quinta-feira, abril 9

Subsídio para a história trágico marítima insular

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Ter razão antes do tempo não é apenas um dom ; a presciência é também um exercício de racionalidade. Espanta-me que muitos não vejam o óbvio mesmo quando assume a dimensão de um naufrágio de proporções épicas do calibre de qualquer história trágico marítima de antanho ! Perante a empresa marítima da "Atlanticoline" e C.ª, obviamente condenada a naufragar por acumulação de erros de concepção, os "armadores" Socialistas teciam "cantigas de escarnio e maldizer" a quem fazia a crónica anunciada do desastre, mas creio que já não convenciam ninguém para lá do hemisfério de influência do Governo Regional. Na minha última crónica vaticinei, sem quaisquer truques de "futurologia", que a "aparição" do "Atlântida", no dia 13 de Maio deste ano, nos mares dos Açores era um acto de fé. A razão, com efeito, sugeria que em tal data o barco não estaria nem no mar dos Açores nem em qualquer outro ! Hoje, ao "estrangeiro", chegam-me notícias de que afinal o Governo Regional dos Açores seguiu o conselho da Dr.ª Berta Cabral e "rompeu o contrato com os estaleiros" cfr. se lê no Açoriano Oriental que é assim uma espécie de Jornal Oficial para os Açorianos quando estão longe da sua terra. Fiquei menente ! Então o Governo Regional, sem excluir a Presidência, não havia afirmado que a rescisão era impossível ? Recordo e bem que a Dr.ª Berta Cabral, há mais de três meses, numa entrevista à RTP-Açores, conduzida por Victor Alves, terminou afirmando que se fosse poder teria já rescindido o contrato com os Estaleiros de Viana do Castelo, desde logo, pela evidente verdade de que "o que nasce torto tarde ou nunca se endireita" ! Depois desta entrevista não veio o Senhor Presidente do Governo Regional, logo assistido pelo Senhor Secretário Regional da Economia (agora "chamuscado" em benefício de outros rivais do estalão de Sérgio Àvila e quejandos), afirmar com desdém e soberba que essa rescisão era impossível e que a sua mera sugestão era sinal de uma "ignorância atroz" ? Estou a citar de memória, mas creio que quem tiver a diligência de pesquisar nos arquivos da comunicação social encontrará sem dificuldade o rigor das palavras. Rigor que é qualidade que nunca andou associada ao processo dos barquinhos da "Atlânticoline" que tiveram contudo o mérito de superar o "Titanic" : naufragaram ainda antes de navegarem ! Neste "naufrágio" não perecereu fosse quem fosse, como de costume aliás nestas "estórias", cuja moral é a de que a "culpa morre solteira", mas os custos desta aventura marítima ascendem já aos 30 milhões de Euros ! Só em juros dava já para encomendar um "requiem" pelos responsáveis de tamanha façanha. Quanto aos Açorianos resta aguardar pela viragem da maré para demandarem esta empresa penalizando-a pelo defraudar das legítimas expectativas que foi criando à conta da propaganda do regime.
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