terça-feira, maio 11
O TERRORISMO INTELECTUAL
Apesar de quase cego e quase surdo é surpreendente para alguns que ainda fale ou escreva! Em bom rigor, a interjeição exclamativa é do género:«O João Nuno é quase cego, quase surdo,mas,madre,fala(escreve)!».
Com tantas maleitas só lamento não ser moçárabe pois,neste estado,bastar-me-ia uma barba hirsuta e um lençol branco para ascender ao pedestal de «líder espiritual». O certo é que a graçola do Tózé tem servido para impiedosos comentários dos seus fãs, como se fosse minha benção merecer tal castigo !
Todavia o rol de incapacidades, diagnosticadas em Junta Médica orientada pelo Doutor Tózé, ainda não incluiu a senilidade! Enquanto não me interditarem vou aproveitando para ir postando e comentando os delírios dos outros...e não só !
Delírio absoluto foram as declarações de Mário Soares,em comentário de fundo, acerca das sevícias infligidas aos nossos irmãos árabes. Como é sabido a minha visão já não é o que era e até ando rijo de ouvido. Todavia, tive a sorte(!) das declarações do eurodeputado do PS terem passado bastas vezes na SIC Notícias pelo que, com o volume no máximo, deu para ouvir os dislates de quem já foi Chefe de Estado!
Instado a comentar as fotografias dos abusos Mário Soares não perdeu oportunidade para, facciosamente, enriquecer a sua doutrina sobre a mefistofélica «pax americana».
Prontamente,com a sagacidade que lhe é habitual, disse lamentar que o horror dos campos de concentração do fascismo e dos gulags estalinistas emergisse de novo, agora sob as cores da stars and stripes, em terras de Saddam.
Este tipo de paralelo é puro «terrorismo intelectual» já que não há comparação nos termos. Como se sabe, quer os campos de concentração, quer os gulags, serviam uma política de Estado autocrático que tinha naqueles meios uma ferramenta imprescindível para impedir focos «subversivos» de democracia. Que se saiba naqueles regimes nunca foram exibidas imagens de tortura e de maus tratos, precisamente porque a censura era política editorial e a de Estado não incluía a democracia.
Acredito que as lamentáveis cenas de sadismo na prisão de Abu-Ghraib, ao melhor estilo de Pasolini (tão venerado pela nossa esquerda residente),não traduzem uma política de regime e, não estão inclusas, na prática quotidiana dos cerca de 200.000 soldados em missão no Iraque. Inversamente, quero acreditar que os lamentáveis actos de tortura e abuso são obra de uma cáfila de milicianos do Ku Klux Klan que, como se sabe, nem sequer de passagem alguma vez ouviram falar na Convenção de Genebra. Porém, generalizar os actos de uma asquerosidade andrógina como a soldado Sabrina ou, acreditar que a trela puxada pela grotesca soldado Lynnndie, constituem a execução de uma política de Estado é uma falácia preconceituosa.
Sustentar que tais actos estão institucionalizados no exército norte americano, que passarão incólumes perante a justiça militar, e que são a imagem de marca de uma conduta similar à que estava ao serviço do fascismo e do estalinismo é «terrorismo intelectual».
Não é de estranhar que quem faz a apologia desta tese é o mesmo cidadão que advoga a abertura de negociações com os sequazes das Al-Qaeda...bem sei que Mário Soares em tempos também foi abusado por terroristas, in casu, nacionais, conforme o documenta a fotografia em anexo, só que nunca pensei que o tinham deixado neste estado!
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