Familiares, amigos , e até o meu médico de família há muito que suspeitavam que eu padecia de uma grave dependência da blogoesfera. Sim, é verdade, estive mal muito mal ... daí que aproveitei o exílio forçado das férias para «curar» a minha dependência maníaca. Com sacrifício da minha família, mas para o bem de todos, recolhi a uma «comunidade terapêutica» para inforescravos como um tuberculoso noutros tempos recolhia a um sanatório.
Cedo descobri que a minha patologia não era assaz grave quando comparada com o verdadeiro zoológico humano que por lá vegetava ! A dita «comunidade terapêutica», embora fosse mimetizada de outras similares segundo o famigerado modelo «Le Patriarche», não passava de uma clínica ao ar livre.
Na verdade, além dos métodos clássicos da psicanálise, dos testes Rorschach e das sessões de terapia de grupo, aquilo mais parecia uma quinta atafulhada de fancaria «new age» ... e ainda por cima tínhamos que bulir em extenuantes trabalhos de campo. Tudo isto era servido com música ambiente que para ser «natural» era colhida da natureza...Logo, da alvorada ao entardecer, a banda sonora da comunidade era um estultificante CD com o timbre «Song of the Whales»... Até não era mau quando comparado com o correctivo disciplinar à base da longa metragem sonora do Bruno Ávila que, convenhamos, era um castigo desumano só ultrapassável em dor com um recital do Zeca Soares.
Fiz amigos e troquei endereços electrónicos com aqueles que, como eu, ainda não tinham passado o ponto sem retorno da inimputabilidade. Entre estes avultavam alguns inforescravos que já nem reagiam à sua verdadeira identidade e apenas respondiam quando chamados pelo seu nickname...estavam de tal forma doentes que não valia sequer o esforço de lhes contar uma anedota, pueril ou escatológica, pois esta gente até já nem sabia o que era uma inconsequente gargalhada. Se algum dos normais dizia uma piada eles apenas retorquiam sem emoção : lol ! lol ! lol !
Retive ainda a impressão causada por dois jovens mancebos, brancos como cal e mais louros do que uma taça de Golden Graham´s, que escaparam ao serviço militar obrigatório alegando que o choque pela privação não assistida da Internet e toda a parafernália que lhe vai associada causar-lhes-ia irreversíveis danos emocionais...Enfim, tretas...
Estes e outros por lá ficaram e eu oportunamente fui resgatado deste inferno. Quem por cá anda bem sabe que fui dando as minhas escapadelas da comunidade. Com discrição e sem dar nas vistas com posts no blogue, contudo, não resisti a deixar alguns comentários avulsos entre aqueles que mais estimo no underworld da blogoesfera.
Mas foi tudo tempo perdido afinal de contas I´m back ! É verdade, para desagrado geral e gáudio de uns poucos regresso ao blog ... A culpa não é minha. Mas sim da insistência do Pedro Arruda ( a.K.a. Pedro de Mendoza ), por isso, para insultos e reclamações dirijam-se ao dito cujo. Eu não queria regressar mas além da insistência amiga confesso também que o meu vício não tem remição.
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