segunda-feira, outubro 31
Aviso à navegação
domingo, outubro 30
O caminho
Herdamos rosas, com mais espinhos do que pétalas, e agora temos que enxertar na estrutura interna desse caule apodrecido novas espécies e estancar a sangria. A crise económica e financeira tem paternidade registada: anos de desvario socialista. De tal gravidade que nos veremos "gregos" para sairmos do buraco para onde nos atiraram com perdulária irresponsabilidade. À mercê de um pesado legado estamos de tal forma à beira do abismo que veladamente já se sugeriu a saída de Portugal da zona euro. Um cataclismo destas proporções seria devastador e aumentaria o risco de falência de instituições bancárias, uma brutal desvalorização da moeda, e uma recessão económica profunda. Este e outros tabus passaram a constar da agenda mediática por força das metas e do ultimatum do memorando da troika.
...
João Nuno Almeida e Sousa na edição de 31 de Outubro do Açoriano Oriental
Esta noite
© Fernando Resendes/TM |
sábado, outubro 29
The Underwater World
...Eu hoje deitei-me assim !
...
To the center of the city where all roads meet, waiting for you,
To the depths of the ocean where all hopes sank, searching for you,
I was moving through the silence without motion, waiting for you,
In a room with a window in the corner I found truth.
In the shadowplay, acting out your own death, knowing no more,
As the assassins all grouped in four lines, dancing on the floor,
And with cold steel, odour on their bodies mad a move to connect,
But I could only stare in disbelief as the crowds all left.
I did everything, everything I wanted to,
I let them use you for their own ends,
To the centre of the city in the night, waiting for you.
To the centre of the city in the night, waiting for you.
...
1978 !!!
A FOTOGRAFIA NOS AÇORES
A FOTOGRAFIA NOS AÇORES (dos primórdios ao terceiro quartel do século XX) | CARLOS ENES.
sexta-feira, outubro 28
DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO.
Exibição dos seis filmes nomeados para o Cartoon D`Or 2011 para celebrar o DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO.
quinta-feira, outubro 27
...Ironic
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(...) Passaram-se dias e horas de expediente no escritório e, como era previsível, pelo cálculo das probabilidades, perdeu a aposta que mentalmente fizera consigo próprio. Não tinha tido retorno ao dissimulado apelo do "Call Me" e a gravação em eco metálico no telemóvel informava que aquele número não tinha "voice mail" activado. Ela estava ostensivamente off. Nem resposta a sms, ou a emails, e de nada valera as três voltas que dera junto da alameda de plátanos que guarneciam o café onde ela, noutros tempos, com a pontualidade mecânica de um swatch, comparecia, sempre, às 17 horas para um capuccino e um croissant untado de manteiga com marmelada.
...
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obviamente Continua
quarta-feira, outubro 26
...Ironic
...Continua ?
terça-feira, outubro 25
Para uns a cultura vale muito para outros nada vale
O vale-cultura consiste num benefício de R$50 voltado para aquisição de ingressos de cinema, teatro, museu,livros, CDs e DVDs, o Vale-Cultura é a primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural, visando garantir o acesso às fontes de cultura a um grande contingente de trabalhadores.
Essa iniciativa possui todos os pressupostos para alavancar a economia, podendo arrecadar até R$7 bilhões em investimentos ao ano.
O vale-cultura deverá ser fornecido a todo o trabalhador que receba a quantia de até cinco salários mínimos mensais.
...Ironic
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No glittering da brilhantina e dos debochados casacos de cabedal, justos como uma segunda pele de látex, enquanto Olivia Newton se fundia nos quadris de John Travolta ele, pelo canto do olho, e no escurinho do cinema, tinha uma involuntária aula prática de iniciação à luxúria. Exagero óbvio ! Mas isso apenas o saberia muitos anos mais tarde quando ligasse os pontos ao passado. Mas à data, naquela matinée que lhe tinha caído em repeat, sob uma trunfa platinada e punk antevia a fogosidade do olhar dela e o desdém com que o observava. Um homem também em tempos foi um "puto" e as suas circunstâncias, e naquelas, ele mais não era do que o "empata" que refreava o ímpeto dos amantes com os seus olhares curiosos e inquisitivos. Tudo isto numa matinée inocente sem suspeitar que, à mesma hora, era possível que a geração dos seus pais se preparava para fazer turno na fila para outra fita...mas "rigorosamente interdita a menores de 18 anos" !
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segunda-feira, outubro 24
...Ironic
domingo, outubro 23
sábado, outubro 22
...Ironic
(...)
Continuação
Na verdade, frequentemente, com a devoção de um voyeur via-a virtualmente esculpida, como um ícone bizantino, num mosaico de megapixels no monitor do flatscreen. Ela era agora uma celebridade nacional e "comentadeira" regular em talkshows que ele via em zapping.
Mas, na Primavera passada, sem hora ou data marcada, num lugar-comum, cruzaram-se em Lisboa. Na rota de tantas gerações, em trânsito ou exilados, encontraram-se na escala geo-estratégica da esplanada da Pastelaria Suíça. Ele sóbrio e conservador. Ela exuberante e intimidatória no seu cosmopolitismo. Aos cartões-de-visita responderam o costume. Mas depois de aceitar o desafio para um Campari, cortado com Água de Castello, sob a sombra das muralhas de outras conquistas, reconstruíram parte das suas biografias. Respondera-lhe ela, rejuvenescida, que ao fim da terceira fertilização in vitro, com o seu consorte Italiano, tinha sido, finalmente, duplamente agraciada com um par de gémeos que mimava com roupinhas da Dolce e Gabbana Kids.
- "E tu? Como estás?".
Enquanto artilhava uma resposta ele recordava que a primeira criança concebida por F.I.V. nascera em 1978...precisamente no mesmo ano em que estreara o filme! Aquele filme que ela libidinosamente partilhara a seu lado naquela longínqua matinée que recuperava na arqueologia da sua memória. Sorriu com a futilidade da ironia e com mundanidade respondera-lhe que estava "óptimo". Numa mentira de convenção omitira o embaraço de uma derrota: era infeliz a sós em vez de uma solidão a dois, partilhada, com ou sem um par de gémeos !
Falaram de velhas glórias e de um tempo perdido para sempre. Trocaram endereços e contactos, pessoais e profissionais, e ele automaticamente montou a sua máscara de defesa pessoal, com o possível fácies inexpressivo, quando no cartão dela leu a aziaga apresentação: "psicóloga clínica". Apre ! Aquilo era tão alarmante como uma doença venérea e dessa "tribo" freudiana ele preservava-se sempre com cuidado, evitando o contágio de ser scannerizado como objecto de inspiração para divertissement clínico. Mas ela estava distraída. Sob o Sol de Lisboa mostrava-lhe fotos dos gémeos F.I.V., em passarela no IPad, arreados com o dernier cri da moda de Milão. Ele sem prestar atenção aos petizes temeu que o Italian stallion daquelas crianças fosse Siciliano...o que era muito pouco "dolce" acaso tivesse um delírio de ciúmes em plena baixa Pombalina com uma cena de faca e alguidar.
Olhou para o relógio a sugerir que o prazo de validade daquele Campari expirava à medida que o gelo derretia. Entretanto, tranquilizou-se, quando ela deixou cair um suspiro de saudade pelo dito progenitor, Stefano di Rocco de seu nome, algures em Ibiza onde se deslocara para produzir mais um dos seus "documentários temáticos", que ela nunca vira, mas asseverava serem tão alternativos que nem na FNAC os encontraria! Com o IPad na sua mão esquerda ela abriu o browser e com um toque suave do indicador direito abriu uma página azul e branca e falou-lhe nessa coisa "gira" que era o facebook. Ele só conhecia books de papel mas reteve a sugestão. Ela deixou-lhe o endereço nas costas de um cartão antecipando que assim mais facilmente ele navegaria até à sua página.
(...) continua
sexta-feira, outubro 21
Ironic
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Claro que era! Mas também como poderia adivinhar que assim seria?
Noutros tempos, brilhantes e lustrosos, como aqueles que o duplo LP, em "trilha sonora original", evocava, como o poderia saber? Como poderia compreender as erupções do desencontro e da Saudade que do fundo do oceano da vida, subitamente, se transformam em tsunamis aos quais se sobrevive? Ignorante, e plácido, não conhecia ainda Lisboa, - onde a reencontraria -, muito menos o esquecido poeta homónimo, António Maria de seu primeiro nome, que agora lhe resumia o suspiro: "Se eu o soubesse diria / o quê? / Que vida seria um dia / Para quê?".
Sim para quê? Vivera sempre em delay. Desfasado e desencontrado dela, não por segundos, mas por décadas. Sim! Era irónico, para um náufrago num oceano nada pacífico, que este tivesse sido meteorologicamente o melhor Verão de sempre nos calhaus do meio do Atlântico.
De novo o disco, e o booklet do mesmo, com um rol esquecido de canções. Subliminarmente, naquelas armadilhas que a memória tem engatilhada para as horas menos próprias, na mão, o Lado A de um dos discos de vinil do duplo álbum, na sua mão direita, descansou afinal, e ele desceu, a passo e passo, o labirinto com que se enfeita o passado. Com este, na sua mão direita, regressou a uma alameda esquecida, e nunca revisitada, como um Lado B que sobrou daquilo que em tempos foi uma grande canção. Em flashback involuntário regressou a uma matinée banal, numa tarde sem glória, no já enterrado Cine Victória. Não lera ainda no niilismo de Michel Houellebecq as palavras que literalmente trazia às costas: "a eternidade da infância é breve, mas ele ainda não o sabe!". Mais tarde gravaria a negro aquelas palavras, em caracteres góticos, sobre a espádua direita, numa tatuagem de ocasião feita numa noite de solidão no Bairro Alto, como se fossem um fardo.
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Corre Emanuel, Corre é exibido na sessão competitiva VIII do Faial Filmes Fest no dia 3 de Novembro. O 9500 é produtor associado deste documentário.
Corre, Emanuel, Corre é uma viagem de aproximação ao universo criativo de Maria Emanuel Albergaria. Baseado / inspirado na exposição / instalação "Uma Casa na Floresta", este filme convida à fruição sensorial de uma geometria de sentimentos.
Programa do FFF 2011
...Eu hoje deitei-me assim !
- "A menina Dança ?"
- "Maintenant non Monsieur.Prefiro a languidez de um encosto num certo l'air du temps. Na grafonola um disco novo com aromas de antigamente...s'il vous plaît?"
- "Bien sur! Creio que é adequado ao seu toque de "Nostalgia"...um parfum by Veidt ? Uma essência que perdura"
quinta-feira, outubro 20
Agente Provocador
Esta 5ª feira o Agente Provocador convida o sociólogo Paulo Mendes, presidente da AIPA, para nos falar da da 4ª edição do Festival "O Mundo Aqui" e da situação dos imigrantes em tempo de crise, numa emissão conduzida por Herberto Quaresma com João Nuno Almeida e Sousa e Alexandre Pascoal.
A actualidade musical e 'mundana' para ouvir em directo na Antena 3 - Açores, a partir das 22h00, nas seguintes frequências:
S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz
terça-feira, outubro 18
Nem tudo está perdido
Estreou em Ponta Delgada a mais recente fita de Woody Allen. Para ver e comprovar se é, de facto, o seu melhor filme desde 'Match Point'.
domingo, outubro 16
A soberania da opinião
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A inevitável redução de parte dos rendimentos de 2012, num País que alimenta as "finanças" sem uma "economia" que produza para o que gasta, é a crónica de uma morte anunciada que tarde em se consumar. Cavando mais fundo o fosso do buraco de um Estado insepulto, mas moribundo, o recente corte orçamental para 2012 é o toque de finados que faltava para a quebra de confiança no "contrato social" e uma verdadeira amputação das expectativas dos trabalhadores, dos empresários, e da classe média em geral. Com uma nova vaga de aumento de impostos, reforço da canga fiscal sobre todos nós, e o corte prometido dos subsídios de férias e de Natal para todos os trabalhadores do sector público, é legítimo perguntar-se se este ainda é um governo Social Democrata ?
João Nuno Almeida e Sousa na edição de 17 de Outubro do Açoriano Oriental.
Esta noite
O programa completo aqui.
...Despertares
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sábado, outubro 15
sexta-feira, outubro 14
CINEFOLIAS
quinta-feira, outubro 13
REAL LIES (continuamos a dar música)
Agente Provocador
Esta 5ª feira o Agente Provocador convida o escultor Daniel Oliveira, numa emissão conduzida por Herberto Quaresma com João Nuno Almeida e Sousa e Alexandre Pascoal.
A actualidade musical e 'mundana' para ouvir em directo na Antena 3 - Açores, a partir das 22h00, nas seguintes frequências:
S. Miguel 87,7 MHz
Terceira 103,0 MHz / 103,9 MHz
Faial 102,7 MHz
...Eu hoje deitei-me assim !
A Terra girou para nos aproximar,
Girou ao redor de si mesma e dentro de nós,
Até que finalmente nos uniu neste sonho
Noites passaram, neves e solstícios;
O tempo passou em minutos e milênios
A terra girou musicalmente
Levando-nos a bordo;
Não parou de girar um único momento,
Como se tanto amor, tanto milagre
Era somente um provérbio escrito há muito tempo
Eugenio Montejo.
em revisitação outonal do Sol
terça-feira, outubro 11
CONTINUAMOS A DAR MÚSICA.
David Lynch - Crazy Clown Time.
Com os pés na Terra
Com os pés na terra, justamente, diz o Povo "O mal dos outros não nos serve de bem". Com a mesma franqueza popular, e porque não pertenço à mesma casta, não rejubilei com a anunciada orfandade política da família socialista com a reforma antecipada de Carlos César.Do folhetim do seu futuro político apenas me interessava o episódio em que, perante o Povo Açoriano, se definissem as respectivas personagens das próximas Regionais. Antecipadamente, de modo voluntarioso e com coragem, Berta Cabral assumiu-se como alternativa no boletim de voto dos Açorianos. Do lado do meu elenco a liderança estava consolidada e há muito que estava em construção um projecto de alternativa.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 10 Outubro do Açoriano Oriental.
segunda-feira, outubro 10
A Não Perder.
Hoje às 21h30, no 9500 Cineclube [Cine Solmar - sala2]
domingo, outubro 9
...Despertares
para "despertar" da vigília e, agitar antes de usar, mais um dia pardacento, nada melhor do que uma "grande malha". Eu sei que é pecaminoso, e devia mas era estar na missa, mas não resisto à tentação deste "afro-tuga-beat" ! Escaldante e dominador como um voodoo electrizante. Download it, na candonga mais próxima, e daqui é directo para o mp3 a marcar, nos "headphones", a pista para o oceano. Talvez pelo caminho, para os lados de São Roque, também se dance nas ruas, decerto com sotaque diferente, mas no sangue é a mesma língua latina.
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sábado, outubro 8
Não me chamem Sr. Ministro...
O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje no Porto que Portugal não tem ministro da Economia.
Minudências da nossa corte política.
E, já que se trata de música...
Seres o Meu Amor, dos Connection
(Letra de Aníbal Raposo e música de Mário George Cabral & Aníbal Raposo)
"(...) Música..., [nas palavras de António Melo Sousa, no poema «Alma Breve», musicado por Mario George Cabral dos Connection] amante primeira, terna e eterna companheira de todas as horas, segredos e silêncios (...)".
Música, do Povo. Com dignidade mas, sem demagogia.
Retratos da vida
A isto chama-se dar música ao povo. Pelo menos que seja boa!
Tema de abertura de "Les uns et les autres" - "Retratos da vida" no Brasil -, de Claude Lelouch, 1981
PS: Hoje à noite grande chuva de estrelas!
Vais por aqui. Estás a ver D. Sebastião? Não tem nada a haver!
E pronto!
Afinal, foi a ética que prevaleceu. Contudo, o homem, molecular talvez, resignado e contido também.
A voz quase trémula e o desejo pela escaramuça praticamente aniquilado, este não era, hoje (ontem), o animal político ao qual nos habituamos, durante quase 32 anos.
Hoje (ontem), homem de palavra mas, das palavras, o homem de sempre. Das palavras que parecem ir e vir, construindo a circunstância de todos os outros, dos quais, agora, alguns almejam o dictaphone e treinam habilidades várias, para o circo que se aproxima da cidade.
Coitadas das agências de rating: indispuseram o mundo, fizeram a América espirrar e constiparam a Europa. Dão, portanto, ao homem, a oportunidade de dar o peito às balas pelo seu Povo (Povo à beira de um ataque de nervos, na procura de soluções para evitar o colapso económico-financeiro destas frágeis ilhas, que não se resumem às finanças públicas) e, no entanto, nem a crise o salva, nem ele nos salva da crise.
Aprecio a coragem e valorizo quem pelo couro chora em bica.
Levanto-me por aquilo e ergo-lhe o braço: Eis o verdadeiro estadista! – digo. Que... usa o seu elevado sentido de estado para... recuar? E ficar... a gozar os rendimentos? – pergunto-me, triste.
Enfim, não me preocupo – há de gozar os que a crise lhe permitir.
Insistiram comigo pá e eu estive quase mas, ainda assim: I have to step down. O Kennedy dá-me aqui um jeitão bestial e, ainda fecundo, desacelero o passo. Afinal, I’m no longer a young boy. Deixai, por isso, vir a mim as criancinhas, pois, é delas o reino dos Açores.
Reino do qual republicanamente se retira, como um brigadeiro estelar na reserva mas, moral. Um certo guru da ética, ao qual poderão recorrer todos aqueles que, no exercício das tarefas que lhes forem superiormente distribuídas, virem as suas mãos sujas, como aquelas às quais se referiu, há dias, D. José Policarpo.
Espera lá!
Não sei porque me perdi com estes pensamentos. É que, sem saber bem dentro do que cabem elas, estas são questões internas, com as quais nós não nos devíamos preocupar. Tanto tempo, tanta ansiedade e, afinal, nada disto parece ter a menor importância.
Estarei enganado? Será isto uma ratoeira?
E se há tramoia? Escondida por detrás de tanta moral e bons costumes.
Essa agora, que disparate!
Ele nunca nos trocou as voltas... são as brumas.
Claro! Agora que penso melhor sobre isto... nós temos a rota, temos o mapa e o timoneiro. Ele, na nossa agenda, deixará de marcar e nunca mais nos condicionará.
sexta-feira, outubro 7
quinta-feira, outubro 6
...Eu hoje deitei-me assim !
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Anna Calvi
"Que a música pode dar todas as respostas e colocar ainda mais perguntas".
Tomas Tranströmer
No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas
Subidas.
Havia duas prisões. Uma delas era para os gatunos.
Eles acenavam através das grades.
Eles gritavam. Eles queriam ser fotografados!
"Mas aqui", dizia o revisor e ria baixinho como um afectado
"aqui sentam-se os políticos". Eu vi a fachada, a fachada, a fachada
e em cima, a uma janela, um homem,
com um binóculo à frente dos olhos, espreitando
para além do mar.
A roupa pendia no azul. Os muros estavam quentes.
As moscas liam cartas microscópicas.
Seis anos depois, peguntei a uma dama de Lisboa:
Isto é real, ou fui eu que sonhei?
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Desde a montanha
Estou na montanha e vejo a enseada.
Os barcos descansam sobre a superfície do verão.
«Somos sonâmbulos. Luas vagabundas.»
Isso dizem as velas brancas.
«Deslizamos por uma casa adormecida.
Abrimos as portas lentamente.
Assomamo-nos à liberdade.»
Isso dizem as velas brancas.
Um dia vi navegar os desejos do mundo.
Todos, no mesmo rumo – uma só frota.
«Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém.»
Isso dizem as velas brancas.
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Tomas Tranströmer - Prémio Nobel da Literatura 2011
RIP
terça-feira, outubro 4
ESTREIA NACIONAL
SANGUE DO MEU SANGUE de João Canijo (2011)
2ª feira, dia 10, no 9500 Cineclube [Cine Solmar - sala2]
Limites
Há limites para tudo. Limites para a desresponsabilização política do PS de César, e dos seus "delfins", pela hecatombe económica cujo fosso se cava cada vez mais fundo numa enorme vala comum onde se enterram falências a esmo. Limites para a repetida falsidade da nossa "saúde" financeira quando "toda a verdade" sobre as nossas finanças regionais está por revelar, escondida que está sob o véu das contas marginais ao orçamento regional por onde "sangram" milhões em sociedades comerciais que mais não são do que um prolongamento tentacular do governo regional. Limites para as paroquiais guerrilhas alimentadas por um culto de personalidade do líder do PS que institucionalmente enxovalham a região como a que, por exemplo, recentemente foi protagonizada pelo Presidente do Governo Regional que não quis representar os Açores, ao lado do Presidente da República, num importante acto de projecção nacional aquando da inauguração do Centro de Estudos Natália Correia, por sinal na Freguesia onde César reside e que tanto alardeia estimar! Com esse afecto enviou um substituto que ficou "aos papéis" e optou pela demagógica inauguração de um lanço das SCUTs que, no caso, mais não se tratou do que "cortar a fita" a meia dúzia de quilómetros de pavimento entre Vila Franca e…Vila Franca!
Limites também para o nepotismo à escala regional mas em registo dinástico, até com subliminar evidência fotográfica, em que o pater e "Querido Líder" César reúne com o filius familiae César, qual "Jovem General", em audiência no âmbito das propostas de plano e orçamento do PS ! Só faltou trocarem flores ao melhor estilo de opereta, num momento que lembra o lado mais piroso da Coreia do Norte, onde as "rosas", como a "kimjongilia", celebram alegremente o nome da família e da corte, quando tristemente a realidade social e económica até murcha qualquer "cravo" mais resiliente. Limites para a desfaçatez deste PS que confunde o partido com o governo e que alimenta um tabu. Limites também para, do outro lado, se prestar atenção ao suspense de um folhetim que não existe porque dele não há que temer em qualquer cenário. Limites pois para a novela e o enredo da sucessão de César como se os Açorianos fossem reféns deste PS feito à sua imagem e semelhança. Citando com inteira justiça um artigo de opinião de Luís Rendeiro no Diário Insular, aqui ao lado na Terceira, e com a propriedade de quem vive numa ilha tarjada de "cor-de-rosa" a verdade é também esta: "O PS de César amordaçou e amedrontou os Açorianos. Tanto, que se fez temer em vez de se fazer respeitar".
Para isto também é preciso pôr um limite. Mas, para lá do que se diz e opina, também há limites legais, que tarde ou cedo, são o sinal de stop a este desgoverno. Limites que nem decorrem daquele que diz magnanimamente ter escrito pelo seu punho a sua própria sentença, como o fez Carlos César, atirando à cara dos Açorianos essa falsa generosidade, com a norma limite para os mandatos do Presidente do Governo Regional dos Açores agora inclusa no Estatuto Político Administrativo da nossa região. Esse limite era já programático desde a revisão Constitucional de 2004 no "princípio da renovação" da nossa Lei Fundamental. Este é também um limite pelo qual "ninguém pode exercer a título vitalício qualquer cargo político de âmbito nacional, regional ou local" razão pela qual, seguindo o texto constitucional, importa "determinar limites à renovação sucessiva de mandatos dos titulares de cargos políticos executivos". Como se sabe não há nenhum tabu quanto à possibilidade de César pater ser recandidato a Presidente do Governo. Apenas uma farsa a que importa pôr um limite.
João Nuno Almeida e Sousa na edição de 3 de Out. do Açoriano Oriental