos ao excesso de zelo em casos similares ao do professor Charrua e sempre coniventes com o estado de sítio que recorrentemente se instala nas nossas "comunidades educativas".
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiário.com
Agente Provocador
Hoje no provocador uma verdadeira agente de cultura - Paula Mota. Para ouvir depois das 22h00 os suspeitos do costume.
terça-feira, março 25
Concelho Feliz
Maiores apreensões de heroína do país aconteceram nos Açores+ apreensões de Heroína&Cocaína e - Haxixe, contrariando, em muito, a tendência nacional. Uma questão de mercado?!
segunda-feira, março 24
(Ainda) os 5 anos de Guerra no Iraque
Um video a propósito deste comentário. Importa não esquecer parte do crime. E uma consequência indirecta quiça óbvia.
Vox Populi *
Exmº Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo
A v. excia o meu preito de gratidão pela forma como em tão poucos anos tem vindo a transformar o velho e pobre burgo a cujos destinos preside, numa localidade que ombreia com as grandes capitais. Li ainda há pouco tempo neste jornal a intenção de v. excia em requalificar a orla costeira. Rejubilei ao ver que v. excia preza de tal modo os valores do passado que os preserva de forma magnífica. O velhinho barracão (mercado do peixe) vai manter-se incólume e ficará muito mais bonito sem telhado e com um edifício de linhas contemporâneas (um aquário) a sair lá de dentro. A isso chamo eu genialidade. Bem sei que não foi v. excia que desenhou aquela obra-prima, mas vejo ali o seu dedinho inteligente e esclarecido. Li também que pretende aumentar a área costeira para construir um parque de estacionamento e dois restaurantes. Bravo! …E como é sabido, parques de estacionamento à beira-mar constituem uma mais-valia para qualquer localidade que se queira progressista. Já agora um pequeno alvitre da minha humilde lavra. A bem da beleza e funcionalidade, porque não requalificar o edifício da câmara e o espaço adjacente? Mantinha a velha fachada, tirava o telhado e fazia sair dali um novo edifício. Quanto ao jardim Antero de Quental, bastava manter os seus venerandos muros, retirar dali a flora e construir um parque para carga e descarga de contentores!? O povo da vila ficar-lhe-ia eternamente grato e saberia a seu tempo demonstrá-lo.
* Noticias com direito a destaque e outras leituras, MÁRIO ROBERTO na edição de 21.03.08 do AO
Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo
A v. excia o meu preito de gratidão pela forma como em tão poucos anos tem vindo a transformar o velho e pobre burgo a cujos destinos preside, numa localidade que ombreia com as grandes capitais. Li ainda há pouco tempo neste jornal a intenção de v. excia em requalificar a orla costeira. Rejubilei ao ver que v. excia preza de tal modo os valores do passado que os preserva de forma magnífica. O velhinho barracão (mercado do peixe) vai manter-se incólume e ficará muito mais bonito sem telhado e com um edifício de linhas contemporâneas (um aquário) a sair lá de dentro. A isso chamo eu genialidade. Bem sei que não foi v. excia que desenhou aquela obra-prima, mas vejo ali o seu dedinho inteligente e esclarecido. Li também que pretende aumentar a área costeira para construir um parque de estacionamento e dois restaurantes. Bravo! …E como é sabido, parques de estacionamento à beira-mar constituem uma mais-valia para qualquer localidade que se queira progressista. Já agora um pequeno alvitre da minha humilde lavra. A bem da beleza e funcionalidade, porque não requalificar o edifício da câmara e o espaço adjacente? Mantinha a velha fachada, tirava o telhado e fazia sair dali um novo edifício. Quanto ao jardim Antero de Quental, bastava manter os seus venerandos muros, retirar dali a flora e construir um parque para carga e descarga de contentores!? O povo da vila ficar-lhe-ia eternamente grato e saberia a seu tempo demonstrá-lo.
* Noticias com direito a destaque e outras leituras, MÁRIO ROBERTO na edição de 21.03.08 do AO
domingo, março 23
Alta Fidelidade
Os Eels foram uma das muitas bandas que segui com o entusiasmo suburbano circunstancial, à época, algures nos 90's, em Lisboa e arredores. Hoje, a par com outros projectores congéneres de modo a fazer face aos revivalismos geracionais, também já têm compilação com o que consideram ser essencial na sua produção musical. Objecto de síntese, para alguns. Uma novidade, para outros. Este Your Lucky Day in Hell vem muito a propósito...
sábado, março 22
Ler Jornais é Saber Mais ?
" O estado da blogosfera açoriana
Na Região existe um mundo à parte: a blogosfera, um espaço digital onde são abordados temas tão variados como a política, a sociedade, a cultura e a economia.
A blogosfera açoriana está à distância de um clique e qualquer um, em qualquer parte do globo, pode aceder a este arquipélago digital. Os blogues de autores açorianos são muitos e o seu número cresce de dia para dia. Nestes sítios são abordados assuntos do foro político, económico, social, cultural, desportivo, entre muitos. Os post [comentários] vão desde a simples observação, passando pela revolta, pela reivindicação de direitos e até pela sátira. As críticas podem ser dirigidas a uma empresa, a uma individualidade, a um presidente de câmara e até ao Governo Regional.
De entre os blogues açorianos figuram o Fôguetabraze, o Açores S.A., o Entramula, o Um Blog Tipo Assim, o Chá Verde (Puro), o :Ilhas, o Bloco de 15 e o das Argoladas.
Para aqueles que se interessam por política, regional, nacional e internacional, o Chá Verde (Puro) é o mais indicado. Este não se resume à política em si mesma. Vai mais longe e analisa o universo político-partidário. Muitos têm sido os comentários sobre as primárias norte-americanas, com especial ênfase no confronto entre Hillary Clinton e Barack Obama, candidatos democratas.
No Fôguetabraze não faltam os comentários à actividade política na Região. Sempre atento, o autor deste sítio chama a atenção para alguns dos problemas que mais afectam os açorianos, como os relacionados com o transporte marítimo de passageiros inter-ilhas. No :Ilhas são privilegiados os conteúdos culturais. Este é, de resto, um dos sites onde pode ter acesso à agenda cultural da Região. A análise política e social também marcam presença com as crónicas e comentários dos seus autores.
Um Blog Tipo Assim é um sítio onde a música e política regional, nacional e internacional merecem destaque. Para quem prefere algo mais introspectivo, a tocar a poesia, existe o "Argoladas". Este é também um blogue de cariz informativo e crítico, onde são abordadas questões como o estado da sociedade e a era digital.
Estes, a par com alguns dos seus congéneres, prestam, não obstante, homenagem aos Açores, pátria destes sítios e dos seus respectivos bloggers, matéria de fundo, razão de preocupação e louvor. Todos eles tratam de questões que, de uma forma ou de outra, influenciam a vida desta Região. E, os mesmos, através das palavras e das imagens, tentam, de alguma maneira, provocar mudança.
Mas nem tudo é positivo. A blogosfera açoriana caracteriza-se ainda, e principalmente nos últimos tempos, pelo anonimato e pelo insulto. Tornou-se frequente ler comentários, publicados por anónimos, insultuosos e difamadores, sem respeito pela vida privada e profissional de pessoas e empresas. Esta questão gerou algum debate junto dos bloggers, ainda que nada tenham feito para alterar este cenário.
Como criar um blogue
Qualquer pessoa pode criar um blogue. Para o efeito, basta ter acesso a um computador com ligação à internet e utilizar um motor de busca (o Google, por exemplo) para escolher o sítio onde pretende criar o seu blogue. No espaço de poucos minutos poderá personalizá-lo da forma que desejar e começar a publicar os seus comentários.
O interessado pode, inclusive, enviar convites a outros bloggers para que se possam conhecer e, desta forma, interagir. "
INÊS GONÇALVES no Expresso das Nove
Na Região existe um mundo à parte: a blogosfera, um espaço digital onde são abordados temas tão variados como a política, a sociedade, a cultura e a economia.
A blogosfera açoriana está à distância de um clique e qualquer um, em qualquer parte do globo, pode aceder a este arquipélago digital. Os blogues de autores açorianos são muitos e o seu número cresce de dia para dia. Nestes sítios são abordados assuntos do foro político, económico, social, cultural, desportivo, entre muitos. Os post [comentários] vão desde a simples observação, passando pela revolta, pela reivindicação de direitos e até pela sátira. As críticas podem ser dirigidas a uma empresa, a uma individualidade, a um presidente de câmara e até ao Governo Regional.
De entre os blogues açorianos figuram o Fôguetabraze, o Açores S.A., o Entramula, o Um Blog Tipo Assim, o Chá Verde (Puro), o :Ilhas, o Bloco de 15 e o das Argoladas.
Para aqueles que se interessam por política, regional, nacional e internacional, o Chá Verde (Puro) é o mais indicado. Este não se resume à política em si mesma. Vai mais longe e analisa o universo político-partidário. Muitos têm sido os comentários sobre as primárias norte-americanas, com especial ênfase no confronto entre Hillary Clinton e Barack Obama, candidatos democratas.
No Fôguetabraze não faltam os comentários à actividade política na Região. Sempre atento, o autor deste sítio chama a atenção para alguns dos problemas que mais afectam os açorianos, como os relacionados com o transporte marítimo de passageiros inter-ilhas. No :Ilhas são privilegiados os conteúdos culturais. Este é, de resto, um dos sites onde pode ter acesso à agenda cultural da Região. A análise política e social também marcam presença com as crónicas e comentários dos seus autores.
Um Blog Tipo Assim é um sítio onde a música e política regional, nacional e internacional merecem destaque. Para quem prefere algo mais introspectivo, a tocar a poesia, existe o "Argoladas". Este é também um blogue de cariz informativo e crítico, onde são abordadas questões como o estado da sociedade e a era digital.
Estes, a par com alguns dos seus congéneres, prestam, não obstante, homenagem aos Açores, pátria destes sítios e dos seus respectivos bloggers, matéria de fundo, razão de preocupação e louvor. Todos eles tratam de questões que, de uma forma ou de outra, influenciam a vida desta Região. E, os mesmos, através das palavras e das imagens, tentam, de alguma maneira, provocar mudança.
Mas nem tudo é positivo. A blogosfera açoriana caracteriza-se ainda, e principalmente nos últimos tempos, pelo anonimato e pelo insulto. Tornou-se frequente ler comentários, publicados por anónimos, insultuosos e difamadores, sem respeito pela vida privada e profissional de pessoas e empresas. Esta questão gerou algum debate junto dos bloggers, ainda que nada tenham feito para alterar este cenário.
Como criar um blogue
Qualquer pessoa pode criar um blogue. Para o efeito, basta ter acesso a um computador com ligação à internet e utilizar um motor de busca (o Google, por exemplo) para escolher o sítio onde pretende criar o seu blogue. No espaço de poucos minutos poderá personalizá-lo da forma que desejar e começar a publicar os seus comentários.
O interessado pode, inclusive, enviar convites a outros bloggers para que se possam conhecer e, desta forma, interagir. "
INÊS GONÇALVES no Expresso das Nove
sexta-feira, março 21
CineClube
Into The Wild Recentemente licenciado e com um brilhante futuro à sua frente, Christopher McCandless (Emile Hirsch), um jovem de 22 anos, opta por prescindir da sua vida privilegiada e parte em busca de aventura. A sua viagem transforma-o num símbolo de resistência para inúmeras pessoas. Mas quem era Christopher McCandless? Um aventureiro heróico ou um idealista ingénuo, um Thoreau rebelde dos anos 90 ou mais um filho americano perdido a vaguear? Um homem que arriscava tudo ou uma trágica figura a lutar com o precário equilíbrio entre o Homem e a Natureza? Realizado por Sean Peen a partir do aclamado livro-êxito de Jon Krakauer, retrata cada etapa da viagem pela América de McCandless e as personagens coloridas que vai encontrando e que vão moldando o seu carácter (in CineCartaz). Em exibição no Solmar.
Michael Clayton (George Clooney) é o homem a quem todos recorrem num dos maiores escritórios de advogados de Nova Iorque, a Kenner, Bach & Ledeen (KBL), quando são precisos métodos pouco ortodoxos para tratar de um processo. Sob a alçada do co-fundador da firma, Marty Bach (Sydney Pollack), Clayton faz o trabalho sujo e limpa os podres dos clientes da firma. Mas desta vez há um caso que ele talvez não seja capaz de resolver. A KBL está a gerir um processo multimilionário de uma empresa de agroquímica, a U/North, que parece encaminhar-se para um brilhante desfecho do qual depende o posto da consultora legal Karen Crowder. Mas o advogado de topo da KBL, Arthur Edens, tem um aparente esgotamento e começa a deitar tudo a perder, sabotando provas. Clayton é então enviado para gerir o processo, mas quanto mais tenta resolver as coisas, mais tudo se vira contra ele, colocando em risco até a sua própria vida. O filme foi nomeado para sete Óscares arrecadando apenas um: Tilda Swinton, Óscar de melhor actriz secundária (in CineCartaz). Fui ao cinema, na noite dos óscares, como que em estágio para a cerimónia. Tendo em conta as múltiplas nomeações, a que estava sujeito, esperava mais deste Michael Clayton. Mas, e apesar disso, não desilude e vê-se com interesse. Em exibição na Castello Lopes.
Incontinências
Ontem, na antecipação deste dia sem carne, uma ida à Lota para o prazer da alma. Couvert imaculado, Carne sagrada e uma Sobremesa pecaminosa. Estou pronto para subir (ou descer, consoante a orientação) ao purgatório.
quinta-feira, março 20
Cristo
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"Achámos este homem a subverter o nosso povo, proibindo pagar tributo ao imperador e a afirmar ser Ele mesmo o Messias, o Rei". Assim, acusavam Cristo perante Pilatos. Como se sabe os sumo sacerdotes entregaram Cristo a Pilatos e este remeteu-o para Herodes e daí para a turba ululante que o havia de julgar. Cristo foi e é um homem subversivo. Basta imaginar à data de hoje o clamor que reproduziria o seu evangelho de desobediência civil numa sociedade padronizada pelo Estado ! Mas como veria Cristo o estado actual da Igreja Católica e a sua crise de vocações? Que palavras teria para um Mundo tão pecaminosamente injusto? Qual seria o seu evangelho de redenção Universal onde reina o relativismo das culturas e das crenças? A palavra de Cristo ainda hoje sugere caminhos para essa libertação Universal que, no fundo, é uma utopia comum à humanidade, ou pelo menos, é um peso da cultura Judaico-Cristã. Mas essa é uma vantagem moral sobre outras culturas pois a mensagem Cristã de Salvação é Universal. Jesus disse-o: "Muita gente virá do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e tomará lugar à mesa no Reino de Deus" Estas palavras de radical fraternidade são um dos mais notáveis legados Cristãos contra o fundamentalismo religioso de todos os tempos. Infelizmente o Mundo sempre andou ao arrepio dessa mensagem de fraternidade e de ilimitada abertura a Deus. Será que a nossa natureza humana foi incapaz de se rever num paradigma radical como o de Cristo? A resposta cabe a cada um de nós porque para os males do Mundo há sempre a casta de sumo sacerdotes a quem apontar o dedo.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
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"Achámos este homem a subverter o nosso povo, proibindo pagar tributo ao imperador e a afirmar ser Ele mesmo o Messias, o Rei". Assim, acusavam Cristo perante Pilatos. Como se sabe os sumo sacerdotes entregaram Cristo a Pilatos e este remeteu-o para Herodes e daí para a turba ululante que o havia de julgar. Cristo foi e é um homem subversivo. Basta imaginar à data de hoje o clamor que reproduziria o seu evangelho de desobediência civil numa sociedade padronizada pelo Estado ! Mas como veria Cristo o estado actual da Igreja Católica e a sua crise de vocações? Que palavras teria para um Mundo tão pecaminosamente injusto? Qual seria o seu evangelho de redenção Universal onde reina o relativismo das culturas e das crenças? A palavra de Cristo ainda hoje sugere caminhos para essa libertação Universal que, no fundo, é uma utopia comum à humanidade, ou pelo menos, é um peso da cultura Judaico-Cristã. Mas essa é uma vantagem moral sobre outras culturas pois a mensagem Cristã de Salvação é Universal. Jesus disse-o: "Muita gente virá do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e tomará lugar à mesa no Reino de Deus" Estas palavras de radical fraternidade são um dos mais notáveis legados Cristãos contra o fundamentalismo religioso de todos os tempos. Infelizmente o Mundo sempre andou ao arrepio dessa mensagem de fraternidade e de ilimitada abertura a Deus. Será que a nossa natureza humana foi incapaz de se rever num paradigma radical como o de Cristo? A resposta cabe a cada um de nós porque para os males do Mundo há sempre a casta de sumo sacerdotes a quem apontar o dedo.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
quarta-feira, março 19
Agente Provocador
Os livros são o subject para a emissão de hoje do AGENTE PROVOCADOR intercalados com as indisposições momentâneas de Alexandre Pascoal, João Nuno Almeida e Sousa, Herberto Quaresma e do convidado Luís Almeida. Para ouvir depois da 22h.
Reporter X
A Cimeira da Guerra *
Passaram 5 anos da cimeira que ditou a 2ª Guerra no Golfo. No médio oriente, os tempos são de incerteza, independentemente do presidente americano que se segue. Este é apenas um ponto da campanha presidencial e ninguém esgrime com certezas o futuro sobre esta região do mundo, a não ser a palavra terror ou a derivação terrorista. O Medo tem de ser alimentado.
Nos jornais leio que alguns dirigentes açorianos de partidos políticos recusam a ideia de que o arquipélago esteja sujeito a atentados por se ter realizado, em 2003, a cimeira na Base das Lajes que antecedeu a intervenção no Iraque, quatro dias depois. Peço desculpa mas que raio de conclusão é esta? O umbiguismo endémico ao cubo ou a posição geo-estratégica elevada ao ridículo.
Apesar disso existem determinadas declarações que não podem passar incólumes, reconheço que descontextualizadas, mas que as gostaria de destacar. Assim, e para o líder do CDS/PP-Açores, Artur Lima, "os terroristas, se tivessem que vir, já tinham vindo" e que "O risco, visto a esta distância, é nenhum, está esquecido, não houve nem há repercussões positivas ou negativas, excepto o facto de turisticamente não se ter aproveitado a visibilidade que foi dada aos Açores e à ilha Terceira, em particular", disse. No comment.
A Cimeira dos Açores fica na história como a altura, e o local, na qual se redigiu a estratégia para o início da invasão do Iraque à revelia e através de um ultimato à ONU e com o recurso a documentos falsos, situação que tem sido amplamente divulgada por diversos protagonistas de todo este processo que a posteriori fazem um mea culpa por forma a escusar-se a comentários.
O Mundo desde o 11 de Setembro nunca mais foi o mesmo. E desde a invasão do Iraque tornou-se ainda mais instável. Apesar de essa não ser a única explicação plausível veio tornar voláteis os mercados financeiros e inflacionar o preço do petróleo a níveis nunca dantes imagináveis e com isso toda uma série de produtos essenciais. Iraque e Guerra são palavras que ficam associadas à história dos Açores, naquilo a que Bush chamou "Moment of Truth", que de “verdadeiro” teve muito pouco, e cuja acção “preventiva” da coligação aliada, Noam Chomsky, famoso polítologo norte-americano, identifica como o “crime supremo”.
Visibilidade turística. Como?!
* edição de 18/03/08 do AO
** Email Reporter X
*** Imagem X Daily Show de 17.03.03 (abrir com Quicktime)
Passaram 5 anos da cimeira que ditou a 2ª Guerra no Golfo. No médio oriente, os tempos são de incerteza, independentemente do presidente americano que se segue. Este é apenas um ponto da campanha presidencial e ninguém esgrime com certezas o futuro sobre esta região do mundo, a não ser a palavra terror ou a derivação terrorista. O Medo tem de ser alimentado.
Nos jornais leio que alguns dirigentes açorianos de partidos políticos recusam a ideia de que o arquipélago esteja sujeito a atentados por se ter realizado, em 2003, a cimeira na Base das Lajes que antecedeu a intervenção no Iraque, quatro dias depois. Peço desculpa mas que raio de conclusão é esta? O umbiguismo endémico ao cubo ou a posição geo-estratégica elevada ao ridículo.
Apesar disso existem determinadas declarações que não podem passar incólumes, reconheço que descontextualizadas, mas que as gostaria de destacar. Assim, e para o líder do CDS/PP-Açores, Artur Lima, "os terroristas, se tivessem que vir, já tinham vindo" e que "O risco, visto a esta distância, é nenhum, está esquecido, não houve nem há repercussões positivas ou negativas, excepto o facto de turisticamente não se ter aproveitado a visibilidade que foi dada aos Açores e à ilha Terceira, em particular", disse. No comment.
A Cimeira dos Açores fica na história como a altura, e o local, na qual se redigiu a estratégia para o início da invasão do Iraque à revelia e através de um ultimato à ONU e com o recurso a documentos falsos, situação que tem sido amplamente divulgada por diversos protagonistas de todo este processo que a posteriori fazem um mea culpa por forma a escusar-se a comentários.
O Mundo desde o 11 de Setembro nunca mais foi o mesmo. E desde a invasão do Iraque tornou-se ainda mais instável. Apesar de essa não ser a única explicação plausível veio tornar voláteis os mercados financeiros e inflacionar o preço do petróleo a níveis nunca dantes imagináveis e com isso toda uma série de produtos essenciais. Iraque e Guerra são palavras que ficam associadas à história dos Açores, naquilo a que Bush chamou "Moment of Truth", que de “verdadeiro” teve muito pouco, e cuja acção “preventiva” da coligação aliada, Noam Chomsky, famoso polítologo norte-americano, identifica como o “crime supremo”.
Visibilidade turística. Como?!
* edição de 18/03/08 do AO
** Email Reporter X
*** Imagem X Daily Show de 17.03.03 (abrir com Quicktime)
terça-feira, março 18
Publicidade Institucional # 3
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O blog antigamente1900 conserva um notável e interessante espólio postal com mais de um século. Uma máquina do tempo blogoesférica com postais do Portugal que emerge no Século XX mas também com um acervo curioso de postais Açorianos que incluem paisagens longínquas no tempo e na geografia (São Miguel, Terceira, Graciosa, Faial e Pico, Flores e Corvo). O blog é uma homenagem de Marco Oliveira ao seu avô, António Monteiro de Oliveira, médico, militar e monárquico. O blog conserva uma memória da participação do Dr. António Oliveira na I Guerra Mundial, integrado no CEP, e ainda um curioso acervo de postais de França bem como das colónias perdidas de Angola e Cabo Verde. Um convite a revisitar o passado. Verdadeiramente Indispensável.
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O blog antigamente1900 conserva um notável e interessante espólio postal com mais de um século. Uma máquina do tempo blogoesférica com postais do Portugal que emerge no Século XX mas também com um acervo curioso de postais Açorianos que incluem paisagens longínquas no tempo e na geografia (São Miguel, Terceira, Graciosa, Faial e Pico, Flores e Corvo). O blog é uma homenagem de Marco Oliveira ao seu avô, António Monteiro de Oliveira, médico, militar e monárquico. O blog conserva uma memória da participação do Dr. António Oliveira na I Guerra Mundial, integrado no CEP, e ainda um curioso acervo de postais de França bem como das colónias perdidas de Angola e Cabo Verde. Um convite a revisitar o passado. Verdadeiramente Indispensável.
segunda-feira, março 17
Vox Populi
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"auscultar o vox populi, essa entidade sagrada de cujos pronunciamentos - sempre inteligentes e informados - dependem os deuses."
Miguel Castelo Branco - Combustões
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Drew Barrymore...and daisies
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O Governo e a Rua
"No dia em que um governo se visse impedido de levar a cabo uma reforma essencial do seu programa, por rebelião dos profissionais de um serviço público apoiada pela oposição, só teria uma saída democraticamente digna, ou seja, pedir a demissão ao Presidente da República para convocar eleições antecipadas a fim de saber quem governa: se o Governo eleito ou a oposição, se os cidadãos eleitores ou uma classe profissional na rua."
Vital Moreira no Causa Nossa
Pinto de Sousa na Rua
"A solução, simples e directa, não é mudar de ministros mas sim de primeiro-ministro. É quanto a mim, José Sócrates que deve ser colocado fora da governação do país, porque o “rodar” ministros em nada contribuiu para mudar as políticas impostas por um primeiro-ministro teimosos, arrogante e, porque não, provinciano"
José Manuel Rosa Nunes no Correio dos Açores
Magnifica interrogação?
"Como é possível iniciar uma verdadeira cruzada demolidora dom professorado português quando ser professor em Portugal é estar à mercê de tudo e mais alguma coisa, desde a desautorização na sala de aula, à agressão moral e até física, tanto de pais como de alunos?!"
Vasco Garcia na Aula Magna do Açoriano Oriental
Anónimos em risco?
"Boas notícias para os anonimofóbicos da blogosfera... Uma iniciativa destemida acaba de ser tomada nos Estados Unidos, esse farol planetário. O digníssimo Representante do Kentucky, Tim Couch, Deus o guarde, avançou com uma proposta de lei que pretende ilegalizar a postagem anónima online, essa praga.(...)Podemos até já ir antevisionando o futuro cá na Portugalhota dos blogues: no dia seguinte à ansiada proibição ciber-higienista, a canzoada vip deixa de ladrar aos anónimos e passa a ladrar aos desconhecidos. Mas reparem na enorme vantagem, no imenso progresso: deixam, as alimárias, de rebeubéuzar a tipos que, de todo, não sabem quem são, para passarem a rosnar a tipos que desconhecem completamente quem sejam."
Dragão, no Dragoscópio.
Estevão a propósito da falência "culposa" do Jornal dos Açores.
"As tentações de "posse", controlo e instrumentalização dos poderes partidários e governamentais sobre a Comunicação Social não são de agora, mas têm nos socialistas uma longa tradição"
Estevão Gago da Câmara no Açoriano Oriental
"auscultar o vox populi, essa entidade sagrada de cujos pronunciamentos - sempre inteligentes e informados - dependem os deuses."
Miguel Castelo Branco - Combustões
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Drew Barrymore...and daisies
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O Governo e a Rua
"No dia em que um governo se visse impedido de levar a cabo uma reforma essencial do seu programa, por rebelião dos profissionais de um serviço público apoiada pela oposição, só teria uma saída democraticamente digna, ou seja, pedir a demissão ao Presidente da República para convocar eleições antecipadas a fim de saber quem governa: se o Governo eleito ou a oposição, se os cidadãos eleitores ou uma classe profissional na rua."
Vital Moreira no Causa Nossa
Pinto de Sousa na Rua
"A solução, simples e directa, não é mudar de ministros mas sim de primeiro-ministro. É quanto a mim, José Sócrates que deve ser colocado fora da governação do país, porque o “rodar” ministros em nada contribuiu para mudar as políticas impostas por um primeiro-ministro teimosos, arrogante e, porque não, provinciano"
José Manuel Rosa Nunes no Correio dos Açores
Magnifica interrogação?
"Como é possível iniciar uma verdadeira cruzada demolidora dom professorado português quando ser professor em Portugal é estar à mercê de tudo e mais alguma coisa, desde a desautorização na sala de aula, à agressão moral e até física, tanto de pais como de alunos?!"
Vasco Garcia na Aula Magna do Açoriano Oriental
Anónimos em risco?
"Boas notícias para os anonimofóbicos da blogosfera... Uma iniciativa destemida acaba de ser tomada nos Estados Unidos, esse farol planetário. O digníssimo Representante do Kentucky, Tim Couch, Deus o guarde, avançou com uma proposta de lei que pretende ilegalizar a postagem anónima online, essa praga.(...)Podemos até já ir antevisionando o futuro cá na Portugalhota dos blogues: no dia seguinte à ansiada proibição ciber-higienista, a canzoada vip deixa de ladrar aos anónimos e passa a ladrar aos desconhecidos. Mas reparem na enorme vantagem, no imenso progresso: deixam, as alimárias, de rebeubéuzar a tipos que, de todo, não sabem quem são, para passarem a rosnar a tipos que desconhecem completamente quem sejam."
Dragão, no Dragoscópio.
Estevão a propósito da falência "culposa" do Jornal dos Açores.
"As tentações de "posse", controlo e instrumentalização dos poderes partidários e governamentais sobre a Comunicação Social não são de agora, mas têm nos socialistas uma longa tradição"
Estevão Gago da Câmara no Açoriano Oriental
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justiça palhaça
O texto foi escrito como reacção às declarações em que Jardim chama «bastardos» e «filhos da puta» aos jornalistas, declarações pelas quais não poderá vir a ser julgado, já que goza de imunidade.A demonstração da impunidade palaciana que grassa no rectângulo e ilha(s) adjacente(s).
concelho feliz
Calheta. Ponta Delgada. Março 2008. Ao invés da mui imaginativa placa Concelho Feliz, que identifica as obras do foro municipal, deviam ser colocadas placas de Estaleiro ou Fechado para Obras nas entradas da cidade. O caos na urbe não é ficção, é real e tende a agravar-se.
domingo, março 16
Diz que é uma Espécie de Novela
Os media contemporâneos, que pouco mais são do que empresas reguladas pela venda do espaço publicitário regido pelo share, fazem do, anteriormente sagrado, espaço do telejornal o estender da novela e do voyeurismo ao domínio do político público - tudo em prol da notícia e da transparência. Diz que sim! Para ver na integra (quem o conseguir!) a prestação de Sócrates e de Menezes.
Filosofia de taberna
Não sei se será do aquecimento global mas o S. João comemora-se cada vez mais cedo. Este ano será lá para os fins de Março.
Bota aí mais uma taça!
Bota aí mais uma taça!
16.03.03
«As fotografias de Augusto Alves da Silva, “3.16”, são um marco quer na obra do autor, quer na fotografia portuguesa quer, certamente, na possibilidade da sua afirmação internacional e são, além do mais, um marco significativo e exemplificador das melhores possibilidades do discurso crítico e político da arte contemporânea. Inspirado pela Cimeira dos Açores, de que Durão Barroso foi o anfitrião, e onde se selou o pacto final entre Bush, Blair, Aznar que permitiu o desencadear da Segunda Guerra do Golfo, o artista registou como que uma imagem inversa: na pacífica paisagem, marítima e bucólica, da Ilha Terceira, mal se divisando ao longe o aeroporto militar, vão aterrando um a um os aviões que trazem as assinatura da Guerra» in ArteCapital.
Passados 5 anos sobre este fatídico acontecimento é de registar um pequeno grande detalhe que importa reter, contrariando em larga medida o que aqui foi dito.
Passados 5 anos sobre este fatídico acontecimento é de registar um pequeno grande detalhe que importa reter, contrariando em larga medida o que aqui foi dito.
sábado, março 15
Incontinências
No âmago de cada :ILHAS habita um Marreta *.
****** qq equiparação a propósito será um despropósito ******
****** qq equiparação a propósito será um despropósito ******
sexta-feira, março 14
Alta Fidelidade
Uma das bandas mais influentes da cena dita "alternativa" está de regresso aos palcos e diz-se que aos discos também. Para quem já esperou 17 anos mais uns meses não farão diferença.
quinta-feira, março 13
quarta-feira, março 12
Dividir para reinar
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(*) foto gentilmente cedida pelo Abrupto
...
Os Professores saíram das escolas e desceram ao Terreiro do Paço. Diz-se que foram mais de 100.000. O Governo diz que são comunistas manipulados como "carneiros" ao serviço dos sindicatos afectos ao "PêCê". Ora, assim se vê o estado autista a que chegou este Governo da República. Paradoxal é também este Partido Socialista feito à imagem e semelhança do Sr. Pinto de Sousa e das conveniências dos holofotes. Para este PS, por vezes, os comunistas e demais camaradas servem para exortar o regime das conquistas de Abril, pelo que, descem irmanados e solidários a Avenida da Liberdade em dia de São Cravo; mas, outras vezes, quando se trata de exercer essa Liberdade na rua e em oposição ao Governo os amistosos camaradas transfiguram-se em tenebrosos comunistas! Para este PS, fora do unanimismo, todos são perigosos inimigos do Governo e das suas "reformas". Entre esta sanha reformista, e por vezes persecutória, está o Estatuto da Carreira Docente, percursor, como se sabe, do actual desagrado dos Professores. Mas o facto é que estes só agora acordaram para a tenebrosa realidade: a crónica da anunciada morte da função pública. Quem tiver dúvidas que veja o que por aí vem com o novo regime de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Dúvidas não há que este Governo do PS tem por missão aniquilar a função pública tal como a conhecemos. Nesta campanha tem contado com a prestimosa cumplicidade do Presidente da República que, na placidez da sua reforma de estadão em Belém, meteu na gaveta a "magistratura de influência". Neste negro quadro só espanta que a letargia dominante seja pontualmente agitada. Desta feita a erupção deu-se no sector da Educação. Durante anos a Educação foi sendo minada por um empobrecimento do estatuto social dos docentes, descredibilizada pela implementação do "eduquês" elevado à categoria de novilíngua que ninguém entende, desprezada pelos novos mandarins da pseudo-pedagogia dos "saberes" e do "relativismo multicultural", desautorizada pelo fenómeno crescente e imparável da violência no meio escolar. Tem sido este o triste fado da Educação em Portugal ao qual agora se acrescenta um novo regime do Estatuto da Carreira Docente que seguramente contribuirá substancialmente para a divisão interna da classe e para a "luta de classes" entre o vasto exército de Professores avaliados. Mas assim o quer o Governo da República: dividir para reinar. Resta saber se na Educação já se atingiu o ponto de não retorno.
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.com
(*) foto gentilmente cedida pelo Abrupto
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Os Professores saíram das escolas e desceram ao Terreiro do Paço. Diz-se que foram mais de 100.000. O Governo diz que são comunistas manipulados como "carneiros" ao serviço dos sindicatos afectos ao "PêCê". Ora, assim se vê o estado autista a que chegou este Governo da República. Paradoxal é também este Partido Socialista feito à imagem e semelhança do Sr. Pinto de Sousa e das conveniências dos holofotes. Para este PS, por vezes, os comunistas e demais camaradas servem para exortar o regime das conquistas de Abril, pelo que, descem irmanados e solidários a Avenida da Liberdade em dia de São Cravo; mas, outras vezes, quando se trata de exercer essa Liberdade na rua e em oposição ao Governo os amistosos camaradas transfiguram-se em tenebrosos comunistas! Para este PS, fora do unanimismo, todos são perigosos inimigos do Governo e das suas "reformas". Entre esta sanha reformista, e por vezes persecutória, está o Estatuto da Carreira Docente, percursor, como se sabe, do actual desagrado dos Professores. Mas o facto é que estes só agora acordaram para a tenebrosa realidade: a crónica da anunciada morte da função pública. Quem tiver dúvidas que veja o que por aí vem com o novo regime de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Dúvidas não há que este Governo do PS tem por missão aniquilar a função pública tal como a conhecemos. Nesta campanha tem contado com a prestimosa cumplicidade do Presidente da República que, na placidez da sua reforma de estadão em Belém, meteu na gaveta a "magistratura de influência". Neste negro quadro só espanta que a letargia dominante seja pontualmente agitada. Desta feita a erupção deu-se no sector da Educação. Durante anos a Educação foi sendo minada por um empobrecimento do estatuto social dos docentes, descredibilizada pela implementação do "eduquês" elevado à categoria de novilíngua que ninguém entende, desprezada pelos novos mandarins da pseudo-pedagogia dos "saberes" e do "relativismo multicultural", desautorizada pelo fenómeno crescente e imparável da violência no meio escolar. Tem sido este o triste fado da Educação em Portugal ao qual agora se acrescenta um novo regime do Estatuto da Carreira Docente que seguramente contribuirá substancialmente para a divisão interna da classe e para a "luta de classes" entre o vasto exército de Professores avaliados. Mas assim o quer o Governo da República: dividir para reinar. Resta saber se na Educação já se atingiu o ponto de não retorno.
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiário.com
Agente Provocador # 12
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mais logo para ouvir Aqui na RDP-Açores.com Herberto Quaresma, Bárbara Almeida e João Nuno Almeida e Sousa à frente das operações e a receber o fotógrafo José Luís Rodrigues dos Santos
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mais logo para ouvir Aqui na RDP-Açores.com Herberto Quaresma, Bárbara Almeida e João Nuno Almeida e Sousa à frente das operações e a receber o fotógrafo José Luís Rodrigues dos Santos
terça-feira, março 11
segunda-feira, março 10
XFM
A estação de rádio "alternativa" londrina XFM dá-nos a possibilidade de efectuar o download gratuito do novo disco dos Charlatans. Esta é uma estratégia de mercado assumida anteriormente por diversos artistas e com manifesta tendência para continuar. Devido sobretudo às alterações introduzidas na forma e no formato com o qual desfrutamos da música que ouvimos, são cada vez mais os músicos menos dependentes das grandes empresas discográficas e que passam a ser, eles próprios, responsáveis por aquilo que produzem. Por este andar, terá o CD uma vida mais curta que o Vinil - cujo ressurgimento, no mercado, passou de um revivalismo circunscrito a um produto cobiçado?! Tendência perniciosa ou uma inevitabilidade?!
Trivial Pursuit
A RTP1 dedicou ontem um programa ao Liceu Normal de Pedro Nunes. Andei por lá entre 1971/1972 e 1975/1976. Sei do que falo e do que não se falou no programa da Maria Elisa. Os anos do PREC, entre 1974 e 1976, foram aflorados de passagem e o Luis Represas, que bem podia ter contado essa história, ficou-se por outro álbum de recordações, aliás bastante simpático para os Açores, ao destacar a figura do professor de Canto Coral, Edmundo Machado Oliveira, que foi para todos nós um Leonard Bernstein tangível fora dos ecrãs da televisão. Mas o Pedro Nunes tem igualmente outro ponto de intersecção curioso com os Açores: antes do 6 de Junho de 1975 em Ponta Delgada, considerada a primeira manifestação anti-gonçalvista do país, o Pedro Nunes entrou em confronto directo com o Conselho da Revolução e esteve cercado durante dias pelo COPCON, acontecimentos que depois levaram à prisão de alguns alunos do Liceu, os primeiros presos políticos, não afectos ao anterior regime, a entrarem pelos portões de Caxias depois do 25 de Abril. Porque é que nunca tocam o "lado B" do Liceu dos betinhos? Porque é que não falam do Liceu Anormal de Pedro Nunes? Porque é que ninguém pergunta: o que se passou à esquerda da Revolução?
domingo, março 9
VideoClube
A Vila será, provavelmente, o melhor filme, até à data, de M. Night Shyamalan. Realização sóbria e segura, esteticamente irrepreensível, e de uma subtileza cinematográfica aparentemente simples. A ver ou rever com interesse.
sábado, março 8
sexta-feira, março 7
...Eu hoje deitei-me assim
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...assim triste e desiludido com este Misterio de Mendoza. Uma ofensa à minha casta favorita: shiraz que me asseveram os livros ser oriunda da Mesoptâmia antes da fúria do islão ter banido em público o consumo de álcool. Este oak aged da casa Finca Flichman é a antítese do que promete. Em bom Português: uma bodega. Ludibriado, hoje deito-me agastado.
...assim triste e desiludido com este Misterio de Mendoza. Uma ofensa à minha casta favorita: shiraz que me asseveram os livros ser oriunda da Mesoptâmia antes da fúria do islão ter banido em público o consumo de álcool. Este oak aged da casa Finca Flichman é a antítese do que promete. Em bom Português: uma bodega. Ludibriado, hoje deito-me agastado.
Porque delas é o reino da terra...
... deixo aqui o link para a Another Magazine que na edição Primavera/Verão 2008 nos brinda com uma entrevista e um conjunto de excelentes fotografias de Uma Thurman.
A ver também, no separador "People" as fotos de Julianne Moore e Kirsten Dunst.
PS: Juro que não me deitei assim.
quinta-feira, março 6
...Eu hoje deitei-me assim
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...putz que grande CD made in Portugal ! Descobri atónito este JP Simões que é da minha geração e andou por aí com os Pop dell’Arte, Belle Chase Hotel e Quinteto Tati. A estreia de JP Simões, há cerca de um ano, faz-se com este irrepreensível 1970 que tresanda a nostalgia e ao melhor que Chico Buarque fazia quando JP Simões ainda era catraio. Letras e arranjos do melhor que tenho ouvido num trabalho de produção ao nível do que de melhor se faz worldwide. Uma "fantabulástica" obra de arte que no variado reino musical se pode arrumar na secção do Luso Bossa Nova...por enquanto ainda com esta entrada única de JP Simões
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...putz que grande CD made in Portugal ! Descobri atónito este JP Simões que é da minha geração e andou por aí com os Pop dell’Arte, Belle Chase Hotel e Quinteto Tati. A estreia de JP Simões, há cerca de um ano, faz-se com este irrepreensível 1970 que tresanda a nostalgia e ao melhor que Chico Buarque fazia quando JP Simões ainda era catraio. Letras e arranjos do melhor que tenho ouvido num trabalho de produção ao nível do que de melhor se faz worldwide. Uma "fantabulástica" obra de arte que no variado reino musical se pode arrumar na secção do Luso Bossa Nova...por enquanto ainda com esta entrada única de JP Simões
A Lusa criou a notícia.
O AO publicou e ilustrou. Mal.
Excerto da página 20 do Açoriano Oriental de 6/3/08
quarta-feira, março 5
Excepções
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Causou moderado "escândalo" o relatório da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em resposta à queixa do "Diário dos Açores", motivada, recorde-se, pela alegada escassez de publicidade institucional do Governo Regional naquele jornal. Mais concretamente 0.90 % da Publicidade Institucional distribuída no período em causa.
Que se convoquem os poderes públicos para a correcção das distorções do mercado da comunicação social é já por si estranho numa economia de mercado capitalista e liberal conforme tem propagandeado o Governo Regional. Contudo, ao darmos por assente que a realidade é outra e que, efectivamente, todos carecem por igual, e na respectiva proporção, da publicidade institucional para a sua sobrevivência, no mínimo, o que se exige é equidade e justiça para todos. Era só isto que reivindicava o "Diário dos Açores". Estranhamente, e por vias misteriosas, a apreciação da ERC trilhou outros caminhos que são um desvio, para não dizer uma entorse, ao objecto da reclamação. Na bifurcação da análise feita pela ERC seguiram-se dois caminhos: por um lado, arregimentaram-se os jornais em grupos económicos para justificar em bloco que, afinal de contas, o bolo era a dividir pelas empresas e não pelos títulos de imprensa; por outro lado, chamou-se à colação as autarquias, naturalmente a de Ponta Delgada à cabeça, para servirem de termo de comparação com os critérios de distribuição do Governo Regional! Estranha metodologia, sem qualquer arrimo na reclamação, e totalmente fora do objecto do pedido de apreciação! Este insólito método de análise chega a convocar a Lei 169/99, de 18 de Setembro – regime jurídico de funcionamento dos órgãos dos municípios e freguesias – (já alterado pela Lei 5-A/2002 de 11 Janeiro) – para ilustrar os indicadores de "critérios de distribuição reconhecidos como eficientes, imparciais e equitativos". Com efeito, esses critérios estão definidos na citada lei, mais concretamente no seu art.º 91, mas em contraponto, dá-se por assente no relatório da ERC que a Administração Regional, desde 2006, anuncia a intenção de apresentar um quadro normativo e de critérios para a atribuição da publicidade institucional pelos vários órgãos de comunicação social.
Conclusão: a comparação engendrada acaba por resultar em desfavor do Governo Regional, concluindo a ERC que atenta a "complexidade" da matéria em análise os critérios de distribuição do Governo Regional não são ainda suficientemente concretizáveis. Não arreda também a razão do reclamante mas engloba-o num grupo económico para diluir o tratamento de desfavor que mereceu do Governo Regional. Não perspectiva os jornais editados como títulos autónomos, mas antes como representações empresariais de grupos económicos. Conclui em suma que: "a publicidade institucional do Governo e a das Autarquias desenvolveram-se em moldes distintos, espelhando porventura as diferenças entre as forças políticas dominantes nos Poderes Central (o Partido Socialista) e o Local (o Partido Social Democrata), na região Autónoma dos Açores.". Conclusão esta inaceitável e extravagante para um relatório que começa por analisar a reclamação concreta de um jornal por alegada "discriminação negativa" do Governo Regional, deriva para uma análise comparativa com os poderes Autárquicos, arruma os jornais em meras extensões mercantis de grupos empresariais e económicos e acaba por concluir, polarizando, que os jornais estão ao serviço do Partido Socialista e do Partido Social Democrata! Se assim é, resta-me a consolação de o dito relatório concluir pela distribuição equitativa e proporcional da publicidade institucional em Ponta Delgada, por todos os títulos de imprensa escrita, o que demonstra que há excepções que confirmam a regra.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
Causou moderado "escândalo" o relatório da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em resposta à queixa do "Diário dos Açores", motivada, recorde-se, pela alegada escassez de publicidade institucional do Governo Regional naquele jornal. Mais concretamente 0.90 % da Publicidade Institucional distribuída no período em causa.
Que se convoquem os poderes públicos para a correcção das distorções do mercado da comunicação social é já por si estranho numa economia de mercado capitalista e liberal conforme tem propagandeado o Governo Regional. Contudo, ao darmos por assente que a realidade é outra e que, efectivamente, todos carecem por igual, e na respectiva proporção, da publicidade institucional para a sua sobrevivência, no mínimo, o que se exige é equidade e justiça para todos. Era só isto que reivindicava o "Diário dos Açores". Estranhamente, e por vias misteriosas, a apreciação da ERC trilhou outros caminhos que são um desvio, para não dizer uma entorse, ao objecto da reclamação. Na bifurcação da análise feita pela ERC seguiram-se dois caminhos: por um lado, arregimentaram-se os jornais em grupos económicos para justificar em bloco que, afinal de contas, o bolo era a dividir pelas empresas e não pelos títulos de imprensa; por outro lado, chamou-se à colação as autarquias, naturalmente a de Ponta Delgada à cabeça, para servirem de termo de comparação com os critérios de distribuição do Governo Regional! Estranha metodologia, sem qualquer arrimo na reclamação, e totalmente fora do objecto do pedido de apreciação! Este insólito método de análise chega a convocar a Lei 169/99, de 18 de Setembro – regime jurídico de funcionamento dos órgãos dos municípios e freguesias – (já alterado pela Lei 5-A/2002 de 11 Janeiro) – para ilustrar os indicadores de "critérios de distribuição reconhecidos como eficientes, imparciais e equitativos". Com efeito, esses critérios estão definidos na citada lei, mais concretamente no seu art.º 91, mas em contraponto, dá-se por assente no relatório da ERC que a Administração Regional, desde 2006, anuncia a intenção de apresentar um quadro normativo e de critérios para a atribuição da publicidade institucional pelos vários órgãos de comunicação social.
Conclusão: a comparação engendrada acaba por resultar em desfavor do Governo Regional, concluindo a ERC que atenta a "complexidade" da matéria em análise os critérios de distribuição do Governo Regional não são ainda suficientemente concretizáveis. Não arreda também a razão do reclamante mas engloba-o num grupo económico para diluir o tratamento de desfavor que mereceu do Governo Regional. Não perspectiva os jornais editados como títulos autónomos, mas antes como representações empresariais de grupos económicos. Conclui em suma que: "a publicidade institucional do Governo e a das Autarquias desenvolveram-se em moldes distintos, espelhando porventura as diferenças entre as forças políticas dominantes nos Poderes Central (o Partido Socialista) e o Local (o Partido Social Democrata), na região Autónoma dos Açores.". Conclusão esta inaceitável e extravagante para um relatório que começa por analisar a reclamação concreta de um jornal por alegada "discriminação negativa" do Governo Regional, deriva para uma análise comparativa com os poderes Autárquicos, arruma os jornais em meras extensões mercantis de grupos empresariais e económicos e acaba por concluir, polarizando, que os jornais estão ao serviço do Partido Socialista e do Partido Social Democrata! Se assim é, resta-me a consolação de o dito relatório concluir pela distribuição equitativa e proporcional da publicidade institucional em Ponta Delgada, por todos os títulos de imprensa escrita, o que demonstra que há excepções que confirmam a regra.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
There will be blood ?
There will be blood, uma adaptação do romance de Upton Sinclair, Oil (1927), vai estar brevemente numa sala de cinema perto de si, mas enquanto tal não acontece bem que podemos ir assistindo ao filme das eleições presidenciais americanas, muito embora leia nas caixas de comentários que este blog dedica excessiva atenção a esse processo. Pois, paciência.
Preferia estar na pele do Daniel Day Lewis, que desempenhou o papel principal no filme de Paul Thomas Anderson, do que na de Howard Dean, o energético ex-Governador do Vermont sobre quem recai a responsabilidade de coordenar a Convenção Democrata em Denver, no próximo Verão. Como disse o Pedro no seu post de ontem, depois da vitória de Hillary Clinton no Texas e Ohio, the race is still on. E eu acrescento and on, and on, and on, como o coelhinho da Duracell. Ora, por este andar, a nomeação do candidato Democrata à Casa Branca só será decidida em Denver. Desde logo, boas notícias para John McCain. A partir de hoje o tempo joga a favor dos Republicanos, mas nem sempre jogará a favor de McCain – o homem já dobrou os 70 e durante a pré-campanha, à custa do seu proverbial straight talk, cometeu a gaffe de admitir que poderia apenas cumprir um mandato. Mais tarde ou mais cedo isso será um tema lançado contra a sua campanha mas, por ora, McCain is cruising e até encontrou em Hillary Clinton uma inesperada aliada. A política tem destas coisas e os Clinton falam de cátedra em matéria de triangulações, ou não tivesse sido Bill o inventor de uma escola depois seguida por Tony Blair. Percebe-se que os Republicanos do Texas aconselhassem os seus simpatizantes a votarem em Hillary – tinham todo o interesse em manter a corrida Democrata aberta. Mas não se percebe como é que Hillary disse numa entrevista à CBS que McCain seria melhor Comandante-Chefe do que Obama. Ou melhor, percebe-se, porque foi à custa disso e do anúncio do telefonema às 3 da manhã para a Casa Branca (também ele publicidade indirecta para McCain), que Hillary Clinton conquistou ontem o direito a prolongamento. Como perguntava o Guilherme Marinho no Chá Verde: vale tudo menos tirar olhos? Bem, passe o aforismo sexista, a política não é um jogo para meninas e Hillary Clinton, mau grado os seus ares de Martha Stewart, tem pelo na venta para dar e vender. Faço-lhe uma vénia. A campanha dela melhorou muito: dispensou o marido de aparecer, virou inteligentemente os media contra o Obama e atacou-o sem contemplações nas partes baixas. E lá se foi a erecção, também conhecida por momentum. A verdade é esta: os Democratas estão enredados na sua própria rede e algumas Cassandras do partido já vieram recordar a Convenção de Chicago, em 1968, onde os superdelegates não seguiram a tendência do voto popular e acabou tudo ao molho.
Coitado do Howard Dean. Se fosse a ele inscrevia-me no Yoga. There will be blood é o título do filme. O ponto de interrogação é meu.
Agente Provocador
Emissão do AGENTE PROVOCADOR com Herberto Quaresma, João Nuno Almeida e Sousa e Alexandre Pascoal que esta semana recebem Leonor Sampaio e o seu Corpo Insólito. Mais logo depois das 22h na Antena 1.
Hillary
foto: Todd Heisler/The New York Times
Na noite de ontem, Hillary Clinton conquistou um importantíssimo balão de oxigénio na sua corrida à nomeação como candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos. Com as vitórias em Ohio, Texas e Rhode Island, Hillary vê assim legitimada a sua permanência numas primárias que muitos queriam ver terminadas prematuramente. Olhando para os resultados e excluindo a vitória expressiva de Obama no Vermont, o Texas é o caso mais paradigmático. Se bem que por uma curta margem, Hillary consegue uma vitória nas primárias feitas por voto secreto do Texas, segurando o voto hispânico e vencendo no interior rural, fora dos grandes centros urbanos, enquanto Obama mantêm a sua dinâmica própria segurando vitórias nos caucus, em que o voto é expresso publicamente perante os restantes eleitores. Estes detalhes são fulcrais não só para a contagem dos delegados, mas também para a percepção daquilo que é a tendência do eleitorado. Mas daqui para a frente e em face dos desenvolvimentos do outro lado da barreira, John McCain obteve o numero mágico de 1191 delegados necessários para a nomeação, os dois candidatos democratas irão combater em duas frentes, não só entre si, mas contra McCain. A grande questão que vai centrar esta campanha de agora em diante é a dinâmica e a capacidade de vitória, quem tem mais possibilidades de chegar à Casa Branca. Aquilo a que os americanos chamam electability. Do lado Republicano já foi anunciado para hoje o endorsement de Bush a McCain, provavelmente na própria Casa Branca, no que será certamente uma imagem mediática fortíssima. Exige-se agora aos democratas que ponderem e escolham aquele com maior possibilidade de derrotar os republicanos num país que é na sua essência um país conservador. The race is, still, on.
...Eu hoje deitei-me assim
...com simplicidade
Maurice Denis - A História da Psique - 1908 - Museu Hermitage
...
hoje é dia de coisas simples
(Ai de mim! Que desgraça!
O creme de terra não voltará a aparecer!)
coisas simples como ir contigo ao restaurante
ler o horóscopo e os pequenos escândalos
folhear revistas pornográficas e
demorarmo-nos dentro da banheira
na ladeia pouco há a fazer
falaremos do tempo com os olhos presos dentro das
chávenas
inventaremos palavras cruzadas na areia... jogos
e murmúrios de dedos por baixo da mesa
beberemos café
sorriremos à pessoas e às coisas
caminharemos lado a lado os ombros tocando-se
(se estivesses aqui!)
em silêncio olharíamos a foz do rio
é o brincar agitado do sol nas mãos das crianças
descalças
hoje
...
Al Berto - Doze moradas de silêncio
Maurice Denis - A História da Psique - 1908 - Museu Hermitage
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hoje é dia de coisas simples
(Ai de mim! Que desgraça!
O creme de terra não voltará a aparecer!)
coisas simples como ir contigo ao restaurante
ler o horóscopo e os pequenos escândalos
folhear revistas pornográficas e
demorarmo-nos dentro da banheira
na ladeia pouco há a fazer
falaremos do tempo com os olhos presos dentro das
chávenas
inventaremos palavras cruzadas na areia... jogos
e murmúrios de dedos por baixo da mesa
beberemos café
sorriremos à pessoas e às coisas
caminharemos lado a lado os ombros tocando-se
(se estivesses aqui!)
em silêncio olharíamos a foz do rio
é o brincar agitado do sol nas mãos das crianças
descalças
hoje
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Al Berto - Doze moradas de silêncio
terça-feira, março 4
Reporter X
Inconstância(s) *
Numa época de constantes mudanças impostas ao status quo, alterações climáticas e de eventuais retornos saudosistas a modelos e valores “nacionalistas” perigosos, o tempo exige-nos espaço para a reflexão - o que em si nem sempre abona a nosso favor. A culpa do mal que aflige a nação não irá morrer solteira. Mas, a existir culpa, esta será sempre do vizinho. Será a reflexividade do tuga “autista”?!
Arregimentados ou não pelo discurso político circunstancial, os diseurs de opinião da nação acenam com o fantasma da nação deprimida, um reflexo de si próprios (!), e com comparações inevitáveis a modelos estrangeirados. Senão, leia-se este pequeno excerto da crónica de Vasco Pulido Valente da passada 6ª feira: «Alexandre Herculano, o maior "intelectual" do liberalismo, que passara pelo exílio e combatera no cerco do Porto, deixou, já em agonia, um último juízo sobre a Pátria: "Isto dá vontade de morrer." D. Carlos, que foi de facto o último rei e o último reformador da Monarquia, achava Portugal uma "piolheira" e os portugueses, fatalmente, uma "choldra"». VPV redime-se, mas será ele próprio o protótipo do optimista?!
Numa vivência quotidiana regida pela imprevisibilidade do emprego, das relações sociais e de localização, o carácter egocêntrico e individualista assume uma preponderância inconsequente e da qual nem os políticos se furtam à participação. E num novo modelo “desportivo” nacional passou a ser corrente a elevação do contraditório a “debate”, por forma a suscitar “polémica” e a elevar as vozes da “opinião pública” à indignação. Os papeis principais estão reservados à classe política de serviço, que, a corroborar todo o circo mediático que os circunda, a alimenta, todos os dias, e na qual se contradiz profusamente e desdobra em múltiplos papeis antagónicos, em ameaças inócuas de idas a tribunal, com pedidos de desculpas, da atribuição a 3ºs dos problemas da paróquia e com um sem fim de despropósitos.
É tempo de sairmos deste "autismo" a que nos querem reduzir e avançar com propostas concretas. Parafraseando Augusto Mateus, na conferência de encerramento do(s) Encontro(s) de Cultura(s) – Alcutur, no passado dia 23 de Fevereiro, em Guimarães: «Passamos muito tempo à procura das culpas do passado e não nos protagonistas do futuro». A síntese perfeita para compreender parte parte desta inconstância portuguesa.
* edição de 04/03/08 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Lomo
Numa época de constantes mudanças impostas ao status quo, alterações climáticas e de eventuais retornos saudosistas a modelos e valores “nacionalistas” perigosos, o tempo exige-nos espaço para a reflexão - o que em si nem sempre abona a nosso favor. A culpa do mal que aflige a nação não irá morrer solteira. Mas, a existir culpa, esta será sempre do vizinho. Será a reflexividade do tuga “autista”?!
Arregimentados ou não pelo discurso político circunstancial, os diseurs de opinião da nação acenam com o fantasma da nação deprimida, um reflexo de si próprios (!), e com comparações inevitáveis a modelos estrangeirados. Senão, leia-se este pequeno excerto da crónica de Vasco Pulido Valente da passada 6ª feira: «Alexandre Herculano, o maior "intelectual" do liberalismo, que passara pelo exílio e combatera no cerco do Porto, deixou, já em agonia, um último juízo sobre a Pátria: "Isto dá vontade de morrer." D. Carlos, que foi de facto o último rei e o último reformador da Monarquia, achava Portugal uma "piolheira" e os portugueses, fatalmente, uma "choldra"». VPV redime-se, mas será ele próprio o protótipo do optimista?!
Numa vivência quotidiana regida pela imprevisibilidade do emprego, das relações sociais e de localização, o carácter egocêntrico e individualista assume uma preponderância inconsequente e da qual nem os políticos se furtam à participação. E num novo modelo “desportivo” nacional passou a ser corrente a elevação do contraditório a “debate”, por forma a suscitar “polémica” e a elevar as vozes da “opinião pública” à indignação. Os papeis principais estão reservados à classe política de serviço, que, a corroborar todo o circo mediático que os circunda, a alimenta, todos os dias, e na qual se contradiz profusamente e desdobra em múltiplos papeis antagónicos, em ameaças inócuas de idas a tribunal, com pedidos de desculpas, da atribuição a 3ºs dos problemas da paróquia e com um sem fim de despropósitos.
É tempo de sairmos deste "autismo" a que nos querem reduzir e avançar com propostas concretas. Parafraseando Augusto Mateus, na conferência de encerramento do(s) Encontro(s) de Cultura(s) – Alcutur, no passado dia 23 de Fevereiro, em Guimarães: «Passamos muito tempo à procura das culpas do passado e não nos protagonistas do futuro». A síntese perfeita para compreender parte parte desta inconstância portuguesa.
* edição de 04/03/08 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Lomo
Trivial Pursuit
O pão está cada vez mais caro, mas ninguém parece notar. A carestia do pão é hoje um eufemismo do Ancien Regime. A gasolina, essa sim, é a benchmark do alarme contemporâneo. Andará por aí algum jovem Marx que se candidate a fazer a crítica do green capitalism, ou será que os bio-combustíveis ultrapassaram os ambientalistas pela direita? Que é feito das regras de trânsito, do Código da Estrada? Mudámos de estrada?
Agora que os nossos carrinhos vão passar a ser movidos a cereais, talvez pedir explicações sobre a carestia do pão deixe de ser uma pergunta retórica ... e de Ancien Regime.
Publicidade Institucional # 2
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o blog é Do Arco da Velha e presumo que é alimentado a partir de Coimbra por uma enigmática ledredoarrozal e pelo anónimo Manuel ! Excelente repositório de ilustrações bizarras é um blog que está no activo desde Novembro de 2005. Peculiar nas ilustrações tem um arquivo de temas variados e devidamente etiquetados. Merece a visita
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o blog é Do Arco da Velha e presumo que é alimentado a partir de Coimbra por uma enigmática ledredoarrozal e pelo anónimo Manuel ! Excelente repositório de ilustrações bizarras é um blog que está no activo desde Novembro de 2005. Peculiar nas ilustrações tem um arquivo de temas variados e devidamente etiquetados. Merece a visita
segunda-feira, março 3
...Eu hoje deitei-me assim
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"Expiação" é uma inteligente adaptação do romance homónimo de Iam Mcewan. Apesar da crítica do burgo arrasar o filme "Expiação" é um regresso ao que de melhor se faz no cinema Britânico. Actores irrepreensíveis num romantismo épico que faz do espectador uma personagem em busca do mistério que se constrói numa sucessão fatal de enganos, golpes de vista e um falso testemunho. Belo e romântico é um filme que cumpre a sua função e fica bem próximo de ser uma obra-prima. Destaque para a representação de James Mcavoy, para a montagem do realizador Joe Wright e ainda para a excelente sonoplastia de Dario Marianelli que acompanha a brilhante fotografia de Seamus McGarvey. Um filme de época com a dimensão trágica do épico. Está na Sala 1 do Cinema Castello Lopes.
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"Expiação" é uma inteligente adaptação do romance homónimo de Iam Mcewan. Apesar da crítica do burgo arrasar o filme "Expiação" é um regresso ao que de melhor se faz no cinema Britânico. Actores irrepreensíveis num romantismo épico que faz do espectador uma personagem em busca do mistério que se constrói numa sucessão fatal de enganos, golpes de vista e um falso testemunho. Belo e romântico é um filme que cumpre a sua função e fica bem próximo de ser uma obra-prima. Destaque para a representação de James Mcavoy, para a montagem do realizador Joe Wright e ainda para a excelente sonoplastia de Dario Marianelli que acompanha a brilhante fotografia de Seamus McGarvey. Um filme de época com a dimensão trágica do épico. Está na Sala 1 do Cinema Castello Lopes.
domingo, março 2
:jornais
Graciosa em «stand-by». A ilha da Graciosa, nos Açores, tem muito para dar mas poucos são os que lá querem investir. Nenhuma revelação ou anúncio verdadeiramente inovador... não obstante isso, a confirmação de uma realidade que, para mim, já esteve mais longe e que afronto seriamente. A ilha branca é capa do caderno Emprego do Expresso.
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