quarta-feira, agosto 3

VOX POPULI

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A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória


Roy Lichtenstein.
Girl with Ball. 1961.

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«Só mesmo em Portugal é possível ir recauchutar Presidentes da República.
Empurrar Mário Soares, venerável "Senador da República" com 80 anos para a "corrida(de tartaruga)" presidencial, é de doidos. Terá a ver com o Plano Tecnológico ou com as preocupações ecológicas do Sócrates? Reciclar é bom?»

VermelhoFaial, segunda-feira, 25 de Julho, no Estrelinha Ajuizada

«Parece-me acertado classificar a Ota e o TGV de obras faraónicas, tendo em conta o seu carácter de grandes monumentos funerários, à semelhança das Pirâmides do antigo Egipto. A diferença é que estas serviam de túmulo aos reis e aquelas só servem para enterrar o País.»
Victor Lazlo, sexta-feira, 29 de Julho no Frangos Para Fora

«Mário Soares reflecte sobre a sua candidatura a Belém em nome da ausência de juventude e de ideais do socialismo sem esquerda e da esquerda sem socialismo.»
Rolando Lalanda Gonçalves, no Cesto da Gávea, sexta-feira, 29 de Julho no Correio dos Açores

«Quem berrava por pretensos atentados à autonomia nos tempos de Barroso fecha-se agora num profundo silêncio conivente ou, se calhar, envergonhado.»
Duarte Freitas, no Crónicas de Lá e de Cá, Sábado, 30 de Julho, no Correio dos Açores

«Já houve uma época da história portuguesa parecida com esta: o fim da monarquia.»
Vasco Pulido Valente, Sábado,30 de Julho no Público

«Para disfarçar as tolices cometidas, nada melhor que ofuscar os desaires e os erros, as trapalhadas, como diriam nos tempos de Santana Lopes,com a ribombante notícia do regresso de um dinossauro. Ei-lo, gloriosos e heróico, pronto a encabeçar as hostes que vão salvar a Pátria - criando ruído à volta, soltando fumo e levantando poeira, coisas que escondem o país real, o aumento dos impostos, a carestia de vida, a educação derivante, a iliteracia, a queda permanente da riqueza nacional, os perigosos projectos de betão e o deslizar para a cauda da Europa dos 25. Como diria o poeta Alexandre O´Neill: "Ó Portugal, se fosses só três sílabas de plástico, que era mais barato!"»
Vasco Garcia, na Aula Magna, segunda-feira, 1 de Agosto, no Açoriano Oriental

«Virgens, santos e procissões, romarias, relíquias de crianças martirizadas pela devoção familiar, terços e águas bentas, meninos vestidos de anjo desfilando pelas ruas das aldeias pátrias, avé, avé e assim começa o mês mais religioso do ano, Agosto.»
Rita Barata Silvério, segunda-feira, 1 de Agosto no Rititi

«Num país civilizado gente como... Avelino Ferreira Torres e Fátima Felgueiras deveriam ser casados, um contra o outro.»
Cão, segunda-feira, 1 de Agosto no Tapornumporco

«...não deixa de me obrigar a pensar no quanto, nós, açorianos, nos tornamos comodistas, carentes de orgulho e brio. Pudera. São dezenas de anos de anestesia e suborno da nossa auto-estima, um tal facilitar o "amansar" dos "porcos monteses" que já fomos, agora "marrões de criação" com ração e "lavagem" farta na pia. Um dia, quem sabe, ainda seremos "porquinhos de estimação"; daqueles que agora, muito lavadinhos e perfumados, se usa trazer pela trela!»
João Pacheco Melo,terça-feira, 2 de Agosto, no lugar da ponta delgada

«Cada vez sei menos onde acaba a mentira e começa a verdade. Sobretudo a publicada. Mas sei uma coisa: não me curvo perante reis. Da Monarquia ou da República.»
Francisco Botelho, terça-feira, 2 de Agosto, na caixa de comments do Sala de Fumo

«Não é por acaso que o egípcio al-Zawahiri, o ideólogo de Bin Laden, considerou publicamente que Osama é o novo Che Guevara. A Al-Qaeda é precisamente um instrumento vanguardista. É uma elite revolucionária que partilha da utopia das vanguardas originais (jacobinos e leninistas): refazer o mundo através de actos de terror dantescos... o terror revolucionário é uma invenção moderna; foi introduzido em 1789.»
Henrique Raposo, «Totalitarismo Islamita / Outro Mundo sem Porquês», na Edição de Agosto da Atlântico

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