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"Não há duas sem três" é um aforismo popular que, tanto para o bem como para o mal, serve à justa na política à Regional. No caso do PS Açores de Carlos César recorde-se que, primeiro, em 96 afirmou que iria emagrecer o Governo com um executivo "light". Como se vê os executivos de Carlos César não têm feito a prometida dieta e até tivemos desdobramentos em subsecretarias numa administração cada vez mais omnipresente na sociedade e na economia. Depois, algures no tempo, Carlos César terá dito que só faria dois mandatos. Como sabemos vai já no quarto! Finalmente, em terceiro lugar, afirmou que fazia a "interpretação autêntica" do Estatuto, pelo que, não seria candidato em 2012. Porém, também aqui, claudicou montando um tabu para desvendar no próximo ano. Do outro lado, no PSD Açores de Berta Cabral, a regra de que "não há duas sem três" aplica-se, infelizmente, à circunstância de termos razão antes do tempo. Primeiro: quando se alertou para a necessidade de se adequar as empreitadas de obras públicas à nossa realidade, de modo a facultar a possibilidade dos empresários locais participarem nas mesmas, já era previsível o descalabro que o sector enfrentaria. O que se vê agora é a falência de muitas empresas de construção civil e o consequente desemprego de muitos Açorianos. Isto mesmo naquelas empresas maravilha, e amigas do Governo Regional, como uma das que participou dos benefícios da concessão da zona de jogo com a obrigação de construção de um Hotel Casino em PDL, de um Centro Comercial na mesma cidade e de umas Termas nas Furnas...tudo obras, como se sabe, em suspenso e que nem as regalias de isenção fiscal, de qualquer imposto ou taxa, serviram para salvar a empresa em causa do risco de desastre. Segundo: no caso dos transportes marítimos de passageiros inter-ilhas quando Berta Cabral sugeriu que este serviço regional estava à deriva, e que no caso da aquisição do navio "Atlântida", o melhor era rescindir o contrato, tínhamos também razão antes do tempo. Apesar do Presidente do Governo Regional dos Açores, e dos seus acólitos, terem afirmado que essa rescisão era irresponsável, pouco tempo depois, dando o dito por não dito, denunciaram o contrato. Terceiro: com as tarifas aéreas voltamos a ter razão por antecipação curiosamente confirmada pela voz do próprio PS quando, recentemente, no Congresso de Angra do Heroísmo prometeu passagens a menos de € 100 para o Continente! Recordo, só a título de exemplo, que já em Janeiro de 2009, e no âmbito da BTL de Lisboa, quando Berta Cabral referiu que "as passagens aéreas são as mais caras de sempre entre o Continente e os Açores" logo mereceu um desmentido da SATA em comunicado sustentando que tal afirmação era errada. Hoje, depois da promessa do Presidente do Governo Regional em baixar cerca de 60% o valor da tarifa entre os Açores e o Continente – com passagens a menos de € 100 –, parece que afinal tínhamos razão. Curiosamente também em Janeiro, mas de 2010, um novel deputado do PS Açores interrogava-se nas páginas do Açoriano Oriental literalmente nos seguintes termos: "Será possível a um residente em São Miguel, que necessita de viajar para Lisboa, impreterivelmente a uma determinada data, pagar menos por um bilhete de ida e volta do que 240 euros?". A esta pergunta Francisco César, o articulista em causa, respondia negativamente! Porém, no final do Congresso do PS Açores a promessa de Carlos César era já outra. Ficou foi por explicitar o "quem" o "quando" e "como" será processada a referida promessa de transformar a SATA na low-cost dos Açorianos. Fica ainda no ar a interrogação, a bem da coesão Regional, de saber se essa tarifa de € 99,99 implicará a redução das tarifas inter-ilhas? Com efeito, como sustentar politicamente pagar mais para ir daqui para a Terceira do que daqui para Lisboa?
Agora o milagre prometido por quem efectivamente manda na SATA, o Presidente do Governo Regional, é de passagens a menos de € 100, numa redução de cerca de 60 % face ao preço actual de € 240, coisa que era impensável no passado recente, mesmo no grupo parlamentar do PS Açores a fazer fé na opinião publicada por um dos seus mais mediáticos membros a propósito das low-cost. É caso para dizer que ainda não entramos em campanha eleitoral e o Presidente do Governo e do PS Açores já entrou em época de saldos e de promoções. Lá diz também o ditado popular que "o barato sai caro". Espero que o povo tenha razão.
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
"Não há duas sem três" é um aforismo popular que, tanto para o bem como para o mal, serve à justa na política à Regional. No caso do PS Açores de Carlos César recorde-se que, primeiro, em 96 afirmou que iria emagrecer o Governo com um executivo "light". Como se vê os executivos de Carlos César não têm feito a prometida dieta e até tivemos desdobramentos em subsecretarias numa administração cada vez mais omnipresente na sociedade e na economia. Depois, algures no tempo, Carlos César terá dito que só faria dois mandatos. Como sabemos vai já no quarto! Finalmente, em terceiro lugar, afirmou que fazia a "interpretação autêntica" do Estatuto, pelo que, não seria candidato em 2012. Porém, também aqui, claudicou montando um tabu para desvendar no próximo ano. Do outro lado, no PSD Açores de Berta Cabral, a regra de que "não há duas sem três" aplica-se, infelizmente, à circunstância de termos razão antes do tempo. Primeiro: quando se alertou para a necessidade de se adequar as empreitadas de obras públicas à nossa realidade, de modo a facultar a possibilidade dos empresários locais participarem nas mesmas, já era previsível o descalabro que o sector enfrentaria. O que se vê agora é a falência de muitas empresas de construção civil e o consequente desemprego de muitos Açorianos. Isto mesmo naquelas empresas maravilha, e amigas do Governo Regional, como uma das que participou dos benefícios da concessão da zona de jogo com a obrigação de construção de um Hotel Casino em PDL, de um Centro Comercial na mesma cidade e de umas Termas nas Furnas...tudo obras, como se sabe, em suspenso e que nem as regalias de isenção fiscal, de qualquer imposto ou taxa, serviram para salvar a empresa em causa do risco de desastre. Segundo: no caso dos transportes marítimos de passageiros inter-ilhas quando Berta Cabral sugeriu que este serviço regional estava à deriva, e que no caso da aquisição do navio "Atlântida", o melhor era rescindir o contrato, tínhamos também razão antes do tempo. Apesar do Presidente do Governo Regional dos Açores, e dos seus acólitos, terem afirmado que essa rescisão era irresponsável, pouco tempo depois, dando o dito por não dito, denunciaram o contrato. Terceiro: com as tarifas aéreas voltamos a ter razão por antecipação curiosamente confirmada pela voz do próprio PS quando, recentemente, no Congresso de Angra do Heroísmo prometeu passagens a menos de € 100 para o Continente! Recordo, só a título de exemplo, que já em Janeiro de 2009, e no âmbito da BTL de Lisboa, quando Berta Cabral referiu que "as passagens aéreas são as mais caras de sempre entre o Continente e os Açores" logo mereceu um desmentido da SATA em comunicado sustentando que tal afirmação era errada. Hoje, depois da promessa do Presidente do Governo Regional em baixar cerca de 60% o valor da tarifa entre os Açores e o Continente – com passagens a menos de € 100 –, parece que afinal tínhamos razão. Curiosamente também em Janeiro, mas de 2010, um novel deputado do PS Açores interrogava-se nas páginas do Açoriano Oriental literalmente nos seguintes termos: "Será possível a um residente em São Miguel, que necessita de viajar para Lisboa, impreterivelmente a uma determinada data, pagar menos por um bilhete de ida e volta do que 240 euros?". A esta pergunta Francisco César, o articulista em causa, respondia negativamente! Porém, no final do Congresso do PS Açores a promessa de Carlos César era já outra. Ficou foi por explicitar o "quem" o "quando" e "como" será processada a referida promessa de transformar a SATA na low-cost dos Açorianos. Fica ainda no ar a interrogação, a bem da coesão Regional, de saber se essa tarifa de € 99,99 implicará a redução das tarifas inter-ilhas? Com efeito, como sustentar politicamente pagar mais para ir daqui para a Terceira do que daqui para Lisboa?
Agora o milagre prometido por quem efectivamente manda na SATA, o Presidente do Governo Regional, é de passagens a menos de € 100, numa redução de cerca de 60 % face ao preço actual de € 240, coisa que era impensável no passado recente, mesmo no grupo parlamentar do PS Açores a fazer fé na opinião publicada por um dos seus mais mediáticos membros a propósito das low-cost. É caso para dizer que ainda não entramos em campanha eleitoral e o Presidente do Governo e do PS Açores já entrou em época de saldos e de promoções. Lá diz também o ditado popular que "o barato sai caro". Espero que o povo tenha razão.
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com