segunda-feira, maio 31

JUDO AÇORIANO NO TOP DOS JOGOS DAS ILHAS



É com garbo, honra, e orgulho que se qualifica a prestação dos nossos Judocas nos VIII Jogos das Ilhas, desta feita no Arquipélago das Canárias. Bem sei que o tema é marginal ao mainstream do que por aqui escrevemos mas, o Desporto não se resume a bolas... ou melhor, a «maçãs» azuis (muito na moda), vermelhas (um pouco inchadas por terem derrotado em casa o campion europeu em título) ou verdes (na esperança de melhores dias) !

O Desporto Rei, cuja linhagem e pergaminhos nobiliárquicos desconheço para legitimarem tal título, na sua histeria colectiva, asfixia o mérito de tantos outros desportos (ditos menores) que apesar de tal desdita não exigem menor dose de entrega e excelência ... é preciso resistir a essa tendência.

Nesse sentido não poderá deixar de cativar os mais jovens o 2º Lugar da Equipa de Judo dos Açores, apenas derrotada pela Sicília que, como se sabe, não padece dos males da ultra-periferia como os polítólogos de pacotilha gostam de afirmar. No resto ficaram para trás Guadalupe, Córsega, Martinica, Canárias...

Individualmente, destaque para o 2º Lugar de Catarina Dâmaso e o 3º Lugar dos judocas Miguel Medeiros ( - de 73 Kls. ) Bruno Furtado ( + de 73 Kls. ). O Judo Açoreano integrou uma vasta comitiva de atletas (como bem ilustra a foto da nossa delegação) , que nestes jogos insulares participaram em modalidades tão diversas como Vela ou Ténis de Mesa. Desta feita, no cômputo geral, venceu o Judo. Boa oportunidade para mais e melhores apoios quer do Governo quer das Câmaras Municipais, porque nem só de Futebol vive o Homem.

As medalhas e glórias de uma equipa devem ser de todos nós que treinamos e estamos com eles, como frequente e pedagogicamente Jorge Batista gosta de dizer. Mas, todos nós também sabemos que é ao Sensei Batista que muito devemos...para ele vai sem dúvida a coroa de louros e o nosso arigato gozaimasu.

Estes marcos competitivos confrontam-nos também com as raízes fundacionais da modalidade. Ora, evocando o fundador do Judo, não será desmesurado dizer-se que o este não é redutoramente apenas mais um desporto, é também uma filosofia para a vida. A propósito, neste último parágrafo, recordo as palavras e o legado de Jigoro Kano: «Eu quero que os meus alunos sejam gentis uns com os outros, que tenham cautela com os principiantes e amparo para com os inexperientes...e que que sejam civilizados para com todos aqueles com quem se cruzem na vida».

Kano, em 1882, fundou o dojo Kodokan contando de início apenas com 7 judocas. Hoje em todo o Mundo São Milhões.



P.S. ( post-scriptum entenda-se ! ), como de costume nem um linha sobre estes jovens foi mencionada no «Tele-Jornal da RTP-A» (que vejo sempre ao Domingo na esperança de rever o Nuno Barata como comentador residente da coligação). Nem sequer no «Trofeu» uma nota de passagem entre um comentário ao Urzelinense versus Minhocas ou os problemas informáticos do Rallye Ilha Azul. Bem poderiam ter alinhado 30 segundos de notícia aos Jogos das Ilhas e à Juventude Açoreana !

Nota de Edição : Quando linkar para a página de resultados organizada pela organização canarina dos jogos por defeito vai sempre parar ao Ténis de Mesa...mas pode seleccionar outros resultados na barra inferior !

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