quinta-feira, maio 31

Uma Sata “insuflada”

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Recentemente a "holding" das asas da Sata veio assumir a vontade de emancipar, parcialmente, a companhia aérea da tutela do Governo Regional. A palavra de ordem é privatizar, e em força, para injectar "capitais frescos" na Sata. Continuando a citar o Presidente do Conselho de Administração do Grupo Sata, o destino final da planeada privatização é oferecer aos Açorianos "acessibilidades mais fáceis e mais baratas". Nobre objectivo, aliás em sintonia com a peroração habitual sobre as "ilhas de coesão". Com efeito, que "coesão" existe quando, por exemplo, a partir de Ponta Delgada o destino Flores pode ascender a € 192, o Pico ronda os € 172 e Santa Maria, aqui em frente, custa a módica quantia de € 106 ? Com custos destes a "coesão" é apenas mais uma palavra vã na nomenclatura propagandística desta Autonomia. Mas, além-mar, os Açorianos também ambicionam vislumbrar outros territórios que não apenas o prometido pela ilha em frente. Embarcar nesse sonho, ou nessa necessidade, tendo como destino a "metrópole" custa ao cidadão destas ilhas aproximadamente € 240 ! Alternativas? Apesar de integrados nas regras da livre concorrência da União Europeia a alternativa, em regime de duopólio, oscila entre escolher as cores da Sata internacional ou voar na Tap que também opera nestas rotas à conta de um protocolo de "code-share". Como é de mediana evidência, nestas condições de "serviço público", o resultado não poderá ser deficitário. Na verdade, em regime de efectivo monopólio e com o tarifário vigente, a Sata, à conta dos Açorianos, tem vindo a ganhar músculo económico e financeiro para uma privatização. Ambiciona esta estratégia uma Sata "insuflada" - (para citar com rigor o Presidente do Governo Regional dos Açores) - e para isto, há largos anos, temos andado a contribuir para uma Sata "anafada" que assim se apresenta gulosamente aos apetites dos ditos "capitais frescos". Será que os "accionistas" involuntários desta empresa, contribuintes desta "dieta" da Sata, verão emagrecer os custos das "acessibilidades" ?
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JNAS in Crónicas Digitais do Jornal Diario

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