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Com o PS, de lá ou de cá, o filme é sempre o mesmo: "dar o dito por não dito". Depois de garantir que, também na Saúde, os Açores seriam uma espécie de última ideia gaulesa do purismo socialista, afinal foi o próprio César autóctone a ter que recuar. Agora a Saúde nos Açores, já a partir de Julho, também passa a ter taxa e a ser paga, por exemplo, com uma nota de 10 €, para em troca receber míseras patacas por um Serviço Regional de Saúde que, também por cá, vai ter custos para o utente.
Um SRS, pago logo à cabeça, designadamente, nos serviços de urgência, nas consultas externas, nos meios complementares de diagnóstico, nas análises clínicas e na fisioterapia e no que virá a seguir. Também aqui o socialismo do facilitismo claudicou e vai impor os seus custos aos "pacientes" do costume.
Quem o disse foi o próprio Carlos César, replicado pelo Secretário Regional de Saúde, mas por sinal o mesmo Carlos César que em época de "caça ao voto", em 2008, prometeu que tinha jurado a Constituição socialista na íntegra, incluindo no pacote Saúde gratuita para todos. Em comícios por vários pontos dos Açores, a começar por Santa Maria, profetizou que a implementação das "taxas moderadoras" na Saúde tornaria um serviço tendencialmente gratuito "num embuste" - (e cito o mesmo Carlos César) - e ainda de seguida acrescentou que isso seria "uma possibilidade se o PSD ganhasse as eleições regionais" de 19 de Outubro de 2008.
Longe vai a época dessa campanha, e perto se aproxima o fim de ciclo de Carlos César, o que o habilita até a desautorizar a sua própria palavra. Afinal, onde está o "embuste" ? É que se trata do mesmo PS que ontem prometeu caucionar o voto com a gratuitidade da Saúde para todos e que agora vem dizer que é só para alguns. Stop ! Rewind. Mas afinal, em 2008, em postura eleiçoeira, com a habitual vozearia de pasionaria à regional, não foi o mesmo Carlos César que bradou aos quatro cantos que, nos Açores, as "taxas moderadoras" não passariam? Claro que foi! Foi o mesmo que fez furor e caixa noticiosa nos habituais jornais de referência, com sotaque do continente, afirmando marcar a diferença do socialismo Açoriano. Ao contrário do socialismo sócretino, nos Açores não teríamos "taxas moderadoras" porque isso seria, repetindo a citação, um "embuste".
No final juntos conseguiram unir-se de facto no mesmo socialismo de ocasião que ora diz que o Estado Social é gratuito, ora mais tarde diz que é a pagar. Não foi esse o discurso de um socialismo diferenciador no oásis do superávit ? A pergunta era claramente retórica. A verdade é que, o que ontem era uma promessa, hoje não passa de um "embuste" - (para usar o linguajar de então apontado à oposição) - quando o que se sabe é que o actual modelo é insustentável. Outra interrogação que se coloca é a de saber até quando é que os Portugueses e os Açorianos vão continuar a "arreganhar a taxa" a este "embuste"?
João Nuno Almeida e Sousa na edição de hoje do Açoriano Oriental
Com o PS, de lá ou de cá, o filme é sempre o mesmo: "dar o dito por não dito". Depois de garantir que, também na Saúde, os Açores seriam uma espécie de última ideia gaulesa do purismo socialista, afinal foi o próprio César autóctone a ter que recuar. Agora a Saúde nos Açores, já a partir de Julho, também passa a ter taxa e a ser paga, por exemplo, com uma nota de 10 €, para em troca receber míseras patacas por um Serviço Regional de Saúde que, também por cá, vai ter custos para o utente.
Um SRS, pago logo à cabeça, designadamente, nos serviços de urgência, nas consultas externas, nos meios complementares de diagnóstico, nas análises clínicas e na fisioterapia e no que virá a seguir. Também aqui o socialismo do facilitismo claudicou e vai impor os seus custos aos "pacientes" do costume.
Quem o disse foi o próprio Carlos César, replicado pelo Secretário Regional de Saúde, mas por sinal o mesmo Carlos César que em época de "caça ao voto", em 2008, prometeu que tinha jurado a Constituição socialista na íntegra, incluindo no pacote Saúde gratuita para todos. Em comícios por vários pontos dos Açores, a começar por Santa Maria, profetizou que a implementação das "taxas moderadoras" na Saúde tornaria um serviço tendencialmente gratuito "num embuste" - (e cito o mesmo Carlos César) - e ainda de seguida acrescentou que isso seria "uma possibilidade se o PSD ganhasse as eleições regionais" de 19 de Outubro de 2008.
Longe vai a época dessa campanha, e perto se aproxima o fim de ciclo de Carlos César, o que o habilita até a desautorizar a sua própria palavra. Afinal, onde está o "embuste" ? É que se trata do mesmo PS que ontem prometeu caucionar o voto com a gratuitidade da Saúde para todos e que agora vem dizer que é só para alguns. Stop ! Rewind. Mas afinal, em 2008, em postura eleiçoeira, com a habitual vozearia de pasionaria à regional, não foi o mesmo Carlos César que bradou aos quatro cantos que, nos Açores, as "taxas moderadoras" não passariam? Claro que foi! Foi o mesmo que fez furor e caixa noticiosa nos habituais jornais de referência, com sotaque do continente, afirmando marcar a diferença do socialismo Açoriano. Ao contrário do socialismo sócretino, nos Açores não teríamos "taxas moderadoras" porque isso seria, repetindo a citação, um "embuste".
No final juntos conseguiram unir-se de facto no mesmo socialismo de ocasião que ora diz que o Estado Social é gratuito, ora mais tarde diz que é a pagar. Não foi esse o discurso de um socialismo diferenciador no oásis do superávit ? A pergunta era claramente retórica. A verdade é que, o que ontem era uma promessa, hoje não passa de um "embuste" - (para usar o linguajar de então apontado à oposição) - quando o que se sabe é que o actual modelo é insustentável. Outra interrogação que se coloca é a de saber até quando é que os Portugueses e os Açorianos vão continuar a "arreganhar a taxa" a este "embuste"?
João Nuno Almeida e Sousa na edição de hoje do Açoriano Oriental
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