terça-feira, julho 28

Mas, alguém tem dúvidas que, nos partidos, o que importa são as pessoas?

Hoje, os partidos, os seus aparelhos, os seus caciques e os seus seguidores (alguns encapuçados dentro e fora de instituições e coisas como a blogosfera quais “Ku Klux Klan no face followers”) estão, na sua grande maioria, esvaziados de ideologia.

E - parafraseando alguém - porquê Mestre? Perguntarão muitos.
Porque – digo eu – os programas escolares ensinam filosofia e coíbem-se de a relacionar com a política, remetendo para o patamar universitário esse passo considerado de somenos importância. Uma vez lá, só interiorizam tal relação os marrões que, contagiados pela vertente académica, perdem a relação com a sociedade e ostracizam-se. De tal modo que, em vez de aplicarem os seus conhecimentos em prol da sociedade, dedicam os seus míseros dias a analisarem os comportamentos dos políticos e a digladiarem-se com outros académicos na defesa das suas brilhantes teses.

Os gajos que até querem fazer qualquer coisa pelo “povo” ou por si – que também são do povo – mas, não foram às aulas de ciência política ou de filosofia na faculdade, acabam por ter que recorrer a uma série de estratagemas (muitas vezes ao arrepio das doutrinas políticas pelas quais, supostamente, perfila o partido onde militam) para se manter no poder e, quase sempre, contra a vontade de quem dizem querer defender.

Venham lá dizer-me que as pessoas não importam.
E venham também pessoas – professores universitários e sociólogos – dizer que o problema da abstenção tem a haver com o berço e com a educação que recebem em casa. Sim, porque anos e anos de brilhantes estudos mostram que as pessoas são indiferentes ao que os políticos fazem porque os seus pais, ainda no tempo da velha senhora, se desinteressaram pela política, desacreditando o sistema. BRAVO! BRILHANTE!

Análises destas até eu consigo fazer. Agora, analisar os políticos, as suas ambições, as suas propostas e relacionar isso tudo com os resultados práticos que daí tira a sociedade – dita civil – é o que faz falta. Tentar perceber a lógica da – HOJE – tão desejada renovação intra partidária, da tão bonita “faladura” – na altura da sucessão dos líderes, mais ou menos carismáticos – e relacionar tudo isto com o jogo de interesses e projecções de cariz individual e colectivo também não dá jeito fazer. Pode dizer-se o que não se deve. Pode-se ser castigado pelo que não se podia dizer, enfim.

A malta tem memória curta e quem está hoje com o poder (dentro e fora do governo, entenda-se) tem que ser hábil no jogo do equilíbrio entre as partes. Hábil também na distribuição dos tachos – mesmo daqueles que não há para distribuir, por agora, entenda-se –, pois, há que garantir que amanhã ainda cá se esteja. Sempre a bem do “povo” claro. Mesmo como CEO nas empresas privilegiadas durante anos e anos a fio pelas políticas e jeitos, concedidas ao arrepio do estado geral da Nação.

Sim, É uma verdade inegável! Os políticos de hoje estão a reforçar a fronteira entre Estado e Nação. Consciente ou inconscientemente, não importa. Ambas são sinal claro e inequívoco da sua alienação relativamente aos seus eleitores. O mesmo é dizer que a malta não vota porque não se interessa pela podridão que, entretanto, se instalou no métier.

Métier sim, porque os políticos (alguns, quase todos) são uns grandes profissionais liberais, na melhor actividade profissional do mundo: a definição dos eixos de desenvolvimento com o investimento dos outros. Sem a responsabilidade nem a perspectiva da algibeira, eles nunca sentem na pele os malefícios daquilo que preconizam. E, quando perdem ou ganham eleições, o director de campanha não prestava ou, no segundo caso, era um tipo muito bom que soube mostrar o candidato como era necessário, atendo à conjuntura de então.

BRILHANTE! Assim se faz Portugal. Assim se vem fazendo o Mundo e, no entanto, TANTO À DIREITA (centro também) COMO À ESQUERDA, as pessoas não são aquilo que interessa.

Até quando? Pergunto eu agora.

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