Verão Quente*
1. As férias. A ilha “esgota-se” em Agosto. A cidade está disforme, revela-se impraticável e é um caos tornado gravoso devido às inúmeras empreitadas em curso. Os serviços de restauração e similares não têm capacidade de resposta. Aliás até podem ter, mas o serviço deixa muito a desejar por aquilo que se paga. A animação parece muita mas na realidade está descoordenada e é pouco diversificada. E grande parte das belezas naturais da ilha não está preparada para responder qualitativamente às solicitações de quem as procura neste período. Há muito por fazer no turismo que se quer amigo do Ambiente. E no outro que vendemos como qualificado.
2. Os Jogos Olímpicos decorrem até 24 de Agosto numa China que se diz aberta ao mundo. Têm sido vários os episódios na ocultação da rigidez do sistema “democrático” chinês, os quais têm sido prontamente desmascarados, para desespero das autoridades locais. Não obstante isso, as competições têm decorrido com a normalidade que se impõe e na exacta magnitude dos palcos dos jogos. Infelizmente, a participação portuguesa tem sido mais do que modesta e até à data conseguimos apenas pontuar com Vanessa Fernandes. As desculpas (!) para as parcas prestações da comitiva nacional têm tido a marca “lusa”, facto que já levou o presidente do Comité Olímpico de Portugal a pedir “profissionalismo e brio” aos atletas que estão a representar o país nestas olimpíadas. Uma reacção provocada, quiçá, pela resposta de Marco Fortes (lançamento do peso) que, perante a falha no apuramento para a final, respondeu: “(...) já cheguei à conclusão que de manhã só estou bem na caminha”. Extraordinário!
3. Quase em simultâneo com o arranque dos jogos em Pequim, a Rússia invadiu a Geórgia, pretensamente como resposta a uma agressão georgiana à província da Ossétia do Sul, uma espécie de Estado independente que não é reconhecido por ninguém mas protegido pela mãe-pátria Rússia. Neste reposicionamento à “força”, da Rússia perante a Nato e os EUA, joga-se uma densa malha de interesses com epicentro nas reservas gasíferas e petrolíferas do Mar Cáspio, que aumentaram ainda mais a importância estratégica do Cáucaso. Assistimos a um perigoso esgrimir de posições a lembrar os tempos quentes da guerra fria, situação à qual, presumo, ninguém quererá regressar. Este é, sem sombra de dúvida, um cenário tenso e de contornos sinuosos. Explosivo.
[+] O Verão tem sido particularmente quente e com um azul invulgar nas ilhas (pelo menos em São Miguel). Sufocante.
* edição de 19/08/08 do AO
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