sábado, setembro 10

stay local, act local but, please, THINK GLOBAL (!)


Muitos não se recordarão de ver o anúncio do restaurante "O Corisco", muitas vezes colocado no Açoriano Oriental. E muitos mais nunca se terão apercebido do apelo que, todas as vezes, foi feito aos "players" (como está na moda dizer-se) do sector, para que se unissem na defesa dos seus interesses.

Apesar de tudo e de todos os esforços, são poucos os que se unem, e menos ainda os que o fazem verdadeiramente, não sendo de estranhar, por isso, o título de uma das notícias de hoje do AO:

“Crise deve levar ao fecho de “muitos restaurantes”

O aumento de impostos e o agravamento dos custos pode originar o encerramento de “muitos restaurantes” nos próximos meses nos Açores, alertou Luís Duarte, representante na região da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). “Estamos completamente estrangulados, não aguentamos mais impostos, não conseguimos aguentar mais custos”, afirmou, admitindo que “os próximos seis meses vão ser a machadada final para muitos restaurantes” nos Açores. O representante da AHRESP salientou que o sector está a passar momentos difíceis em todas as ilhas, frisando que o “medo tem dominado o negócio”. Luís Duarte referiu que a conjuntura económica está a levar muitos açorianos a voltar “ao tempo das marmitas”, com impacto negativo nos restaurantes. • LUSA


No entanto, a grande questão é, em minha opinião, a falta de visão global - própria das coisas que se encontram em processo de amadurecimento - que elege o(s) particular(es) em vez do todo.

Na verdade, a crise não será só dos restaurantes (nem dos hotéis, como há muita gente empenhada em fazer acreditar). A crise estender-se-á a muitos dos sectores da economia açoriana e, entre os vários estratos sociais, as diferenças caminharão - muito rapidamente - para uma fenda abrupta e praticamente instransponível, onde o desemprego e a incapacidade do estado em cobrar impostos serão alguns dos muitos problemas.

Contudo, estamos impávidos e serenos (havemos de sobreviver, é que a maioria de nós pensa). Mas, o que não conseguimos medir é a dificuldade com que isto será eventualmente possível e não nos podemos esquecer que na arca de Noé (não o actual Secretário Regional da Agricultura e Florestas), toda a fauna do planeta escapou ao dilúvio com apenas um casal de cada espécie.

Não tomemos juízo e os Açores (fecundos que são), sem uma economia saudável, acabarão por se tornar no pasto das vacas dos outros.

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