sábado, setembro 22

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Bush, um Presidente Americano... *

O conflito no Iraque apesar de permanecer num impasse (!) registou, na semana que passou, uma alteração na estratégia delineada por George W. Bush ao anunciar uma diminuição dos efectivos militares destacados. Esta mudança estratégica surge através de uma sugestão do general comandante das tropas no Iraque a que o presidente Bush acedeu (!).

Esta retirada é perniciosa, na medida em que comporta os riscos de uma guerra civil que todos os observadores consideram ser real. Uma intervenção atabalhoada e claramente ingénua agravada com a ineficácia militar norte-americana no campo de batalha fragilizou, desde o início, a pretensa implementação democrática no Iraque (uma democracia à força dificilmente resultará!).

Nos Estados Unidos, e perante uma forte oposição interna, que condena veemente a prossecução da permanência no Iraque, Bush - já perdeu. O embate com os media, há muito perdido, tem sido penoso nos últimos tempos como foi, por exemplo, a visita à Austrália inserida no encontro da APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), onde a sucessão de gafes foi absurda. O medo continua a ensombrar a nação americana após 6 anos passados do 11 de Setembro - o pesadelo de novos atentados continua mais que real que nunca. Mas, o medo já não faz mover os Americanos perante um presidente desacreditado.

Os Açores e Portugal mantêm, pelas razões por todos conhecidas, uma estreita relação de proximidade com a nação americana. Nos últimos dias, Carlos César e José Sócrates visitaram no Instituto Smithsonian, em Washington, a exposição sobre os Descobrimentos "Abraçando o globo: Portugal e o mundo nos séculos XVI e XVII". Os Açores tentam através de uma coroa do Espírito Santo uma aproximação com a imensa comunidade de emigrantes açorianos. Sócrates, no âmbito da presidência da União Europeia, reuniu-se com o presidente americano e arrisca, ao olvidar a participação portuguesa na declaração da Guerra do Iraque, uma oportuna aproximação de agenda pois, segundo ele, "O mais importante é olharmos para o futuro".

Ironicamente, o Futuro do planeta está em grande parte à mercê das vontades deste presidente que como tão bem sabemos venera - armas e petróleo. Será o amigo americano amigo do seu amigo europeu que tanto dele necessita? Duvido!


* edição de 18/09/07 do AO
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*** Fotografia X Joao Silva

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