Contestada por muitos e aplaudida por outros tantos, a exposição "Bodies the Exhibition" que em Portugal recebeu o título de "O Corpo Humano Como Nunca o Viu" inaugura no próximo sábado, no Palácio dos Condes do Restelo, em Lisboa.
A exposição é constituída por 17 corpos inteiros e cerca de 270 órgãos (músculos, tecidos, o sistema nervoso e sistema de circulação sanguíneo) ou partes de corpos que passaram por um processo de polimerização - invenção do anatomista alemão Gunther von Hagens -, que lhes confere o aspecto plastificado e permite a preservação sem que estes apodreçam.
Algumas posições sobre esta exposição:
Paula Martinho da Silva, jurista e presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, prestou ao JN declarações a título pessoal, referindo que a questão que se coloca nestas situações, em primeiro lugar, é "saber quais são os limites dessa utilização, para além da investigação e das funções terapêuticas". Lembra que "o corpo humano, mesmo depois da morte, tem uma dignidade intrínseca" e destaca a "questão do consentimento" dos dadores em vida.
A Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, esta matéria levanta "algumas reservas e algumas dúvidas". Entende que iniciativas como esta "permitem uma análise e uma visão do corpo que as pessoas normalmente não têm", mas ressalva que "qualquer abordagem ética só pode ser feita sabendo-se as condições em que os cadáveres são utilizados e como ali chegam".
Absolutamente contra este tipo de uso do corpo humano está Massano Cardoso, médico e docente na Universidade de Coimbra. Apesar de reconhecer que a polimerização é uma "técnica brilhante" do ponto de vista técnico-científico, o catedrático é peremptório "Não considero correcta a utilização para fins comerciais ou artísticos". "Um morto tem direitos e aqueles corpos estão a ser profanados", acrescenta.
O médico Francisco Castro e Sousa, que preside à Comissão Científica da exposição, garante não ter ficado chocado quando viu a mostra no estrangeiro. Destaca a "enorme dignidade dos corpos expostos" e a "enorme correcção anatómica, que até para um médico não deixa de ser instrutiva". Por outro lado, refere que a mostra "incentiva a que se tenha uma vida baseada em práticas que favoreçam a saúde".
Alguém me dá uma boleia para Lisboa?
FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Body_WorldsA exposição é constituída por 17 corpos inteiros e cerca de 270 órgãos (músculos, tecidos, o sistema nervoso e sistema de circulação sanguíneo) ou partes de corpos que passaram por um processo de polimerização - invenção do anatomista alemão Gunther von Hagens -, que lhes confere o aspecto plastificado e permite a preservação sem que estes apodreçam.
Algumas posições sobre esta exposição:
Paula Martinho da Silva, jurista e presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, prestou ao JN declarações a título pessoal, referindo que a questão que se coloca nestas situações, em primeiro lugar, é "saber quais são os limites dessa utilização, para além da investigação e das funções terapêuticas". Lembra que "o corpo humano, mesmo depois da morte, tem uma dignidade intrínseca" e destaca a "questão do consentimento" dos dadores em vida.
A Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, esta matéria levanta "algumas reservas e algumas dúvidas". Entende que iniciativas como esta "permitem uma análise e uma visão do corpo que as pessoas normalmente não têm", mas ressalva que "qualquer abordagem ética só pode ser feita sabendo-se as condições em que os cadáveres são utilizados e como ali chegam".
Absolutamente contra este tipo de uso do corpo humano está Massano Cardoso, médico e docente na Universidade de Coimbra. Apesar de reconhecer que a polimerização é uma "técnica brilhante" do ponto de vista técnico-científico, o catedrático é peremptório "Não considero correcta a utilização para fins comerciais ou artísticos". "Um morto tem direitos e aqueles corpos estão a ser profanados", acrescenta.
O médico Francisco Castro e Sousa, que preside à Comissão Científica da exposição, garante não ter ficado chocado quando viu a mostra no estrangeiro. Destaca a "enorme dignidade dos corpos expostos" e a "enorme correcção anatómica, que até para um médico não deixa de ser instrutiva". Por outro lado, refere que a mostra "incentiva a que se tenha uma vida baseada em práticas que favoreçam a saúde".
Alguém me dá uma boleia para Lisboa?
FONTES:
JN
Foto: EPA
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